Edição de 03/03/2017

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Pirassununga, sexta-feira, 3 de março de 2017 www.omovimento.com.br

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Omovimento Jornal

Opinião Especial

Especial

Gustavo Missura Publicitário e jornalista | Especialista em Marketing Digital

Mário Sérgio Cortella Filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro

Especialistas encantam, conquistam e fidelizam

Aos que me julgam empresto-lhes os meus sapatos

Certamente você já deve ter vivido alguma experiência de ter sido muito bem atendido quando comprou algum produto ou contratou algum serviço, não é mesmo? Mas você parou para pensar nos motivos responsáveis pelo bom atendimento que recebeu? Algumas marcas e empresas têm se destacado bastante com relação aos seus concorrentes quando o assunto é bom relacionamento com seus clientes. A Nubank, por exemplo, é uma fintech extremamente jovem que atua em um segmento do mercado conhecido por todos, e, na maioria das vezes, odiado pelas pessoas: o de bancos e financeiras. É comum lermos e ouvirmos relatos de clientes da Nubank nas mídias sociais sobre o encantamento proporcionado durante o atendimento que é prestado a eles quando precisam de algum serviço. Um dos que mais me chamaram a atenção recentemente foi o de uma garota que escreveu mais ou menos assim: “o atendimento da Nubank é tão bom que eu não tenho vontade de desligar o telefone quando ligo para eles, quero continuar conversando com a pessoa que está falando comigo”. É no mínimo impressionante um depoimento desses, não é verdade? Mas o que a Nubank faz que tanto encanta e conquista seus clientes? A resposta pode ser resumida em uma palavra: especialização. É

Não devemos deixar que o julgamento de outras pessoas restrinjam nossas vidas. A crítica construtiva pode nos ajudar a crescer, mas temos que ignorar aqueles que nos querem mal. Quantas vezes você teve de lidar com os julgamentos de outros? Às vezes somos tão julgados até mesmo por aqueles que se dizem amigos e isso acontece com tanta frequência que começamos a acreditar. E nos forçamos à suportar a carga todos os dias, só para ter a aprovação e a opinião, de terceiros, sobre o que fazemos ou deixamos de fazer. Ninguém pode ser um verdadeiro amigo ou membro de uma família forte, se se atreve a julgar sem conhecer as emoções, as dores e os pesos que o outro carrega nas costas e no coração.

claro que muitas outras variáveis são necessárias para compor e formar um verdadeiro especialista, seja em que ramo for, e é justamente isso que você precisa ser ou ter alguém que seja para conseguir sucesso nos seus negócios. Você precisa ser um especialista, você precisa saber de absolutamente tudo relacionado ao seu produto ou serviço. Além disso, você precisa entender o seu público e saber conversar com ele, você precisa também resolver os problemas que eventualmente acontecem com a mesma velocidade que eles ocorrem. Tudo isso a Nubank faz, e é por isso que a empresa tanto encanta e cada vez mais conquista e fideliza seus clientes. Com o constante crescimento da audiência das mídias sociais, elas se transformaram em verdadeiros laboratórios de propaganda boca a boca, e todos nós sabemos bem que esse tipo de opinião é o que mais levamos em consideração quando precisamos comprar algo ou contratar alguém para executar um serviço determinado. Se você não é um especialista no que faz, pare, repense a sua maneira de trabalhar e não desperdice energia em algo que não renderá bons frutos.

Poesia na Terceira Idade Martha de Oliveira Malinverni

No jardim és trigueira. Confunde-te com as flores. Longilínea. Planta que cresce. Traços belos, sedutores. De beleza insinuante caminhas, olhar distante Tua sombra te acompanha parece orgulhosa de ti luz e sombra se alteram ora aqui, ora ali. Contornos se formando beleza se alternando Como a semente germinada plantada, crescida, florescida não te conta tempo, idade

Se é isso que acontece você, o ser julgado, empresta ao julgador os seus sapatos. Porque ninguém, mais do que você sabe a dor que as pedras que há em seus sapatos lhe causa. E porque você tinha que ter ido por certos caminhos, navegado em certos mares; e atravessado certos rios sem perguntar a ninguém se era certo ou errado. É verdade que é a maneira que escolhemos e seguimos os caminhos da vida que define quem somos. Mas não há quem possa julgar, colocar na balança e condenar, uma vez que todos nós, todos os dias, tomamos decisões erradas. Você não é apenas o ser que reflete no seu espelho. Você

não é apenas o modo como você se veste, e as palavras que você diz. Você está no seu caminho e todas as suas experiências de vida integrados nas profundezas do seu ser… Aquele caminho que ninguém, além de você, tem que saber o quanto você o deseja. Os que julgam, podem até dizer que não o fazem por mal, mas com a intenção de ajudar, dar um exemplo de educação. Contudo, com isso, realmente, demonstram que querem estar no controle de nossas vidas e desejosos de que engajemos o seu pensamento e suas diretrizes. Pessoas acostumadas a julgar os outros tendem a ser geralmente os mais frustrados. São muitas vezes insatisfeitos com eles mesmos e projetamse no outro para transformar sua necessidade de controle e intervenção na vida alheia na intenção de realizar-se de alguma maneira. “Não julgues ninguém, porque não vês os motivos, mas sim os atos”, disse Fernando Pessoa. Mas como emprestar ao julgador os seus sapatos? Se o seu juiz for alguém que você muito estima, que tal escrever-lhe uma carta? Fale honestamente de seus caminhos, de suas dores, do que lhe incomoda. E depois convide-o para uma conversa franca. Mas se o seu juiz (ou juízes) são apenas conhecidos e/ou familiares menos próximos, ignore-os. Não responda, não revide…Vá seguindo sua vida. Um dia eles lhe perderão de vista. Creia.

Mulher teu reino é enfeitar a vida. Iluminas a tua geração cumprindo tua missão Nos lábios tens a delicadeza de sorrisos e inspiração sempre prontos para um beijo em carícias, a permissão. Cabelos soltos, à vontade muita meiguice na bela tarde És uma figura preciosa. És verdadeira, és mulher encantando as estações Primavera ou outra qualquer. Presenteando aos olhos meus porque foste moldada por Deus!

Especial

Walber Gonçalves de Souza Professor e membro das Academias de Letras de Caratinga e Teófilo Otoni

Entre a civilidade e a barbárie Decifrar o ser humano será eternamente uma tarefa impossível. As clássicas perguntas que circundam a nossa existência, tipo: o que somos? De onde viemos? Para onde vamos? Ainda reinam e acredito que permanecerão sem respostas por muito tempo, se que é um dia conseguiremos encontrar alguma. Mas independentemente deste mar de dúvidas, algumas conclusões nós já temos. Sabemos que somos animais possuidores de racionalidade, que temos habilidades múltiplas, que vivemos e dependemos da sociedade, pois somos seres sociais; enfim, somos seres emotivos, efetivos e pensantes. Sabe-se também que inúmeras teorias, desde Aristóteles e que vêm ultrapassando os séculos defendem que o ser humano quando educado se torna o melhor dos animais, mas quando acontece o contrário, faltando-lhe a educação ele se torna o pior dos animais. Para o filósofo Sartre somos movidos pelas nossas escolhas. Se for verdade seu pensamento, podemos escolher ser educadas ou mal-educados. Como vivemos em uma dita democracia, depositamos em nossos representantes legais um pouco da condução das nossas escolhas. Neste sentido, o desenvolvimento de políticas públicas pode levar os membros da sociedade a seguirem um destes caminhos. E o que percebemos é que a educação não é e nunca foi uma prioridade das políticas públicas, fala-se muito, age-se pouco. Tratamos a educação como algo constitucionalmente obrigatório, pois é lei, mas não damos a ela o seu devido valor, que é tornar o ser humano um ser consciente, um ser melhor, preparado para viver em sociedade. Na prática, a grande maioria dos brasileiros, convivem com uma péssima educação, que exclui, que não educa, que não ensina, que não permite que nada que foi citado no parágrafo anterior de fato aconteça. E o resultado de tudo isto? Um ingrediente a mais para a barbárie. O que estamos presenciando nos últimos meses na nossa nação significa puramente a confirmação destas teorias. Para ilustrar, basta analisar o campo de batalha que se tornou o Estado do Espírito Santo, os presídios de Natal, e a pior de todas muito pouco

falada, a guerra civil silenciosa (batalha entre torcidas, tráfico de drogas, saques, arrastões, crime organizado, violência contra mulher, crianças...) que há anos nos acompanha sendo mostrada pelos dados estatísticos. Como o Estado não favorece à educação, no sentido pleno da expressão, pois cabe a ele está prerrogativa enquanto ser organizador da nação, ele tenta se tornar presente pela sombra da repressão, mesmo que de forma velada. Bastou a presença repressiva do Estado não se fazer presente e o caos se instalou. Pois não é possível acreditar na justificativa do caos pela ausência da polícia. Haja vista que, em países onde a educação acontece de fato, os presídios são fechados pela simples constatação da falta de prisioneiros. Nestes países os presídios fechados se transformam em locais de fomento às atividades culturais. Aqui, nossa realidade revela o nosso lado mais sombrio, mais triste. Revela que somos mal-educados, que agimos como o pior dos animais; revela que o Estado é um órgão inoperante em seu verdadeiro papel; revela que o Estado prefere continuar enganando a população, dizendo que vai criar um plano de segurança pública; revela que o Estado prefere criar cadeias, presídios, manter uma sociedade baseada no crime, do que transformá-la em uma sociedade de pessoas descentes, do bem, educada; revela um Estado covarde com a sua própria corporação policial presente em cada Estado da Federação, pois eles são os braços do Estado e ao mesmo tempo são servidos como “boi de piranha” nesta bagunça chamada Constituição Federal nos seus mais diversos códigos. E a população? Pelo que se percebe, prefere continuar sendo e pensando como a coitadinha, como diria o cantor Zé Geraldo, “vendo tudo isto acontecendo e eu aqui na praça dando milho aos pombos”. E ao mesmo tempo incapaz de refletir sobre si mesma, pois o que é oferecida a ela, pelo Estado, na verdade tira da população a sua maior qualidade, que é a capacidade de pensar. E não pensando a barbárie será sempre a nossa maior companheira ou a única saída. Pelo visto, entre a civilidade e a barbárie, nossa escolha, enquanto sociedade, ainda está sendo pela barbárie.


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