O filme A Vida Invisível, que estreia na Inglaterra no mês que vem, conta a história de duas irmãs inseparáveis, que vivem sob a guarda de um pai conservador (Antônio Fonseca), em 1950, e sonham com uma vida distante do patriarca opressor. Eurídice (Carol Duarte) quer ser pianista profissional em Viena, e Guida (Julia Stockler), quer se casar com um marinheiro grego por quem está apaixonada. Guida consegue fugir com o amante, mas retorna ao Brasil solteira e grávida, enquanto Eurídice é forçada a se casar com o filho do sócio comercial de seu pai, Antenor (Gregório Duvivier). O pai proíbe Guida de qualquer contato com a família e ela pensa que a irmã foi para Viena, embora 30
Leros SETEMBRO 2021
Eurídice nunca tenha saído do Rio de Janeiro, onde ela vive deprimida, sufocada pelo casamento e pela maternidade. Impedidas de se reencontrarem, as irmãs terão que encontrar resiliência para superar os obstáculos que as impedem de se tornarem as mulheres que poderiam ter sido. De passagem por Londres, o diretor Karim Aïnouz explica que decidiu fazer um filme sobre as personagens do livro de Martha Batalha inspirado em mães, avós e bisavós que viveram numa época em que não podiam protagonizar a própria vida. Ele fala também da experiência de dirigir a majestosa Fernanda Montenegro e conta como foi filmar a cena da noite de núpcias com o nu frontal de Gregório Duvivier.