Leve e Leia Butantã edição Junho 2018

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Após ler este exemplar, doe para um amigo!

Carlos Camargo escreve “

AH, ESSA VELHICE! – É triste passar tantos anos assistindo a

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humanidade modernizar o seu modo de vida, nas coisas materiais e instrumentais, mantendo o mesmo comportamento da individualização dos benefícios, assumindo como seu um ambiente da natureza que insiste em mudar ao seu modo temporário de ver e pensar. É estranho olhar para o mundo passando e ver o espanto das pessoas diante do amanhecer do dia seguinte quando, no dia anterior, achavam que ele ia acabar. É calmo o se estar velho ou envelhecendo - o que é o meu caso - para se pensar no nada, pois tudo parece desimportante, aquele tal de “déjá vu”. Aos olhos dos adultos de hoje o mundo esta desmoronando. Coisa de gente que ainda não leu ou não se lembra da história da humanidade, dos vários iniciares disto que chamamos de civilização, esta mesma que insistimos em melhorar e, quando não piora, fica na mesma. E a solução é muito simples, precisamos é aprender a nos comportar, como nossas mães sempre pediam e pedem: “crianças, tenham modos ou não deixo vocês brincarem...” Houve um tempo em que as pessoas não falavam, apenas ouviam. Era o tempo em que a chuva que caía molhava a terra no chão fazendo barro que era manuseado em moldes para secar e se transformar em tijolo usado para construir as casas onde moravam as pessoas vizinhas. Elas conversavam, sobre o tempo, os frutos do quintal, dos porcos, das galinhas ciscando no terreno, sobre o sermão do padre na missa do domingo, dos filhos crescendo. Convivência social, colaboração, harmonia e respeito. Um dia, os tijolos que construíam as casas começaram a ser usados para fazer muros. Daí nasceu à desconfiança. As pessoas não se viam, não se falavam, umas não sabiam o que as outras faziam, daí nasceu o medo, a insegurança, o isolacionismo. Veio o tempo da falação dos estranhos para os estranhos sobre os estranhos modos dos demais. E veio a busca para ver e saber mais dos estranhos: rádios tocando mais alto, jornais com muitas fotos e grandes manchetes, telefones tilintando, motos e carros acelerando, sermões de padres e pastores, discursos dos políticos. É preciso ser velho para relembrar o ontem, reconhecer os feitos e os benefícios das conquistas feitas em todas as áreas. E não foram poucas. Avançamos nas descobertas do ontem, infelizmente sem saber como aproveitar as suas consequências em melhorias nos amanhãs da humanidade. Produzimos tecnologia em estágio além das necessidades humanas, mas ela ainda não atende à demanda social nas suas carências mais elementares. O muro continua esquartejando o corpo do todo social, espalhando suas partes em porções desiguais e em lugares diferentes. Atrás deste muro oramos a deuses inatingíveis que elegemos seguindo crenças materiais, um agir egoísta e antiespiritual, pois rejeita o princípio do vivermos todos sob um mesmo céu, que nos cobre usando todas as cores por igual a cada amanhecer. É preciso derrubar o muro da hipocrisia dos discursos irresponsáveis por descompromisso com a realidade das possibilidades. A regra primeira é respeitar o semelhante acima de qualquer tipo e espécie de preconceito. A segunda é lembrar do que dizem as mães quando somos pequenos: “crianças, tenham modos ou não deixo vocês brincarem...” Para Anunciar: 4108.1691 - www.leveleia.com.br


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