JornalCana 315 (Abril/2020)

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tados quase que instantaneamente, o que permite que decisões sejam tomadas rapidamente; • Modelos representativos da planta real “cópias virtuais / gêmeos digitais”; • Otimização global a partir de Inteligência artificial; • Escalabilidade – A mesma plataforma pode começar em um setor específico e avançar para toda a planta; • As decisões poderão ser tomadas a partir do mundo ciberfísico, de acordo com as necessidades da produção. • As máquinas fornecerão informações relevantes sobre o resultado da atuação, possibilitando o ajuste e o refinamento da operação, por exemplo, ao rodar as rotinas do PDCA. Como passos a serem seguidos 1. Planeje uma estratégia realista para a entrada na Usina 4.0 Você precisa avaliar a maturidade digital de seu negócio no atual momento, projetando onde sua empresa precisa estar. Defina metas claras para reduzir o gap. Priorize as medidas que trarão mais valor ao seu negócio, e garanta que elas estejam alinhadas com a estratégia geral. 2. Identifique uma solução que atenda os desafios do setor Seguindo o mantra de um dos nossos clientes, Claudemir Leonardo, gerente industrial da Usina Pitangueiras: “Pense grande, comece pequeno, mas comece o mais rápido possível”. Pensar grande significa que você deve mirar uma solução escalável, que contemple desde a cogeração até expedição dos produtos finais, mesmo que apenas um ou outro setor seja implementado de início. Isto para garantir que o objetivo da maximização global possa ser atendido dentro de uma mesma plataforma e de forma gradual e segura. Comece pequeno no sentido de que seja um projeto com pouco investimento, mas com retorno seguro e atrativo, que gera confiança e credibilidade para vôos maiores. Comece o mais rápido possível, para que não se espere uma condição ideial de infraestrutura para o seu início, pois as condições ideais nunca existirão e o mercado não permite ficar abrindo mão de ganhos e do melhor conhecimento e controle da planta. 3. Planeje os investimentos tecnológicos A intenção é direcionar os recursos da empresa para a aquisição de tecnologias realmente úteis, sem

Programa “C.R.A. 4.0” da Usina Pitangueiras, que conquistou +1% de Eficiência Industrial na safra: “Pense grande, comece pequeno, mas comece o mais rápido possível”.

precisar, por exemplo, trocar todas as suas tecnologias ou realizar investimentos em instrumentação desnecessários, visto que uma solução RTO como o S-PAA pode gerar dados via medidores virtuais, que estimam com alto grau de assertividade variáveis importantes, tal como o ART, por exemplo. A experiência indica que atualmente 90% das indústrias do setor possuem nível de instrumentação e automação suficientes para implantação da plataforma S-PAA de Usina 4.0. O importante é que as informações de processos e de laboratório estejam acessíveis. 4. Envolva a direção, a gerência, os engenheiros, os supervisores, os operadores, TI, Automação Conquistar o comprometimento de todos os envolvidos é imprescindível para o sucesso de um projeto de Usina 4.0. E a melhor forma de engajar os colaboradores é fazer deles os primeiros beneficiados, os quais, com o auxílio da tecnologia, passam a se tornar mais produtivos e fazer mais, melhor e com mais conforto e segurança. Como os atuais aplicativos de

smartphones, uma verdadeira plataforma Usina 4.0 vem contribuir e acelerar o processo de integração e empoderamento dos colaboradores, e não criar novos núcleos de poder. 5. Treinamento, Capacitação e Adaptação às mudanças Na indústria 4.0 a tecnologia é utilizada para transformar dados em vantagem competitiva. No entanto nem todos tem uma cultura digital, razão pela qual especial atenção deve ser dado para gerar um ambiente colaborativo entre o pessoal pouco afeito à tecnologia, mas com experiência operacional, e com o pessoal afeito à tecnologia, mas com pouco conhecimento prático da operação. Neste sentido, o programa “C.R.A. 4.0” da Usina Pitangueiras é um excelente modelo. Uma plataforma de Usina 4.0 como o S-PAA usa a inteligência artificial para incentivar o melhor aproveitamento dos diversos tipos de inteligência e aptidões de cada profissional no processo, visando obter a otimização dos resultados da planta. Conclusão Hoje, sistemas inteligentes, que podem ser considerados no concei-

to 4.0, comandam o planejamento e a rotina operacional e administrativa de dezenas de usinas. É importante ressaltar a complexidade da planta industrial de uma usina, cuja eficiência depende de centenas de variáveis muito dinâmicas e de profissionais que carecem de tecnologias avançadas para transpor a inteligência da gestão para a operação. Exceto se a usina está num nicho de mercado rentável ou num paraíso edafoclimático, em algum momento dos próximos anos terá que adotar um projeto de Usina 4.0 para se manter competitiva. E, neste sentido, escolher uma plataforma integrada, escalável e com dezenas de cases de sucesso é um quesito estratégico. *Nelson Nakamura, diretor da Soteica, é engenheiro mecânico com pós-graduação em produção, especialização em engenharia química e PhD em administração de empresas. *Douglas Castilho Mariani, é engenheiro químico com doutorado em engenharia química na área de simulação e otimização de processos industriais e consultor da Soteica. *Josias Messias é jornalista e presidente da ProCana Brasil.


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