Amos e masmorras parte ll

Page 111

Lena Valenti

Amos e Masmorras 2

amo que eles procuram. Forneço-lhes popper e observo como age a droga em seu organismo; como reagem a ela quando estão na domesticação. Obtiveram uma droga de desenho muito eficiente, e desta vez já não provoca ataques como os de quinze meses atrás. As desinibem e anula seu medo, e cria vício. Pedem mais, sempre mais. — sussurrou raivoso— Por alguma razão, a droga e a resistência à dor estão muito ligadas. E isso é o que estão procurando os Vilões. Querem a mulheres e homens que resistem para seus misteres. Cleo sentiu um calafrio. Mulheres e homens que aguentassem todo tipo de castigos e que o fizessem de um modo inconsciente. —Falou com alguma delas? —Não posso. É possível que entre estas submissas haja uma que não o seja e que seja enviada por parte dos Vilões para controlar os amos e suas artes disciplinadoras. Supõe-se que não devo conhecer quantas consentem e quantas não. Vigiam-me; e não quero cometer nenhum engano. Tenho que chegar até o final, não importa como; embora isso suponha seguir disciplinando as submissas que tenho sob minha responsabilidade. Cleo pensou que Markus não tinha estômago nem remorsos. Mas o mesmo diziam dos agentes de contra-inteligência do FBI. Se metiam-se em um papel deviam fazê-lo até as últimas consequências. Recordou ter lido que alguns membros da KGB, quando destinavam-se a uma missão em casais, casavam-se e tinham filhos entre eles para aumentar sua “lenda” e adotar melhor seu papel. Não importava se havia amor ou não. Só importava a missão. Leslie lhe disse em Washington que alguém podia chegar a perder-se como agente. E agora entendia por que. A jovem voltou a sentar no puf, cansada e aniquilada por receber tanta informação. —Quero que saia daqui —disse Cleo olhando a sua irmã com olhos de cordeiro degolado— Saia daqui, Les… Leslie se sentou atrás dela e a abraçou. —O SVR e o FBI estão trabalhando conjuntamente neste caso como algo excepcional —disse sua irmã ao seu ouvido para acalmá-la— Markus informou ao diretor da SVR; e este entrou em contato com a divisão do FBI: o diretor Spur. Já sabem que Markus e eu nos encontramos; e ambos estão coordenando a missão. —O subdiretor Montgomery sabia? —Sim, Cleo. Sabia. Mas não me disse que iam colocá-la nisto. E isso não o perdoarei jamais. —Sacana filho da puta… —grunhiu Cleo. O homem a visitou para lhe pedir que se infiltrasse e utilizou a cartada do desaparecimento de Leslie para que ela aceitasse. E, em realidade, Leslie estava a salvo com o maldito russo. Leslie sorriu e beijou o topo da sua irmã caçula. —Não posso abandonar o caso. Devo ficar com o Markus. Ambos sabemos que os Vilões me desejam; e estamos a ponto de culminar a investigação com a chegada da noite de Walpurgis. Será nosso modo de entrar. E, se chegar ao final, tanto você quanto Lion também poderão participar. Cleo ficou em silêncio e engoliu saliva custosamente. —Sabe o que aconteceu ao Clint? —perguntou. —Sim. Morreu —respondeu Leslie com os olhos fixos em Markus— Os contatos do russo afirmam que uma ama totalmente encapuzada, acompanhada por outro homem encapuzado, 111


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.