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2 O Jornal de HOJE

Artigo

Opinião

Natal, 13 de março de 2014

ALDO MEDEIROS FILHO, advogado (aldo@aldomedeiros.adv.br)

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O celular

Quando jovem, morei no Rio de Janeiro por cinco anos. Com exceção do primeiro, vivi os outros quatro anos na Gávea, pertinho da universidade onde conclui o curso de Economia. Aí, iniciei minha vida profissional formal, pois antes havia trabalhado com meu pai, em regime informal. Desenvolvi forte ligação sentimental com o Rio de Janeiro, realimentada a cada viagem que para lá empreendi após o retorno para cá, quando sempre procuro visitar os locais frequentados outrora, reencontrar amigos e parentes queridos com quem mantenho vínculo forte até hoje. Com o passar dos anos e já se vão três décadas, um sentimento de desgaste e abandono pela cidade foi se tornando evidente não só nas visitas, mas também na maciça divulgação de notícias negativas sobre o que acontecia na vida dos cariocas, cuja beleza da cidade sempre foi cantada mundo afora. A violência descontrolada, bueiros que explodiam porque as redes subterrâneas de serviços públicos eram mal conservadas, a indisciplina urbana, enfim as mazelas que lamentavelmente vimos se alastrar pelas demais cidades do país nos anos seguintes, em maior ou menos escala. O Rio de Janeiro foi, sob minha visão, precursor dessa esbórnia nacional que estamos atravessando e presenciando. Não é raro se encontrar na imprensa, referência ao gosto peculiar do eleitor fluminense em votar nas opções mais exóticas que lhe são apresentadas nas eleições. O preço pago é evidente. Aliás, quando os natalenses em determinada época, optaram em ser governados por uma borboleta e uma rosa, uma amigo carioca me alertou para o exotismo da escolha, dizendo que eu doravante estava desautorizado de recriminá-los. Mas a eleição do prefeito Eduardo Paes parecia quebrar essa correnteza exótica. Sua proposta e seus primeiros atos traziam a imagem da seriedade, do profissionalismo, do esforço para tornar novamente o Rio de Janeiro um local habitável. Seu choque de ordem trouxe realmente impacto e melhorias em diversas

Não há faca de dois gumes mais cortante e afiada que o aparelho celular. As estatísticas aí estão para comprovar o que afirmo. Favorece a escuta, acidentes quando utilizado na direção de veículos e em penitenciárias nas mãos dos marginais, sem esquecer outros usos e abusos tão conhecidos de todos. Sei perfeitamente de sua serventia em outras tantas situações. Mas, desejo chegar a dois episódios, até certo ponto cômicos, onde o aparelho, respectivamente, vale mais do que o doente no hospital e do que o homem comum diante da autoridade. O primeiro se refere ao uso rotineiro do celular por alguns médicos na sala de cirurgia dos hospitais. Enquanto os procedimentos operatórios são executados, com as vísceras do paciente expostas, o fone do cirurgião ou anestesista fica ali, sobre a mesa, ora recebendo, ora emitindo ligações. O doente parece assumir um segundo plano e fica à mercê, automaticamente - por conta das manipulações contínuas - da temida infecção hospitalar. Hoje, ela é o fantasma oculto dos nos-

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MACIEL MATIAS, médico (maciel.matias@terra.com.br)

Mitomania ou simplesmente mentirinhas! "A Mitomania é uma tendência patológica relacionada ao hábito de mentir. O mitômano, diferente do mentiroso, cria suas histórias verossímeis e muito bem construídas, a fim de suprir alguma necessidade interior". Andrea Bandeira. Em 1881 foi criado pelo escritor Ma?rio Collodi, a histo?ria de Pino?quio, em que o personagem principal e? si?mbolo da mentira. Quanto maior a mentira, maior ficava o nariz do boneco de madeira, que queria ser menino de verdade. Como se mente nesse mundo e agora nesse período eleitoral, mentir é inerente à grande maioria dos candidatos. Como eles se abraçam e se beijam, na tentativa de conseguir agregar valor ao palanque. Observou como são religiosos? Não perdem uma procissão de padroeiro. E os elogios?! Na campanha anterior esculhambavam uns com os outros e neste período que antecede à próxima é só elogios até a definição das chapas. Depois o pau vai comer. Quem tem maior telhado de vidro se prepare. Mesmo que hoje haja favorito, as pancadas devem ser violentas para todos os lados. Verdades ou mentiras serão utilizadas com maior ou menor ênfase, na dependência dos padrões éticos e morais de cada um deles. É nesse momento que a mentira prevalece naqueles que habitualmente mentem para conseguir seus objetivos. Será que todo o mundo mente? Eu tenho lá minhas mentirinhas. E quem será que mente mais, homens ou mulheres? Segundo Katie Maggs, médica e pesquisadora do Museu da Ciência de Londres, mentir é aparentemente uma parte inevitável da natureza humana, mas é um fenômeno muito importante também nas interações sociais. Ela realizou uma pesquisa com 3.000 pessoas e identificou que os homens mentem mais que as mulheres. Será? Eu acho que elas sabem mentir melhor. Quando uma pessoa fala uma verdade ou conta uma mentira, estes são comportamentos verbais aprendidos e que são mantidos pelas consequências que elas produzem. Por que as crianças mentem para os pais? Porque eles costumam punir quando elas falam a verdade sobre algo que os pais consideram errado. Sabe que é isso mesmo. Criança sabida é bicho danado. Mente que só ela, para não levar porrada quando algo saiu errado. A forma de aumentar a probabilidade de dizer a verdade em crianças ou adultos é valorizar, enaltecer e gratificar os momentos em que a verdade é dita. David Livingstone Smith diretor do Instituto de Ciência Cognitiva e Psicologia Evolutiva da Universidade de New England, nos Estados Unidos, defende que o mundo seria um caos se todos decidissem falar a verdade. Em seu livro Por que Mentimos - Os Fundamentos Biológicos e Psicológicos da Mentira (Editora Campus/Elsevier), afirma que somos

programados para enganar desde os primórdios da humanidade. Seja para nos proteger, seja para levar vantagem. Afirma que os políticos são os mais habilidosos no ato de mentir. Numa entrevista à Veja, quando indagado se existe política sem mentira, foi taxativo: "Infelizmente, não. A democracia é algo maravilhoso, mas funciona por um processo de venda e manipulação. Nesse processo, a mentira é intrínseca. A única proteção que temos contra isso é sermos céticos, críticos e podermos contar com uma imprensa justa, livre e que defenda os cidadãos". Veja quais são as 10 mentiras mais comuns que homens e mulheres contam a seus parceiros. Homens: 1. Eu não bebi tanto assim; 2. Não tem nada de errado, estou bem; 3. Estava fora de área; 4. Não foi tão caro; 5. Estou chegando; 6. Estou preso no tráfego; 7. Não, seu bumbum não parece grande nisso; 8. Desculpa, não ouvi o celular tocando; 9. Você perdeu peso; 10. Era bem disso que eu estava precisando. Mulheres: 1. Não tem nada de errado, estou bem; 2. Não sei onde está, eu nem mexi nisso; 3. Não foi tão caro; 4. Eu não bebi tanto assim; 5. Estou com dor de cabeça; 6. Estava na promoção; 7. Estou chegando; 8. Ah, eu tenho faz um tempão; 9. Não, eu não joguei no lixo; 10. Era bem disso que eu estava precisando. É fácil identificar um mentiroso? Os estudiosos no assunto afirmam que depende de cada caso e principalmente do comportamento psicológico do mentiroso. A análise da Leitura Corporal, pode em algumas vezes desmascarar um mentiroso. Um livro muito conhecido, O Corpo Fala - A Linguagem Silenciosa da Comunicação Não-verbal, faz uma série de análises do indivíduo, durante as respostas ou situações conflitantes. Quando falamos em leitura da Linguagem Corporal é importante destacar que nunca se deve analisar um gesto isolado de outros e das circunstâncias. A leitura deve ser feita no conjunto de gestos, na postura, nas expressões faciais e no momento das respostas. Embora qualquer pessoa possa mentir, temos de distinguir a mentira banal da mentira psicopática. O psicopata sabe que está mentindo, não se importa, não tem vergonha ou arrependimento, muitas vezes mente sem nenhuma justificativa ou motivo. Em algumas situações a mentira serve para proteger e manter o vínculo. "Às vezes a verdade nua e crua é crueldade. Tem que ter limite, mostrar dente demais magoa. Calar-se e esperar o momento mais adequando para falar é a melhor saída", explica Leila Tardivo, psicóloga e professora do Instituto de Psicologia da USP. "Que vantagem têm os mentirosos? A de não serem acreditados quando dizem a verdade." Aristóteles. "Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te." Friedrich Nietzsche.

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VALÉRIO MESQUITA, escritor (mesquita.valerio@gmail.com)

Um prefeito patético áreas da cidade. Passados os anos, começaram a surgir sinais de que o velho e consolidado exotismos estava de volta. A publicidade de uma lei inócua que mantinha servidores municipais nas ruas aguardando a oportunidade de multar quem jogasse uma ponta de cigarro fora, pareceu de uma evidente demagogia e claro desperdício de recursos públicos, com finalidade tão somente de trazer publicidade. Tudo bem se a publicidade tivesse como objetivo induzir a população a colaborar e participar da limpeza pública. Os fatos recentes mostraram que não. O próprio prefeito foi flagrado praticando este ato brasileiríssimo de jogar uma ponta de papel na rua. Os garis do Rio de Janeiro, adotando a moda de vence o mais forte, pouco importando as leis e o bem comum, transformaram o carnaval carioca no maior lixão do mundo. Aí a cidade voltou os olhos pro prefeito do choque de ordem e recebeu como resposta a decisão de demitir 250 garis imediatamente, pois inexistiam recursos para dar o aumento de 40% pleiteado pelos grevistas, sem paralisar outros serviços essenciais. Tudo parecia muito lógico, mesmo desconsiderando a ilegalidade evidente da greve, não parecia ser possível atender aquela reivindicação tão contundente. Eis que de repente assistimos na televisão, um prefeito explicando à população que o aumento de 37% concedido era possível pois os garis são muito importantes para a cidade e ele sempre buscou reconhecer essa situação. Poucas vezes na vida vi algo tão patético de um político que antes eu considerava detentor de seriedade. Se havia capacidade de pagamento, por que se esconder atrás de um sindicato claramente pelego e submeter a cidade ao vexame que foi um carnaval no lixão? Se os garis mereciam este sacrifício da cidade, por que a encenação de demitir 250 deles por mensagens de SMS? O que os cariocas ganharam com isso? O de sempre: a constatação da falta de seriedade dos seus governantes.

Quinta-feira

sos hospitais. Por outro lado, a preocupação com o aparelho induz a distração, a leniência e a dispersão da equipe, com a prevalência da máquina mortífera sobre a vida do enfermo. Tais reflexões me fazem lembrar um episódio, que ainda não contei, ocorrido comigo e um secretário de Estado, José Maria Melo, durante o governo de Garibaldi Alves Filho. Àquela época, eu exercia o mandato de deputado estadual e lhe pedira, via celular, uma audiência, ao lado de dois inefáveis vereadores macaibenses. Após os cumprimentos de praxe, iniciei a narrativa dos assuntos, sendo interrompido três vezes pelo celular Motorola tamanho sapato Fox 41, colocado sobre o birô. Sem que pudesse concluir a conversa administrativa na íntegra, apelei para um procedimento insólito. Lembrando-me que o seu número ainda estava gravado na memória do telefone, liguei-lhe no instante em que pedia água e café: "Alô, é o doutor Zé Maria?". "É, sim. Quem fala?". "É Valério, Zé Maria. Vamos concluir a nossa audiência pelo celular mesmo, e não

pessoalmente, ok?". Não desligamos e fomos até o fim da audiência sem sermos perturbados. Conclusão: O celular é bicho incômodo e desatencioso. Desculpas à parte, juntos aprendemos a lição. Principalmente ele, sob os olhares atônitos dos dois edis Ismar Fernandes Duarte e Francisco Pereira dos Santos. Por último, até já disseram que o uso exagerado do celular provoca irradiações no cérebro e surdez. De outra feita, quando exercia o mandato de deputado estadual, D. Marilene Gomes, então secretária, apressada, adentrou ao gabinete para, do meu celular, cumprir a agenda de ligações porque o telefone fixo havia pifado. O primeiro da lista que solicitei se referia ao jornalista Paulo Macêdo. Completada a ligação, ela confirma: "Alô? É doutor Paulo Mesquita?", e passou-me o aparelho. No momento eu escrevia e só ergui a cabeça para explicar-lhe: "Era meu tio. Ele não vai atender. Só se for em sessão espírita. Morreu há mais de vinte anos...", disse-lhe com a serenidade de um funeral. Celular é fogo...

JANGUIÊ DINIZ, mestre e doutor em Direito (janguie@sereducacional.com)

O desperdício de alimentos e a fome Um especialista do Banco Mundial afirmou, recentemente, que o aumento da pobreza mundial está diretamente ligada ao desperdício de alimentos. A lógica para o entendimento dessa afirmação é simples: lei da oferta e da procura. Quanto mais comida as pessoas desperdiçam jogando fora, mais caros ficam os alimentos e as famílias se vêem obrigadas a gastarem mais com comida e menos com outras atividades, como educação. No mundo cerca de 100 milhões de pessoas estão sem teto; existem 1 bilhão de analfabetos; 1,1 bilhão de pessoas vivem na pobreza, destas, 630 milhões são extremamente pobres; 1,5 bilhão de pessoas vivem sem água potável; 1 bilhão de pessoas passando fome e mais de 840 milhões de famintos. Diariamente, vemos propagandas sobre economia de água e de energia, no entanto, não acompanhamos campanhas contra o desperdício de alimentos. Em 2013, cerca de um terço de todos os alimentos produzidos para consumo humano foi perdido ou desperdiça-

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do. Isso significa aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas, totalizando 750 bilhões de dólares anuais ou 2 bilhões de pessoas a mais que poderiam estar sendo alimentadas. A maior parte desse desperdício acontece nas fases de pósprodução, como colheita, transporte e armazenamento da produção. Sem dúvidas, não existe consciência sobre isso, nem nos países mais ricos. Há consciência para produzir mais alimentos, visando atender o consumo, mas não para melhorar o desperdício de alimentos, sobretudo através de conscientização e educação. Claro que não podemos culpar apenas a falta de conscientização como causa para o desperdício de alimentos. Nos países em desenvolvimento, o desperdício dos alimentos é relacionado à infraestrutura inadequada, enquanto nos países mais desenvolvidos o problema ocorre durante as fases de comercialização e consumo. E assim, voltamos a um problema já conhecido por todos nós: a falta de infraestrutura. Para reduzir as perdas

de alimentos, melhorando os índices e resultando também em benefícios econômicos para o País, é preciso investir mais em diversas áreas, como portos, estradas, armazéns e transportes refrigerados para a melhor conservação dos produtos. Além disso, faz-se necessário investir também na melhoria da informação como forma de conscientização. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), apesar de ser a região que menos desperdiça no mundo, com 6%, a América Latina “joga fora” todos os anos 80 milhões de toneladas de alimentos, ou seja, 15% de sua produção anual. O Brasil já foi premiado por ter reduzido a fome antes do prazo de 2015, estabelecido pela ONU nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que em sua primeira meta previa a diminuição, pela metade, da proporção de pessoas com fome. Mas, isto ainda é pouco. Precisamos acabar com a fome e a pobreza em sua totalidade.

JOÃO BATISTA SOUSA COSTA, diretor de Carnaval da Balanço do Morro - Campeã 2014 (jbsc01@yahoo.com.br)

A organização da escola de samba melhorou? Até o final do ano de 2012, eu pesquisei as escolas de samba de Natal. Fui a quase todos os barracões, acompanhei a construção das alegorias e percebi como se estruturavam as escolas de samba. No ano passado, fui convidado por algumas escolas de samba para fazer parte da diretoria e aceitei o convite da Balanço do Morro por apresentar um pouco mais de estrutura. Já como diretor de Carnaval da Balanço, fui campeão em 2014. Mas o que posso dizer agora? Houve mudanças na estrutura das escolas de samba? Ajudando a construir as escolas de samba, percebo muito mais claramente que a fórmula de organizar seus desfiles está superada. Elas trazem os grupos de quadrilhas e grupos de danças pagos para formar as alas. Claro que os grupos são organizados, muitos fazem coreografias, até enfeitando o desfile, mas mostra uma artificialidade na participação. Fazendo uma avaliação das esco-

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las de samba do RN alguns aspectos devem ser levados em consideração. A primeira é que uma boa parte dos grupos que formam alas é paga e o seu transporte exige um custo. Esse ano a Funcarte não custeou. Isso dificultou mais ainda a realização do desfile. Outro aspecto negativo é que alguns grupos de danças saem em ate três escolas, comprometendo a sua arrumação, a harmonia e evolução. Dessa maneira, chega ao ponto de alas inteiras saírem em duas escolas levando a desfiles medíocres, repetitivos e de baixo valor técnico, pois compromete toda a essência da ópera popular. O terceiro aspecto negativo diz respeito à gestão das escolas de samba de Natal que na maioria das vezes apresentam posturas centralizadoras e práticas de desenvolver o trabalho sem um planejamento prévio e um mínimo de organização necessária para a preparação de um desfile de qualidade. Falta

eficiência, eficácia e democracia. O quarto elemento desfavorável a um desfile de qualidade é a dependência financeira das escolas em relação à Funcarte. Elas precisam se organizar no sentido de se auto gerenciarem financeiramente, pois salvo algumas exceções, as escolas dependem exclusivamente da Funcarte. A consequência desses elementos citados está nos resultados dos desfiles. A disputa sempre está polarizada nas duas escolas mais tradicionais e um pouco mais organizadas para realizar o desfile que são a Balanço do Morro e a Malandro do Samba. Portanto, não percebo evolução da estrutura das escolas de samba, e dessa forma, a minha permeância numa delas em Natal só será possível se alguma estiver aberta para uma reestruturação nos aspectos da gestão que diz respeito a democratização, a inovação, o planejamento e administração dos recursos.

JOSÉ DE ANCHIETA CAVALCANTI, Advogado e Membro da Regional Natal da Seicho-No-Ie

Educar é um profundo ato de amor Entendemos que educar se constitui em verdadeiro e grandioso gesto de amor. Que seria da sociedade, dos meios de relação entre as pessoas se não fosse o processo educativo? Acreditamos que nada existiria de bom e de correto sem que esses meios fossem colocados em prática. Sabemos que a sacrificada classe de educadores, mesmo diante das atitudes de indiferença de nossos governantes no atendimento de suas justíssimas reivindicações usam de todas as formas possíveis, inclusive do imbatível amor, com o objetivo único de não virem a faltar com o sagrado dever de levar sempre a sagrada chama do conhecimento àqueles que dela necessitam. Dentro desse mesmo princípio de colaboração amorosa, vem a SeichoNo-Ie, através de seu método "Educação do Filho de Deus" colocar todo seu material didático para uso daqueles que se dedicam e se interessam pelo processo educacional. A obra que poderemos considerar como base para a "Educação" é a "Verdade da Vida" que se constitui de 40 volumes. A leitura dessa obra a filosofia da Instituição é explicada de modo compreensível e o leitor à medida que se

aprofunda em sua leitura obtém a profunda convicção de que o ser humano é realmente filho de Deus, obtendo sucesso na educação dos filhos como também melhora sua vida em todos os sentidos. Isso é realmente uma coisa extraordinária! Em sua obra educativa "Educação do Filho de Deus" Keiyo Kanuma nos sugere várias coisas para um aproveitamento maior do método; entre elas: "A) O Ideal é adquirir a coleção completa de a "Verdade da Vida" e ler a partir do primeiro volume. Os volumes 1 e 2 são o sumário. O volume 7 trata da "Vida Cotidiana".O estudo desse volume infunde no leitor ânimo de viver o dia-a-dia. Os volumes 13 e 14 tratam da Ética/Educação. Explicam a teoria da Educação. Os volumes 25 e 26 referem-se à "Pedagogia na Orática",e o volume 30 à "Educação de crianças/Preleção sobre escrituras sagradas". Os volumes 29 e 40 têm como subtítulo, respectivamente, "Educação da Mulher" e "Educação no Lar". Há também o livro Pedagogia da Seicho-No-Ie, no qual foram compilados trechos concernentes à educação,

extraída de A Verdade da Vida. Antes de mais nada leiam esses livros com atenção. Encerrando suas indicações nos diz ainda o professor Kanuma: "Com a leitura aprofundada de a Verdade da Vida, é possível conhecer tanto a teoria como os métodos práticos da educação. Portanto, através da leitura dessa obra, descubra o método educacional que forma gênios mais apropriado a você". Como vemos, caros leitores, o ato amoroso de educar não preocupa apenas a nós brasileiros mas ao mundo inteiro que procura metodizar os sistemas a fim de que as formas intelectuais e pedagógicas possam sempre caminhar juntas e de uma forma objetiva ajudar melhor os seres humanos. O amor é força que impulsiona e estimula o processo educativo! Obs: A obra educacional A Verdade da Vida encontra-se na sede da Regional da Seicho-No-Ie Natal e pode ser adquirida por volumes separados. Aqueles que se interessarem, por se tratar de uma obra educativa podem colher maiores informações pelo fone 3231-1213 ou informações na Biblioteca a Rua João da Mata, 29-Natal RN.

JOÃO MEDEIROS FILHO, padre e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras (pe.medeiros@hotmail.com)

O novo bispo de Caicó Encontramos no Profeta Isaías estas palavras de Javé: "Os meus caminhos não são os vossos caminhos, meus pensamentos não são os vossos pensamentos e os meus desígnios não são os vossos desígnios" (Is 55, 8-9). Deus não está preso à vontade, aos interesses e planos dos homens. É livre, realiza o que é melhor e capaz de nos trazer alegria e paz. Aliás, na oração do Pai Nosso, temos consciência disso e expressamos esse desejo: "Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu". A nomeação do novo bispo de Caicó, anunciada em 12 de fevereiro passado, leva-nos a refletir sobre essa verdade bíblica. Não nos cabe emitir juízo sobre a escolha, mas analisar o procedimento. "Veio quem o presbitério não cogitava", segundo afirmativa do administrador diocesano. "Alguns bispos do Regional Nordeste II ficaram surpresos com a indicação", como dissera um arcebispo. Não devemos esquecer a observação de um exassessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB ao Núncio Apostólico da época, o atual Cardeal Baldisseri: "Temos hoje poucas indicações de pastores, profetas e teólogos para o episcopado". Doze anos depois, veio Francisco com uma recomendação proferida, durante a JMJ, no Rio de Janeiro: "Prestai atenção a fim de que os candidatos sejam Pastores [letra maiúscula] próximos do povo: este é primeiro critério. Pastores próximos do povo! Aquele que é um grande teólogo, tem uma mente brilhante, que vá para a Universidade, onde fará muito bem! Pastores! Temos tantas necessidades de Pastores! Que sejam pais e irmãos, que sejam mansos, pacientes e misericordiosos; que amem a pobreza interior como liberdade para o Senhor e também a exterior, como simplicidade e austeridade de vida, que não sigam uma psicologia de Príncipes". Esperamos que o recémnomeado bispo seridoense atenda ao perfil traçado por Francisco. O novo prelado caicoense, pelo que tem demonstrado em suas entrevistas, é um simples. Seu sacerdócio foi exercido, não em santuários ou paróquias importantes, mas em igrejas de periferia do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Para alguns vaticanólogos, a escolha de Dom Antônio Carlos faz parte do processo de renovação da própria Igreja, também em âmbito regional. Convém sublinhar a frase do evangelista João: "O espírito de Deus sopra onde quer" (Jo 3, 8). Desejamos que a nomeação do novo antístite seridoense reafirme esta afirmativa bíblica e teológica. Devemos lembrar que a diplomacia vaticana é uma das mais esmeradas do mundo. Os futuros núncios são orientados no cadinho do Almo Collegio Capranica e da Academia Pontifícia Eclesiástica, de Roma, e aliam à prudência evangélica - no escutar, ver e analisar - as necessidades pastorais, culturais e teológicas. Como os militares são preparados para o cumprimento da ordem, da segurança e da paz, os núncios são formados para fomentar a união, a colegialidade e o entendimento interno das igrejas locais. Desde o Concílio Vaticano II, tem havido um trabalho de renovação eclesial. E com o Papa Francisco essa preocupação aumentou. Durante meio século, a diocese do Seridó contou com a liderança de pastores oriundos do clero natalense. Foi importante e providencial. Entretanto, a nunciatura percebeu a necessidade de novos rumos pastorais para manifestar a universalidade e pluralidade da Igreja. A história eclesiástica do Brasil tem mostrado isso. Por exemplo, noutro estado do nordeste, após seis décadas de uma mesma orientação e tendência pastoral, a Santa Sé resolveu renovar. E desta forma, poderemos verificar em muitas dioceses brasileiras. Seja bem-vindo, dom Antônio Carlos! Apascente com amor o rebanho do Senhor. Ele tem mais necessidade de ternura, perdão, zelo, escuta e diálogo do que de teorias teológicas, assertivas dogmáticas, códigos canônicos, regras litúrgicas, normas administrativas etc. A grei do Seridó tem grande fome e sede de Deus! Que seja levado o Pão da Vida, da Palavra e do Amor!

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