Liderança no Feminino - Fevereiro 2022

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EDIÇÃO N.º 41 FEVEREIRO 2022

EXPERIMENTAR DIFERENTES ÁREAS E NOVAS POSSIBILIDADES JOANA AFONSO FERNANDES

DESIGN DE INTERIORES: O FUTURO É HOJE

Liderança no Feminino é uma publicação da responsabilidade editorial e comercial de Sandra Arouca | Periodicidade mensal | Venda por assinatura 8€

NINI ANDRADE SILVA

A COMUNICAÇÃO ENQUANTO FACTOR PRIORITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO ( E DIFERENCIAÇÃO )

BEATRIZ CAMACHO

MARIANA PIRES SILVA

CNJ – A VOZ DOS JOVENS PELOS JOVENS


LIDERANÇA NO FEMININO | fevereiro de 2022

FICHA TÉCNICA Direção e Edição: Sandra Arouca Jornalistas: Ana Moutinho, Ana Duarte Web Developer: Ana Catarina Gomes Design e Paginação: Rui Chaves Marketing e Gestão de Redes Sociais: Catarina Fernandes Sede do Editor : Rua Nova da Junqueira, 145 4405-768 Vila Nova de Gaia Contactos: geral@liderancanofeminino.org redacao@liderancanofeminino.org Narrativalíder Unipessoal Lda Empresa jornalística registada na ERC Licença n. 127618 Sede e Redação - R. Nova da Junqueira, 145 4405-768 V.N.Gaia Periodicidade mensal Liderança no Feminino® tem o compromisso de assegurar os princípios deontológicos e ética profissional dos jornalistas, assim como pela boa fé dos leitores. O conteúdo editorial da Revista Liderança no Feminino é totalmente escrito segundo o novo Acordo Ortográfico.

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ÍNDICE

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EDITORIAL Nesta edição dedicamos toda a nossa energia a ajudar a construir um país melhor e um futuro melhor.

05 | Editorial

Acreditamos que os jovens fazem a diferença.

06 | CNJ – A Voz dos Jovens pelos Jovens Beatriz Camacho,

Nesta edição destacamos o trabalho desenvolvido pelo Conselho Nacional de Juventude - CNJ, representado por Beatriz Camacho. Estes jovens não ficam à espera que as coisas aconteçam, fazem acontecer.

16 | Experimentar diferentes áreas e novas possibilidades Joana Afonso Fernandes

Esperam que seja valorizada a meritocracia, porque há muita gente boa, capaz e que merece ser reconhecida por aquilo que faz.

22 | A comunicação enquanto factor prioritário de desenvolvimento ( e diferenciação ) Mariana Pires Silva

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26 | Design de interiores: o futuro é hoje Nini Andrade Silva

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32 | Eva Marín é a nova diretora do centro comercial UBBO gerido de comercializado pela CBRE 34 | Shire One facilita a vida dos portugueses através de assesoria pessoal e coaching de alta performance

36 | Sonae Sierra e Grupo Ferreira associam-se para desenvolver um complexo de escritórios de última geração no Porto 40 | Nova SBE promove 4ª edição da formação de Liderança Social para Gestores

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Trazemos-lhe histórias de vida inspiradoras, como Joana Afonso Fernandes, onde a curiosidade intelectual e a urgência em arriscar a levaram ao mundo da Ciência e da Tecnologia. Apesar do gosto pela escrita, contrariou o estereótipo de género ao enveredar pelo curso de Engenharia Eletrotécnica e Computadores e posteriormente pela Criminologia. Com um percurso académico diversificado prova que o género não deve influenciar a ambição de carreira e que as mulheres têm lugar na Ciência. Nini Andrade, é uma das mais prestigiadas designers de interiores do mundo. O Atelier Nini Andrade Silva ganhou uma notoriedade internacional fruto dos projetos desenvolvidos em cidades como Nova Iorque, Londres, Paris, África do Sul e Dinamarca. Mulheres que alcançaram cargos de topo, ou que escolheram sair da sua zona de conforto para tentar tornar o mundo melhor, como o caso de Mariana Pires Silva, Head of PR, Events & Communication do Gato Preto.

Boas Leituras!

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CNJ – A VOZ DOS JOVENS PELOS JOVENS Beatriz Camacho, desde sempre esteve ligada ao meio associativo. Começou na associação fundada pelo seu pai, onde passou grande parte do tempo da sua infância, passou pelo escutismo, e, mais tarde, por organizações de intervenção social e juvenis. Iniciou o seu caminho no Conselho Nacional de Juventude - CNJ em 2016, quando entrou para a direção da associação juvenil da qual faz parte, longe de imaginar que em 2020 seria eleita para a direção do CNJ como representante dessa mesma organização. Desde então, tem assumido o compromisso para com esta missão de grande responsabilidade que é ser uma das representantes dos jovens portugueses.

Beatriz Camacho

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Há 37 anos a Assembleia da República confiou no Conselho Nacional de Juventude -CNJ a representação de todos os jovens, e, com base nesta missão, o CNJ tem, ao longo dos anos, cumprindo com a sua responsabilidade de ser uma plataforma onde estão representadas organizações juvenis nacionais com as mais diversas expressões de associativismo desde associações culturais, ambientais, escutistas, partidárias, sindicais, juniores de empresas e federações estudantis (entre outras) cada uma delas com os seus pontos de vista e posições. Tendo em conta esta diversidade e o espaço de diálogo que construíram e que querem manter, nem sempre é fácil agregar as diferentes visões, mas é precisamente nesta diversidade que encontram a sua força, conseguindo consensos naquilo que os une: o superior interesse dos jovens que representamos. No CNJ a juventude fala por si, sendo os jovens representados, efetivamente, por jovens, falam por todos, com um posicionamento claro sobre uma política de juventude que se quer transversal, trans - setorial e inclusiva. Os jovens, querem que a sua perspetiva seja tida em conta em todas as políticas, "queremos acesso aos nossos direitos e garantir a participação efetiva em todos os temas que nos dizem respeito". O último mandato, como não podia deixar de ser, foi profundamente marcado pela pandemia. Acompanharam de perto as problemáticas que lhes iam chegando através dos jovens e das organizações membro do CNJ. Preocuparam-se não só com as consequências diretas e imediatas, mas também com a consequente crise económica e social que se seguiu e acentuou as fragilidades, já existentes, dos jovens portugueses. A geração mais jovem foi das mais sacrificadas pela pandemia, a mais afetada em termos de impacto no seu bem-estar e saúde mental; a que mais viu os seus empregos e perspetivas de emprego serem destruídos e a sua educação e formação ser afetada, não só em termos de qualidade no ensino, mas também no acentuar das desigualdade no acesso ao ensino à distância. No momento em que o país preparava a sua recuperação económica e social o CNJ disse presente, mostrando que as gerações jovens teriam de ser tidas em conta. A Direção do Conselho Nacional de Juventude com base numa auscultação realizada aos jovens portugueses, apresentou um pacote de propostas de medidas “Por uma recuperação económica e social da juventude”. Este pacote tem como objetivo oferecer soluções concretas e de rápida concretização, cujo impacto positivo na vida de milhares de jovens será tremendo caso sejam aplicadas.

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O CNJ fez questão de lembrar ao país que a juventude é umas das peças chave para a sustentabilidade económica e social a médio e a longo prazo. São a geração mais qualificada de sempre, nasceram no digital e têm maior propensão para desenvolver tecnologia que permite ao país ser mais competitivo tecnologicamente e querem contribuir para o desenvolvimento social e económico do país. No entanto, é necessário que o país faça esforços para aliciar os jovens talentos a fixarem-se em Portugal de forma a poderem contribuir para o desenvolvimento social e económico. Assim, propuseram também uma Agenda para a Natalidade que reflete um compromisso transversal para com as gerações ao englobar um conjunto de medidas articuladas e integradas que permitam à juventude alcançar a segurança e independência financeira para que se possa emancipar e escolher iniciar família. Esta é uma agenda que não se centra apenas em medidas que promovem o aumento da natalidade em si mas que pensa esta transição de forma transversal com impacto na sociedade no seu todo. Desta forma, contribuem também com soluções para que o país possa reverter o envelhecimento generalizado da população e a baixa taxa de natalidade portuguesa, uma das mais baixas a nível mundial, por sinal. Outra das preocupações sempre presente no trabalho que o CNJ tem desenvolvido é a baixa participação política da juventude nos atos eleitorais. A maior parte dos jovens não se revê nos discursos políticos e não se sente representado, afastando-se dos modelos formais de participação e optando por participar de outras formas, igualmente válidas, mas não formais como as eleições. Tendo em conta esta problemática criaram o “Politicamente Desperto”, um projeto inserido no Programa Cidadãos Ativos da Fundação Calouste Gulbenkian, com três eixos de atuação: conhecimento, capacitação e informação. Com este projeto propuseram-se a conhecer de forma mais profunda como é que os jovens participam e quais são as barreiras que eles próprios identificam à sua emancipação e participação. Outro dos aspetos importantes neste projeto é a capacitação, estando previstas sessões de capacitação em literacia democrática onde se pretende uma maior formação, informação e envolvimento dos jovens sobre as questões da democracia, ou seja, o nosso sistema político-partidário, sistema governativo e o sistema legislativo ao nível local, nacional, regional e global. Estando conscientes que a forma como é apresentada e transmitida a informação influencia a forma como os jovens participam, este projeto levou também a cabo

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“No momento em que o país preparava a sua recuperação económica e social o CNJ disse presente, mostrando que as gerações jovens teriam de ser tidas em conta.”

campanhas de apelo ao voto desenhadas de raiz e adaptadas ao público jovem. Por outro lado, e para garantir que o conhecimento adquirido no âmbito do projeto informe e influencie as políticas públicas, será desenvolvido um policy paper sobre emancipação e participação jovem e que será apresentado e discutido com decisores políticos e as instituições de forma transversal. Ao longo do seu percurso na direção do CNJ tem dedicado muito do seu trabalho ao pelouro da Educação não Formal, sendo responsável pela bolsa de formadores/facilitadores. O CNJ foi uma das primeiras organizações em Portugal a ter uma bolsa de formadores/facilitadores, composta por pessoas jovens de vários pontos do país, que implementam e multiplicam a ação e os processos educativos do CNJ, em contextos de educação não formal. A bolsa é também um espaço de capacitação entre pares, uma comunidade de aprendizagem e práticas onde cada jovem pode desenvolver-se e crescer em termos de formação/ facilitação e desenvolvimento pessoal. A educação não formal é a principal metodologia de trabalho utilizada pelo CNJ no trabalho com os jovens e é através da bolsa que

levam para dentro das escolas e outras instituições metodologias ativas e dinâmicas que focam a aprendizagem na experiência de cada jovem e do grupo e que são, muitas vezes, mais efetivas em termos de aprendizagem, causando um maior impacto e mudança de comportamento. Uma aprendizagem verdadeiramente transformadora. Tendo em conta a importância para a vida dos jovens das competências adquiridas através de experiências vividas com base em metodologias de educação não formal e de momentos de educação informal, o CNJ tem reivindicado uma maior valorização e certificação destas competências. Desta forma, acreditam que é necessário apostar num sistema de validação nacional para que estas competências possam ser formalmente reconhecidas e valorizadas, pois são um aspeto diferenciador na entrada para o mercado de trabalho. No ano passado realizaram a I Escola Nacional de Educação Não Formal, um evento pioneiro que juntou no município de Ovar, professores, técnicos de juventude e jovens de todo o país com o objetivo de capacitar novos e diferentes públicos nas metodologias de educação não formal reforçando a ideia de que, cada vez mais, deverá de haver uma complementaridade entre educação

formal, não formal e aprendizagem informal. Este evento esgotou em termos de inscrições, tendo em conta a capacidade previamente prevista, o que significa que existe grande interesse no tema, tanto por parte dos jovens, como por parte dos professores e técnicos de juventude que querem inovar nas metodologias utilizadas no seu trabalho com os jovens. No final do evento, com base nas discussões e debates realizados, saíram com a certeza reforçada de que é necessário levar a cabo uma atualização do sistema educativo que olhe para as competências para o futuro, repensando os modelos de ensino-aprendizagem para que se promova uma adaptação digital aliada ao pensamento crítico e à aquisição de competências para a vida.

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"CNJ foi uma das primeiras organizações em Portugal a ter uma bolsa de formadores/ facilitadores, composta por pessoas jovens de vários pontos do país, que implementam e multiplicam a ação e os processos educativos do CNJ, em contextos de educação não formal."

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Olhando para o futuro, os próximos anos serão certamente muito desafiantes para a juventude. A começar pela nomeação do ano de 2022 como o Ano Europeu da Juventude, proposto pela Comissão e aprovado pelo Parlamento Europeu e Conselho, que veio mostrar que as instituições europeias estão atentas aos problemas dos jovens e reconhecem que o período de pandemia que atravessamos foi particularmente difícil e que é importante estabelecer pontes e diálogo com todos os jovens, incluindo aqueles que pertencem a grupos mais vulneráveis, de forma a que as suas preocupações possam ser tidas em conta na construção de um projeto comum da União Europeia. O que o CNJ deseja é que este ano venha trazer uma luz às instituições europeias, nacionais e locais para que permitam uma participação efetiva da juventude nos processos de decisão a todos os níveis, criando compromissos solidários com a gerações vindouras. Sendo também as Jornadas Mundiais de Juventude que receberão em Portugal jovens de todo o mundo, pondo em contacto jovens de diferentes culturas que têm como objetivo comum construir um mundo mais justo e solidário numa clara mensagem de união e fraternidade entre os povos, tendo a juventude como principal protagonista. Sem dúvida que os próximos anos trarão vários desafios, para os quais estarão prontos para responder em nome da juventude. Beatriz continuará empenhada no seu trabalho de manter o legado que o CNJ tem vindo a construir nomeadamente na defesa dos direitos da juventude, na construção de políticas públicas de juventude e na exigência de um futuro mais ecológico e mais inclusivo para as novas gerações, onde nenhum jovem é deixado para trás.

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EXPERIMENTAR DIFERENTES ÁREAS E NOVAS POSSIBILIDADES Joana Afonso Fernandes é Doutoranda em Engenharia Industrial e de Sistemas. A sua curiosidade intelectual e a urgência em arriscar levaram-na ao mundo da Ciência e da Tecnologia. Apesar do gosto pela escrita, contrariou o estereótipo de género ao enveredar pelo curso de Engenharia Electrotécnica e Computadores e posteriormente pela Criminologia. Com um percurso académico diversificado mostra que o gênero não deve influenciar a ambição de carreira.

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“Na altura cheguei a sentir-me bastante desconfortável com alguns comentários, mas em momento algum me senti menos capaz pelo facto de ser mulher.” A paixão pela poesia, herdada do avô, acabou por ficar na gaveta. Com 15 anos foi morar sozinha para frequentar o Secundário e, mais tarde, o Ensino Superior, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Conta com uma licenciatura em Criminologia, seguida de um mestrado em Higiene e Segurança nas Organizações. Movida pelo desejo de aliar as formações, não se deixou intimidar quando a tentaram demover da transição entre as diferentes áreas. Logo de seguida, foi mais além e aventurou-se por um estágio na Marinha Portuguesa, focado na área da segurança e outro na Escola de Engenharia Industrial da Universidade de Málaga, em Espanha. Iniciou a carreira profissional na Pingos Service, uma empresa dedicada à realização de serviços na área da engenharia e infraestruturas de telecomunicações na qual integrou uma equipa jovem composta na sua maioria por homens. A experiência superou todas as suas expectativas e nunca se sentiu descriminada pelo facto de ser mulher. Contudo, a paixão pela investigação e o desejo de aprofundar o conhecimento conduziram-na ao Doutoramento em Engenharia Industrial e de Sistemas na Universidade do Minho, que considera ser o maior desafio de todo o seu percurso. O trabalho de investigação proposto valeu-lhe o financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) no painel de avaliação de Economia e Gestão e a possibilidade de se dedicar à investigação em regime de exclusividade. Atualmente, está empenhada em desbravar caminho no âmbito da gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) em meio hospitalar, bem como na busca de estratégias que contribuam para a sua otimização. Refere que as mudanças ocorridas no mundo do trabalho representam um desafio global em matéria de Segurança e Saúde Ocupacional e evidenciam a necessidade de se desenvolver investigação nesta área científica multidisciplinar e, simultaneamente, socialmen-

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Joana Afonso Fernandes

te sensível. A pandemia COVID-19 veio enfatizar ainda mais esta necessidade, nomeadamente ao nível da adoção de medidas rápidas e adequadas para enfrentar contextos imprevistos e mitigar riscos profissionais emergentes. O aumento da complexidade e interatividade das organizações e dos seus sistemas com a introdução da tecnologia e com a evolução digital requer a implementação de medidas que contribuam de forma efetiva para a diminuição da sinistralidade laboral e que garantam condições de trabalho adequadas. Para isso, destaca a importância da Ergonomia e Fatores Humanos, uma área que procura compreender as interações entre os humanos e outros elementos de um sistema afim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral do sistema. A investigação em ambientes ocupacionais mostra-se particularmente relevante, pois o impacto dos acidentes e doenças profissionais causados pela tecnologia e pelos sistemas de trabalho podem afetar as organizações e a continuidade das atividades económicas. Após o primeiro contacto com a área, durante o estágio em Espanha, começou a delinear o trabalho de investigação que viria a desenvolver em Portugal. O estudo teve como objetivo desenvolver e validar uma ferramenta para avaliar o desempenho resiliente do sistema de gestão de segurança no setor da metalomecânica, baseado nas premissas da Engenharia da Resiliência. Apresentou o resultado final na Masterclass for Young Scientists na 10th International Conference on the Prevention of Accidents at Work, em Viena, na Áustria. Apesar de pouco difundida, a Engenharia da Resiliência surge como um novo paradigma de segurança que se concentra em entender como alcançar sucesso nas atividades diárias e analisar como a variabilidade afeta o desempenho dos sistemas. A importância desta nova abordagem já se revelou fundamental em setores como a aviação, os cuidados de saúde e os transportes. Para Joana Afonso Fernandes, há uma clara necessidade de adotar métodos sistémicos para abordar a segurança e as questões relacionadas ao risco em sistemas sociotécnicos complexos. A Engenharia da Resiliência fornece um conjunto de novos métodos que incentivam ao envolvimento dos trabalhadores e valorizando o seu papel dentro da organização. Ao mesmo tempo, aproxima a perspetiva da gestão de topo, como diretores e consultores, de uma visão muito mais realista do desempenho da organização, o que pode ser utilizado como informação valiosa para melhorar a gestão de segurança e saúde e desenvolver procedimentos mais eficazes. Assiste-se a uma mudança de “erro humano” para “variabilidade de desempenho humano” na análise de riscos e acidentes em sistemas

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complexos. Contudo, as ferramentas associadas à abordagem de segurança adotada até então não consideram as possíveis conexões e interdependências entre os diversos elementos do sistema para modelar acidentes e analisar os riscos. Consciente das barreiras que possam surgir à mudança, considera necessário que os responsáveis pela gestão das organizações tomem conhecimento das mais-valias da Engenharia da Resiliência e sejam eles o motor impulsionador que atravessa todos os níveis da organização para chegar aos trabalhadores da linha de frente, aproximando-os de uma visão comum em matéria de segurança e saúde. Desde cedo despertou para o voluntariado e ativismo no que respeita aos Direitos Humanos. Envolveu-se em experiências de voluntariado universitário, com as quais colabora até hoje, nomeadamente o Projeto Nacional de Educação pelos Pares (PNEP), levado a cabo pela Fundação Portuguesa “A comunidade contra a SIDA” (FPCCSIDA), onde dinamiza sessões em escolas públicas do Porto, bem como estabelecimentos prisionais. Os temas centram-se em questões como a violência no namoro, bullying, sexualidade, entre outros. Durante o mestrado esteve ainda envolvida em projetos comunitários, um dos quais foi submetido a financiamento no âmbito do Programa Erasmus+. “A partilha de experiências durante o voluntariado e a oportunidade de escutar relatos na primeira pessoa de situações de violência e descriminação foram muito impactantes e só despoletou ainda mais a minha vontade de ter um papel ativo na sociedade. Para além disso, permitiu-me desenvolver a minha capacidade de comunicação o que hoje em dia se revela muito útil.” Colabora , ainda, com a HumanitAVE – Associação de Emergência Humanitária, que tem como objetivo contribuir para a erradicação de qualquer prática nefasta aos Direitos Humanos, nomeadamente a Mutilação Genital Feminina e os casamentos infantis, precoces e forçados. Agora, prepara-se para a sua primeira missão humanitária à Guiné Bissau. Procura “reconhecer e elogiar o trabalho de outras mulheres” com quem se cruza e defende “o apoio entre as mulheres por um futuro mais justo”. Ao invés de reprimir, acredita que se devem apoiar mutuamente. Considera que existe um longo caminho para a igualdade de oportunidades e “que é absolutamente necessário continuar a investir em iniciativas que apoiem e valorizem a participação das mulheres, tanto na Ciência como na Tecnologia, de forma a acabar com a discriminação e a promover um equilíbrio de género no ensino e nas carreiras”. Ciência e a Igualdade de Género são dois fatores preponderantes para cumprir a Agenda de

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“Para as meninas e mulheres que muitas vezes sentem dificuldade em escolher o curso que irão frequentar no Ensino Superior é importante que não se deixem influenciar por preconceitos que as impeçam de seguir certas áreas científicas e de tentarem a carreira que pretendem." 2030 para o Desenvolvimento Sustentável com sucesso. Para Joana, o futuro passa por garantir a igualdade de oportunidades e direitos, sendo para isso necessário reverter as desvantagens sociais e históricas das mulheres. A maior parte das oportunidades nas áreas científica e tecnológica encontram-se no litoral do país. Natural de Boticas, uma vila no interior do país, em Trás-os-Montes, está familiarizada com as “dificuldades das meninas e mulheres que vivem no interior do pais, a quem o acesso à educação pode ser dificultado devido às despesas que implica”. Viveu na primeira pessoa a necessidade de sair do local onde cresceu para prosseguir estudos e, mais tarde, iniciar a sua carreira profissional. Salienta, por isso, a importância de iniciativas como a do Município de Boticas, que entrega bolsas de estudos aos estudantes universitários do concelho – “um apoio que tem um grande impacto no orçamento das famílias e que permite aos jovens do Município prosseguir, tal como eu, os seus estudos e abrir os horizontes ampliando as suas oportunidades no mercado laboral”. Diz ainda que as meninas e mulheres que muitas vezes sentem dificuldade em escolher o curso que irão frequentar no Ensino Superior é importante que não se deixem influenciar por preconceitos que as impeçam de seguir certas áreas científicas e de tentarem a carreira que pretendem. Muitas vezes ouvem-se alguns comentários em tom de brincadeira ou piada, mas que têm por base um preconceito que eu própria cheguei a acreditar que era verdade e por isso é importante também a mudança do nosso próprio pensamento de forma a que ele não limite as nossas escolhas. Joana Afonso Fernandes, apresentação em Viena na Aústria

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MARIANA PIRES SILVA

A COMUNICAÇÃO ENQUANTO FACTOR PRIORITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO (E DIFERENCIAÇÃO) Mariana Pires Silva é atualmente Head of PR, Events & Communication no Gato Preto, após ter passado profissionalmente por empresas como Prosegur, Banco Primus, Desafio Global, Bowl Lisboa (Founder & CEO) e Grupo Calzedonia.

Mais do que refletir sobre o período atípico que vivemos e extrair dele todas as aprendizagens, precisamos também de projectar sobre o futuro da comunicação. A pandemia obrigou-nos a sair da zona de conforto e as empresas chegaram à conclusão que a sua estratégia de comunicação não era tida como prioridade e precisava de ser solidificada.. O digital passou a ser praticamente o único canal disponível para nos conectarmos, para reunirmos e para inovarmos, e nunca falámos tanto em omnicanalidade como hoje. Criámos novas metodologias, novos hábitos e de certa forma a pandemia foi um “acelerador do futuro” e da digitalização. Quando uma marca, uma pessoa ou uma empresa comunica, procura promover relações com o seu interlocutor e gerar confiança , enquanto fator diferenciador. Quem de nós compra numa marca na qual não confia? Segundo um estudo da McKinsey,70 a 80% dos compradores B2B compra agora remotamente ou através de “Self Service”. Tendencionalmente a compra online era de menor valor, a loja física e a compra face to face conferiam uma maior confiança e era onde o consumidor mais gastava. Hoje este padrão está alterado, e cerca de 70% dos compradores B2B afirmam ainda ter mudado de comportamento, chegando a fazer agora compras no canal online de valores superiores a dezenas de milhares de dólares. Segundo o mesmo estudo, a maioria das empresas B2B focou o seu modelo de negócio, previamente centrado na loja física, para o digital (-52%), onde a videochamada e o chat online são ferramentas com acentuado crescimento, 41% e 23% respetivamente. No entanto, a adaptação da comunicação das empresas durante o período de pandemia e a mudança para uma estratégia de proximidade fizeram com o que o consumidor também adaptasse e se tornasse mais exigente, exigindo uma resposta mais rápida e transparente. A necessidade da comunicação humanizada, mesmo que à distância continuou a ser essen-

cial. Mas até que ponto as empresas tinham uma estratégia de comunicação preparada para dar resposta a estas necessidades? Mais do que repensar a importância da comunicação, a pandemia expôs fraquezas e obrigou a criar novos modelos de trabalho, mostrando que áreas como as tecnologias, o digital e a comunicação são áreas de maior importância e que tradicionalmente foram “esquecidas”. O mundo é agora digital, sendo necessário que as empresas se ajustem a esta nova realidade, mantendo o foco na criação de confiança e para isto, a comunicação é fundamental. Abaixo partilho algumas das tendências de comunicação para 2022 que impactam a gestão das marcas: • Comunicação Omnicanal é tendência para 2022 A Omnicanalidade combina diferentes canais de comunicação (online e offline) para assegurar uma experiência de compra integrada e fluida para o cliente, esta foi uma das tendências de marketing digital mais marcantes de 2021 e que irá manter-se durante este ano, tendo em conta a transformação digital em curso e a crescente adesão ao e-Commerce. Os profissionais de comunicação vão sentir necessidade de se focar na otimização da experiência, independentemente do canal ou do momento em que interagem com o cliente. • Digitalização da Comunicação A crescente digitalização vai então continuar como uma tendência para a comunicação em 2022. O metaverso, universo virtual que replica o mundo real, é um dos exemplos desse fenômeno. A “nova internet” ou “internet 3D”, como vem sendo chamada, irá impactar o comportamento do público, e, consequentemente, a estratégia de comunicação das marcas. A expectativa é de uma maior fusão entre o mundo real e o virtual e a digitalização da comunicação.

Mariana Pires Silva, Head of PR, Events & Communication no Gato Preto

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“Quando uma marca, uma pessoa ou uma empresa comunica, procura promover relações com o seu interluctor e gerar confiança, enquanto fator diferenciador." • Empatia e comunicação humanizada Nunca anteriormente imaginámos que humanização e digitalização pudessem ser duas grandes tendências a viver em conjunto, mas à medida que os ecrãs ganham importância no dia a dia, a preocupação pela saúde mental e bem-estar também. O distanciamento físico que o digital confere associado à limitação de contacto com o exterior, a incerteza sobre a economia e o futuro foi desafiador para todos. Neste ambiente e para as marcas, é necessário desenvolver uma comunicação cada vez mais humanizada. Seja dentro da empresa ou nas redes sociais, o ponto crucial é o mesmo: compreensão e transparência. A comunicação deve criar uma maior proximidade entre a marca e o cliente, tornar possível a sua participação e ter em conta a sua opinião.

Esta tendência não diz respeito apenas ao marketing ou ao SEO: todas as áreas da comunicação beneficiarão da recolha e gestão de dados e métricas ao longo de 2022 • O vídeo e o áudio O vídeo ganhou peso e relevância durante a pandemia: para além do boom das videochamadas – às quais todos nós recorremos, quer em contexto profissional quer pessoal, também no entretenimento se registou um aumento do consumo de vídeo. Dos reels e lives de Instagram aos conteúdos do TikTok, o vídeo vai continuar a marcar o ano de 2022. Em paralelo a tendência é investir também em podcasts e áudio digital, canal que se mostrou muito eficaz. • Os eventos híbridos Aos poucos retomamos ao formato presencial mas a verdade é que os eventos híbridos vieram para ficar. Com inúmeras vantagens que assentam em todos os pontos acima mencionados, desde a possibilidade de medir e recolher dados, é uma opção com uma pegada ecológica reduzida, evitando a necessidade de deslocações, são ainda opções mais flexíveis e que chegam a considerar o dobro dos participantes. O futuro embora imprevisível, vai trazer muitas novidades em 2022. Os profissionais de marketing têm uma consciência muito próxima que este ano será movido a uma grande velocidade, com o avanço das tecnologias e do comportamento do consumidor a acelerar ainda mais as mudanças. Assim, torna-se mais do que nunca essencial encarar a estratégia de comunicação como um fator prioritário de desenvolvimento diferenciador face à concorrência.

• Diversidade e inclusão Já demos um grande passo na sustentabilidade corporativa, mas sem dúvida que a tendência é que as marcas se envolvam com causas sociais e que tenham um papel ativo que vá além do foco comercial. Um estudo da Deloitte revelou que o público mais jovem prefere empresas que deem prioridade à diversidade e inclusão. • Medir Um estudo da Salesforce, revela que os profissionais de marketing esperam um aumento de 40% nas fontes de dados em 2022. Com a migração dos consumidores para o ambiente digital, a relação com clientes e leads será cada vez mais orientada por dados.

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NINI ANDRADE SILVA

DESIGN DE INTERIORES: O FUTURO É HOJE Nini Andrade Silva é uma das mais prestigiadas designers de interiores do mundo. Nascida no Funchal, Nini formou-se em Design no Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing (IADE), em Lisboa, tendo prosseguido em simultâneo o seu percurso académico e profissional em locais como Nova Iorque, Londres, Paris, África do Sul e Dinamarca. O Atelier Nini Andrade Silva ganhou uma notoriedade internacional que é fruto dos projetos desenvolvidos, posicionamento e estratégia de comunicação. Nunca antes, em qualquer outra fase das nossas vidas, foi tão importante considerar que o futuro do planeta depende exclusivamente das nossas ações e escolhas diárias. O mundo sempre mudou e estamos novamente numa fase de grande mudança. E não mudou apenas porque todos o dizem! Mudou para aqueles que souberem acompanhar a evolução que nos é necessária, para os que tiverem visão e, sobretudo, para os que souberem dialogar com o passado e cruzar as oportunidades. Uma das grandes responsabilidades do design de interiores traduz-se na capacidade de criar com respeito pelas gerações vindouras. "Não tenho dúvidas que o presente é marcado por valores como a ecologia e a sustentabilidade, que se adivinham transversais a todo o sector económico. É importante que os promotores e os principais atores do mercado imobiliário tenham consciência que o segredo para o sucesso reside na sustentabilidade dos seus projetos e, entenda-se sustentabilidade no seu sentido mais lato". O desenvolvimento e promoção de projetos de design de interiores sustentáveis ganha atualmente uma dimensão inquestionável, cujo principal objetivo deve incidir sobre a otimização dos recursos naturais e respetivos sistemas e técnicas construtivas, para que a arquitetura e o próprio design de interiores tenham o menor impacto possível sobre o meio ambiente e seus habitantes.

Nini Andrade Silva - Creditos de Pedro Corrêa da Silva

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“A adaptação às condições climáticas do local onde os projetos se inserem; o recurso a matérias-primas locais e o correto aproveitamento dos recursos naturais disponíveis.” O Atelier Nini Andrade Silva tem feito, neste sentido, um longo percurso de reflexão, estudo e investigação para poderem acompanhar os seus clientes a uma visão mais holística dos projetos e centrada numa consciência ecológica que deverá ter em conta fatores como o respeito pelo contexto envolvente; a adaptação às condições climáticas do local onde os projetos se inserem; o recurso a matérias-primas locais e o correto aproveitamento dos recursos naturais disponíveis. Nesta equação, deve igualmente ter-se em conta a integração estética dos princípios primordiais do design bioclimático, da arquitetura sinestésica e dos princípios de saúde geoambiental, evitando a utilização de materiais tóxicos, poluentes e as radiações naturais/artificiais.

Porto Royal Bridges Hotel - Créditos de Francisco Duarte Mendes

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LIDERANÇA NO FEMININO | fevereiro de 2022

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The Lodge Business & Wine Hotel - Créditos de José Cunha

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The Lodge Business & Wine Hotel - Créditos de José Cunha

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LIDERANÇA NO FEMININO | fevereiro de 2022

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EVA MARÍN É A NOVA DIRETORA DO CENTRO COMERCIAL UBBO GERIDO E COMERCIALIZADO PELA CBRE

A CBRE, consultora líder mundial na prestação de serviços para o setor imobiliário, e o Eurofund Group, sociedade de investimento privada com sede em Madrid, acabam de nomear Eva Marín como nova diretora do UBBO, o maior centro comercial do País, localizado em Lisboa, e propriedade da AXA. Eva Marín ocupava o cargo de Head of Property Management para os centros comerciais da CBRE em Espanha, desde 2019. A responsável fazia parte do Departamento de Gestão de Imóveis de Retalho, onde reportava diretamente à administração, e era responsável pela coordenação de 15 centros comerciais, supervisionando as áreas corporativa, de imobiliário, property, comercial e marketing, com o objetivo de melhorar a rentabilidade dos ativos e aumentar o seu valor. “Este é, sem dúvida, um dos maiores desafios da minha carreira, pois é a primeira vez que assumo funções fora do meu país de origem. O Centro Comercial UBBO, além de ser o maior do país, com mais de 127 mil metros quadrados, o que aumenta a minha responsabilidade, é um centro que se destaca dos demais. Tem um novo conceito baseado em ‘guest’, onde colocamos os visitantes no centro de tudo, e em momentos únicos. As experiências que proporcionamos aos visitantes não acontecem por acaso, são planeadas e preparadas para que o UBBO seja mais do que um conceito. Pretendemos valorizar ainda mais este espaço, ao identificarmos novas oportunidades e novos clientes, em conjunto com os diferentes departamentos já existentes”, explica Eva Marín, Diretora do Centro Comercial UBBO. Antes de se juntar à CBRE Espanha, em 2012, Eva Marín geriu o Centro Comercial La Vaguada, em Madrid, e o Centro Comercial Puerto Venecia, em Saragoça, onde acabou por fazer parte da equipa de gestão. Eva Marín é licenciada em Direito pela Universidade Complutense de Madrid e conta com um Programa Avançado de Gestão na ESADE, em Madrid, incluindo formação na Wharton School - Universidade da Pensilvânia.

Isabel Cipriano

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SHIRE ONE FACILITA A VIDA DOS PORTUGUESES ATRAVÉS DE ASSESSORIA PESSOAL E COACHING DE ALTA PERFORMANCE Há uma nova empresa no mercado que permite aos portugueses alcançar o máximo da carreira e ter a vida que sempre ambicionaram

Com o propósito de facilitar a vida de pessoas ativas que querem organizar-se para atingir os seus objetivos pessoais e profissionais, surge no mercado a Shire One. A principal missão da empresa é dar aos seus clientes as ferramentas necessárias para que tenham mais tempo e menos preocupações para fazerem o que realmente interessa: viver a vida que sempre ambicionaram. Através dos serviços de assistência organizacional, assessoria pessoal, consultoria e coaching de alta performance, a Shire One facilita a vida de quem quer atingir os seus objetivos pessoais e progredir na carreira, mas que, por falta de apoio ou de organização, ainda não alcançou as suas metas de vida. Através de uma assessoria personalizada diária, Helena Antunes, a mentora do projeto, permite aos seus clientes atingir o seu máximo potencial. De acordo com esta especialista em imagem e styling, “muitos de nós não atingem os seus objetivos de vida porque estão numa espiral de padrões e rotinas, desorganização generalizada e assoberbados de tarefas que tomam muito tempo e que podem facilmente ser delegadas”. Helena Antunes é apoiada neste novo projeto por Marisa Gargaté, consultora executiva de alta performance e coach em quem recai as responsabilidades orientar os clientes para atingirem os seus objetivos: “Desenhar um plano de ação, nas várias áreas da vida é essencial. Precisamos de ter sempre muito claro o que se tem de fazer a cada dia para chegar ao objetivo final. No entanto é também crucial ir percebendo o que se sente ao fazer esse percurso para o sucesso”, afirma. Com uma abordagem completa, prática e virada para a eficiência das ações, Helena e Marisa colocam agora no mercado um método de consultoria total, inteiramente personalizável, que promete fazer a diferença na vida dos portugueses.

Sobre Helena Antunes É responsável pela criação e desenvolvimento do conceito Shire One. A fim de assegurar a importância estratégica dos clientes tem como foco superar as suas expetativas, tomando as “dores” dos clientes e garantindo as suas necessidades. Começou a sua formação na área da informática, mas em poucos anos chegou à conclusão que não era feliz fechada num escritório das “9 às 6”, especializando-se em Moda no IADE e Assessoria de Imagem e Styling na Escola de Moda de Lisboa. Desde aí já trabalhou em quase todas as áreas da moda, desde ser maquilhadora na SIC e em marcas de cosmética, dar aulas de styling na ETIC, escrever artigos para a imprensa, produzir catálogos de moda, ser diretora numa revista digital. Já participou num programa de televisão e é convidada regularmente para falar sobre imagem. Sobre Marisa Gargaté: Mentora de Alta Performance e Liderança de empresários e executivos, neste momento atua como Especialista em Neurociência Comportamental e Reprogramação Mental. Licenciada em Gestão de Empresas e MBA em Saúde, foi sócia fundadora de diferentes projetos e áreas empresariais. Está responsável por toda a área comportamental e todos os serviços relacionados com o desenvolvimento pessoal do potencial humano e alcance da alta performance pessoal e profissional.

Helena Antunes e Marisa Gargaté

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SONAE SIERRA E GRUPO FERREIRA ASSOCIAM-SE PARA DESENVOLVER UM COMPLEXO DE ESCRITÓRIOS DE ÚLTIMA GERAÇÃO NO PORTO

Complexo de escritórios - Sonae Sierra e Grupo Ferreira

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Sonae Sierra e Grupo Ferreira associam-se para desenvolver um complexo de escritórios de última geração no Porto • Com um investimento de cerca de €42 milhões, será desenvolvido com uma arquitetura contemporânea, flexível e com exigentes requisitos de sustentabilidade. • Beneficiando de uma excelente localização, com uma eficiente rede de transportes públicos e espaços verdes exteriores, o complexo proporcionará bem-estar, conforto e flexibilidade aos seus utilizadores. • Este projeto enquadra-se na estratégia da Sonae Sierra de desenvolver as cidades do futuro e na estratégia da Grupo Ferreira de estar presente nos mercados exigentes e com grande procura.

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A Sonae Sierra e o Grupo Ferreira, através de uma parceria 50/50, vão desenvolver um complexo de escritórios de última geração na Zona Empresarial do Porto, beneficiando de uma localização privilegiada, com bons acessos à autoestrada, excelente rede de transportes públicos, estacionamento privado e espaços verdes exteriores. O complexo de escritórios será desenvolvido com uma linguagem arquitetónica contemporânea, da autoria da Broadway Malyan, com especial ênfase na flexibilidade, inovação e sustentabilidade, priorizando a qualidade dos espaços, o conforto e o bem-estar das pessoas. Alexandre Fernandes, Administrador da área de Developments da Sonae Sierra, afirma: “Este projeto enquadra-se no objetivo estratégico da Sonae Sierra de ser um player chave na reconversão urbana e no desenvolvimento das cidades do futuro, através da promoção de projetos urbanos sustentáveis, diferenciadores e inovadores. Num contexto de recuperação e dinamismo

do mercado de escritórios do Porto, ambicionamos desenvolver um projeto único em termos de qualidade, dimensão e sustentabilidade. Estamos muito entusiasmados em desenvolver este projeto com o Grupo Ferreira, um parceiro de reconhecida experiência e prestígio na promoção de projetos imobiliários.” Rui d’Ávila, Administrador do Grupo Ferreira, considera que com este Projeto, o Porto e a Zona Empresarial do Porto consolidarão a sua presença no espaço internacional das cidades competitivas mais procuradas pelas empresas dinâmicas e de talento. O Grupo Ferreira continua a investir fortemente em Portugal e sobretudo na AMP e esta parceria com a Sonae Sierra, uma empresa de grande prestígio na Europa, acrescenta um enorme valor ao Projeto. O projeto é composto por uma torre de escritórios com cerca de 19.000 m2 de Área Bruta de Construção, com nove andares e 338 lugares de estacionamento subterrâneos. Com uma arquitetura contemporânea, está dotado de áreas am-

plas e flexíveis, que permitirão aos seus utilizadores adequar cada espaço às suas necessidades. Cada piso terá cerca de 2.000 m2, sem barreiras ou colunas, beneficiando ainda de varandas e de uma vista panorâmica de 360º. O projeto foi concebido mediante exigentes requisitos de sustentabilidade, de modo a proporcionar um elevado desempenho ambiental e energético, com altos níveis de conforto e consistente com as melhores práticas de ESG. O licenciamento já está concluído, pelo que se prevê que a construção do complexo inicie no segundo semestre de 2022 e que esteja concluída até ao final do próximo ano.

A sede da SONAE, na Maia.

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YOUR TREND: A NOVA EMPRESA DE PERSONAL BRANDING E COMUNICAÇÃO DIGITAL EM PORTUGAL

Candidaturas abertas

NOVA SBE PROMOVE 4ª EDIÇÃO DA FORMAÇÃO DE LIDERANÇA SOCIAL PARA GESTORES

Com o objetivo de continuar a apoiar o desenvolvimento de Organizações Sociais através da melhoria de competências e conhecimentos de gestão estratégica, a Nova SBE lança a 4ª edição do programa “Liderança Social para Gestores”. Este programa, integrado na Iniciativa para a Equidade Social - uma parceria da Nova SBE com a Fundação “la Caixa” e o BPI - visa capacitar quem quer ajudar, dotando os profissionais do setor privado de conhecimentos e network necessários para colocarem a sua experiência ao dispor do setor da economia social. São cada vez mais os profissionais que, quer a título individual, quer através da Responsabilidade Social Corporativa das empresas, entendem a importância e a premência de disponibilizar parte do seu tempo e das suas competências, para dar o seu contributo à Comunidade. Ao longo do programa os participantes têm oportunidade de agir e disponibilizar o seu know-how como mais-valia para o impacto das organizações sociais para as quais escolheram contribuir. Esta formação destina-se a profissionais com mais de 15 anos de experiência com funções de gestão ou com experiência de middle management, que tenham capacidade de liderança de equipas e visão de organização estratégica, motivados por partilhar competências técnicas, softskills e tempo. A formação “Liderança Social para Gestores” aborda temas como o contexto e especificidades do setor, modelos de governance, regimes fiscais e legais, relatórios e medição de impacto e modelos de negócio. Com início a 26 de abril, o programa proporciona aos participantes a possibilidade de adquirirem uma experiência transversal. Com uma abordagem hands-on, durante os três dias de formação intensiva os participantes serão postos à prova, sendo divididos em grupos de trabalho com os colegas e várias organizações sociais.

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Andreia

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No final do programa, um processo de matchmaking identificará as competências dos participantes e as necessidades das organizações, criando a oportunidade para que cada um contribua para uma causa com a qual se identifique. Os participantes poderão contar ainda com acompanhamento personalizado durante as sessões e apoio pós-programa, para procurarem oportunidades em funções não executivas em organizações sociais. Com este o programa, os executivos ganham uma base de conhecimento específica do setor social que lhes assegura o contexto necessário para que possam iniciar a sua contribuição. De acordo com Paulo Carvalho, consultor e voluntário no projeto Café Joyeux da Associação VilaComVida “o objetivo da participação neste programa esteve relacionado com a vontade pessoal de ter contato com o setor social. A curiosidade e a vontade de estar ligado a uma destas organizações de forma mais ativa era um objetivo efetivo, bem como entender o funcionamento das mesmas e suas necessidades.” “Voluntariado, com maior ou menor intervenção, ou a responsabilidade de conselheiro não executivo são sempre possibilidades ao alcance de gestores com experiência profissional, independentemente do sector, e que podem fazer a diferença no apoio à gestão destas organizações”, afirma Paulo Carvalho. Segundo Rita Vasconcelos, Legal Manager, CSR Ambassador CGI, “a área da Economia Social sempre me interessou pelo que vi no Curso de Liderança Social para Gestores, da Nova SBE, um meio valioso para adquirir competências técnicas e outras mais valias nesse sector. No final do curso, que foi pleno de informação assertiva e prática sobre as questões com que se debate quem intervém nesta área, surgiu o convite para integrar o Conselho Consultivo da ARIA, o que me permitiu que pudesse colocar em serviço as competências adquiridas no curso, e outras provenientes da minha experiência pessoal e profissional. Das anteriores três edições, que contaram com a participação de mais de 65 profissionais de topo, 75% destes participantes estarão integrados em Conselhos Consultivos em mais de 12 Organizações Sociais até ao março de 2022. As inscrições para o programa Liderança Social para Gestores estão abertas e são limitadas às vagas disponíveis.

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