Comunicação e Marketing Digital

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um mundo. Quem lê tem um prazer especial, único e totalmente individualizado, pois cada um terá uma visão diferente. Em contraponto, quem escreve possui também a capacidade imaginativa e de abstração acima da média. O escritor se comunica com o mundo por meio de sua obra; é uma comunicação virtual, que pode ser tão provocante, prazerosa, incitando até mesmo sensações como se fosse real. Sobre isso, Freud (1908/1969, vol. IX) observa que a irrealidade do mundo imaginativo do escritor tem, porém, conseqüências importantes para a técnica de sua arte, pois muita coisa que, se fosse real, não causaria prazer, pode proporcioná-lo como jogo de fantasia, e muitos excitamentos que em si são realmente penosos, podem tornar-se uma fonte de prazer para os ouvintes e espectadores na representação da obra de um escritor.

Lévy (1996, p. 51) afirma: A virtualização, em geral, é uma guerra contra a fragilidade, a dor, o desgaste. Em busca da segurança e do controle, perseguimos o virtual porque nos leva para regiões ontológicas que os perigos ordinários não mais atingem. A arte questiona essa tendência, e, portanto, virtualiza, porque busca num mesmo movimento uma saída do aqui e agora e sua exaltação sensual.

Por isso Lévy (1996) diz que a arte atrai tantas pessoas porque consegue reunir três grandes correntes, que são as linguagens, as técnicas e as éticas. Segundo o autor, é a mais virtualizante das atividades. Só a arte consegue materializar publicamente as emoções e sensações mais

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