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CANCIONEIRO POPULAR BRAGANÇANO

TOMO X

98. Nunca vi rio sem fonte Nem monte sem arvoredo, Nem feia sem seu agrado, Nem bonita sem seu erro (1090). 99. O meu amor e o teu Andam ambos na ribeira: O meu anda à erva cidra E o teu à erva cidreira (1091). 100. Ó água que vais correndo Por baixo do campo santo, Diz à terra que não coma O corpo que eu queria tanto. 101. Ó auga que vais correndo Por esses campos em fora, Vai dizer ao meu amor Que quem ama, suspira e chora. 102. Ó auga que vais p’ro rio E passas pelo bem que adoro, Leva nas tuas ondas Estas lágrimas que choro. 103. Ó passar da ribeirinha, Auga sobe, auga desce; Dei a mão ao meu amor, Não quis que ninguém o soubesse. 104. Ó passar da ribeirinha Franscisquinho dá-me a mão; Eu prometo de ser tua, Mas por ora inda não. 105. Ó passar da ribeirinha, Onde o fetinho está louco; Tira de mim o sentido Qu’eu em ti tenho pouco.

(1090) Os dois últimos versos na n.° 113 de SPOLETO – Cantares da minha terra. (1091) Variante da n.° 84 publicada pelo abade Tavares, Ilustração Trasmontana, (1910), p. 94. Idêntica em LIMA, Pires de – Cancioneiro de Celorico de Basto, n.° 222.

MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA


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