Entrelinhas 02 - Onde Está Você - Tammara Webber

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Ele passa a mão no rosto. — Meu Deus — ele murmura. — Vou fazer você desejar não ter nada comigo. — Graham — digo, e ele leva a mão até a boca, descobrindo os olhos e me observando. — Acredite. Isso já não é mais possível.

Reid Emma e eu vamos nos encontrar no saguão às cinco da manhã para a primeira entrevista no canal local. Temos outra na terça, seguida de uma entrevista ao vivo na rádio à tarde. Na quinta, temos Ellen. Quando digo a Brooke o que falei para Emma — que eu queria mais uma chance se Graham estragar tudo —, ela surta. — Ai, meu Deus, Reid. Merda. Isso foi muito arriscado... Mas talvez ela corra direto pra você quando perceber que ele está comigo. — Foi isso que eu pensei. — Estou passando por canais de televisão mudos, recostado numa montanha de travesseiros na cama do hotel. Emma está no mesmo corredor. Mandei mensagem para ela mais cedo, disse que eu estava aqui e sugeri que nos encontrássemos no saguão amanhã de manhã. Fiz planos para nós amanhã à noite, então hoje não vou pressionar. — Mas ela te disse alguma coisa? — Falei que eu não queria resposta. Que só queria que ela soubesse em que ponto estou. — Deixo a televisão sintonizada em vídeos de música e coloco o volume baixo, como ruído branco. Emma deixa vídeos tocando ao fundo no seu quarto de hotel, como um tipo de trilha sonora da vida dela, e eu fiquei imaginando, mas me esqueci de perguntar, se ela faz isso em casa também. — Então, o que te faz pensar que você ama o cara? — O quê? — Sua voz está confusa. Não sei se herdei a capacidade de argumentar ou simplesmente a adquiri enquanto crescia com um advogado, como forma de autopreservação. Já estou imaginando o que Brooke pode dizer e como contestar. — Você disse algumas vezes que era “a pessoa certa” pro Graham. Você acha que o ama? Ela fica em silêncio por um longo instante, e acho que está prestes a me dizer que o que ela sente por ele não é da minha conta e, falando nisso, vai pro inferno. — Sim. — Por quê? — Por que o quê, Reid? — A irritação satura suas palavras. — Não estou entendendo o que você quer saber, e isso não é da sua conta, de qualquer maneira. Mas estou com vontade de te divertir. Então, por que o quê? — Por que você acha que ama o cara? — Destaque para acha. E ela percebe. — Que jeito estranho de falar — ela reflete. — Por que você acha que ama o cara em vez de por que você ama o cara? — Você sabe que eu não acredito no amor. — Uau... isso foi meio amargo. Cruel, até. Merda.


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