helena valadão
duas irmãs mais velhas Luisa, de 7 e Laísa e 2 anos. “Eu moro um pouco longe, não posso pagar passagem então deixava minhas filhas com minha sogra e passava o dia no hospital aguardando o horário das visitas na UTI onde a caçula estava internada”, disse mamãe Tamires, aliviada em poder enfim juntar suas três menininhas. Porém essa alegria durou apenas duas semanas, pois Allexia voltou a apresentar problemas respiratórios e precisou voltar para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Infantil. “Para ela sair daqui e ser uma criança normal, ela precisa de 4 vacinas muito caras. Eu já procurei no Município, que é quem deve me fornecê-las, mas eles dizem que eu tenho que esperar. Eu não sei se ela pode esperar. Os médicos dizem que talvez ela não aguente”, lamenta a mãe emocionada. Outra mãe que trocou o seu lar pelo hospital infantil há cerca de 30 dias foi a Tatiane Freire. Ela fica o dia todo cuidado de seu pequeno Lázaro, de 7 meses, que devido a complicações respiratórias, se tornou uma criança especial, e também apresenta alergia a lactose e necessita de uma alimentação
Tatiane e Lazaro
diferenciada para levar uma vida normal. “Antes de o meu filho ficar doente, eu era uma pessoa normal, cuidava da minha casa e de meus filhos – Tatiane tem ainda uma menina de 4 e outra de 2 anos – e não precisava ficar preocupada. Larguei minhas duas filhas pra ficar com ele aqui. Me afastei da família.”, conta com tristeza no olhar. Tantos as filhas de Tamires quanto as de Tatiane sentem muito a
falta das mães. “Mãe que é mãe tem que aguentar, mas é muito difícil”, comenta Tatiane. “O meu tempo de agora em diante vai ser todo pro Lazaro, vou ter que ficar correndo atrás das coisas pra ele, não vai ser fácil, mas vai dar tudo certo, se Deus quiser”. Essas e inúmeras outras crianças dependem dos tratamentos da UTI, mas dependem principalmente da força de suas mães. Mães guerreiras.
11 de maio de 2013
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