Receitas Arrepiantes - Dia de Lós Muertos

Page 21

A história de Catrina “A morte é democrática, já que, no fim das contas, loira, morena, rica ou pobre, toda a gente acaba virando caveira”, disse certa vez José Guadalupe Posada (1852-1913), um célebre caricaturista mexicano que acabou agregando um importante elemento à festividade de dia dos mortos. Ele foi o principal responsável por popularizar a imagem das Catrinas, ou, em outras palavras, as famosas caveiras mexicanas que hoje estampam camisetas, quadros, objetos de decoração e são tema recorrente no universo dos tatuadores. No México, a morte é vista como parte da vida. É o destino inescapável de todos os que caminham por essa terra. Os mexicanos a aceitam e, em vez de chorá-la, riem-se dela. Com ela. E é por isso que, entre os últimos dias de outubro e a primeira semana de novembro, as ruas das principais cidades do país recebem uma procissão de almas penadas. A constante lembrança de que toda vida tem um fim é eminente. Mas antes de conquistar um lugar permanente nos ícones da cultura pop – em especial quando retratada como Frida Khalo - a caveira mexicana desempenhou uma importante função política. Durante o final do século 19 e início do século 20, o México passava por um período de transformações e instabilidade político-econômica depois de alcançar sua total independência. Para retratar as diferenças sociais presentes no país, um grupo de escritores publicavam sátiras em jornais sempre acompanhados de crânios associando à elite e à situação do país. O que antes era ilustrado por uma senhora que estava puro osso, mas que não abandonava o chapéu francês enfeitado com plumas de avestruz tornou-se inspiração a atual catrina criada por José Guadalupe. Día de los Muer tos • 17


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.