Peixes Marinhos

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Capítulo IV – A pesca A atividade pesqueira encontra-se historicamente inserida dentro da cultura fluminense, tanto nas áreas próximas ao mar quanto nas comunidades que se desenvolveram na margem de rios como o Paraíba do Sul e Macaé. FARIA (1997) destaca que a temática "pescadores e pescarias" desde muito se tornou presente no campo da produção intelectual e no gerenciamento político e econômico do território nacional por motivos variados cujas problemáticas em causa permitem o reconhecimento de três fases de atividade, quais sejam: Fase I - Marcada pela presença do Estado, que assume gradativamente e por meio de várias iniciativas o ordenamento oficial das atividades de pesca. Nessa fase, o estudo dos peixes assume, também um caráter eminentemente econômico. Em 1912 foi criada a Inspetoria Federal da Pesca pelo Ministro da Agricultura Pedro de Toledo. Neste momento, a iniciativa privada une-se ao setor de políticas públicas. Armadores sustentam a campanha do navio Annie, que leva a bordo o eminente ALÍPIO DE MIRANDA RIBEIRO, já mencionado na introdução deste livro. A visão do pescador pelos demais segmentos da sociedade, nesta fase, assume uma nova figura, não apenas no Brasil, mas em diversos países com ampla área costeira. Conhecedores da costa como poucos, passam a ser tidos, à época da Primeira Guerra Mundial, como elementos estratégicos para a fiscalização dos espaços territoriais costeiros. São os "guardiões da pátria" (FARIA, 1997). A Marinha da Guerra, na Missão Vilar, percorreu todo o litoral do Brasil para promover o "saneamento" das populações de pescadores, com o intuito de incorporá-los às forças produtivas da nação. Surgem, como efeito do processo, em 1932, as colônias de pesca, cujos estatutos determinam que têm: "(...) como finalidade reunir por laços de solidariedade fraternal os pescadores brasileiros natos e naturalizados, que se dediquem à industria da pesca, promovendo a instrução, o auxílio mútuo e a prosperidade de suas famílias".

A organização do setor culmina com a subordinação de todas as suas atividades ao Código de Caça e Pesca, promulgado em 1934. Fase II - O período (não cronológico, mas de eventos) que FARIA (1997) definiu como sendo a "fase II" da inserção sócio-cultural da pesca e das pescarias é

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