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Jornal do Dia

Editor responsável : Marcelle Corrêa < marcellecorrea@jdia.com.br

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Macapá-AP, sexta-feira e sábado, 04 e 05 de fevereiro de 2011

Termo de Cooperação entre o Ministério Público do Estado e o HCAL é assinado O termo define que sejam realizadas cirurgias ortopédicas aos sábados por conta do grande número de pessoas na fila de espera e pela lentidão que elas estão sendo feitas Heverton Mendes / jd

A história de Macapá e a presença da Igreja Católica A presença dos missionários católicos nas Terras Tucujus se deu de maneira gradual Por Clauber Rosivan Santos de Almeida - COLABORADOR

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Segundo o promotor, com a assinatura do termo, a fila existente para cirurgias traumatológicas no estado vai ser diminuída e caso o Hospital deixe de cumprir com o Termo, o MP vai executar o serviço fazendo com o que o estado cumpra com o que foi assinado

Graziela Miranda da reportagem

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a manhã de ontem (03) foi assinado um Termo de Cooperação entre o Ministério Público Estadual e a diretoria do Hospital Alberto Lima. O termo define que sejam realizadas cirurgias ortopédicas aos sábados por conta do grande número de pessoas na fila de espera e pela lentidão que elas estão sendo feitas. “O Ministério Público está fiscalizando toda essa questão da saúde, tendo em vista que tem chegado uma série de reclamações na procuradoria da cidadania, e foi determinada uma ação concreta em cima desses problemas. Com isso,

nós solicitamos a presença da secretaria o que foi de imediato atendido e temos que registrar e avançar concretamente com os sábados com cirurgias diárias. Os sábados eram para situações emergenciais e agora também serão realizados procedimentos cirúrgicos em situações comuns.” Afirma o promotor Marcelo Moraes. Segundo o promotor, com a assinatura do termo, a fila existente para cirurgias traumatológicas no estado vai ser diminuída e caso o Hospital deixe de cumprir com o Termo, o Ministério Público vai executar o serviço fazendo com o que o estado cumpra com o que foi assinado. Para garantir o cumprimento, o Ministério Público vai fiscalizar constantemente a atua-

ção. “Nós temos um hospital hoje com um gargalo muito grande. Temos um hospital de 53 anos e apenas oito salas cirúrgicas. Essas salas são divididas e atendem a todas as especialidades. Para diminuir a demanda, deveríamos ter todas as salas abertas, mas não temos por falta de equipamentos. Então, equipe de ortopedia e pessoal de enfermagem nós temos. Agora nós temos uma única sala de cirurgia ortopédica e é necessário que se abra mais uma sala.” Afirma o diretor do Hospital Alberto Lima, Carlos Marcos Galan. Segundo Marcos Galan são realizados cerca de dez cirurgias de alta complexidade no Hospital todos os dias, nos tur-

nos da manhã, tarde e noite e em muitas vezes são realizados os procedimentos em caráter de emergência dos pacientes do Pronto Socorro, que passam na frente dos outros pacientes em espera. Ele afirma também que as emergências deixam o atendimento mais lento. Para ele, ou se atende logo o paciente em emergência ou ele vai a óbito. Por conta disso os pacientes de emergências são sempre atendidos. Cerca de 50 procedimentos médicos em aberto, com relação a cirurgias traumatológicas, foram agendados e a partir de segunda feira as pessoas que procuraram o Ministério Público serão consultadas para fazer o pré operatório e realizar a marcação da data do procedimento.

Instituições discutem Plano de Implementação de Conservação Florestal no Amapá O projeto é, após a implementação da Unidade de Conservação, promover o desenvolvimento sustentável do Estado Graziela Miranda da reportagem

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rês parceiros distintos, como a Floresta Nacional do Amapá, Conservação Internacional e o Instituto Walmart discutem o Plano de Manejo Florestal no Amapá. A discussão dá conhecimento ao plano que foi estabelecido em 2008 e à parceria, que vem sendo feita a partir daí. O projeto é, após a implementação da Unidade

de Conservação, promover o desenvolvimento sustentável do estado do Amapá. O Manejo Florestal no Amapá, de acordo com um inventário realizado, tem um potencial muito grande. Como é uma forma de conservação, a maneira de exploração é através de concessões. A partir do momento que estiver aprovado o Plano de Manejo, a área passa a ser colocada a disposição do Instituto Florestal, que vai trabalhar o pro-

cesso de concessão. “O Plano de Manejo, que ainda está em processo de revisão, está previsto que seja aprovado no mês de Julho e a partir daí começamos a executar o Plano, onde estão inscritas as atividades a serem trabalhadas em cima do potencial existente na área. Nós tivemos como meta trabalhar com o açaí e o cipó.” Afirma a Chefe da Unidade de Floresta Nacional, Sueli Gomes. “O que está sendo dis-

cutido tem o objetivo de trazer um pouco de várias experiências e várias partes de um todo. Então o nosso objetivo maior é promover qualidade de vida nesses municípios afetados no Amapá e para isso a gente precisa de várias ações diferentes como capacitação, desenvolvimento de atividades sustentáveis e de um Conselho que seja ativo”. Afirma Patrícia Baião, diretora do Programa Amazônia da Conservação Internacional.

absolutamente inautêntico e desonesto alguém aferir a seu discurso acerca da história de Macapá a negação de uma presença basilar que foi o da Igreja Católica. Conturbada em alguns momentos sim, não negamos, mas sua presença confundi-se com a história deste lugar. A presença dos missionários católicos nas Terras Tucujus se deu de maneira gradual. Esta presença de muitos modos ficou marcada por atos hostis da parte dos governantes. Todavia, e até por honestidade intelectual, não se pode deixar de sinalizar a hostilidade exercida também da parte de muitos missionários prevaricadores da verdade católica. Uma terceira hostilidade, por assim dizer, partia dos indígenas que se vendo ameaçados e ao mesmo tempo manipulados ora pelos colonizadores ora pelos missionários apócrifos, investiam contra tais insinuadores da destruição de suas tradições e crenças. Outra marca da presença missionária nas Terras Tucujus foi, além da implementação da catequese e da evangelização, o trabalho de reconhecimento e mapeamento de novos territórios bem como a pacificação de tribos e as alianças com nações indígenas. Conta a História que deslocando-se pelos rios Ajuruxi, Cajari e Jari chegam por aqui os primeiros missionários católicos, a saber: os frades franciscanos. Isto em 1618. Conforme a naturalidade e a inevitável transcorrência dos tempos, a região até a área limítrofe do rio Oiapoque foi sendo percorrida pelos presbíteros portugueses e franceses. Chegando os da Ordem franciscana até o rio Araguari. Os missionários franceses da Ordem Dominicana transitavam nas terras compreendidas entre estes dois rios (Oiapoque e Araguari). Vale notar que os padres Antônio de Saint-Souveur e Bernardino da Constanza foram, no ano de 1647, trucidados pelos índios. Este fato se deu na região do Cabo Norte. Os Jesuítas chegam no ano de 1654 e juntandose aos franciscanos edificam um grandioso trabalho de catequese e de evangelização. Como já indicamos neste texto, os missionários também exerceram o ofício de reconhecimento e mapeamento de territórios, pacificações de tribos conflitantes e o estabelecimento de alianças com povos indígenas; pois bem este papel foi desenvolvido por estes missionários da Companhia de Jesus (Jesuítas). Sua presença na Capitania fez com que a catequese ultrapassasse os limites do rio Araguari. Um fato comprovante disto foi o estabelecimento dos padres Bernardo Gomes e Antônio Pereira numa ilha do Lago Duas Bocas em 03 de junho de 1687. Dispensando a escolta militar após sua instalação, os padres, em setembro do mesmo ano, foram mortos pelos índios sob a manipulação de flibusteiros de natalidade francesa. Terminando a missão, assim, de maneira nefasta. Por defenderem os índios contra os freqüentes abusos dos colonos muitos Jesuítas foram expulsos da Capitania. Apesar desta realidade adversa ainda sim assumiram em 1666 as rédeas, por assim dizer, da evangelização e da catequese em toda a Capitania. Entretanto, tornando-se intolerável a defesa dos indígenas por parte destes (Jesuítas), o Ministro do Reino e consanguíneo do governador do Estado do Maranhão e Grão-Pará Francisco Xavier de Mendonça Furtado, Marquês de Pombal em 1757 decretou a expulsão dos missionários da Ordem da Companhia de Jesus da Capitania. A presença da Igreja Católica em Terras Tucujus, apesar da tempestividade sempre corrente, ainda hoje, 253 anos depois da fundação da vila São José de Macapá, se faz sentir e este sentir é inegável. Hoje atuam na Diocese de Macapá padres do PIME (Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras), padres Diocesanos, padres Piamartinos, Camilianos, Capuchinhos, Verbitas, Religiosos e Religiosos, Carmelitas, Franciscanos, Sociedade de Vida Consagrada, Leigos (as) Consagrados... Enfim, não citando todos por nomenclatura própria, porém contemplamos a todos ao utilizarmos estas terminologias. Vale lembrar que o atual bispo diocesano é Dom Pedro José Conti. Note-se que no sucinto e indicativo tecido deste texto alinhavaram-se fatos transcorridos bem antes da fundação da Vila (exceto a expulsão dos Jesuítas). Isto para lembrar que na edificação desta cidade existem raízes católicas. (Não só, mas também). Neste sentido, queremos, então, também fazer menção aos 250 anos da ereção canônica da igreja São José. Assim, só nos resta então congratular-nos com estas duas marcantes datas de nossa história: os 253 anos da fundação da vila São José de Macapá e os 250 anos da igreja São José. Parabéns!!! Fonte: SANTOS, Fernando Rodrigues dos. História do Amapá – Macapá-AP. Editora Valcan Ltda. 1994. BUBANI, Pe. Ângelo – Diocese de MacapáMacapá-AP, Dezembro de 1985.


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