Adormecida anna sheehan

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341 nascimento. Eles fizeram tudo o que puderam. Mudaram você de escola. Apagaram a sua imagem dos arquivos públicos. Mantiveram você isolada, exceto em festividades específicas. — Ele abaixou os olhos. — Mantiveram você com medo. Talvez eles tivessem a intenção de tirá-la da estase no final, mas... — Mais nove anos. — Não conseguia nem imaginar. — Será que eu era realmente tão terrível? — sussurrei. Bren jogou outro caco de vidro dentro do lixo. — Ninguém pode ser tão terrível. — Eu não deveria ter gritado com a mamãe — falei. Bren contornou o vidro quebrado e veio se sentar um pouco atrás de mim. — Grito com a minha mãe o tempo todo — ele falou. — Sou mandado para o meu quarto. Não acredito que a estase seja um castigo equivalente. — Aquilo não era um castigo! — eu disse, virando-me para ele. O rosto de Bren estava impassível. — O que era então? — ele tomou a minha mão e me ajudou a levantar. Em seguida, levou-me de volta para o sofá e se sentou comigo. Seu braço envolvia meus ombros e ele me abraçou com firmeza. Parecia que aranhas penetravam na pele do lugar onde ele me tocava, eram quentes e delicadas aranhas, com suas pequenas perninhas, fazendo cócegas.


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