A Garota do Calendário 09 - Setembro - Audrey Carlan

Page 67

quase enlouqueci outra vez. A frente estava toda rasgada, até o umbigo, os seios quase não estavam cobertos pelo frágil tecido. Havia novas fendas perto das coxas, como se o filho da puta estivesse tentando olhar suas partes íntimas. Eu a virei e a levei para o banheiro. Mordi a língua com tanta força tentando não gritar que senti gosto de sangue. Eu queria destruir tudo o que estivesse no caminho até encontrar os cretinos e colocálos em um buraco a sete palmos com minhas próprias mãos. Liguei o chuveiro e a ajudei a tirar a roupa. Ela cobriu os seios imediatamente, embora eu já os tivesse visto um milhão de vezes. Gin não era tímida, nem eu. Nós nos conhecíamos a vida toda, mas, se o pudor a ajudava, eu não diria nada. Certificando-me de que a água estava boa, fiquei de calcinha e sutiã. E então entrei com ela no chuveiro. Com extremo esforço, lavei todas as contusões e os arranhões que encontrei, desejando que pudéssemos prestar queixa, mas, conhecendo Blaine e sabendo que ele tinha muitos policiais na palma da mão, o esforço seria inútil. O cretino iria rir da nossa cara. Coloquei uma grande quantidade de sabonete líquido na esponja de banho e a orientei como uma criança, pedindo que levantasse um braço e depois o outro, que erguesse um pé e depois o outro. Coloquei mais sabonete na esponja e entreguei a ela. — Limpe a parte da frente e a pepeca, Gin. Ela assentiu e fez o que pedi de maneira metódica, como se fosse um drone que só seguia ordens. Peguei um pouco de xampu e lavei seu cabelo loiro comprido, esfregando o couro cabeludo lentamente e desejando massageá-la para tirar um pouco da tensão. Quando cheguei à nuca, ela suspirou e, finalmente, os ombros rígidos afrouxaram e caíram. Um ponto para Mia! Repeti o processo com o condicionador, me certificando de me movimentar com cuidado, sem tocar o resto de seu corpo. Quando éramos crianças e adolescentes, tomamos banho juntas uma centena de vezes, mas, depois de hoje, eu queria que ela tivesse certeza de que era amada e que ninguém se aproveitaria dela. Eu respeitava seu espaço e estaria a seu lado para qualquer coisa que ela precisasse. Essa mulher era, para todos os efeitos, minha irmã, e eu a amava mais que minha própria vida. Se pudesse trocar de lugar com ela, teria me oferecido para salvá-la com todo o prazer e sem nenhum remorso. — Amiga, lave o rosto com isso bem devagar, tá? — Entreguei a ela o sabonete facial. Ela o esfregou nas mãos, como se estivesse aquecendo-as. Peguei-o de volta e ela fez o que pedi. Cada vez que se aproximava dos lábios, bochechas e olhos, Gin estremecia e suspirava de dor. Os sons simbolizavam mais pregos no caixão de Blaine. Eu queria que ele pagasse pelo que havia feito com ela. Porra, eu queria que ele


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.