entre mim e eu mesma Por Karine Glinn Dois espelhos. Iguais. Adornados com a mais bela moldura. Dourados e altos me chamavam a atenção, mas alguma coisa entre eles era diferente, eu podia perceber, mas o que? Isso me intrigava enquanto eu caminhava, estava cada vez mais atraída pelo o que estava sendo refletido. Enfim cheguei ao primeiro espelho, via uma menina alegre, sorrindo, o rosto calmo e sereno. Imediatamente, senti a paz inundar o meu corpo. Aquela era eu. E, por um momento, agradeci por ser aquilo que estava sendo refletido. A sensação acabou quando me virei para o espelho da direita. Não gostei do que vi. Não queria olhar. Queria voltar para o espelho da esquerda, mas não podia, porque aquilo também era eu. A alma em pedaços, o choro desesperado, a vontade imediata de fazer as pessoas enxergarem que eu estava me afogando em lágrimas. Assim que entendi que estava olhando para a parte de mim que ninguém se importava, me ajoelhei diante da imagem e jurei que amaria o que estava sendo refletido como amo a garota serena e sorridente, pois são nos momentos de maior angústia que preciso de amor e atenção.