Reflexões e práticas na EaD

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Marco Silva

O Quadro 2 coteja os fundamentos da interatividade e os cuidados práticos que Hoffmann2 destaca como ambiência comunicacional da avaliação mediadora. Quadro 2 – Fundamentos da interatividade e avaliação mediadora Fundamentos da interatividade Participação. O emissor pressupõe a participação-intervenção do receptor. Participar é muito mais do que responder “sim” ou “não”, é muito mais que escolher uma opção dada. Participar é modificar, interferir na mensagem. O emissor não emite mais uma mensagem fechada, mas oferece um leque de elementos e possibilidades à manipulação e operatividade criativa do receptor Bidirecionalidade. Comunicar pressupõe recursão da emissão e recepção. A comunicação é produção conjunta da emissão e da recepção. O emissor é receptor em potencial e o receptor é emissor em potencial; os dois polos codificam e decodificam. A mensagem não é mais “emitida”, não é mais um mundo fechado, paralisado, imutável, intocável, sagrado a ser reproduzido. É um mundo aberto e modificável na medida em que responde às solicitações do emissor e do receptor que operam com ela Multiplicidade. O emissor disponibiliza a possibilidade de múltiplas redes articulatórias. Ele não propõe uma mensagem fechada. Ao contrário, oferece informações em redes de conexões permitindo ao receptor ampla liberdade de associações e de significações. O aluno não está mais em posição de recepção clássica. Ele é o novo espectador convidado à livre criação. A mensagem do professor ganha sentido sob sua intervenção autoral e colaborativa

Práticas da avaliação mediadora Liberdade de expressão garantida. “Uma avaliação contínua exige muitas tarefas com oportunidades de expressão do aluno. A primeira sugestão é que o aluno tenha várias oportunidades de expressar os seus conhecimentos a respeito de um estudo ou noção, e que essas várias expressões sejam observadas pelo professor, durante a sua evolução. Essa é uma questão básica” Mediação interativa. “O conhecimento que o aluno desenvolve é construído na relação consigo, com os outros e com o objeto do conhecimento – tudo ao mesmo tempo. O aluno nunca aprende sozinho. Em primeiro lugar, a interpretação de muitas tarefas de aprendizagem, orais e escritas, fruto da interação dos alunos. Em segundo, a mediação por meio de atividades interativas, questionadoras e desafiadoras, e não apenas por meio de uma nova explicação do professor ou de um estudo individual do aluno” Heterogeneidade. “Lançar em um grupo as questões que ele considera pertinentes para que, na heterogeneidade da sala de aula, na diversidade de pensamentos, de fazeres e de saberes, seus alunos possam discutir essas questões, refazer exercícios, trocar ideias uns com os outros e, de fato, formar um grupo com a possibilidade de ampliar suas ideias. Essas tarefas são observadas e interpretadas, e se transformam em estratégias pedagógicas interativas”

Fonte: elaborado pelo autor.

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