ID 93 Agosto-Setembro 2016

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AGO / SET 2016 nº 93

Por Luiz Carlos de Almeida e Sylvia Veronica

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EDITORIAL

O radiologista no centro das transformações tecnológicas

N

o mundo digital, os desafios da qualificação, da multidisciplinaridade e de novos modelos de trabalho podem levar a especialidade a um lugar de maior destaque no contexto do atendimento à saúde

que atestam a especialização e, mais recentemente, os programas de acreditação que, ao organizar serviços, reestruturar gestões, criam níveis de exigência para o profissional, que valorizam o seu trabalho e podem refletir na sua remuneração.

“A visão humana é uma das tarefas mais difíceis para computadores e a maior dificuldade dos algoritmos das máquinas em alcançar o desempenho do trabalho humano é justamente não conseguirem explicar porque um objeto foi identificado como anormal”. Esta afirmação, do dr. Eliot Siegel, da Universidade de Maryland, Estados Unidos, no mundo tão digital, pode tranquilizar aqueles que temem pelo futuro do diagnóstico por imagem e, ao mesmo tempo, decepcionar aqueles que acreditam que os aplicativos e demais recursos digitais vão fazer tudo.

Durante décadas, desde que Roentgen descobriu os raios X e Marie Curie implementou a radiologia móvel, o processo de evolução da especialidade acontece em ritmo compatível com a realidade do momento. O médico radiologista era apenas um emissor de laudos, nos porões dos hospitais, hoje está no centro das decisões. Talvez essa realidade modesta e até ambígua, já que a importância do profissional era subestimada, tenha gerado uma postura mais contida do médico da imagem ao longo de décadas. O advento dos demais métodos, CT, RM e o US, vem mudando esta realidade.

O discernimento e a capacidade de decidir são habilidades do cérebro humano, guiado pela visão. Por trás de tudo, a mente avalia, define e conduz. Por trás de um monitor, há sempre uma cabeça pensando. Mas o que parece óbvio está sendo esquecido por muitos.

Agora, o trabalho é em equipe e a imagem tem que estar presente, dar sua parcela de contribuição no diagnóstico, opinar e conduzir raciocínios. O paciente é um ser integral e deve ser visto dentro da multidisciplinaridade, como forma de obter resultados mais precisos e eficientes.

Estas considerações dão uma dimensão das preocupações que assolam a cabeça dos que têm o compromisso de decidir sobre o futuro das instituições, sobre o papel das especialidades, sobre a capacidade do médico e a sua importância, insubstituível, no trato com a doença. Impossível não reconhecer o quanto avançamos, na agilidade do ato diagnóstico, com tecnologias cada vez mais sofisticadas. Mesmo em países com tantas diferenças regionais, como o Brasil e outros tantos, a imagem do diagnóstico corre acelerada, mas, para que isso ocorra, alguém tem de dizer o que contém aquela imagem. Neste contexto, o dr. Siegel mantém a firme defesa de que a Radiologia, como síntese de uma especialidade, é a que mais se beneficia de tudo isso e abre para o profissional que estuda, que se aplica e que se atualiza, uma gama enorme de opções. Instrumentos têm sido criados ao longo dos anos pelas entidades representativas justamente para estabelecer parâmetros, para definir posturas e valorizar a qualidade. São os eventos médicos, com suas possibilidades de atuação, os títulos de especialista, como referenciais

Como será então o futuro do médico radiologista? Como tratar este profissional? Questões como esta percorrem os gabinetes e as salas de laudos de todos que atuam e se interessam no futuro do trabalho médico. Como resolver os conflitos de interesse, a necessidade crescente de atualização, a pressa dos mais jovens e a pouca paciência da geração digital? Muitas dessas respostas são difíceis de encontrar. Uma certeza nos motiva a continuar questionado: é preciso se atualizar continuamente. Nesta edição do ID Interação Diagnóstica, a nossa matéria principal traz uma série de informações a fim de contribuir com esta reflexão tão importante para o futuro da especialidade. Vamos mostrar algumas novidades na área da inteligência artificial que vêm transformando processos e fluxos de trabalho em hospitais e clínicas, e o que revelam pesquisas a respeito das expectativas dos pacientes sobre o trabalho do radiologista. Para estimular a discussão, convidamos especialistas para analisar o papel dos profissionais e demais agentes da área médica diante deste novo contexto. Boa leitura.

CO M U N I C A D O

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