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Notícias

Jornal da Manhã

Quarta-feira, 4 de maio de 2015

FOMENTO À AGRICULTURA

Plano Safra vai liberar R$ 30 bilhões em crédito O governo federal anunciou, na tarde de ontem, a liberação de R$ 30 bilhões para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2016-2017. Os recursos estarão disponíveis a partir de julho. O anúncio aconteceu em cerimônia no Palácio do Planalto da qual participaram a presidente Dilma Rousseff e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. O total de recursos previsto para o novo Plano Safra equivale ao valor pedido a Dilma na semana passada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e supera os R$ 28,9 bilhões do plano do ano passado - segundo o governo, até agora foram contratados R$ 22 bilhões. A liberação de recursos acontece poucos dias antes de o Senado analisar a admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma. Se for aceito, a presidente será afastada do cargo por até 180 dias. Segundo o governo, a prioridade do Plano Safra é a produção de itens agroecológicos e de produtos que integram a cesta básica de alimentos. "Além do crédito específico, o Plano Safra da Agricultura Familiar reúne um conjunto de políticas públicas contínuas para fomentar a organização econômica e a sustentabilidade no meio rural", acrescentou. De acordo com o governo, os

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Prazo de adesão ao CAR termina amanhã Havia uma grande esperança, principalmente entre produtores e autoridades agrícolas gaúchas, que o governo federal anunciasse, ontem, uma prorrogação do prazo de adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). No entanto, o único anúncio feito foi com relação ao Plano Safra da Agricultura Familiar. Com a ausência da prorrogação, segue valendo o prazo oficial, que termina amanhã. Os produtores gaúchos têm o menor índice de adesão: pouco mais de 20% das propriedades no Estado fizeram o cadastro. Atrasos na regularização do bioma Pampa, região com grande número de propriedades, principalmente voltadas à pecuária, contribuíram para o atraso no Rio Grande do Sul.

Previsto no Código Florestal Brasileiro, o CAR, é um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais do País e foi criado para integrar as informações sobre a situação das Áreas de Preservação Permanente (APP), da Reserva Legal e Áreas de Uso Restrito. Registra, também, as florestas e remanescentes de vegetação nativa e áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do Brasil. Os proprietários que não aderirem ao CAR podem sofrer restrições em benefícios como o crédito rural. Até então não foram divulgados dados oficiais de que o prazo possa ser prorrogado, então é necessário que os prazos sejam respeitados, para que os agricultores não percam os benefícios do programa.

Créditos servirão tanto para agricultura como para a pecuária em todo o País

juros serão de 2,5% para agricultores familiares, além de criadores de gado leiteiro, abelhas, peixes, ovelhas e cabras. A mesma taxa vai valer para os agricultores que tiveram acesso ao Pronaf Mais Alimentos para investir em "práticas sustentáveis" de manejo do solo e da água, e produção de energia renovável. Para assentados da reforma agrária, a taxa de juros permanece em um patamar de 0,5% a 1,5% ao ano. Nas demais operações, a taxa será de 5,5% ao ano. No plano do ano passado, os juros variavam de 0,5% a 5,5% para agricultores familiares de baixa renda. Em regiões de semiárido, os juros variavam de 0,5% a 4,5%.

As taxas para médios produtores familiares foram de 7,75% para custeio e 7,5% para investimento. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, os limites de crédito das operações de custeio em 2016 passarão de R$ 100 mil para R$ 250 mil. Já nas contratações de investimento, os valores passarão de R$ 150 mil para R$ 330 mil. O Plano Safra para Agricultura Familiar também contempla um seguro-agrícola com proteção de 80% da renda bruta esperada, com limite de cobertura da renda líquida de até R$ 20 mil e ampliação da cobertura do seguro para estimular a produção de hortaliças, informou o governo.

Inclusão do bioma Pampa no CAR atrasou registro de propriedades no RS

Produtores estão receosos com o trigo Os produtores de trigo do Rio Grande do Sul devem reduzir a área plantada com o grão na nova safra, com quedas que poderão variar entre 15% e 30% em regiões importantes, como o Noroeste do Estado. A previsão pessimista, divulgada pela Emater-RS, se dá em função da baixa rentabilidade da cultura que, com altos custos de produção e preços insuficientes pagos ao produtor, está cada vez menos atrativa na visão dos agricultores. Na região de Ijuí, o cenário não é diferente. De acordo com o presidente do Sindicato Patronal Rural, Ércio Eickhoff, alguns produtores estão até mesmo 'esquecendo' do trigo. "Acho que está se fazendo pouco caso com o trigo. É uma cultura interessante para nossa região e, por incrível que pareça, o produtor não tem mais na cabeça o plantio do trigo", lamenta Eickhoff, que

investe anualmente na cultura. Segundo ele, existe, até mesmo por parte das entidades públicas do setor agrícola, um certo descaso em relação à safra de inverno. "Nós estamos em uma época de preparação de safra e não tem nada, não tem valores, ninguém mostra nenhuma perspectiva de mercado, fixação de preços. Já tivemos uma queda significativa no ano passado, e acredito que neste ano será maior", disse. Mais suscetível às intempéries climáticas, o trigo é uma cultura que exige altos investimentos com possibilidades reais de perda de qualidade e produtividade ao final da safra, o que também afugenta os agricultores. "Hoje, é preciso colher uma média de 40 a 45 sacas por hectare apenas para se pagar o custo de produção. Isso é uma coisa absurda, é impensável ter

Ércio Eickhoff

de colher acima de 50 sacas por hectare para ter algum retorno financeiro. Os produtores estão com suas dúvidas e receios, vamos ver o que acontece", afirmou.

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