FLIP 10/11/2012

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Cidade

Sábado e Domingo

Natal, 10 e 11 de novembro de 2012

O Jornal de HOJE 11

Alex Medeiros alex.medeiros1959@uol.com.br

INTERINO - CONRADO CARLOS - ccpsilva@hotmail.com

CORRUPÇÃO NO ESPORTE

ventania de agosto de setembro.

Sempre fui daqueles que entendem o esporte como puro entretenimento, feito carteado ou cervejada com os amigos. Torço, choro e explodo com jogos decisivos do Botafogo e da Seleção. Portanto, notícias de presidentes ladrões, históricos em clubes como Flamengo e Vasco da Gama, nunca me impressionaram.

Da mesma forma, alertei para a quantidade de irresponsáveis que sobem na contramão da saída do túnel em direção ao Alto da Candelária. Nos horários de maior fluxo, a iminência de uma fatalidade é diária.

CORRUPÇÃO NO ESPORTE - II

LIVRO

Igual as Igrejas evangélicas que, nos últimos tempos tomaram o lugar da Católica como caderneta de poupança dos fiéis que acreditam na continuação da vida no além. Se um pastor picareta qualquer, através da lábia, convence o sujeito de que dez por cento do salário é a cota da felicidade, problema deles.

TUNEL DA UFRN

A Companhia das Letras lança "O Que Restacarte e crítica de arte", do italiano Lorenzo Mammì.

CORRUPÇÃO NO ESPORTE - III

Naneun Sanai! Quem lembra daquele filme bonitinho chamado "Namorada de Aluguel"? Passou mil vezes na Globo. É a história de um lesado chamado Ronald que suborna Cindy, uma das meninas mais bonitas da escola, para que ela finja ser sua namorada por um mês, até que a popularidade bata em sua porta - mil dólares que economizou durante um verão cortando a grama da casa da mesma. Ela está com problemas, pois manchou de vinho um vestido caro que pegou escondido da mãe. O que leva a aceitar a proposta, mesmo com vergonha de andar ao lado de um nerd - ela é a chefe de torcida. De início, o plano dá certo. Ronald encanta duas amigas de Cindy, que agora o veem como "quente", e entra na turma dos fortões do futebol americano. Mas logo o sucesso transforma o babaca que, após o fim do contrato, passa a esnobar a beldade - ainda que Cindy desenvolva uma incipiente paixonite por ele. O ápice da soberba de Ronald, e da futilidade com que 'descolados' encantam modistas, surge na noite em que ele sacoleja em um baile os passos do ritual do tamanduá africano, para delírio dos presentes que nem desconfiam da origem daquilo. Lembrei-me do filme com a onda em torno do sul-coreano Psy e sua grudenta "Gangnam Style". A dança ridícula, que simula um cavalo, e a letra cômica e incompreensível para um ocidental, é o hit do momento em qualquer festa do 'melhor da sociedade', seja ela natalense, paulistana ou londrina - o sucesso é tão grande que ele deu pales-

tra em Oxford, na semana passada. Até o inclassificável Latino fez uma versão como tudo nos Trópicos termina em sacanagem, sua "Despedida de Solteiro" traz no refrão ("Eeeeeu quero sexo!") a tradução perfeita para o idioma falado por pessoas que adotaram o funk carioca e o sertanejo universotário como bandeira cultural brasileira - gênio é quem mescla os dois. O que poucos sabem é que "Gangnam Style" é uma música engajada. Gangnam é um dos bairros mais prósperos de Seul, endereço de novosricos que apostaram na especulação imobiliária dos últimos anos - em detrimento dos valores sulcoreanos que prezam o trabalho árduo e a honestidade. Em recente matéria do Portal IG, o correspondente Yan Boechat mostrou uma das principais favelas da região, com barracos feitos de madeira e placas de metal - verdadeiro terror no rigoroso inverno do país asiático. Na metrópole com a melhor internet do mundo (100% de cobertura wi-fi) tem famílias, em Gangnam, que vivem com menos de U$500 - enquanto um apartamento no bairro não sai por menos de U$3 milhões. Foi desse apartheid de olho puxado que Psy tirou inspiração para a coreografia espalhafatosa em meio a sessões de yoga e hidromassagem - costumes da elite local. Ao dizer: "Naneum sanai" ("Eu sou o cara!", em coreano), ele faz uma paródia dos elegantes e esnobes que fingem não ver a pobreza que mora ao lado - ou seja, imitamos a música por completo.

Mas, a partir do momento em que o dinheiro público é canalizado para um evento de tamanha envergadura como uma Olimpíada ou uma Copa do Mundo, toda a sociedade deve fiscalizar, minuciosamente, planilhas e execuções. Quem tem acesso aos meandros da roubalheira, tem obrigação de rasgar o verbo na mídia ou para a Justiça.

VIK MUNIZ E DA VINCI

O artista brasileiro, aquela do bom documentário "Lixo Extraordinário" (sobre o aterro sanitário de Jardim Gramacho, no Rio), terá um quadro de sua série "Versos" instalado ao lado da Mona Lisa, no Museu do Louvre, na próxima terça-feira.

APAGÃO

As previsões energéticas para o Nordeste nos próximos anos são aterradoras. Sem investimentos do Governo Federal, teremos uma classe média cada vez mais endinheirada, boa parte alimentada por concursos púbicos, estádios de futebol Padrão-Europa, mas sem o básico para a indústria prosperar. O custo Brasil está cada vez mais alto.

MUSEU CÂMARA CASCUDO

A reforma o deixou com cara de Centro Científico, não como uma bela paisagem arquitetônica e sede da produção estética do RN.

PROLONGAMENTO DA PRUDENTE

Há um ano, aqui mesmo nesta interinidade, falei sobre a quantidade de areia no Prolongamento da Prudente, sentido Cidade Satélite- Centro. Passo todos os dias por ali e digo que em nenhum momento a pista ficou totalmente livre. O perigo cresce neste fim de ano, com o acúmulo que ficou após a

"CHEGA" Em entrevista à revista Les Inrockuptibles, o escritor americano Philip Roth, 79, autor de clássicos como "O Código de Portnoy" e "Pastoral Americana", disse que não vai escrever um novo livro e anuncia sua aposentadoria literária. "Nemesis" foi seu último suspiro. Sem conquistar o Nobel, ele é considerado um dos maiores escritores vivos (junto com Thomas Pinchon e Don DeLillo) "Fiz o que pude com o que tive", soltou para a publicação francesa. Foram trinta e um romances e um Pulitzer (por "Pastoral...").

João Ricardo Correia jornalistajoaoricardocorreia@gmail.com / @joaoricardo_rn Divulgação

Aos raros amigos Se eu morrer antes de você, faça-me um favor: Chore o quanto quiser, mas não brigue comigo. Se não quiser chorar, não chore; Se não conseguir chorar, não se preocupe; Se tiver vontade de rir, ria; Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão; Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me; Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam; Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo... E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase: – "Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me quis por perto!" Aí, então, derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu. Ser seu amigo já é um pedaço dele... (Chico Xavier)


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