O SÃO PAULO - 3092

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www.arquisp.org.br | 10 a 15 de março de 2016

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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Migrantes africanos e latino-americanos participam de missa na Catedral da Sé, no domingo, 6, após peregrinarem pelas ruas do centro da Cidade até a Porta Santa da Igreja Mãe da Arquidiocese

Acolhidos no Brasil, migrantes peregrinam pelo Ano da Misericórdia Latino-americanos e africanos que vivem em São Paulo passaram pela Porta Santa e participaram de missa na Catedral da Sé Fernando Geronazzo

Especial para O SÃO PAULO

Com orações e cantos em espanhol, francês, italiano e português, migrantes de diferentes nacionalidades caminharam pelas ruas do centro de São Paulo, no domingo, 6, em peregrinação à Catedral da Sé por ocasião do Ano Santo extraordinário da Misericórdia. Fiéis nascidos no Paraguai, Peru, Chile, Equador, Haiti, Itália e Argentina saíram da Paróquia Nossa Senhora da Paz, na baixada do Glicério, indo até a Porta Santa da Catedral, onde participaram da missa presidida pelo cura, o Padre Luiz Eduardo Baronto. Além da paróquia territorial, a Igreja Nossa Senhora da Paz é sede das paróquias pessoais para os fiéis italianos e latino-americanos, e recentemente reúne também a comunidade de migrantes de língua francesa. “O principal objetivo desta peregrinação é experimentar a misericórdia divina que se abre para todas as culturas e não faz distinção nenhuma, sentir na pele que o nosso Deus é bom, nos ama e nos faz ser irmãos”, destacou o mexicano Fernan-

do Damian Cruz Lopez, 26, missionário de São Carlos Borromeu (scalabriniano), que está no Brasil há quatro anos. Desde sua origem, a Paróquia Nossa Senhora da Paz está relacionada com a acolhida dos migrantes. Em 1936, o primeiro arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo e Silva, autorizou a abertura de uma casa dos missionários scalabrinianos para o cuidado dos vários trabalhadores italianos da região central da Capital paulista. A pedra fundamental da igreja foi lançada pelo arcebispo seguinte, Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva, em 1940, e, cinco anos depois, foi dado início à construção do primeiro Centro Social do Glicério.

Referência

Com o passar dos anos, a Paróquia tornou-se referência na acolhida dos diferentes fluxos migratórios da Cidade, sendo hoje, também, um ponto de acolhida de refugiados haitianos, sírios e de diversas nações da África. “A Paróquia Nossa Senhora da Paz, também conhecida como Missão Paz, está em função dos vários serviços que temos desde a Casa do Migrante, um centro de pastoral com diferentes serviços, especialmente na área da documentação, saúde e

educação; um centro de estudos migratórios, que se encarrega de processar todas as informações que temos sobre o fenômeno migratório; e o serviço e atendimento religioso”, explicou o Padre Alejandro Cifuentes, pároco da Paróquia dos latino-americanos. Para o Padre Antenor João Dalla Vecchia, pároco da paróquia territorial, participar da peregrinação foi um momento para fortalecer o sentimento em Jesus Cristo, que era aberto às culturas, às expressões, manifestações de cada pessoa, de cada povo, de cada grupo. “Para nós, é muito importante este momento, porque reunimos aqui inúmeras nacionalidades que expressam culturas diferentes, manifestações religiosas diferentes e que vêm nos dizer que em Jesus Cristo todos formamos uma única nação, pelo Batismo, nos tornamos cidadãos universais. Portanto, para a nossa Paróquia, esta peregrinação é um momento de graça e até de renovação do nosso Batismo e da nossa disposição de estarmos permanentemente atentos a essa realidade que nos desafia cotidianamente”, salientou. Também missionário scalabriniano, Constant Monkala, 28, deixou a Repú-

blica Democrática do Congo para se dedicar no trabalho junto aos migrantes. Para ele, a peregrinação é a oportunidade de reviver a experiência de êxodo dos muitos homens e mulheres que deixaram sua pátria em busca de uma vida melhor. “É uma alegria fazer esse caminho de sentir de novo a experiência que fizemos de deixar os nossos lugares, os nossos países, as nossas culturas e caminhar com pessoas de diferentes culturas, nacionalidades, cores e línguas”.

Acolhida misericordiosa

“Podemos perceber que, na convivência os migrantes podem experimentar a misericórdia. Eles lutam para se adaptar e nessa adaptação a acolhida dos outros é fundamental e é aí onde eles experimentam a misericórdia do Pai: na inclusão, na convivência pacífica, na igualdade”, comentou o mexicano Fernando Lopez. A professora peruana Nancy Olivares, 42, chegou ao Brasil há 13 anos e logo no início começou a participar da Missão Paz como voluntária. De acordo com ela, a comunidade paroquial é um ponto de encontro, não somente com a língua e cultura, mas, principalmente, com a fé. “Nos momentos de crise, esse é um local de reconforto e alento diante das muitas dificuldades que encontramos para viver aqui”, afirmou. Por fim, Nancy acrescentou que a peregrinação também é uma oportunidade de mostrar para todos o valor da presença dos migrantes em São Paulo: “Somos uma comunidade que pode contribuir com a Cidade”.

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