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CRENDICES

TOMO XI

F ETOS. — Ver n.° 77 e artigo São João. F IAR. — Ver n. os 26, 32, 36 e 37 e artigos Entrudo e Semana Santa. F IGUEIRA BAFOREIRA . — Ver n.os 9 e 23. F ILTROS AMOROSOS . — A crença nos filtros amorosos ou odientos memorados nos n. os 7 e 11 ainda vigora hoje. No tomo IX, pág. 639, apontamos o talismã amoroso da agulha, idêntico ao que vai adiante sob os n. os 7, 128, 129, 130, 131 e 133. Thiers — no seu Traité des Superstitions, tomo I, págs. 31, 133 e 333 — menciona outro corrente em França, onde a agulha, depois de atravessar a mortalha do defunto, serve de filtro amoroso; impede de comer as pessoas sentadas à mesa sobre ela e livra de medos quem a trouxer consigo, assim como o dente ou o olho do lobo. Ver n.os 128, 131, 132, 133, 134, 135 e 136. O mesmo, nas págs. 332 e 338 do tomo I e 19 do tomo III, atribui à agulha virtudes curativas, de que falamos no artigo Doenças. Na pág. 137 do referido tomo descreve o malefício do amor e do ódio que indicamos do artigo Mono; na 151, o malefício do ódio para tirar o malefício do amor, por meio da consagração com ritos mágicos de um pombo preto dado a comer aos dois indivíduos; na 152, o das mulheres que, para se fazerem amar dos maridos, oferecem seus cabelos no altar com uma vela acesa; na 184, a dos que, para conhecerem entre três ou quatro pessoas a que lhe quer mais, tomam outras tantas cabeças de cardos, dando a cada uma o nome dessas pessoas, colocando-as depois debaixo do travesseiro da cama. Na manhã seguinte, a cabeça do cardo mais viçoso indica a respectiva pessoa. E na pág. 162 do tomo II o filtro do amor preparado sacrilegamente com hóstia consagrada e santos óleos. Ainda neste mesmo tomo, pág. 321, descreve a Missa das feiticeiras, variante da Missa dos loucos (ver tomo IX, pág. 287, destas Memórias), em que preparam sacrílegos filtros de amor e de ódio. Com a crendice dos cardos relaciona-se em terras bragançanas o desfolhar dos malmequeres, para saber quem tem ou não tem amor. Como filtros amorosos, mencionam miolos de pito (frango), amassados com sangue menstruado e outras imundícies administradas na comida e bebida. «Deram-lhe miolos de pito a comer», diz o povo quando vê os derretidinhos amorosos. Também atribui a demência de alguns rapazes a miolos de pito dados por mulheres. Junto aos altares de algumas igrejas rurais vêem-se tranças de cabelo penduradas em cumprimento de votos; porém ignoro se no caso entram sentimentos amorosos. Thiers (nas Superstitions, etc., tomo I, págs. 239 e 360) menciona a crendice dos que oferecem aos santos velas de cera e cabelos da pessoa ou animal doente a fim de curarem. Nos artigos Maleitas e Medicina dizemos MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA


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