A princesa do baile da meia noite jessica day george

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Alfred -

V

ocê gosta de rosas, Princesa Rosa? - O Príncipe Alfred da Bretanha sorriu

para Rosa no que ele provavelmente pensou ser um flerte. O sorriso revelou grandes dentes e o fez parecer mais ainda com um cavalo. Rosa fez uma oração silenciosa de agradecimento por não ter dentes como aqueles. Alfred era seu primo de segundo grau por parte de mãe e possuía uma série de traços que a fazia sentir-se sortuda por não ter herdado. - Sim, eu gosto - respondeu, mantendo a voz baixa. Ela não gostara do trocadilho com seu nome, e se recusava a demonstrar qualquer emoção que pudesse ser interpretada como divertimento pelo desinformado Alfred. Eles estavam na estufa de rosas, admirando as flores que brotavam lá o ano inteiro. Esse era o projeto particular do jardineiro-chefe Orm: ele estava criando novas cores e tipos de rosas, algo que também interessava bastante ao Rei Gregor. O arbusto o qual Rosa e o Príncipe Alfred tinham diante de si era rosado com o centro vermelho. Cada botão tinha o tamanho de um pires. - Então irei tirar uma rosa para seus cabelos - vociferou o Príncipe Alfred, inclinando-se para frente e apanhando um dos botões. - Assim como irei tirar o segredo que as assombra todas as noites! - Sua risada de cavalo foi abreviada por um grito de dor quando um espinho picou seu dedo. "Bem feito", Rosa pensou. A princesa sabia muito bem que aquelas rosas não haviam sido feitas para serem colhidas, e ela havia avisado o Príncipe Alfred disso quando entraram na estufa. Quando os botões estavam quase desabrochados, o jardineiro-chefe os cortava cuidadosamente e os levava ao palácio para serem expostos por um curto período, mas fora isso, eles eram puramente um "experimento floral", como o pai dela chamava. 82


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