O SÃO PAULO - edição 3017

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2 | Ponto de Vista |

3 a 9 de setembro de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

editorial

Deus abençoe e multiplique os catequistas! A palavra catequese para nós cristãos é rica de conteúdo. Ela diz respeito àquela ação da Igreja de fazer ecoar na cabeça e no coração de alguém as verdades da fé. Os primeiros catequistas foram os apóstolos. E na comunidade primitiva, certamente havia aqueles que, instruídos pelos apóstolos, passavam adiante a Palavra de Deus pelo ensino, pela oração, pelo testemunho de vida. O livro dos Atos dos Apóstolos nos mostra a técnica de Paulo: com sabedoria, paciência e utilizando-se de elementos da própria cultura do lugar aonde chegava, ele despertava o interesse por Jesus Cristo e pela Boa Notícia do Evangelho. E cada pessoa convertida, cada casal, cada família, se tornava um catequista entusiasma-

do que fazia a comunidade crescer. Foi assim na comunidade primitiva, foi assim em toda a história da Igreja. Embora para cada momento os métodos de transmissão da fé variassem, a Catequese lá estava, sendo efetivada por homens e mulheres com o coração encantado pelo Senhor. O catecumenato preparava os novos discípulos de Cristo e estes, acolhidos pela comunidade, renasciam e se tornavam filhos de Deus pelo Batismo, eram confirmados na fé pela unção da Crisma e eram alimentados pela Eucaristia. No coração de todos, a verdade fundamental que os encantava: Deus amou o mundo em seu Filho Jesus Cristo, morto e ressuscitado. Houve tempos – bons tempos aqueles!

– em que a vida cristã, vivida em família, já era uma Catequese viva. Pais e filhos viviam na fé, oravam em comum. Infelizmente, porém, chegou-se a um tempo, e ainda o vivemos hoje, em que a Catequese foi confundida com escola e não como processo de Iniciação à Vida Cristã. Mas mesmo assim, os catequistas nunca faltaram à Igreja. No último domingo do mês vocacional, nossas comunidades homenageiam os seus catequistas, porque todas elas os têm. Muitos deles conseguem evangelizar apenas com o testemunho de vida. Muitos começam a se sensibilizar pelo propósito da Igreja de resgatar o catecumenato para os não batizados e o neocatecumenato para os já batizados que vivem intensa-

mente para que transformem o mundo. Que bom perceber que aqui e ali, catequistas começam a ser preparados para a Iniciação à Vida Cristã. Deus abençoe nossos catequistas, jovens, adolescentes, adultos. Deus permita que no coração de cada cristão não se apague a memória daquele irmão ou daquela irmã na fé que pela palavra, pela oração, pelo testemunho de vida ajudou-o a escutar a Palavra de Deus, a deixar-se questionar por ela, a fazer um encontro transformador com Jesus Cristo, a dialogar com Deus na oração pessoal e comunitária, a celebrar com os irmãos os sacramentos da Igreja e a testemunhar que Jesus Cristo é o Senhor. Catequistas, o Senhor precisa de vocês!

opinião

Eleição, solidariedade e protagonismo da pessoa Sergio Ricciuto Conte

Francisco Borba Ribeiro Neto Gestão eficiente do Estado e estabilidade econômica ou políticas sociais voltadas aos mais pobres e à igualdade social? Os dois – e sem corrupção ou demagogia. Este é o “recado” claro que os eleitores têm dado aos candidatos a presidente nos últimos meses. A desilusão com a polarização PT/ PSDB é bem ilustrada pela ascensão eleitoral de Marina Silva, quer ela corresponda ou não a essas expectativas caso eleita. A luz amarela está acesa para o PSDB e também para o PT (mesmo que Dilma ganhe a eleição). O que está dando errado para esses partidos? O PSDB, após o inegável sucesso do Plano Real, fracassou em suas tentativas de conquistar o eleitorado mais pobre e ficou identificado como um partido mais interessado com a eficiência da máquina pública e o crescimento econômico. A avaliação pode não ser justa, mas o eleitor precisa de sinais visíveis da solidariedade dos governantes – e aí o PSDB vem falhando no cenário nacional. O PT apostou na inclusão econômica dos mais pobres para garantir seu sucesso político. Não se deu conta que o desenvolvimento social criava um cidadão mais esclarecido, mais consciente de

seus direitos, mais atento e indignado com os escândalos de corrupção. A partir do trabalho do partido, temos mais beneficiados com programas de transferências de renda, mas agora a economia parou de crescer e põe em risco os ganhos destes que progrediram na vida; mais médicos, mas nem por isso melhor atendimento à saúde; mais dinheiro para a educação, mas só depois que o petróleo do Pré-Sal começar a dar lucro.

Seguimos com Dilma ou Aécio? Arriscamos na nova política de Marina ou em outro candidato? Teremos que fazer em breve uma escolha, mas isso não basta. Existe um desejo de cidadania, participação na construção da sociedade e respeito à dignidade da pessoa. Algumas vezes se manifesta com violência em manifestações de rua, outras como desencanto e frustração impotente, remoída na

poltrona em frente à TV. Para muitos se oculta num conformismo quase cínico. Esse desejo deve ser recuperado e valorizado como energia para a construção do futuro, seja lá quem ganhar as eleições. O Brasil conta com organizações sociais, empresários, homens públicos e trabalhadores capazes de atuar a partir desse desejo, com um verdadeiro protagonismo, construindo o bem comum. É preciso valorizar o protagonismo das pessoas na vida social e econômica, mas dentro de uma postura solidária de construção do bem comum. Sem solidariedade, particularmente para com os mais fragilizados na sociedade, esse protagonismo se perderá na busca por interesses particulares. Assim como a solidariedade, sem protagonismo da pessoa, gera assistencialismo. A combinação de protagonismo e solidariedade exige um Estado eficiente na gestão das Políticas Públicas e da Economia, que não seja autoritário ou centralizador, mas se coloque a serviço da capacidade das pessoas e das associações de construir o bem comum. Um Estado que a doutrina social da Igreja chama de subsidiário. Francisco Borba Ribeiro Neto, sociólogo, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP

espaço do leitor Sobre o jornal “Tenho ouvido alguns comentários elogiosos - os quais contam com a minha concordância - de professores doutores da PUC-SP, do curso de Teologia e também

da Escola Diaconal São José. É bom fazer esse registro para avaliação do jornal. Gostoso de ler. Abordagens interessantes. Visual que estimula à leitura”.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

Irineu Uebara (pelo e-mail)

Capa da edição 3017 “O predomínio do azul ficou lindo” Rosangela Moregola (pelo Facebook)

Ilustração da reportagem

“Novo CD de Padre Zezinho convida para volta ao interior” (edição 3016) “Linda homenagem ao querido Padre Zezinho!” Maria Cecília Domezi (Pelo Facebook)

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