Revista Olhar Cultural

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Cinema

rativas entre outras coisas. A resposta se mostrou na marca de U$ 300 milhões em apenas 10 dias. A avalanche de informação criou uma avalanche de curiosos, fãs e telespectadores sem precedentes. Nathan Cirino vai mais longe e afirma que a mudança está apenas se iniciando. “A interatividade vende. Isso é fato e os games estão aí pra não me deixarem mentir. Atualmente o mercado dos videogames lucra mais do que o mercado cinematográfico, sendo a indústria mais lucrativa do mundo”. Segundo o roteirista, vivemos em uma era de computadores e interatividade, onde o telespectador quer ser um agente participativo na construção de conteúdo. A internet modificou o comportamento e a maneira de consumir informação atualmente. Nathan complementa, afirmando que a necessidade do público serve bem a iniciativas inovadoras, “Temos que dar ao público o que eles querem, além de ser um processo muito divertido poder brincar com essas possibilidades”, completa o roteirista. Enquanto o cenário se mostra mutável e a produção da cidade consegue alcançar um alto nível de qualidade, o retorno é mínimo. Muitos dos diretores da cidade ainda mantém sua produção em um circuito fechado, o que dificulta o reconhecimento da área e sua força crescente, o que poderia atrair patrocinadores, montando um setor remunerado para a sé-

tima arte na cidade. A diretora Paula Guimarães ressalta algumas das dificuldades que ainda marcam o cenário em Campina Grande. “Produzimos hoje com nossa própria verba e apoio de algumas empresas que colaboram com a produção cultural da nossa cidade, mas falta verba para preparar tudo com o melhor equipamento, remunerando equipe etc. Muitas pessoas trabalham de graça, a exemplo de todos os quarenta integrantes do projeto Aos Vivos, ou pagam para trabalhar, a exemplo da diretora do projeto Aos Vivos (risos)”. Campina Grande continua sendo pioneira e chamando atenção de vários pontos da nação, entretanto, uma realidade que ainda continua firme é a ausência de apoio de órgãos responsáveis. A iniciativa individual algumas vezes encontra apoio no setor privado, e essas ocasiões são raras. Moramos em uma cidade que se engrandece por seus moradores e isso vai continuar, mas já não se faz hora para que a cidade e seus investidores voltem seus olhos para a cultura produzida internamente? Já não se faz hora de valorizar os projetos inovadores e que podem chamar ainda mais atenção para a cultura campinense, já tão rica? A nova geração do cinema está caminhando juntamente com os jovens da cidade e este futuro vai além de qualquer previsão. Muito além.

Na web

http://www.projetoaosvivos.com.br/ agosto_2010 Revista Olhar Cultural

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