O SÃO PAULO - edição 2966

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Fé e Vida encontro com o pastor

Feliz, aquela que acreditou! Luciney Martins/O SÃO PAULO

Arcebispo metropolitano de São Paulo

cardeal dom odilo pedro scherer

A celebração da Assunção de Nossa Senhora ao céu, no Ano da Fé, mostra-nos a Mãe de Jesus e da Igreja como a mulher de fé, que alcançou plenamente o prêmio da fé. Unida estreitamente a Deus pela fé, durante esta vida, ela se entregou inteiramente ao seu desígnio: “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). E sua vida esteve intimamente unida, pela fé, ao Filho de Deus, que por meio dela nasceu para este mundo, como nosso Salvador. Da anunciação do Anjo Gabriel até à morte de Jesus na cruz, ela o acompanhou e fez um caminho de fé, que não esteve isento de cruzes e “espadas” de dor. Maria creu firmemente e, por isso, foi louvada por Isabel sua prima: “Feliz és tu, que acreditaste que se cumpriria o que da parte do Senhor foi dito” (cf. Lc 1,48). Maria crê e agrada a Deus: “Encontraste graça diante de Deus”, disse-lhe o anjo (cf. Lc 1,30). Sem a fé, é impossível agradar a Deus (cf. Hb 11,6). E ela ensina o que deve ser feito para agradar a Deus: “Fazei tudo o que ele vos disser” (cf. Jo 25). Maria crê e reconhece as maravilhas que Deus realiza nela e, por meio dela, em favor de toda a humanidade: “A minha alma engrandece

o Senhor, porque fez grandes coisas em mim o Onipotente, seu nome é santo!” (cf. Lc 1,47). A fé salva e faz alcançar a plenitude da vida, por obra e graça de Deus. Olhar para Maria, elevada ao céu, nos faz pensar que vale muito a pena crer em Deus, com firmeza e confiança. A fé faz alcançar a vida plena. Fé, neste caso, significa adesão e sintonia plena com Deus e seu desígnio de salvação. Fé não pode ser apenas a aceitação de algumas “verdades”, mas é a aceitação de Deus mesmo! Olhando para Maria, elevada ao céu em corpo e alma, nos alegramos, pois já vemos realizado nela aquilo que para nós ainda é promessa divina; ela nos dá a certeza de que nossa aspiração à vida plena e nossa esperança não são sonhos vãos. Deus promete e cumpre! Olhando

para Maria, assunta ao céu, a Igreja se alegra, pois já vê antecipado nela aquilo que é a meta da peregrinação de toda comunidade eclesial nesta vida: a casa do Pai, a vida eterna. Maria, glorificada no céu em corpo e alma, é sinal de esperança segura para todos nós. Fé e esperança estão sempre entrelaçadas; a esperança decorre de uma fé firme, como foi a de Maria, “peregrina na fé e na esperança”. É interessante como o papa Francisco, no Ano da Fé, convida constantemente à esperança e o faz com três apelos diversos: não percam a esperança; não deixem que lhes tirem a esperança; não roubem a esperança dos outros... Recentemente, apareceu num grande jornal da cidade um artigo, em que o autor expressava a opinião que “Maria divide os cristãos”. Trazia as já conhecidas alegações de que nós, católicos, colocamos Maria no lugar de Jesus e de Deus. Não é isso que nós fazemos; nem é verdade que Maria seja causa de divisão entre os irmãos de Jesus; ela os convida a estarem estreitamente unidos em Cristo. Pode a mãe dividir os filhos? Só por algum grande e infeliz mal-entendido! Nós damos a Maria o reconhecimento que ela merece e a honramos como a Mãe do Salvador; ela foi dada como mãe também a nós, no alto da cruz, quando Jesus entregava a vida pela salvação da humanidade. Não tenhamos, pois, medo de gostar daquela, que agradou ao próprio Deus. E ela nos dirá, sempre de novo: “Fazei tudo o que o Senhor vos disser”.

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www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 20 a 26 de agosto de 2013

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editorial

Somos povo de Deus a caminho Nossa vida é uma peregrinação. Viemos de Deus, para Deus voltamos. Peregrinamos na fé rumo à terra prometida como fez Israel no deserto. Peregrinamos à luz da fé, o coração cheio de esperança, o amor a Deus e ao próximo a nos unir. Deus nos aguarda no fim da caminhada. Vamos ao encontro dele e neste caminhar acertamos e vamos em frente, erramos a rota e a corrigimos. Como alimento para a caminhada, como viático, temos o pão da Palavra e temos Jesus Cristo, o Pão da Vida. Os santuários cristãos existem para nos lembrar de que somos Povo de Deus a caminho. A eles vamos em busca de perdão para nossos pecados, em busca de bênçãos e graças, e que tornem a nossa peregrinação neste mundo menos pesada, em busca do alimento espiritual que não deixa que nossas forças esmoreçam. Vamos a eles pedir graças, vamos a eles agradecer favores. Em momentos especiais do nosso caminhar para Deus, é bom irmos em peregrinação a um santuário num testemunho bonito de fé. É o que está acontecendo na Arquidiocese de São Paulo, neste tempo oportuno que vivemos, chamado Ano da Fé. Lá foram os padres à Catedral, lá foram os religiosos. Agora, uma a uma, as seis regiões episcopais irão em peregrinação à Igreja mãe, no coração da cidade. Na tarde do domingo, 25, será a Região Ipiranga a peregrinar. Seguem depois as Regiões Belém, Lapa, Santana, Brasilândia e Sé. Vamos lá! Caminhemos juntos, testemunhemos nossa fé, ganhemos as indulgências que nos reconciliem plenamente com Deus. Que estas peregrinações nos ajudem a tomar sempre mais consciência de que somos povo de Deus a caminho. Um povo chamado a confessar, celebrar, viver, orar e testemunhar sua fé.

Em momentos especiais do nosso caminhar para Deus, é bom irmos em peregrinação a um santuário num testemunho bonito de fé. É o que está acontecendo na Arquidiocese de São Paulo, neste tempo oportuno que vivemos, chamado Ano da Fé Casa de Oração Povo da Rua

@DomOdiloScherer 17 - Rm 8,30 “Aqueles que

Deus predestinou, também os chamou. E aos que chamou, também os tornou justos; e aos que tornou justos, também os glorificou” 17 - Assunção de Maria ao céu: “A porta do céu foi fechada por Eva; por Maria, ela abriu- se aos homens de novo.” 16 - “Como são grandes vossas obras, ó Senhor Deus onipotente! Vossos caminhos são verdade, são justiça, ó Rei dos povos todos do universo!” 16 - Sl 36(37): “Confia no Senhor e faze o bem e sobre a ter-

ra habitarás em segurança”

16 - Sl 36(37),3 “Vou

mostrar-te, ó homem, o que é bom e o que é que o Senhor pede de ti: Que apenas pratiques a justiça, ames o amor e a bondade...” 15 - Hoje, São Maximiliano Kolbe, mártir da caridade. 1Cor 13, 4-7 “A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece” 15 - 1Cor 13, 4-7: “A caridade... não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; não se alegra com a iniquidade, mas regozija-se com a verdade”

Após um período de restauro, os seis sinos do Mosteiro de São Bento voltaram a tocar em sua plenitude. Para marcar esta data, foi realizado no Mosteiro de São Bento celebração eucarística presidida por dom Odilo. Os sinos do Mosteiro foram fabricados na cidade de Lauingen, Alemanha, e datam de 1912.

Na noite de sexta-feira, 16, o Cardeal visitou o abrigo emergencial para moradores em situação de rua, na zona norte, com o padre Júlio Renato Lancellotti, vigário para a Pastoral do Povo de Rua, e com as equipes da Casa de Oração do Povo da Rua, São Miguel Arcanjo e Fraternidade O Caminho.


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