JornalCana 325 (Abril 2021)

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MERCADO

Abril 2021

CerradinhoBio emite seu primeiro CRA verde Operação tem como objetivo reforçar a posição de liquidez da empresa

A Neomille, empresa subsidiária da CerradinhoBio, concluiu, recente− mente, a emissão de R$ 253,6 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). A emissão foi classificada como “verde”, o que res− saltou a responsabilidade socioam− biental da companhia. Trata−se do primeiro CRA verde emitido pela empresa. “A forte demanda e diversidade dos participantes que aderiram à ofer− ta evidenciam o sucesso da operação, que marca mais um importante passo da CerradinhoBio no mercado de ca− pitais brasileiro. Com o CRA, a em− presa encerrou a safra 20/21 com a posição de liquidez mais robusta de sua história”, disse Gustavo de Marchi, diretor administrativo financeiro da companhia. Paulo Motta, presidente da Cer− radinhoBio, afirmou que a empresa segue no caminho certo, com cresci− mento constante devido a investi− mentos estratégicos, entre eles, os R$ 280 milhões na construção da Neo− mille. A unidade consolidou o grupo como um dos maiores complexos in− dustriais de produção de bioenergia da América Latina com capacidade con− solidada de produzir 770 milhões de litros de etanol e 1.300 GWh de ge− ração de energia. Outro investimento citado pelo executivo, foi o projeto de desgargala− mento no processo de moagem de ca− na. Com o valor de R$ 50 milhões, ele ampliou a capacidade de moagem na planta de cana para 6,0 milhões de to− neladas ao ano, um incremento de 15%. Nesta entrevista exclusiva, Motta dá mais detalhes sobre os resultados positivos registrados em todas as áreas de atuação da companhia ao longo da safra 20/21, quando a companhia al− cançou a marca recorde na produção de etanol. Jor nalCana − Qual balanço o se− nhor f az da safra 20/21? Paulo Motta − A safra 20/21 é, sem dúvida, motivo de orgulho para a Cerradinho. Mesmo diante de um ce− nário de tantos desafios impostos pela pandemia, a empresa conseguiu al− cançar resultados consistentes em to− das a áreas. Registramos recorde na produção de etanol: foram 647 mil m³ (442 mil m³ na cana e 205 mil m³ no milho), frente aos 501 mil m³ da safra

continuar entregando produtos essen− ciais ao mercado de forma competi− tiva e dar continuidade ao plano de expansão de produção, superando as metas estabelecidas.

Paulo Motta

passada (430 mil m³ a partir da cana e 71 mil m³ a partir do milho). Aumen− tamos nossa oferta de DDG 124 mil toneladas na safra 20/21 contra 45 mil toneladas na safra 19/20 e o óleo com 4.7 mil toneladas na safra 20/21 con− tra 273 toneladas na safra 19/20. A pandemia prejudicou muito os negócios da companhia? No início da pandemia trabalha− mos com muito cuidado para enten− der o cenário e quais seriam os des− dobramentos. Priorizamos os cuida− dos com a saúde e segurança dos nos− sos colaboradores com muito zelo e respeito. Temos muito foco em cuidar da situação de caixa da companhia. Felizmente a evolução do mercado com recuperação de demanda e bons preços nos possibilitou o melhor re− sultado de safra da nossa história. Quais são as per spectivas para a safra 21/22? Para a próxima safra, a companhia espera moer 5,8 milhões de toneladas de cana, um aumento de 16%, e ou− tras 530 mil toneladas de milhos, tam− bém um aumento de 16%. Queremos

O clima no último ano teve im− pacto para a empresa? Tivemos alguns desafios relacio− nados com a estiagem, que reduziu o volume de cana disponível e acabou terminando por alongar nosso perío− do de entressafra. RenovaBio: qual o desempenho da companha no último e qual a pre− visão para 2021? O primeiro ano foi bastante posi− tivo, especialmente se colocarmos em perspectiva as incertezas e desafios trazidos pela Covid−19. Foi muito importante a manutenção das metas de compra de CBIOs, mesmo em ce− nário mais adverso, para garantir a se− gurança e desenvolvimento do pro− grama. A CerradinhoBio se destacou como uma das principais geradoras e comercializadoras de CBIOs, com 663.284 CBIOs escriturados. Consideramos que 2021, será o ano de solidificação do RenovaBio e estamos trabalhando internamente para a certificação no negócio de eta− nol de milho, a Neomille, junto à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A companhia já tinha a exper iên− cia na emissão de certificados de re− cebíveis do ag ronegócio (CRA) e, agora, fez a sua pr imeira emissão de CRA “verde”. Poder ia dizer como

será utilizado o recur so obtido pela empresa? O CRA “verde” de R$ 253,6 mi− lhões foi emitido pela Neomille, em− presa produtora de etanol de milho e derivados, subsidiária da Cerradinho− Bio, e teve como objetivo reforçar a posição de liquidez da empresa, que demanda bastante capital de giro por conta da sazonalidade da compra de milho que será utilizada em toda safra. A operação foi coordenada pela XP Investimentos e pelo Bradesco BBI, conta com selo verde e possui prazo de 5 anos, com amortização em parcela única ao final do período. O senhor acredita que a emissão de g reen bond será uma tendência no setor sucroenergético? Sim, acreditamos que esse cami− nho não tem volta e é bastante posi− tivo. Os investidores estarão cada vez mais atentos às práticas de sustentabi− lidade, nos diferentes aspectos, que as empresas investidas adotam. Como o senhor vê a retomada da aber tura de capitais das usinas e quais são os planos da Cer radinhoBio em relação a isso. O aumento do número de em− presas do setor entre as empresas lis− tadas é positivo pois fortalece mais uma alternativa de busca de capital e dá maior exposição ao setor. A Cer− radinho já vem trabalhando há bas− tante tempo para fortalecimento de sua governança e ampliação das alter− nativas de financiamento e estamos determinados a continuar trabalhando nesse sentido.


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