Liderança no Feminino - Dezembro 2020

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ISABEL FERNANDES, DIRETORA DOS SERVIÇOS JURÍDICOS DO GRUPO VISABEIRA

Liderança no Feminino® é uma publicação da responsabilidade editorial e comercial de Sandra Arouca | Periodicidade mensal | Venda por assinatura 8€

RECONHECIDA COMO UMA DAS “INSPIRAL LAW WOMEN” DA IBERIAN LAWYER

THE BEST OF 2020

DESCUBRA AS MELHORES EMPRESÁRIAS E EMPREENDEDORAS DO ANO

#32 | DEZEMBRO DE 2020


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ÍNDICE 4 | EDITORIAL 6 | “INSPIRAL LAW WOMEN” Isabel Fernandes, Diretora dos Serviços Jurídicos do Grupo Visabeira 14 | O AMBIENTE DE 2020 - QUERCUS Paula Silva, Presidente da Quercus 18 | O TURISMO AO SERVIÇO DA SUSTENTABILIDADE POR VIA DA CERTIFICAÇÃO Patrícia Araújo, CEO da Biosphere 22 | CRESCIMENTO PESSOAL COMO IMPULSIONADOR DO SUCESSO Cidalia Jacinto, International Business Development, Entrepreneur Consulting, Industrial Engineering 26 | A ARTE DE TRANSFORMAR ADVERSIDADES EM OPORTUNIDADES Clotilde Rodrigues, Coach Transformacional & Instrutora Online 30 | A MINHA MISSÃO É DEIXAR AS PESSOAS APAIXONADAS POR PALAVRAS Mónica Menezes, Formadora e Mentora de Escrita Criativa / Storytelling 32 | O ATIVISMO LITERÁRIO AO SERVIÇO DO ALENTEJO Guida Brito, CEO do AlentejoTurismo FICHA TÉCNICA Direção e Edição: Sandra Arouca Jornalistas: Ana Moutinho, Ana Duarte e Cristiana Rodrigues Web developer: Ana Catarina Gomes Design e Paginação: Pedro Guedes Marketing e Gestão de Redes Sociais: Catarina Fernandes Contactos: geral@liderancanofeminino.org redacao@liderancanofeminino.org Registada na ERC com o n.º 126978 Propriedade de Sandra Arouca Sede e Redação - R. Nova da Junqueira, 145 4405-768 V.N.Gaia Periodicidade mensal Liderança no Feminino® tem o compromisso de assegurar os princípios deontológicos e ética profissional dos jornalistas, assim como pela boa fé dos leitores. O conteúdo editorial da Revista Liderança no Feminino é totalmente escrito segundo o novo Acordo Ortográfico. Todos os artigos são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião da editora. Reservados todos os direitos, proibida a reprodução total ou parcial de todos os artigos, sem prévia autorização da editora. Quaisquer erros ou omissões nos artigos, não são da responsabilidade da editora.

36 | UMA NOVA ABORDAGEM AO BUSINESS EMPRESARIAL DEPOIS DE VINTE ANOS COMO GESTORA Ana Gaspar, Coach e Consultora Empresarial Especialista em Gestão de Negócios 40 | UMA PROFISSIONAL POLIVALENTE COM FORTES PREOCUPAÇÕES SOCIAIS Susana Gomes da Costa, Presidente do Conselho Fiscal da LeYa, SA; Membro do Conselho Fiscal da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo; Sócia cofundadora da Fernando Horta e Costa – Soc. Mediação de Seguros, Lda 44 | A ARTE DE DAR CORPO – E VOZ – ÀS IDEIAS DE NEGÓCIO DO INTERIOR PORTUGUÊS Susana Lopes, CEO & Creative Director 48 | THAI WAY SPA: “UM PEQUENO EPICENTRO DA TAILÂNDIA EM PORTUGAL” 54 | “DEVE A SAÚDE MENTAL SER UM INDICADOR CRÍTICO DE NEGÓCIO”? Regina Afonso, Psicóloga Clínica e da Saúde


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| DEZEMBRO 2020

EDITORIAL O ano de 2020 tem sido um ano atípico. Para muitas empresas, o ano tem sido sinónimo de quebras muito significativas no volume de negócios, perda de clientes e redução de pessoal, devido à situação que o mundo vive atualmente. Mas, muitas empresas reinventaram-se e os seus projetos também se evidenciaram.

cada vez mais importante para as marcas, que tem como um dos seus valores - as Pessoas.

A Covid-19 trouxe-nos inúmeras mudanças, sendo que uma das que mais se destaca é a redução do número de interações pessoais e aumento do contacto digital. A necessidade das empresas e nomeadamente dos departamentos de recursos humanos adaptarem o seu mindset sobre a pessoa que têm à frente. Muitas empresas de diferentes sectores da economia foram obrigadas a seguir o caminho da transformação digital para que pudessem continuar a trabalhar neste novo paradigma.

Acreditamos que o dia de amanhã será melhor e que teremos capacidade para nos reinventar e adaptar-nos às novas exigências do mercado. Sabemos que não teremos respostas para muitas das questões que a pandemia nos trouxe, mas temos que acreditar que voltaremos ao nosso "normal" no decorrer do próximo ano.

A aposta forte das empresas, em 2021, será em Recursos Humanos e inovação tecnológica, mais especificamente: na gestão de procedimentos, que asseguram e suportam o compliance, a qualidade de serviço para garantir a relação de proximidade, confiança, responsabilidade e respeito com os clientes; na retenção de talento e a sua formação, uma área

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As empresas reinventaram-se, outras destacaram-se e com esta edição pretendemos terminar o ano com os projetos de sucesso, empresárias e empreendedoras que marcaram a diferença durante o ano 2020.

O nosso agradecimento pela sua dedicação e confiança no ano que agora termina, e a antecipação das boas vindas -de braços abertos- ao novo ano que se aproxima, onde gratamente continuaremos a caminhar em conjunto, lado a lado. Estamos juntas na Liderança!

Sandra Arouca


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ISABEL FERNANDES, RECONHECIDA COMO UMA DAS “INSPIRAL LAW WOMEN” DA IBERIAN LAWYER A Revista Liderança no Feminino foi conhecer Isabel Fernandes, Diretora dos Serviços Jurídicos do Grupo Visabeira, recentemente premiada nos “Gold Awards”, que reconhecem a excelência e o profissionalismo entre as principais equipas legais internas a estruturas empresariais na Península Ibérica. Em matéria de liderança e inspiração, Isabel Fernandes foi igualmente distinguida no âmbito da iniciativa “InspiraLaw” da Iberian Lawyer, pelo segundo ano consecutivo, como uma das 60 profissionais mais proeminentes do mercado ibérico.

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Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, o percurso profissional de Isabel Fernandes caracteriza-se por uma diversidade de funções exercidas, ao nível do setor publico e privado, assim como de países/jurisdições onde as mesmas foram ao longo do tempo desenvolvidas. Tendo o mesmo sido iniciado em 1993, com a colaboração com o Ministério da Justiça (Portugal) onde assumiu a função de Consultora Jurídica do Gabinete de Estudos e Planeamento (Abril 1993-Outubro 1994), assegurando assessoria técnico-jurídica na preparação de reuniões internacionais, emitindo pareceres e documentos de apoio necessários à preparação das posições nacionais e, quando necessário, participando nessas mesmas reuniões

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O percurso profissional de Isabel Fernandes caracteriza-se por uma diversidade de funções exercidas, ao nível do setor publico e privado, assim como de países /jurisdições onde as mesmas foram ao longo do tempo desenvolvidas.


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(eg. Preletora da delegação portuguesa na OCDE – “Reunião ad hoc sobre proteção de dados pessoais e da vida privada” – Paris-3 e 4 de Novembro 1993), tendo posteriormente integrado o núcleo de Estudos Jurídico-Sociais da Divisão de Estatística do Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério da Justiça, onde participou na elaboração de diversos estudos relativos à administração da justiça criminal. Em Outubro de 1994 vai para Macau, a convite do Dr. Eduardo Cabrita, atual Ministro da Administração Interna, tendo assumido, de outubro de 1994 a outubro de 1996, funções de Assessora Jurídica do Gabinete para a Tradução Jurídica de Macau, onde prestou apoio jurídico na tradução e na redação de diplomas legais bem como na produção de informação e pareceres jurídicos no âmbito do processo de transição do território de Macau para a República Popular da China. Em finais de 1996 vai para Moçambique onde inicialmente colaborou com o escritório de Advogados da Coelho Ribeiro e Associados – CRA, tendo em paralelo exercido a atividade de docente na área do Direito, no Instituto Superior Politécnico e Universitário, onde foi Regente da disciplina de Direito Comercial, assim como Responsável pelo Gabinete Jurídico e pelo Curso de Ciências Jurídicas. Em dezembro de 1998 iniciou a sua colaboração com a PricewaterhouseCoopers - Moçambique, onde assegurou, enquanto Diretora Associada do Departamento Legal e Fiscal, apoio técnico em matérias jurídico-fiscais pertinentes ao ordenamento jurídico Moçambicano com vista a responder aos interesses e necessidades dos clientes e investidores, nacionais e estrangeiros, nas mais diversas áreas de negócio. Durante a colaboração com a PwC Moçambique, teve uma participação ativa na Reforma Fiscal dos Impostos Indiretos em Moçambique (1999), com a realização de ações de formação sobre o Imposto sobre o Valor Acrescentado em estreita coordenação com a UNIVA-Ministério do Plano e Finanças Moçambicano, assim como na Reforma Fiscal dos Impostos Diretos (20022003) com a realização de ações de formação em coordenação com a URTI-Ministério Plano e Finanças. Ainda em Moçambique, foi correspondente do “International Bureau of Fiscal Documentation” (IBFD), de novembro de 2002 a julho de 2006, tendo assegurado apoio em matérias jurídico-fiscais pertinentes ao ordenamento jurídico Moçambicano, com reporte contínuo de alterações legislativas, designadamente ao nível fiscal e emissão de pareceres e demais informação relevante no âmbito das funções assumidas pelo IBFD. De regresso a Portugal (agosto 2006) inte-

grou, pela primeira vez, os quadros internos de um grupo empresarial – Grupo Visabeira, que posteriormente incorporou o Grupo Vista Alegre e a Bordalo Pinheiro (em 2009) – como responsável pela Direção dos Serviços Jurídicos. Desde o início da sua colaboração com o Grupo Visabeira que assume as funções de Diretora dos Serviços Jurídicos, assegurando, através da equipa que lidera, assessoria e consultoria técnica em todas as matérias do foro jurídico no seio do Grupo. O Grupo Visabeira é um grupo económico de ampla expansão multinacional, estando presente em 16 Países e comercializando serviços e produtos para 119 diferentes nações. À vertente multinacional associa-se a componente multissetorial na medida em que opera nos mais diversos setores de negócio, desde as telecomunicações, energia, tecnologias, construção, imobiliário, turismo e indústria. Organizado em três holdings sectoriais que agregam as suas principais atividades, segmentadas por áreas de negócio (a Visabeira Global, a Visabeira Turismo, Imobiliária e Serviços e a Visabeira Industria), a Visabeira Global é a holding com maior dimensão e mais alargada abrangência de atividade, englobando as áreas das telecomunicações, das energias, das tecnologias e da construção. Sendo o Grupo Visabeira uma multinacional e uma empresa multissetorial, a diversidade das matérias e complexidade de assuntos com que a equipa interna do departamento jurídico é diariamente confrontada pela administração e demais gestores que integram as múltiplas estruturas de negócio pontuam o seu dia-a-dia! Em particular, a equipa jurídica liderada por Isabel Fernandes assegura apoio em todos os assuntos comerciais e societários do Grupo, nomeadamente na expansão, reestruturação e viabilização societária, com intervenção em processos de constituição, aquisição, fusão e formalização de parcerias, a nível nacional e internacional; na regulação de relações parassociais e de relacionamento entre os órgãos sociais, os

O Grupo Visabeira é um grupo económico de ampla expansão multinacional, estando presente em 16 Países e comercializando serviços e produtos para 119 diferentes nações. 9


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Para além da assessoria técnica prestada, assume igualmente a responsabilidade pelo planeamento, supervisão e controlo das atividades do departamento jurídico do Grupo acionistas e demais stakeholders; e na negociação de contratos e preparação de todos os mais diversos tipos de documentos societários. Ainda na área contratual participa ativamente no desenvolvimento de instrumentos contratuais para operações financeiras estruturadas. Presta igualmente assessoria aos acionistas e órgãos de administração/direção na definição dos modelos e práticas de boa governação a adotar, na preparação e revisão de relatórios de governo societário e no cumprimento dos deveres legais e estatutários da sua responsabilidade, coordenando as relações com o mercado de capitais, no caso das empresas do Grupo cotadas na Euronext Lisbon. Para além da assessoria técnica prestada, Isabel Fernandes assume igualmente a responsabilidade pelo planeamento, supervisão e controlo das atividades do departamento jurídico do Grupo, liderando atualmente uma equipa interna constituída por 13 Advogados/ Juristas (Portugal/Angola e Moçambique), em simultâneo com a coordenação de consultores externos que assegurem apoio técnico-jurídico necessário à prossecução das atividades setoriais do Grupo, a nível nacional e internacional (com forte presença na Europa e África e em alguns países da América). É firme convicção de Isabel Fernandes que o foco no desenvolvimento de aptidões de negócio, alinhadas com o background legal tem sido fundamental para o desempenho eficiente e bem sucedido das diversas tarefas que a equipa jurídica do Grupo Visabeira tem vindo a assumir na respetiva estrutura empresarial. A função de advogado/jurista interno a uma estrutura empresarial não se pode mais circunscrever à mera gestão dos riscos legais decorrentes dos projetos, mas implica ter uma visão de negócio, avaliando e compreendendo, em cada momento, os principais termos e condições em que os projetos operam, bem como a estratégia e os principais objetivos que se pretendam alcançar com a implementação/ gestão dos mesmos, desenvolvendo, para o efeito, um relacionamento cada vez mais pró-

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ximo com os demais colegas de trabalho também envolvidos na respetiva implementação/ gestão, a fim de colocar as perguntas certas e comunicar eficazmente os riscos e as questões jurídicas envolvidas em qualquer decisão, tentando sempre apresentar soluções viáveis e de valor acrescentado. A partilha de interesses com os demais players do negócio e a “visão do negócio” que um advogado/jurista interno é obrigado a ter para alcançar o devido reconhecimento e sucesso da sua função pela respetiva estrutura de gestão, são claramente os fatores distintivos

Em termos de ambiente de trabalho, o ambiente de escritório de advogados é sobretudo um ambiente mais formal e menos imprevisível pois o distanciamento das exigências diárias do negócio assim o permite 12

em relação a um advogado ou consultor jurídico externo. Aliado a isso, a diversidade de assuntos de cariz jurídico com que somos confrontados é igualmente um sinal distintivo de um advogado que integre um escritório em que a especialização por áreas determinadas predomina. Acresce ainda que, em termos de ambiente de trabalho, o ambiente de escritório de advogados é sobretudo um ambiente mais formal e menos imprevisível pois o distanciamento das exigências diárias do negócio assim o permite. A diversidade dos setores em que o Grupo Visabeira opera e a crescente complexidade de matérias com que a respetiva equipa jurídica se vê constantemente confrontada têm sido fatores determinantes nas sucessivas candidaturas formalizadas pela Direção dos Serviços Jurídicos às várias edições dos “Gold Awards” promovidos pela Iberian Lawyer e mais recentemente pela LC Publishing Group. Em particular, ao nível do setor das telecomunicações, das energias, das tecnologias e da construção, o continuado reforço nos últimos anos do crescimento da sua atividade, com especial enfoque na Europa, bem como a sua expansão a novas geografias, tem sido relevante na determinação da categoria premiada dos “Gold Awards”.


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Em matéria de liderança e inspiração, Isabel Fernandes foi igualmente distinguida no âmbito da iniciativa “InspiraLaw” da Iberian Lawyer, pelo segundo ano consecutivo, como uma das 60 profissionais mais proeminentes do mercado ibérico.

Até à data a Direção dos Serviços Jurídicos do Grupo Visabeira já conta com três premiações: uma ao nível da equipa jurídica na categoria “Corporate Team – Portugal” nos “Gold Awards - 2018” e duas ao nível individual na categoria “In-House Counsel of the Year – Construction, Projects & Infrastructure” nos “Gold Awards – 2019” e “Gold Awards - 2020”. As premiações em análise constituem inegavelmente uma importante distinção na medida em que os “Gold Awards” reconhecem a excelência e o profissionalismo entre as principais equipas legais internas a estruturas empresariais na Península Ibérica, valorizando o rigor técnico e o seu contributo na definição da estratégia empresarial e desenvolvimento dos negócios pelas respetivas estruturas de gestão. Na atribuição dos prémios, a Iberian Lawyer tem vindo a destacar a reconhecida carreira e vasta experiência de Isabel Fernandes, que lidera a equipa legal, nacional e internacional, do Grupo que opera em diversos mercados e em diferentes áreas de negócio, para além do setor das telecomunicações e construção, sendo considerada uma das melhores líderes de opinião em toda a comunidade Ibérica. “Um exemplo a seguir” segundo o testemunho de colegas.

Em matéria de liderança e inspiração, Isabel Fernandes foi igualmente distinguida no âmbito da iniciativa “InspiraLaw” da Iberian Lawyer, pelo segundo ano consecutivo, como uma das 60 profissionais mais proeminentes do mercado ibérico, atendendo ao seu percurso profissional e papel desempenhado na área legal e estrutura empresarial em que atua. De salientar que quer a diretora quer o departamento jurídico do Grupo Visabeira têm sido distinguidos em diversos fóruns, no país e no estrangeiro, por diversas entidades, de entre as quais se destaca o Guia “GC Powerlist Iberia: Portugal Teams” divulgado pelo diretório britânico “The Legal 500”, no qual a Direção que lidera foi destacada, em duas das suas recentes publicações, como uma das 100 mais influentes e inovadoras equipas de advogados in house pelo trabalho relevante desenvolvido no sector jurídico português. Para Isabel Fernandes, a premiação, seja ela individual ou ao nível do próprio departamento, é naturalmente reflexo do profissionalismo e trabalho de excelência desenvolvido por toda a equipa jurídica do Grupo Visabeira, com a qual tem tido o privilégio de trabalhar ao longo dos últimos catorze anos, em todas as suas áreas de atuação e nas mais diversas geografias onde o Grupo marca presença. Relativamente à função que desempenha, Isabel Fernandes entende ser Aliciante pelo teor das questões colocadas; Exigente pela quantidade e diversidade dos assuntos endereçados, bem como pelas cautelas que a sua análise normalmente impõe; Árduo pela pressão e limitações de tempo normalmente associadas para a identificação e/ou implementação de soluções ajustadas aos interesses do negócio e de valor acrescentado; Gratificante pela partilha de conhecimentos e experiências e pelo inegável contributo que daí normalmente resulta para o sucesso dos projetos.

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O AMBIENTE DE 2020 QUERCUS UMA ASSOCIAÇÃO COM HISTÓRIA – 35 ANOS O ano de 2020 será sem dúvida um ano a ser recordado por todos! Algumas das palavras mais faladas foi indubitavelmente pandemia, máscara, desinfeção e confinamento. Esta nova realidade teve e terá imensas consequências, algumas menos positivas é bem verdade, mas também permitiu, com se poderá dizer “dar um tempo ao planeta”. Paula Silva, Presidente da Quercus

2020 é também o ano em que a QUERCUS - Associação Nacional da Conservação da Natureza completa os seus 35 anos. Que bonita idade! Uma das razões apontadas para o aparecimento do vírus é o fato da atividade humana, que, destruindo habitats, comercializando espécies silvestres, provocando o aquecimento global, perda de biodiversidade e de ecossistemas naturais permite que estejamos em contato com novos vírus e vetores desses vírus. Chegando ao ser humano numa versão falemos assim, altamente contagiosa e com possíveis sintomas que todos sobejamente conhecemos. SERÁ QUE CHEGAMOS AO PONTO DE INFLEXÃO? SERÁ QUE A HUMANIDADE VAI FINALMENTE REVERTER A TENDÊNCIA DE GASTAR OS RECURSOS DO PLANETA E DEIXAR DE O SOBRECARREGAR? Desde que me lembro de ser jovem sempre me interessei pelo mundo rural, atividades ao ar li-

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2020 é também o ano em que a QUERCUS Associação Nacional da Conservação da Natureza completa os seus 35 anos. Que bonita idade! vre, cheiros como o da terra molhada no Verão, contactar com animais e ajudar nas lides agrícolas. Os Verões eram passados no interior norte do país e durante o resto do ano estudava na margem sul. Adorava a liberdade de viver na aldeia e o contato com a Natureza. Em 1985, já estudava na escola primária e a minha professora já falava em hábitos de poupança. Durante a minha adolescência tive a oportunidade de poder brincar no jardim em frente aos prédios lá do bairro,


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Em Portugal em finais de 1984 um grupo de ativistas fundou a Quercus - Grupo para a Recuperação da Floresta e Fauna Autóctones, em Braga

mexer na terra e jogar ao futebol humano! Lá em casa, ninguém deixava as luzes acesas ou desperdiçava água. É verdade que a questão era mais financeira, mas não deixou de ser educação ambiental! Foi em 1985 que foi detetado o buraco na camada do ozono. Esta descoberta foi um alerta global e este passou a ser um ícone da luta pela conservação da natureza. Foram vários os desastres ambientais ocorridos no mundo. Fazendo uma resenha dos mais impactantes a nível mundial temos os derrames de petróleo, derrames tóxicos (metais pesados/pesticidas) e acidentes em centrais nucleares. Em Portugal em finais de 1984 um grupo de ativistas fundou a Quercus - Grupo para a Recuperação da Floresta e Fauna Autóctones, em Braga. Quercus é o nome em latim para o género de carvalhos que fazem parte da floresta autóctone de Portugal. O símbolo da Associação é uma folha de carvalho negral com uma bolota, protegida entre parêntesis. Em 31 de outubro de 1985, já no Porto, com a integração de outras associações mais regionais, foi criada formalmente. Havia necessidade de ter uma união e intervenção mais forte nessa área da sociedade. Apenas em 1987 foi alterado o nome para o atual –QUERCUS Associação Nacional da Conservação da Natureza. Essas associações regionais acabaram por dar origem aos núcleos regionais que permite até aos dias de hoje uma atividade mais de proximidade com as populações. A importância da Associação Quercus ao longo da história de Portugal é muito relevante. Com uma atitude inovadora, irreverente, mas ao mesmo tempo com uma forte base técnico-científica foi conquistando visibilidade da sociedade. Tendo alcançado o estatuto de uti-

lidade pública. Com forte personalidade e com dirigentes com perfis vincados, é natural que ao longos destes 35 anos, nem tudo internamente tenha sido perfeito. Havia sempre muita discussão interna. Como em qualquer outra instituição com estas características a vida da Quercus passou por fases menos produtivas e mais conflituosas. O mais importante é regenerar-se de cada vez que passa por estas etapas. A natureza também é assim! Ao logo de 35 anos foram surgindo outras associações com missões parecidas às da Quercus. Na última década foi notório o crescimento das preocupações da população com o seu futuro, com a falta de água, com o consumo excessivo de recursos, com a qualidade do ar que respiram, com uma alimentação mais cuidada. Ultimamente os temas da sustentabilidade, economia circular, serviços do ecossistema tem vindo a ser agenda de toda a sociedade. Até

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Se analisarmos de uma forma muito simples, o modelo económico atual é de um apelo desmedido ao consumismo pode parecer estranho, mas o papel de Greta Thunberg, despertou em muitos (especialmente nos jovens) uma vontade de querer assegurar um mundo melhor para viver. Inclusivamente estamos a assistir a uma mudança no setor empresarial com forte aposta em questões da sustentabilidade. Tenho pena é que algumas são apenas de greenwashing. Se analisarmos de uma forma muito simples, o modelo económico atual é de um apelo desmedido ao consumismo. Vejamos: para alimentar uma sociedade consumista, precisamos desde logo de mais recursos (perda de habitats naturais; poluição da extração; consumos de água) e aten-

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ção que quando falo em consumo, estou-me a referir a algo transversal. Consumo de vestuário, consumo de bens materiais, consumo associado às nossas casas, consumos com a nossa mobilidade e alimentação, entre outros! O marketing dos grupos económicos é agressivo e faz uma pressão constante no consumidor. Já perceberam porque muitas pessoas que vivem em aldeias onde não há comércio muitas vezes conseguem poupar e amealhar debaixo do colchão, mesmo a receber muito menos ao fim do mês! Acabamos por consumir mais e muitas vezes com menor qualidade. Vejamos o caso de uns simples sapatos. Em muitos casos estes são fabricados com mão de obra paga a baixo custo, com materiais de fraca qualidade, fazem muitos quilómetros para chegar às nossas lojas. Mesmo assim são baratos. Para além do cheiro a plástico e às vezes outros menos agradáveis, depois de meia dúzia de utilizações, estragam-se. Não compensa reparar estes sapatos, porque o preço do arranjo no sapateiro é superior a um par de sapatos novos. Já não servem e seguem para o lixo. Repliquem este exemplo pela população mun-


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Temos uma sociedade atualmente muito baseada em bens materiais e quantidades, egoísta para com as gerações seguintes. A geração vindoura tem toda a razão de reclamar um planeta mais são dial (obviamente a mais ocidental). O setor da agricultura/alimentação é outro dos setores que para além de destruir muitos habitats naturais, utiliza muitos tóxicos, os alimentos por vezes fazem milhares de quilómetros, gastos em conservação e embalagem, para no fim termos um excesso de desperdício alimentar! Temos uma sociedade atualmente muito baseada em bens materiais e quantidades, egoísta para com as gerações seguintes. A geração vindoura tem toda a razão de reclamar um planeta mais são. A educação e sensibilização ambiental, pelo menos nas camadas mais jovens é uma temática sobejamente abordada. Pena é que quando chegam à fase adulta não seja na prática tão apurada como poderia prever. O esforço devia ser global, porque globais também são as consequências. São milhares as denúncias e os reportes de situações diárias que chegam à QUERCUS e

apesar de estarmos melhor na proteção e legalidade associada ao ambiente, crime ainda compensa, especialmente em casos em que o foco da poluição está associado a um grande grupo económico. Defendo que as coimas e a fiscalização devia ser mais apertada. Com reais consequências para os criminosos. Afinal todos nós vamos ser prejudicados. Atualmente desempenho o cargo de Presidente da Direção Nacional da Quercus, um cargo voluntário, mas com enorme responsabilidade. É o desafio mais sério e difícil que alguma vez tive na vida. Na história da Quercus apenas houve uma presidente da direção nacional, sendo eu a segunda a exercer. Mas esta associação sempre contou com um leque alargado de colaboradores, simpatizantes, sócios, que tiveram um papel igualmente importante. Associação é isso mesmo, pressupõe uma equipa multidisciplinar que luta por uma missão comum, associamo-nos! Apesar de uma maior consciência ambiental, penso que a sociedade ainda não está preparada para a mudança. Existem muitos hábitos ainda entranhados culturalmente difíceis de mudar em pouco tempo. Terá o planeta Terra esse tempo? O que o Homem fingia que não via, a natureza tratou de demonstrar! Esperemos que este ano de 2020 sirva para refletirmos no AMBIENTE. Que por definição vem do latim ambiens/ambientis, com o sentido de envolver algo. O nosso Ambiente envolve todas as circunstâncias e condições que nos envolvem. Que sejamos conscientes dos nosso atos e na duvida pense sempre: Que futuro quero deixar aos nossos filhos?

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O TURISMO AO SERVIÇO DA SUSTENTABILIDADE POR VIA DA CERTIFICAÇÃO Com um trajeto profissional eclético, entre o jornalismo e a consultoria, Patrícia Araújo desempenha atualmente funções como CEO da Biosphere, empresa que se dedica à certificação de destinos e empresas que cumpram com metas de sustentabilidade. Conhecedora do sector do turismo, e das exigências impostas pelos cidadãos cada vez mais informado, sublinha que este “é o momento dos agentes mostrarem o compromisso de cuidar dos seus”. Patrícia Araújo, CEO da Biosphere

Patrícia Araújo não consegue precisar como surgiu o seu interesse pela área do turismo, se fruto de um processo evolutivo ou um entusiasmo escondido à espera de ser estimulado. Na verdade, o trajeto profissional da atual CEO da Biosphere Portugal começou a ser traçado na área da comunicação, no seguimento da licenciatura em Jornalismo e do mestrado em Comunicação e Marketing, enquanto jornalista. Seguiu-se uma experiência como client and project management, à qual juntou, anos mais tarde, a possibilidade de trabalhar “em exclusividade um referencial internacional de turismo sustentável em Portugal” – o estímulo que estava a faltar. Foi aí que as “questões ligadas à sustentabilidade”, que sempre a preocuparam – em parte devido à sua ligação do interior do país – entraram no quotidiano profissional de Patrícia. A Biosphere Portugal dedica-se à certificação de destinos ou alojamentos que cumpram com as metas de sustentabilidade definidas. Um negócio em crescimento, tanto em Portugal como no resto do mundo, face à notória tomada de consciência por parte dos vários agentes globais para os assuntos relacionados com a sustentabilidade. Patrícia classifica o tópico como “absolutamen-

A Biosphere Portugal dedica-se à certificação de destinos ou alojamentos que cumpram com as metas de sustentabilidade definidas. 18


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te crítico”, ressalvando que “ já não temos espaço para hesitações e para estratégias” que não estejam focadas, por exemplo, na concretização das metas da Agenda 2030. O “novo turista”, como lhe chama, parece estar consciente desta urgência. A procura reflete as preocupações dos consumidores, que optam por ofertas turísticas que respeitem as necessidades e interesses das comunidades e de toda a envolvente natural e cultural. Perante esta mudança de paradigma, a resposta da indústria tem se manifestado na “reformulação das suas práticas”. No panorama português, a preocupação com as questões relacionadas com a sustentabilidade já se fazia sentir “nos últimos anos”, pelo que “a grande maioria das partes interessadas já tinha começado a demonstrar forte sensibilidade e vontade de ação”. Neste plano, a certificação pela Biosphere, que atesta os esforços e a diferenciação dos diferentes territórios rumo à sustentabilidade, tem se materializado, para os destinos e empresas, numa maior procura por parte de viajantes. “Este

No panorama português, a preocupação com as questões relacionadas com a sustentabilidade já se fazia sentir “nos últimos anos”

esforço tem resultado, os números demonstram-no “, reflete Patrícia, que descreve estes destinos certificados como sendo “mais resilientes”. A influência acaba mesmo por se refletir ao longo da cadeia de valor, num processo de arrastamento, algo que contribui para a criação de um “ecossistema sustentável” – tal como se pretende.

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Em Portugal, “são mais de 100” as empresas já certificadas pela Biosphere, sendo que as expectativas são que este número “triplique ao longo dos próximos anos”. Na hora de enumerar as vantagens que decorrem deste reconhecimento, Patrícia Araújo destaca o “conjunto transparente de critérios”, o “amplo reconhecimento” pelas diversas partes envolvidas, assim como a “visibilidade” que dele advém. Ainda assim, o “reforço de competitividade” é, segundo a CEO, a consequência mais importante que resulta da certificação pela Biosphere. Esta valorização do produto ficou evidenciada ao longo do ano de 2020, no período pré-pandemia, mas também durante a crise sanitária, uma “prova de que as empresas reconhecem” que através deste tipo de certificação e validação “do trabalho desenvolvido em prol da sustentabilidade também se podem diferenciar e afirmar no mercado global, que, por sua vez, também procura estas ofertas”. Ao longo dos últimos meses, também a Biosphere procurou adaptar-se ao novo contexto. Com um workshop sobre sustentabilidade como factor-chave para a competitividade e diferenciação no turismo planeado, as soluções para as imposições de distanciamento social passaram sobretudo pelo recurso às ferramentas digitais, mas também pela capacitação de “uma equipa fantástica”. O balanço, de momento, é positivo. “Acabámos por não sentir quebras”, revela. A perda de contacto físico não foi sinónimo de um afastamento entre pessoas – equipa e clientes. A atividade foi, aliás, reforçada com o desdobramento “dos workshops, das abordagens às empresas” e com a criação de guias de apoio para a sustentabilidade sanitária, minimizando, assim, o impacto na sustentabilidade. Desta forma, a empresa procurou “assumir-se como um parceiro que está presente nos bons momentos, mas também nas alturas mais desafiantes”. Patrícia defende, ainda, que a recuperação do sector do turismo, essencial para a recuperação económica do país, é indissociável da defesa da cultura de sustentabilidade. Como tal, “mais do que uma boa gestão ambiental”, a CEO da Biosphere considera importante questões mais específicas como as emissões de carbono, o uso de plásticos, o consumo de água, o desperdício de água, mas também tópicos de carácter social, tais como “o trabalho decente, o apoio à comunidade local, as compras responsáveis e valoriza-

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Com o ano novo a aproximar-se a passos largos, a CEO espera dar continuidade a uma jornada “muito gratificante”. ção do que é autêntico e genuíno”. O ano de 2020 para Biosphere vai ficar igualmente marcado pela participação num conjunto de sessões online dirigidas aos 35 municípios atravessados pela Estrada Nacional nº2 e nas quais são abordadas boas práticas de qualidade, segurança e sustentabilidade. Um projeto “estruturante para o país”, segundo Patrícia, e que, ao diferenciar os territórios em causa dos demais destinos, poderá trazer “francas oportunidades”. “Os turistas podem descobrir a rota a pé, de bicicleta, mota, carro e autocaravana. É uma oferta muito diversa e uma experiência que mostra um Portugal autêntico, genuíno, com o que de melhor temos para oferecer”, sublinha. Sem nunca esquecer o compromisso com a sustentabilidade, o processo decorre atualmente com os agentes a serem recrutados para a plataforma de capacitação, tendo em vista a participação nas atividades programadas (ações de capacitação, apoio à implementação de requisitos de segurança e sustentabilidade, e distinção dos agentes pelo seu esforço na implementação destes requisitos). Até agora, o projeto conta com 500 inscritos, sendo que a meta desejada se situa nos mil até Março de 2021. Com o ano novo a aproximar-se a passos largos, a CEO espera dar continuidade a uma jornada “muito gratificante”. “Ir somando” é, de resto, um dos seus objetivos e desejos no que concerne ao campo profissional. “A Biosphere tem-me trazido muito orgulho, felicidade e despertado muitos sorrisos. E ainda há muito caminho a percorrer”. Juntamente com a “ambição secreta de ajudar Portugal a tornar-se o país mais sustentável do mundo”, Patrícia Araújo almeja “ser feliz”, fazendo “acontecer os momentos de felicidade todos os dias”. Uma forma de “ir somando”, nomeadamente através das “concretizações profissionais”.

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CRESCIMENTO PESSOAL COMO IMPULSIONADOR DO SUCESSO Cidália Jacinto é International Bussines Specialist na Adapor International há pouco mais de um ano, mas para chegar a este cargo teve de batalhar, aprender e crescer. O seu desejo insaciável por desenvolvimento pessoal impulsionou a sua carreira ao longo dos anos. É um verdadeiro exemplo para aqueles com quem trabalha. Mãe de dois meninos, quando se tem paixão pelo que se faz, há tempo para desempenhar todos os papéis da sua vida. Cidalia Jacinto, International Business Development, Entrepreneur Consulting , Industrial Engineering

Cidália Jacinto descobriu desde cedo que a vida não é fácil e alcançar o que se quer requer muita dedicação e esforço. Licenciada em Engenharia Industrial, uma área historicamente vista como masculina. Cidália relembra que nos tempos da licenciatura e mestrado, a maioria dos colegas eram homens, mas essa discrepância nunca foi um problema. Todavia, o cenário mudou quando entrou no mercado de trabalho. “Senti sempre uma desvantagem, não só por ser mulher, mas por ser uma mulher muito jovem num mundo maioritariamente dominado pelo sexo masculino”, afirma. Por isso mesmo sentiu que tinha de se “impor”, principalmente por causa das diferenças salariais. Apesar do mercado de trabalho ter mudado nas últimas décadas, procurando diminuir as desigualdades de género, as mulheres ainda continuam a encontrar muitas vezes obstáculos acrescidos. Como seres “pautados pelo lado racional, resiliente, intuitivo e prático”, Cidália julga necessário fomentar políticas e estratégias de gestão que permitam às mulheres contribuir ativamente em todos os níveis, sem “a constante necessidade de provar que têm as capacidades e o conhecimento para conseguir resultados excelentes”.

Cidália relembra que nos tempos da licenciatura e mestrado, a maioria dos colegas eram homens, mas essa discrepância nunca foi um problema. Todavia, o cenário mudou quando entrou no mercado de trabalho. 22

Cidália julga necessário fomentar políticas e estratégias de gestão que permitam às mulheres contribuir ativamente em todos os níveis, sem “a constante necessidade de provar que têm as capacidades e o conhecimento para conseguir resultados excelentes”.


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À Engenharia Industrial tem a agradecer toda a experiência de técnica e de coordenação de equipas, que ganhou através da gestão de produto no início da sua carreira. Sem isso, considera que seria uma profissional muito diferente. À Engenharia Industrial tem a agradecer toda a experiência de técnica e de coordenação de equipas, que ganhou através da gestão de produto no início da sua carreira. Sem isso, considera que seria uma profissional muito diferente. O seu “gosto pelas relações interpessoais” levou-a para outras áreas, como os departamentos de vendas, apoio ao cliente e desenvolvimento de negócio, mas em todas manteve como foco a “ necessidade de realização, contribuição e crescimento” dos projetos em que se envolve. Nunca teve receio de abraçar um novo projeto, por mais complexo que fosse. Deu sempre tudo de si, encontrando um novo projeto sempre que concluía que o seu trabalho “estava feito”. Foi a sua atitude resiliente, o seu profissionalismo e a sua determinação que a permitiram vingar num mundo “pautado essencialmente por profissionais masculinos e profissionais especialistas na área de atuação”, explica Cidália - “consegui criar uma marca pessoal”.

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Para além do crescimento pessoal, é também muito importante para Cidália o crescimento familiar. Com dois filhos, acredita que sem o apoio da família não teria conseguido chegar a este patamar e “continuar a contribuir e aprender constantemente”. Esta vontade de aprender e de crescer não só enquanto profissional mas também enquanto pessoa marcou a sua vida inteira. Durante a sua segunda gravidez, “ um período de retrospectiva” decidiu voltar ao mundo académico. Motivada pela busca de conhecimento e por uma rotina ativa, tirou um curso de Personal Shopper e Image Consultant. A experiência fortaleceu a sua relação consigo mesma e com o seu corpo. Cidália conta que nas aulas de pós-parto partilhou os seus conhecimentos com as colegas e, após algumas semanas, viu uma mudança significativa não só na aparência mas principalmente nas suas atitudes. “- “Apesar de sermos mães, devemos manter a nossa autoestima alta e reconhecer o nosso valor”. Para o futuro tem muitos planos, porque a busca pelo desenvolvimento e crescimento pessoal nunca termina para Cidália Jacinto. Interessada pelo mundo industrial e empresarial, as tendências de consumo e a sustentabilidade, pretende desenvolver e lançar marcas “sustentadas e com propósito definido, com posicionamento coerente com a realidade envolvente”, bem como “o desenvolvimento e sustentabilidade de marcas pessoais e profissionais.”

Foi a sua atitude resiliente, o seu profissionalismo e a sua determinação que a permitiram vingar num mundo “pautado essencialmente por profissionais masculinos e profissionais especialistas na área de atuação”, explica Cidália - “consegui criar uma marca pessoal”.

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CLOTILDE RODRIGUES: A ARTE DE TRANSFORMAR ADVERSIDADES EM OPORTUNIDADES Foi quando confrontada com problemas e dificuldades que Clotilde Rodrigues materializou a sua resiliência e capacidade de superação em soluções que contribuíram para o bem-estar da própria, mas não só. Munida de instrumentos que lhe foram entregues por sucessivas formações em life coaching e trajetória pessoal, tornou-se instrutora, tirando partido do melhor que as ferramentas digitais têm para oferecer. O futuro afigura-se risonho, com novos projetos no horizonte. A vontade de melhorar a vida dos que por ela passam é transversal a todos.

Transformar as adversidades em oportunidades. Este bem que podia ser o mote da carreira de Clotilde Rodrigues, criadora do programa “Ganha Asas e Educa com Amor” e especialista em Life Coach e Eneacoach. Em 2012, quando confrontada com uma relação tumultuosa com a filha, então com 14 anos, questionou-se sobre o que poderia estar a falhar na comunicação entre as duas. Recorreu à opinião de professores, amigos da família e psicólogos, tudo o que estava ao seu alcance para “obter resultados” e, consequentemente, solucionar o problema. Foi neste contexto que descobriu e emergiu no “mundo do coaching, do desenvolvimento pessoal”. Estava, sem saber, a dar início a uma viagem de descobrimento pessoal, marcada pela priorização do seu bem-estar próprio. “Eu andava tão cansada, tão esgotada, tão irritada, que a minha vida era toda focada no trabalho e na relação com a minha filha”, descreve. Clotilde Rodrigues não demorou muito a perceber que as mudanças operadas na sequência deste processo surtiram também efeito na relação com a filha, com alterações ao nível do diálogo, dos programas que faziam juntas e, sobretudo, no entendimento de parte a parte. Paralelamente, diversas formações em life coaching permitiram a Clotilde Rodrigues capacitar-se de ferramentas que lhe permitiram “ajudar outras mães e pais a percorrer” o mesmo caminho que ela própria percorrera, poupando-lhes, através da própria experiência e dos conhecimentos adquiridos, algum sofrimento. Na perseguição deste objetivo, leu, ouviu e fez novas descobertas, como foi o caso do eneagrama e o eneacoaching – “método em que se procede à transformação de uma pessoa, passando primeiro pela consciência de quem é, do que está errado, para o estado de desconstrução, depois para a consciência de quem quer ser e só depois para a elaboração de um plano para a transformação na pessoa que, na realidade, querem ser”. Chegados a 2020, a pandemia do novo co-

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Em 2012, quando confrontada com uma relação tumultuosa com a filha, então com 14 anos, questionou-se sobre o que poderia estar a falhar na comunicação entre as duas. Recorreu à opinião de professores, amigos da família e psicólogos, tudo o que estava ao seu alcance para “obter resultados” e, consequentemente, solucionar o problema. ronavírus catapultou o mundo para uma nova dimensão desconhecida, obrigando à adoção novos hábitos, face às regras de distanciamento social. A migração para o online foi um passo natural em muitos setores, e o mundo do coaching não constitui uma exceção. Clotilde aproveitou, mais uma vez, a oportunidade para transformar o que seria uma conjuntura limitadora em algo positivo: através da uma formação para se tornar “instrutora online”, muniu-se dos instrumentos necessários para, finalmente, lançar o seu novo programa de coaching, conjugando anos de aprendizagem – pessoal e profissional. Ciente do nível de exigência do mercado, Clotilde Rodrigues aposta num elemento diferenciador que distingue a sua abordagem ao coaching das demais: a experiência pessoal decorrente das vivências enquanto mãe. Esta é uma marca que está igualmente presente no workshop, composto por três sessões, desenvolvido pela coach com o objetivo de dar a


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conhecer ao público as principais temáticas do programa e, consequentemente, as mais-valias que dele poderão retirar. Ao longo dos últimos meses, Clotilde tem tirado partido das possibilidades oferecidas pelas plataformas online (neste caso, o Zoom), as quais lhe permitem “ver a expressão do rosto das pessoas”, assim como “o interesse delas através das perguntas que fazem”. O balanço é, por isso, francamente positivo – “foi um grande sucesso” – e com aprendizagens mútuas entre os intervenientes. Com os novos desafios introduzidos pela atual crise sanitária, Clotilde não duvida de que estamos perante uma “altura de total mudança”: “nos trabalhos, nas escolas, nos comportamentos”. No entanto, não associa ao atual momento uma conotação negativa. Pelo contrário, vê nele – surpreenda-se – uma oportunidade para a reflexão coletiva. “Penso que tudo isto tem levado a que as pessoas olhem para dentro, se conheçam melhor, vejam o que, na realidade, é mais importante para elas, para os filhos e para a família. Tendo como ponto de princípio esta

Clotilde tem tirado partido das possibilidades oferecidas pelas plataformas online

Clotilde Rodrigues, Coach Transformacional & Instrutora Online

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mudança, 2021 será um ano de expansão para Clotilde, um ano em que vai “partilhar com os outros tudo” o que aprendeu, quer através de muito estudo, quer através do trajeto pessoal. Fá-lo-á, confidenciou, através de um “novo programa”, “destinado a melhorar a comunicação e, consequentemente, a relação entre pais e filhos”. A justificação para avançar com o projeto é simples: “não podia deixar de o fazer”, resume. Será mais um estender de mãos aos principais agentes educativos, tendo por base a experiência enquanto mãe, mas também a que resultou de um contacto de oito anos com


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crianças entre os sete e os quatorze anos num ATL. Apesar de ainda não ter nome, Clotilde deixa a promessa de que a apresentação “está para breve”. Ainda assim, esta não será a única novidade no ano novo que se avizinha para Clotilde

Tendo como ponto de princípio esta mudança, 2021 será um ano de expansão para Clotilde, um ano em que vai “partilhar com os outros tudo” o que prendeu, quer através de muito estudo, quer através do trajeto pessoal.

Rodrigues. Focada em utilizar os seus conhecimentos para ajudar todos aqueles que com ela se cruzem, e, sendo natural do interior de Portugal e presidente de uma associação regional, tem em estudo um novo projeto, com o qual pretende levar, juntamente com outras colegas, o coaching ao Interior. Trata-se de um projeto que inclua modalidades como o yoga, a biodanza, o coaching parental, entre outros, e no qual está a depositar “muito amor”. O objetivo é alcançar “muitas pessoas” e, como sempre, contribuir para que “vivam mais felizes”.

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A MINHA MISSÃO É DEIXAR AS PESSOAS APAIXONADAS POR PALAVRAS Chamo-me Mónica. Tenho 42 anos e o sonho de deixar pessoas apaixonadas por palavras. Há uns tempos, quando apresentava a simulação final para completar o Certificado de Competências Pedagógicas, senti um frio a percorrer o meu corpo. Os meus colegas falavam de coisas importantes, de construção de notícias, de realização de programas televisivos, de reportagens multimédia, de fotojornalismo e eu estava ali a brincar com palavras. Respirei tão fundo até o ar chegar aos pés e deixar o meu coração prestes a rebentar. “Faz o que tu sabes, Mónica, faz com toda a tua paixão.”

Mónica Menezes, Formadora e Mentora de Escrita Criativa / Storytelling

E fiz. E o sorriso na cara dos meus colegas, o entusiasmo com que completaram o desafio que lhes propus, fez-me pensar: “E se, Mónica…” É, tantas vezes, nos “e se” dos nossos dias que a vida avança. A minha avançou quando tudo era um monte de pontos de interrogação. Trabalhava como jornalista há mais de duas décadas. Tinha escrito para jornais e revistas, e ainda tinha passado pela televisão, a pesquisar conteúdos para programas. Quando era miúda, sempre disse que queria ser escritora, mesmo quando nem sabia muito bem o que era isso de juntar palavras e encher páginas e páginas de frases, vírgulas e pontos finais. Escolhi estudar Comunicação Social porque acreditei que era o que mais se aproximava de uma contadora de histórias. Nos tais 20 anos em que trabalhei, tantas vezes feliz, outras tantas sem paixão, senti que os

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Criei, juntamente com a minha mãe, as “WordCookies”, uma empresa que junta bolachas a palavras. anos avançavam, mas ainda não era “aquilo”, não era o jornalismo que me ia encher o peito de amor profissional. Uma situação de desemprego forçado levou-me, primeiro a uma tristeza profunda e a um bater no fundo no que toca a autoestima, mas, anos mais tarde, percebi que tudo acontece por uma razão. Claro que é fácil pensar assim


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agora, quando a dor de não ter trabalho e de me sentir inferior aos que me rodeavam já não está colada a mim. Hoje agradeço profundamente ter ficado desempregada. Não fosse aquele 28 de junho de 2010, dia em que, ironicamente, o meu filho mais velho festejava cinco anos e o jornal onde trabalhava, terminava, eu não estava aqui, agora, a escrever que o meu sonho é deixar pessoas apaixonadas por palavras. A Escrita Criativa entrou na minha vida quando eu tinha 30 anos. Fiz um curso na “Escrever Escrever” e percebi que brincar com as palavras não era só coisa de miúdos. Os exercícios ficaram a marinar na minha cabeça e na ponta dos meus dedos. De formanda passei a formadora. Nervosa, sem certeza alguma do que estava a fazer, ainda sem estrutura, ainda sem grande convicção. Parei por uns tempos. Criei, juntamente com a minha mãe, as “WordCookies”, uma empresa que junta bolachas a palavras. A minha vida começava a ganhar um novo rumo. De repente, passei a lidar com fornecedores de caixas, de ingredientes, com departamentos de marketing a pedir orçamentos, com olhares de pena – “oh coitada, era jornalista e agora faz bolachas” -, com idas constantes aos correios, com questões de contabilidade… Comecei a escrever livros. Os meus, os das empresas, os de quem não tem tempo ou habilidade para o fazer. As palavras, sempre as palavras coladas a mim. E sempre aquela ideia, às vezes em ebulição, outras completamente adormecida: tenho o sonho de deixar as pessoas apaixonadas por palavras. Então decidi voltar a dar formação. Preparei-me o melhor possível. Estudei, testei e duvidei todos os dias de mim. “Será que as pessoas precisam mesmo de aprender a brincar com as palavras, Mónica?”, questionava-me constantemente. Até que entrei numa sala de formação. 13 pessoas. Um número de sorte que me mostrou, sem qualquer tipo de incerteza que sim, era, é este o meu caminho. Percebi isso quando a Mafalda chorou ao ler o texto dedicado aos avós. Percebi isso quando a Paula deixou os colegas com dores de barriga de tanto rir por culpa de um tomate armado em político. Percebi isso quando a Marta escreveu sobre a dor de perder um bebé, quando a Elsa arrancou a raiva de ter sofrido violência doméstica, quando o Fernando criou

Chamo-me Mónica, tenho 42 anos e hoje tenho a certeza de que a minha missão é deixar as pessoas apaixonadas por palavras. personagens em forma de vírgulas, quando o Zé pôs uma melancia a arrumar tupperwares, quando a Rita começou a trabalhar no seu primeiro livro, quando a Andreia criou diálogos entre colheres e chávenas, quando o Francisco percebeu que podia escrever cartas aos amigos, quando a Rafaela voltou a publicar textos no blogue, quando o Daniel escreve sobre o tempo que lhe escorre de forma desenfreada pelas mãos, quando a Marta sentiu que escrever não dói, quando o Bruno contou todas as peripécias que passa nas lojas dos chineses, quando a Karla, a Sandra, a Ida, a Lídia, a Daniela, a Belinda, o Michael, a Catarina, o Jorge, a Nádia, a Sara, o Luís, o Tiago, a Ana, a Dina, o Mário, a Mariana, o Nuno, a Sylvia, a Susana, a Cristina, a Inês, a Telma, a Raquel e tantos, tantos formandos choraram e riram à minha frente. O talento é de cada um deles, mas percebi que todos precisaram de um empurrão para criar esses textos. Para dar esse passo. Chamo-me Mónica, tenho 42 anos e hoje tenho a certeza de que a minha missão é deixar as pessoas apaixonadas por palavras.

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GUIDA BRITO: O ATIVISMO LITERÁRIO AO SERVIÇO DO ALENTEJO Com o objetivo de dar a conhecer ao Mundo o seu Alentejo, Guida Brito criou o AlentejoTurismo, um site onde partilha roteiros, sugestões gastronómicas e fotografias das paisagens mais pitorescas. Com “muitas milhares de visitas mensais”, o próximo passo consistirá na inclusão de publicidade e na abertura da plataforma a mais “vozes”, permitindo uma partilha mais abrangente e fiel de toda a riqueza que o território tem para oferecer.

Na vida de Guida Brito, o Alentejo – de onde é natural – é tudo menos um mero detalhe biográfico. A paixão que nutre pelo território está presente em cada palavra que escolhe para o descrever, para o contar, mas sobretudo para o dar a conhecer. É que apesar de este ser o seu último reduto, Guida pretende que tantos quanto possível desfrutem da “terra mágica” que a viu nascer: da “pureza das gentes” que ali vivem, da “simplicidade da arquitetura” que preenche a paisagem pouco acidentada, da “magnitude do azul do céu” que sobrevoa, ou dos “sabores dos seus pratos típicos”. O AlentejoTurismo, uma plataforma de divulgação da região, consiste na materialização desse desejo.

Maria Vitória Nobre . a artesã que, sem a conhecer, convidou Guida Brito para um almoço alentejano, nos Grandaços. Fez-lhe um avental especial: de um lado retalhos; no outro, lê-se “Eu nasci no Alentejo, no Monte dos Geraldos,

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Guida pretende que tantos quanto possível desfrutem da “terra mágica” que a viu nascer

Ao longo dos últimos anos, a também professora tem se desdobrado pelo território, sobretudo pelas povoações menos conhecidas – um Alentejo “quase esquecido”, mas que “requer uma visita obrigatória” – para fotografar, con-


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versar e escrever. Fá-lo de forma atenta e dando especial destaque ao inusitado, para que os leitores e demais apaixonados pela região possam beneficiar do relato mais fiel possível, quiçá, na preparação de uma possível futura visita. No entanto, aquilo que se assemelha hoje a uma história de sucesso ficou marcada por um início trágico. Apesar da formação na área do Português, o gosto pela escrita nem sempre acompanhou Guida Brito. Não foi até ao nascimento do filho, cego, que se viu na obrigação de arregaçar as mangas e lutar, primeiramente, por uma possível cura – contactando “embaixadas e governos de todo o mundo” – e, posteriormente, pelos direitos da criança em idade escolar. Ao olhar em perspectiva, declara que a escrita “foi a companheira de noites intermináveis” e o filho como ponto de partida para a sua nova paixão. “Ensinou-me a escrever e a gostar de o fazer. A ser persistente e a não desistir”, declara. Atualmente, nas deslocações que faz, Guida Brito já é reconhecida e abordada pelas gentes locais, as quais lhe dedicam muitas vezes palavras de agradecimento. “Sinto que as pessoas se identificam com o que escrevo, sentem-se orgulhosas de se partilhar e divulgar a essência única das suas tradições”, refere. Destes contactos resulta a vontade de continuar o trabalho feito no AlentejoTurismo (onde trabalha juntamente com um informático, Rolf Lapple), um percurso “longo”, algo “moroso”, mas também “gratificante”. O último Verão, já com a pandemia da covid-19, foi um dos motivos de orgulho, já que a plataforma AlentejoTurismo (disponível no site institucional, no Facebook e no Linkedin) “foi,

Guida Brito

Um mergulho no Rio Ardila, junto a umas cascatas de beleza ímpar.

“Sinto que as pessoas se identificam com o que escrevo, sentem-se orgulhosas de se partilhar e divulgar a essência única das suas tradições”

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Guida Brito confessa que poder dedicar-se ao AlentejoTurismo a tempo inteiro “é um sonho” em muito, responsável pela enorme afluência” de turistas que a região recebeu nos meses mais quentes, uma época um tanto “complicada”. De acordo com Guida Brito, “através dos dados, foi percetível um aumento substancial de número de leitores das rotas e dos povoados”. Neste sentido, a criadora da plataforma não duvida de que a divulgação de um Alentejo “secreto”, com destaque para as suas povoações

Primavera no Alentejo.

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“pacatas e com número reduzido de habitantes”, será o “futuro do viajar em segurança”. No que ao seu próprio futuro, Guida Brito confessa que poder dedicar-se ao AlentejoTurismo a tempo inteiro “é um sonho”, atendendo ao sucesso já alcançado e ao amor que emprega em “cada palavra ou fotografia”. Para já, a plataforma procura “parceiros” e existe a possibilidade de diálogo para a introdução de publicidade comercial no site. Em breve, a plataforma que atualmente conta com conteúdos exclusivamente produzidos por Guida Brito também poderá incluir novas vozes que “queiram partilhar os seus escritos, anedotas, montes, histórias, vilas, cante…”. Um conjunto infinito de possibilidades a fazer jus à riqueza cultural alentejana, o que também permitirá ao projeto tornar-se “mais abrangente e uma referência a nível mundial.”


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Uma casa alentejana.

Costa a norte de Sines que se estende por 45 km – a maior praia da Europa -.

Ao olhar em perspetiva, declara que a escrita “foi a companheira de noites intermináveis” e o filho como ponto de partida para a sua nova paixão.

Paragem de autocarro; próxima de São Luís, Cercal.

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ANA GASPAR: UMA NOVA ABORDAGEM AO COACHING EMPRESARIAL DEPOIS DE VINTE ANOS COMO GESTORA Com o propósito de oferecer uma metodologia própria e clara, aplicável a todas as áreas e setores de atividade económica, Ana Gaspar desenvolveu uma metodologia de business coaching influenciada pelo seu próprio trajeto enquanto empresária e gestora. Apesar de todos os constrangimentos gerados pela crise sanitária provocada pela pandemia da covid-19, a Business Coach prefere olhar para a atual conjuntura como um conjunto ilimitado de oportunidades. Ana Gaspar, Gestora, Empresária e Coach de Negócios Certificada

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Depois de um percurso de quase vinte anos dedicados à gestão de pequenas e médias empresas e à liderança de equipas, numa empresa referência no seu setor, Ana Gaspar decidiu que era altura de operar uma mudança na sua vida profissional. Um novo projeto que a “desafiasse” e “resgatasse a energia de construção, transformação, desenvolvimento e crescimento”. Como tal, vendeu as participações nas empresas e, depois de uma breve passagem pela Fundação Graça Gonçalves, aceitou o convite para integrar uma “equipa de business coaches, com os quais havia trabalhado como coachee”.

"Foi através do seu próprio desenvolvimento pessoal e profissional que alavancou a sua experiência de empresária, gestora e líder, para se tornar a Business Coach reconhecida que é hoje" A mudança proporcionou, entre outros aspetos, uma viagem a Inglaterra, onde obteve “a certificação internacional como business coach”, um dos muitos investimentos que Ana Gaspar fez em formação, não só no âmbito do coaching, mas também do desenvolvimento humano e da programação neurolinguística. O conhecimento qualificado e aplicado, e o desenvolvimento das competências de gestão e liderança é encarado pela business coach como fundamental e incontornável aos empresários. “Com a proliferação das tecnologias e com elas, do digital a inteligência artificial, as fontes de informação tornaram-se infinitas e o conhecimento discricionário, o que trouxe consigo a dispersão e o desafio de sermos seletivos, disciplinados, focados”, reflete. Num processo quase paralelo ao da tecnologia, o mundo do coaching empresarial – que trabalha o desenvolvimento das competências de gestão e liderança, permitindo às empresas alavancar os negócios e a performance das equipas, potenciando, assim, o sucesso e abundância – evolui a grande velocidade, num caminho rumo à profissionalização e reconhe-

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"A base é o planeamento —­­a construção e implementação dum verdadeiro plano de ação do negócio — que passa por saber "Onde Estamos", "Para onde Vamos" e "Como lá chegamos", nas suas dimensões Estratégica e Operacional, através da alocação dos seus Meios e Recursos (Humanos, Materiais e Financeiros), de dentro para fora!" cimento – dois dos desafios para um coach que pretende estabelecer-se por conta própria no meio. O principal desafio é a mudança de mentalidade da generalidade da classe empresarial em olhar para o business coaching como mentoria no desenvolvimento das suas competências de gestão e liderança e como "Accountability", e que é independente mas complementar à consultoria e contabilidade (sendo que estes serviços não substituem o primeiro)! A entrada de Ana Gaspar num novo setor de atividade ficou marcada pela aprendizagem e crescimento pessoal do capítulo profissional anterior. Partindo da necessidade que sentiu como empresária por um lado e, como business coach, por outro, de “trazer ao mercado empresarial o desenvolvimento das competências de gestão e liderança através de processos e metodologias que fossem transversais a todos os negócios”. Ana Gaspar criou a metodologia Business Inner Strength, cujo mote é “não gerimos o que não planeamos”. “A base é o planeamento, a construção e implementação dum verdadeiro plano de ação do negócio, que passa por saber onde estamos, para onde vamos e o como lá chegamos, nas suas dimensões, estratégica e operacional e através dos seus meios e recursos (humanos, materiais e financeiros), de dentro para fora” explica. Com uma visão estratégica apurada, Ana Gaspar prefere olhar para os vários efeitos provocados pela pandemia da covid-19 como oportunidades. Na sua área específica de ação, oportunidades “para potenciarem o trabalho do coaching empresarial, pois as empresas ficam ‘abaladas’ nas suas ‘estruturas’ e sem ‘saber fazer’, pelo que estão mais dispostas a receber

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ajuda”. Um dos desafios a ultrapassar será, portanto, “desconstruir crenças e paradigmas dos empresários”, a começar, desde logo, “pelo investimento no coaching”. A avaliar pelas previsões de crescimento do negócio de Ana Gaspar, o ano de 2021 virá comprovar essa mesma premissa. No horizonte perspetivam-se novidades, com novos programas, mas também a continuidade de projetos já em andamento, com a coach e consultora empresarial a apontar as “sessões de business coaching” como o principal foco.


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A avaliar pelas previsões de crescimento do negócio de Ana Gaspar, o ano de 2021 virá comprovar essa mesma premissa. No horizonte perspetivam-se novidades, com novos programas, mas também a continuidade de projetos já em andamento

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SUSANA GOMES DA COSTA: UMA PROFISSIONAL POLIVALENTE COM FORTES PREOCUPAÇÕES SOCIAIS Com uma carreira diversa de quase 30 anos, alicerçada na formação em economia, Susana Gomes da Costa levou os seus conhecimentos para empresas a operar no campo das finanças, das telecomunicações, dos media, do mercado editorial, dos seguros e da banca. Assume-se como uma profissional rigorosa, sem medo de arriscar e apaixonada pelos diversos setores onde teve oportunidade de trabalhar. Recentemente, as preocupações sociais têm desempenhado um papel preponderante, não só nas escolhas pessoais como profissionais.

Quando iniciou o seu percurso profissional, as metas que Susana Gomes da Costa estabelecera para o futuro cingiam-se a “aprender e fazer o trabalho bem feito”, o resto, antevia, “viria por acréscimo”. Na altura, a própria era aquilo a que chamada hoje de “livro em branco”, no qual se vai “inscrevendo as competências” que decorrem da experiência das funções desempenhadas. “As bases e ferramentas” que podem ser adaptadas aos diferentes sectores de trabalho, quando aliadas ao “estudo e a análises das diversas realidades”. No caso da empresária, são já seis as áreas onde teve oportunidade de trabalhar – finanças, telecomunicações, media, mercado editorial, seguros e banca – as quais, garante Susana, a conseguiram “apaixonar” sem excepção. “Vestir a camisola e trabalhar com orgulho e entusiasmo alivia muito a carga”, confessa. Transversal a todas as experiências é, igualmente, a admiração que Susana nutre pelos profissionais que a acompanharam (e acompanham), pelo que faz questão de desfazer a ideia de que a frase “as empresas são as pessoas” é um lugar comum. “Tive a sorte de ter sempre chefes que confiaram em mim, que me deram responsabilidades com autonomia para trilhar o meu caminho para os resultados e para escolher as minhas próprias equipas”. Neste âmbito, a empresária elege a “honestidade, a vontade de trabalhar, a abertura de espírito e a boa disposição” como as competências mais importantes nas equipas que liderou ao longo dos anos. Actualmente, Susana integra a Fernando Horta e Costa – Sociedade de Mediação de Seguros, onde não ocupa cargos executivos, a Corkbrick Europe, a Balluta (duas startups), e os conselhos fiscais do grupo editorial Leya e da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras, para além de desempenhar funções como consultora independente – uma função que consegue gerir consoante a restante carga de trabalho. Este é, contudo, um perfil que, segundo a própria, não se adequa a “quem gosta de ter tudo programado”. Não é o caso de Susana,

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“Tive a sorte de ter sempre chefes que confiaram em mim, que me deram responsabilidades com autonomia para trilhar o meu caminho para os resultados e para escolher as minhas próprias equipas”.


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Um outro traço do perfil profissional de Susana que se pode desenhar a partir do seu percurso, sobretudo o mais recente, é o espírito de iniciativa e a inquietude com que encara qualquer problema e a sua solução.

Susana Gomes

que sempre se deu “bem a trabalhar sob pressão”. Um outro traço do perfil profissional de Susana que se pode desenhar a partir do seu percurso, sobretudo o mais recente, é o espírito de iniciativa e a inquietude com que encara qualquer problema e a sua solução. Prova disso é a atracção que sentiu pelo “campo do empreendedorismo e das startups”. “Há milhares de boas

ideias em estado embrionário e os indivíduos como eu têm hoje fácil acesso à informação e a possibilidade de apoiar diretamente essas ideias, através de plataformas de crowdfunding e crowdlending, por exemplo.” No caso específico da Fernando Horta e Costa – Sociedade de Mediação de Seguros, a empresária convive com uma equipa maioritariamente feminina, a qual, defende Susana,

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Susana Gomes da Costa, Presidente do Conselho Fiscal da LeYa, SA; Membro do Conselho Fiscal da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo; Sócia cofundadora da Fernando Horta e Costa – Soc. Mediação de Seguros, Lda

“Apenas senti momentos de alguma cerimónia da parte dos homens em lidar comigo em reuniões maioritariamente masculinas. Mas isso tende a desaparecer, felizmente hoje já é cada vez mais comum ter mulheres em todos os níveis das organizações”

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Antecipando o que pode ser o futuro no que concerne à inclusão das preocupações ambientais no mundo dos mercados, Susana acredita que os produtos vegan, como os que a Balluta Shoes produz, “deixarão de ser de nicho e o aumento do volume fará baixar os custos de produção

aporta um ambiente de maior estabilidade e de maior humanização ao local de trabalho, onde os profissionais tendem a passar muito tempo. Durante o seu percurso profissional marcado por diversas reuniões onde era a única mulher, Susana garante que “nunca” se sentiu “discriminada”. “Apenas senti momentos de alguma cerimónia da parte dos homens em lidar comigo em reuniões maioritariamente masculinas. Mas isso tende a desaparecer, felizmente hoje já é cada vez mais comum ter mulheres em todos os níveis das organizações”, declara. Defensora da ideia que “não há uma realidade do mundo dos negócios que consiga existir sem ter em conta” as dinâmicas sociais, alguns dos projetos nos quais Susana se envolveu recentemente, sobretudo sob a forma de startups, têm fortes componentes ambientais, como é o caso da Balluta Shoes, empresa tem como objetivo desenvolver calçado vegan para mulheres. “A minha preocupação pela sustentabilidade tem vindo a aumentar e hoje procuro envolver-me em projetos que tenham um impacto positivo no nosso planeta a longo prazo. [A Balluta Shoes] foi um projeto pelo qual me apaixonei precisamente pela componente social e sustentável”, declara. De acordo com a experiência que foi adquirindo, Susana defende que “os negócios têm de ter em conta os interesses dos seus clientes, cada vez mais informados, e não podem viver isolados do julgamento da opinião pública”. Como tal, vê nesta problemática uma “oportunidade de mercado” face à “crescente sensibilização das pessoas para os problemas ambientais e ao aumento das escolhas de consumo de pro-

dutos sustentáveis, que por sua vez estimulam a produção nessa direção”. Antecipando o que pode ser o futuro no que concerne à inclusão das preocupações ambientais no mundo dos mercados, Susana acredita que os produtos vegan, como os que a Balluta Shoes produz, “deixarão de ser de nicho e o aumento do volume fará baixar os custos de produção (a começar pelas matérias-primas, que ainda são escassas e com preços muito elevados), aumentando exponencialmente a sua quota de consumo”. No contexto atual, marcado pela pandemia da covid-19 e pelas suas consequências no contexto laboral, também Susana Gomes Costa se viu afetada pelas mudanças. Por já trabalhar maioritariamente “em casa” no período pré-pandemia, foi sobretudo através dos projectos em que está envolvida que a empresária sentiu o impacto da crise sanitária. A Balluta Shoes, por exemplo, “sofreu bastante com a interrupção dos processos produtivos no setor do calçado nacional e a paragem do fornecimento de matérias primas que vinham de países como Espanha ou Itália, muito afetados pela pandemia”. Atualmente, a empresa tem ainda “projetos em suspenso à espera das condições para retomar”. Perante esta realidade, Susana deseja que “2021 seja em quase tudo diferente de 2020, com saúde e liberdade para vivermos em sociedade outra vez”. Por considerar que as “dificuldades ao nível económico e social vão prolongar-se por muito mais tempo”, a empresária espera que o ano novo que se avizinha seja visto como uma oportunidade para “reflexão e planeamento à escala mundial”, sobretudo no que concerne às questões ambientais. “Acredito também que temos a última oportunidade de corrigir a trajetória de caminho para o abismo do nosso Planeta, causada pelo consumo desenfreado de muito mais do que precisamos. É preciso uma nova consciência coletiva de aposta na economia circular e de poupança dos recursos naturais, em todas as áreas da ação humana.”

Susana deseja que “2021 seja em quase tudo diferente de 2020, com saúde e liberdade para vivermos em sociedade outra vez”. 43


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SUSANA LOPES: A ARTE DE DAR CORPO – E VOZ – ÀS IDEIAS DE NEGÓCIO DO INTERIOR PORTUGUÊS Captar a atenção e confiança dos consumidores através de uma fórmula diferenciadora é o objetivo de Susana Lopes e da sua equipa. Não o fazem-no para o próprio projeto, mas para as empresas que recorrem aos seus serviços de divulgação e consultoria, servindo-se, na grande maioria das vezes, da associação entre o território à comunicação, do “pormenor” e da “qualidade”.

Quando Susana Lopes, em 2015, criou a Com Alma – Creative Studio, motivada pela necessidade e procura dos clientes, era a única integrante do projeto. No entanto, o rápido desenvolvimento do projeto, baseado no número crescente de solicitações, levou à integração não só de novos profissionais na equipa – de forma a responder mais rapida e eficazmente aos clientes –, mas também mais vertentes da comunicação e da criação de logotipos e suportes gráficos. De fato, não foi necessário muito tempo até que o catálogo de serviços da Com Alma passasse a incluir a consultoria e assessoria de comunicação as empresas. Sediado em Proença-a-Nova, município pertencente a Castelo Branco, o projecto criado por Susana consegue tirar partido de uma região que é vista por muitos como pouco estimulante devido à interioridade e à baixa densidade populacional. Contrariando estas premissas, a empresária, que tem uma forte ligação à Natureza, defende que “a promoção e identidade do território está em expansão”, servindo-se do exemplo das empresas de cariz familiar, que passam de geração em geração, e das novas gerações de empreendedoras, apostados na agricultura, nos produtos que dela provém e, consequentemente, de origem. Com a aceleração destes negócios, Susana nota uma necessidade crescente por parte das empresas “de apostarem na promoção, de terem objetivos mais desafiantes, de quererem estar ao nível dos seus concorrentes”. O reflexo desta preocupação é especialmente visível não só na “apresentação e promoção dos produtos”, mas também, aos poucos, na “criação de notoriedade e posicionamento da marca do mercado”. É nesta etapa que a abordagem de proximidade – “quase como uma relação familiar – de Susana Lopes e da sua equipa parece fazer a diferença. “Muitas vezes passamos horas com clientes. Só os ouvimos e aconselhamos e isso é, para mim, é chegar a um ponto de grande confiança entre as partes”, relata Susana. Durante o processo, a prioridade é sobretu-

Sediado em Proença-a-Nova, município pertencente a Castelo Branco, o projeto criado por Susana consegue tirar partido de uma região que é vista por muitos como pouco estimulante devido à interioridade e à baixa densidade populacional.

do auscultar e captar a essência das marcas, muitas vezes resultado das histórias daqueles que as criaram, podendo ser uma “história de anos ou uma situação que surgiu num determinado período de vida”. Defensora, portanto, da máxima “as marcas são as pessoas”, Susana tenta que através do Com Alma – Creative Studio as empresas se apresentem no mercado e, consequentemente, impactem os consumidores através de uma relação de empatia, a qual pode surgir das cores, palavras, da mensagem ou da diferenciação. O maior desafio do processo, “pegar nas caraterísticas dos clientes e passa-las para a comunicação dos produtos de forma criativa”, torna-se, assim, possível quando designers e restante equipa “vestem e vivem as histórias como se fossem suas”. Ao longo dos últimos cinco anos, Susana Lopes nota uma “evolução bastante grande” no que concerne à preocupação e consciência dos empresários para o papel que a comunicação pode desempenhar no sucesso dos negócios. “Quando digo comunicação é comunicar bem, de forma estratégica, planeada muito focada naquilo que é o seu objetivo em termos empresariais” ressalva a empresária. A competitivida-

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Com Alma – Creative Studio assume a tarefa de formar os empresários – muitas vezes sem consciência do potencial dos seus projetos – para as questões relacionadas com a gestão de marca.

de do mercado dos artigos naturais, repleto de bons produtos, parece exigir aos seus detentores o mesmo nível de compromisso para a área da comunicação e divulgação. Como tal, o Com Alma – Creative Studio assume a tarefa de formar os empresários – muitas vezes sem consciência do potencial dos seus projetos – para as questões relacionadas com a gestão de marca. “Envolvê-los numa história que ajudamos a dar forma e onde, mais tarde, eles se revêem é como dar-lhes combustível para não terem limite”. A partir desta relação cada vez mais estreita entre as empresas de comunicação e divulgação e os empresários, Proença-a-Nova tem beneficiado da proatividade dos seus agentes, ao mesmo tempo que a incentiva. Num município situado o duas horas de Porto e Lisboa e a quatro de Madrid, Susana Lopes garante que não é por a equipa do Com Alma – Creative Studio estar fora dos grandes centros “que não faz acontecer”. “Vai tudo da nossa forma de estar”, garante. A abordagem parece estar a dar os seus frutos. Desde a sua criação, o Com Alma – Creative Studio já foi premiado em duas ocasiões nos prémios Papies: a primeira, em 2015, na vertente rótulos, e em 2018, na vertente embalagens. Um sucesso que nem Susana esperava – “tudo aconteceu muito rápido”, admite –, mas

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que atribui à “experiência”, “à confiança” que a equipa foi ganhando pelos clientes e, acima de tudo, ao “respeito” que têm pelos mesmos. Estes atributos, associado ao trabalho e à humildade, acredita Susana, “levam a todo o lado e esse sempre foi o meu caminho”. O futuro antevê-se risonho, com 2021 a perspetivar-se “um ano de grandes projetos”. A participação numa academia para empreendedores, tendo como objetivo desperta-los para aspetos importantes aquando a comunicação dos projetos, é uma delas, enquanto que o Com Alma - Creative Talks será um evento onde se poderão ouvir “testemunhos de empresários sobre a importância da comunicação nas suas empresas, desde o início até à fase em que se encontram”. Para Susana Lopes, os “testemunhos na primeira pessoa são sempre uma forma eficaz de vermos as dificuldades dos outros e a forma como conseguiram dar resposta”. “Por vezes achamos que tudo é muito fácil e não, não é. O processo é longo e não imediato”, remata.

O futuro antevê-se risonho, com 2021 a perspetivar-se “um ano de grandes projectos”. A participação numa academia para empreendedores, tendo como objetivo desperta-los para aspetos importantes aquando a comunicação dos projetos, é uma delas


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Ao longo dos últimos cinco anos, Susana Lopes nota uma “evolução bastante grande” no que concerne à preocupação e consciência dos empresários para o papel que a comunicação pode desempenhar no sucesso dos negócios.

Susana Lopes CEO & Creative Director

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THAI WAY SPA: “UM PEQUENO EPICENTRO DA TAILÂNDIA EM PORTUGAL”

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Fundado em 2015, o Thai Way Spa é um espaço onde a palavra “relaxamento” impera. Partindo dos ensinamentos da cultura tailandesa, a oferta tem como objetivo providenciar aos clientes momentos de fruição, longe das ansiedades e tensões do dia-a-dia – principalmente em período de pandemia.

Com a pandemia da covid-19 que abalou o mundo a partir de Março de 2020, foram muitos os negócios que se ressentiram na faturação, essencialmente, devido às medidas restritivas impostas, tendo em vista a limitação da circulação, e aos conselhos emitidos pelas autoridades de saúde que sugeriam um “dever cívico de recolher”. No entanto, alguns setores conseguiram escapar a esta tendência e reforçar os seus lucros, muitas vezes, tirando partido da própria conjuntura. No mundo dos spas e centros de massagens, o Thai Way Spa foi um deles. Situado no centro de Cascais, o espaço é constituído por quatro salas – três são salas individuais e a última uma sala de casal interligadas por um corredor – e dispõe de uma decoração – com cores quentes, música suave, estátuas de buda, de elefantes e velas – que visa transportar os clientes para a Tailândia, associando “o corpo e a mente para um momento de relaxamento”. É, no entanto, através de terapeutas tailandesas, “com muitos anos de experiência e um total domínio

Situado no centro de Cascais, o espaço é constituído por quatro salas e dispõe de uma decoração – com cores quentes, música suave, estátuas de buda, de elefantes e velas – que visa transportar os clientes para a Tailândia 49


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No catálogo de serviços prestados pelo Thai Way Spa, destacam-se três massagens localizadas (pés; cabeça e ombros; e costas) e quatro de corpo inteiro: a aroma magic (“com óleos aromáticos, estabelece o equilíbrio dos músculos, alivia dores, melhora a postura corporal e o bem-estar”)

da arte”, que o Thai Way Spa se diferencia dos demais espaços, apostando numa abordagem em que a “qualidade, personalização e atenção ao cliente” se destacam. No catálogo de serviços prestados pelo Thai Way Spa, destacam-se três massagens localizadas (pés; cabeça e ombros; e costas) e quatro de corpo inteiro: a aroma magic (“com óleos aromáticos, estabelece o equilíbrio dos músculos, alivia dores, melhora a postura corporal e o bem-estar”), a energia vital (“recomendada a todos os que possuem um estilo de vida ativo e que procuram um alívio nas dores musculares, consiste numa massagem forte com manobras vigorosas que irão repor o bom funcionamento muscular e circulatório do corpo”), a lenda thai (“ativa o funcionamento do organismo, originando um profundo relaxamento físico e mental”) e a sinfonia de ervas (“ideal para tratar constipações ou alergias, com recurso a ervas aromáticas quentes que são aplicadas sobre o corpo”). Criado em 2015 por Serhiy Rasskazov, um apaixonado pelo mundo das terapias e da medicina alternativa, o Thai Way Spa sugiu depois de um longo processo de estudo, que elegeu a cultura tailandesa e as suas técnicas de massagem como as melhores – neste contexto oriental “ir fazer uma massagem é tão comum como ir

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Os portugueses parecem estar rendidos à abordagem, já que ao longo dos cinco anos de existência o espaço conseguiu “uma carteira de clientes sólida” beber um café. Os portugueses parecem estar rendidos à abordagem, já que ao longo dos cinco anos de existência o espaço conseguiu “uma carteira de clientes sólida” que tende a evoluir, face a uma nova visão de serviços que anteriormente eram vistos como “um luxo” e que passaram a ser encarados como “uma necessidade”. De fato, ao longo dos últimos meses, o espaço registou um “um aumento significativo na procura” dos serviços oferecidos, com destaque para “um público que se encontra sem grandes

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Serhiy Rasskazov Fundador do Thai Way Spa.


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alternativas e necessita de encontrar formas de equilibrar o seu corpo e mente” face à situação atual, motivo de instabilidade para as pessoas por originar paragens forçadas ou incertezas sobre o futuro. Numa análise primária dos últimos meses, os responsáveis identificam grupos distintos de procura dos serviços providenciados, tais como faixas etárias e classes sociais, o que justificam com uma definição das necessidades e priorização do bem-estar. O Thai Way Spa está apostado em contribuir esta causa, providenciando momentos de silêncio e de descanso para o corpo e mente, como forma de diminuir os níveis de stress e ansiedade. O Thai Way Spa destaca-se pela qualidade, personalização e atenção ao cliente, as nossas terapeutas são profissionais com muitos anos de experiência que dominam a sua arte como ninguém e isso resulta num serviço de excelência. Nesta altura de Natal, se ainda tem dúvidas nas prendas que deve oferecer, aconselhamos que visite o website - www.thaiwayspa.pt - e adquira um presente especial para amigos e familiares sem sair de casa porque o bem-estar é o melhor presente este ano!"

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“DEVE A SAÚDE MENTAL SER UM INDICADOR CRÍTICO DE NEGÓCIO”? Abordar o tema da Saúde Mental e falar sobre ele é algo bastante desafiante pela abrangência e transversalidade do mesmo. A Revista Liderança no Feminino foi conversar com Regina Afonso, Psicóloga Clínica e da Saúde. Mestre em Psicologia, Aconselhamento e Psicoterapia, com formação graduada em Terapias Cognitivo-Comportamentais e em Coaching Psicológico no Instituto Português de Psicologia.

“A perda de produtividade devida ao absentismo e ao presentismo causados por Stress e problemas de Saúde Psicológica pode custar às empresas portuguesas até €3,2 mil milhões por ano”. Deve a saúde mental ser um indicador crítico de negócio? Para uma maior compreensão acerca deste tema julgo ser necessário desconstruir esta questão para que possamos compreender a complexidade da mesma. Ao longo dos anos a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem vindo a fazer os seus ajustamentos no que diz respeito aquilo que é a sua definição de Saúde Mental, no entanto, e ainda que a mesma se tenha vindo a modificar, continuamos a lidar no nosso dia-a-dia com questões relacionadas com falta de informação, preconceito e estigma para com as pessoas que dela sofrem ou que das mesmas cuidam (familiares e cuidadores) – em grande parte causada pela subvalorização a que a Saúde Mental esteve remetida um pouco por todo o mundo e sem fazer parte das preocupações dos governos e sem ser

Em 1948, a OMS, disruptivamente, integrou a Saúde Mental na definição de Saúde, adotada nesse mesmo ano pela Constituição da OMS, da seguinte forma: “A Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consiste apenas na ausência de doença ou enfermidade” 54

considerada uma prioridade a nível das políticas de saúde e respetivas práticas. Fazendo aqui uma retrospetiva, os conceitos Saúde e Saúde Mental, têm vindo ao longo dos tempos, graças a um esforço multidisciplinar e científico, a confluir e a serem integrados em várias áreas do conhecimento, implicando abordagens mais transversais e intersectoriais. Em 1948, a OMS, disruptivamente, integrou a Saúde Mental na definição de Saúde, adotada nesse mesmo ano pela Constituição da OMS, da seguinte forma: “A Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consiste apenas na ausência de doença ou enfermidade” , alargando assim o ‘espectro’ acerca da saúde, assumindo o bem-estar mental como algo essencial para um estado de saúde pleno.


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É importante relembrar, de um modo sucinto, que a produtividade é um indicador robusto na medição do nível de eficiência e eficácia da relação que se estabelece entre o que é produzido e os meios aplicados na produção Esta definição suscitou alguma controvérsia ao propor um significado irreal à ‘Saúde’, em que as limitações humanas e ambientais fariam da condição de "completo bem-estar" algo inatingível. Ainda que não exista uma definição oficialmente aceite para a Saúde Mental, face aos existentes contextos multiculturais, em 2005 a OMS define a Saúde Mental como “um estado de bem-estar em que o indivíduo reconhece as suas próprias capacidades, consegue lidar com as tensões normais da vida, pode trabalhar de forma produtiva e proveitosa, e é capaz de contribuir para a sua comunidade”. Em que o termo ‘bem-estar’, surge como um constructo de natureza subjetiva, influenciado por fatores culturais, e a Saúde Mental surge como ‘a pedra basilar para o bem-estar e funcionamento pleno dos indivíduos e das comunidades’ (in CNS, 2019). Esta definição de Saúde Mental, remete-nos para a seguinte reflexão – e quando não estão reunidas as condições para se verificar esse estado de bem-estar? Em que o indivíduo não consegue lidar com as adversidades da vida e, como tal, não consegue ser produtivo e nem contribuir para a criação de riqueza da sua organização? Se considerarmos ‘Bem-estar’, subjetivamente, como algo bom que ambicionamos porque nos proporciona muitas coisas positivas tais como saúde, felicidade, tranquilidade, satisfação com a vida, sentido de propósito, viver com significado, etc..., então ‘Bem-estar’ poderá, também, incluir, o Bem-estar psicológico do qual fazem parte aspetos tais como capacidade de desenvolver o seu potencial, trabalhar com produtividade e criatividade, construir relações fortes e positivas com outros (familiares, amigos, colegas, chefias, etc...), promover sentimentos de satisfação, otimismo, confiança e auto-estima. Quando o Bem-estar psicológico está comprometido, o indivíduo começa a ter dificuldade em controlar a forma como pensa, sente e age em relação aos acontecimentos e, nesse sentido, será normal experienciar sentimentos de angústia, medo, ansiedade e vulnerabilidade que o remetem para uma sensação de inseguran-

ça e de falta de controlo sobre o que o rodeia, traduzindo-se num estado de hipervigilância conferindo-lhe exaustão física e emocional condicionando, deste modo, a sua produtividade, comprometendo aquilo que a definição de Saúde Mental nos diz “... poder trabalhar de forma produtiva e proveitosa, e ser capaz de contribuir para a sua comunidade”. A consciencialização deste facto poderá ser tanto ou mais desorganizadora conforme for a severidade dos sinais e sintomas que estiverem presentes, tais como: dificuldade na concentração e em manter a atenção; alterações de humor; desinteresse e desinvestimento nas atividades; labilidade emocional; sensação de fadiga e cansaço extremo; alteração do sono e do apetite; dificuldades em planear; dificuldade em tomar decisões; isolamento e evitamento social; etc... Neste sentido, há que rapidamente restabelecer a confiança e a serenidade para inverter a escalada da perda de eficácia e, promover o bem-estar psicológico pois só assim se conseguirá diminuir os níveis de ativação e consequentemente uma redução dos níveis de stresse – favorável ao bom funcionamento cognitivo; agilização nos processos de tomada de decisão e no equilíbrio da sua produtividade. É importante relembrar, de um modo sucinto, que a produtividade é um indicador robusto na medição do nível de eficiência e eficácia da relação que se estabelece entre o que é produzido e os meios aplicados na produção, estando altamente interligado com a performance no ambiente organizacional e no atingir dos resultados. Parece, assim, importante mencionar alguns dos aspetos fundamentais a ter em conta numa organização para garantir níveis de produtivida-

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de esperados, nomeadamente a nível da preocupação com: - Ambiente laboral - em termos das condições de trabalho e das relações interpessoais; - Investimento na formação e na qualificação profissional dos trabalhadores; - Valorização e reconhecimento profissional, com recurso, p.ex., a feedback regular e ao mentoring; - Respeito pelos trabalhadores enquanto pessoas, no sentido de promover a sua auto-estima, motivação e confiança nas suas competências. Se a produtividade, conforme pudemos perceber, é uma das melhores medidas para aferir acerca da performance organizacional de uma empresa e, como tal, um bom indicador do negócio. Se uma organização, com indicadores de produtividade equilibrados, é uma entidade mais eficiente porque assegura uma utilização eficaz dos seus recursos e, como tal, proporciona melhores resultados e se torna promissora no futuro. Se a produtividade do trabalhador (e respetivas implicações, a saber absentismo e presentismo) está dependente de fatores como Saúde (física e mental) e Bem-estar psicológico. Então o que pode uma organização fazer para além das medidas de promoção e prevenção que, dentro das suas possibilidades, vai implementando? - Pode medir e atuar. A medição, permite aferir resultados que depois de analisados e devidamente contextualizados podem ajudar a organização a ajustar as suas medidas de intervenção de modo a controlar e a garantir a devida sustentabilidade ao

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longo do tempo. Existem hoje alguns instrumentos, aferidos para a população portuguesa, que podem ser utilizados em contexto organizacional, para medir o Bem-estar psicológico; a Saúde Mental e avaliar a exposição a fatores de risco para a saúde de natureza psicossocial do trabalhador. Existirão muitos mais que medem e avaliam outras dimensões da pessoa, já em contexto mais clínico, como p.ex. questionários de Satisfação com a vida; Satisfação com o trabalho; Qualidade de vida; Perceção de Stresse; Ansiedade; Depressão, Sintomatologia psicopatológica, etc... Todos estes instrumentos, desde que devidamente bem aplicados - por profissionais habilitados e com competência para o fazer, são bastante robustos e garantem resultados fidedignos, traduzindo o que se pretendeu medir e avaliar, quer em termos individuais quer em grupo. Mas não basta, apenas, fazer! Há que definir um racional quanto ao que se pretende medir e avaliar, caso se pretendam retirar daí elações que contribuam para o momento atual e a posteriori, ou seja, para futuras comparações após intervenções específicas e concretas. De referir, ainda, que estas questões são transversais a todas as pessoas que fazem parte da organização – independentemente do nível hierárquico (funções de chefia e liderança vs. operacionais) e dos aspetos socio-demográficos (sexo, idade, raça, estado civil, escolaridade, situação económica, dimensão do agregado familiar, etc...). A Saúde Mental afeta a todos por igual, no entanto, o impacto desta nas funções que cada pessoa desempenha na organização é traduzido de forma diferenciada. Por exemplo, a nível operacional o impacto na produtividade poder-se-á refletir na variabilidade do rácio (produção em quantidades/ número de horas de trabalho). A um nível hierárquico, que envolva funções de liderança, o impacto da Saúde Mental pode não só interferir nos processos de tomada de decisão do líder como, também, afetar o clima organizacional a nível da comunicação eficiente, da gestão de conflitos, da motivação e do engagement dos colaboradores - influenciando, assim, a própria produtividade da equipa, a sua performance enquanto líder e consequentemente os resultados da organização. Em suma, respondendo à pergunta inicial, a resposta é: Sim. A par do Bem-estar psicológico e da Saúde física, a Saúde Mental é um ‘indicador’ crítico de negócio no sentido de, depois de esta estar devidamente medida, avaliada e analisada, ajudar as organizações a identificar os motivos e as causas associadas à perda de produtividade e, dar-lhe orientações concretas acerca de medidas a implementar que possam proporcionar melhorias na autoeficácia e consequentemente impactar, de modo positivo, nos resultados da organização.


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