Biblioterapia miolo

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Círculos de ler, acolher e escrever-se Alfabetização é leitura do mundo, leitura de si, leitura dos outros, leitura da realidade. Estar vivo é ler, reler, continuar lendo, desconstruindo palavras e sentidos e construindo novos. Somos permanentes alfabetizandos e alfabetizadores. Madalena Freire (apud MOSÉ, 2013, p. 245)

Como já mencionado, os círculos de biblioterapia são rodas de leitura com fins terapêuticos. Acontecem semanalmente, com uma hora e meia de duração, e um material é previamente selecionado para leitura coletiva. Não requer leitura prévia dos participantes, os encontros são interdependentes e há premissas que norteiam sua dinâmica: 1. O mais importante não é o que o autor quis dizer, mas o que a leitura evoca em cada participante. Desta forma, se alguém quiser fazer uma interrupção para expor um comentário ou lembrança, este é priorizado e constitui o propósito do trabalho; 2. Quando há opiniões divergentes, não há disputa para concluir quem está correto. Cada um pode expressar suas opiniões acerca do que está sendo discutido e os demais fazem um exercício de escuta, de suspensão do julgamento, para ouvir os argumentos alheios. Como escreve Paulo Freire: Escutar significa a disponibilidade permanente por parte do sujeito que escuta para a abertura à fala do outro, ao gesto do outro, às diferenças do outro. [...] A verdadeira escuta não diminui em mim, em nada, a capacidade de exercer o direito

Vivências em Biblioterapia | 23


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