ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901
Edificados
Texto traz a importância de construir a vida familiar nos princípios de Cristo
Batista em Londres
Pr. Raphael Abdalla ministra em Londres e visita igreja já pastoreada por Charles Spurgeon
Retorno
Juventude Ativa, congresso da JUBERJ, volta após alguns anos sem edições
Dia das Mães: segundo domingo de maio
“Como a mãe consola o filho, assim eu os consolarei.” (Isaías 66:13a)
Crente de domingo?
Coluna desafia os cristãos a viverem uma fé verdadeira todos os dias da semana
Reflexão
Notícias do Brasil Batista
Notícias do Brasil Batista Observatório Batista
Eu te perdoo!
Diego de Oliveira
Extraído do Devocional “Edificando Sua Casa Sobre a Rocha”, da Junta de Missões Nacionais
“E José disse aos seus irmãos: — Agora cheguem perto de mim. E eles chegaram. Então ele disse: — Eu sou José, o irmão de vocês, que vocês venderam para o Egito. Agora, pois, não fiquem tristes nem irritados contra vocês mesmos por terem me vendido para cá, porque foi para a preservação da vida que Deus me enviou adiante de vocês” (Gn 45.4-5).
Como é difícil ser traído, machucado e abandonado por aqueles que deveriam nos proteger! José viveu essa realidade em parte de sua história, passando de filho preferido do pai a escravo em uma terra distante. De sonhador a encarcerado, sem perspectiva alguma na vida. Só por isso, já estaríamos diante de uma história triste, de vários “Josés” espalhados pelo mundo. Mas, a história de José é ainda mais dolorosa. O que ele estava vivendo era consequência da atitude maldosa, ciumenta e deplorável de seus próprios irmãos. José poderia facilmente ter sido dominado por sentimentos de mágoa, rancor e frustração, deixando que esses sen-
timentos moldassem sua vida e seu caráter. Porém, pela graça de Deus, ele demonstrou que não queria diminuir sua identidade e a missão para a qual foi chamado.
Definitivamente, o que fizeram com José não determinaria quem ele seria. De alguma forma, ele entendeu que sua vida pertencia a Deus e aprendeu a descansar nessa verdade. José tinha fé! Fé no Deus verdadeiro, que não desampara seus filhos. José prosperou e se tornou o segundo homem mais poderoso do Egito. Porém, faltava o teste final: demonstrar com suas atitudes o que seu coração realmente carregava.
O reencontro com seus irmãos ocorreu em um cenário propício: fome e vulnerabilidade de um lado, abundância e estabilidade do outro. Seus irmãos e José. Rancor e perdão. Nesse exato momento, o verdadeiro cristão se revela. José simplesmente perdoou! Perdoou aqueles que quase destruíram sua vida, frustraram seus sonhos, tiraram sua liberdade e o separaram dos braços carinhosos de seu pai. E por que ele fez isso? Simplesmente porque ele vivia de acordo com os princípios de Deus e sabia que tudo estava conforme a vontade soberana do Pai celestial. Nada foi obra do acaso; era Deus permitindo e
pastor
& professor de Psicologia
O perdão divino cura nossos pecados
“E ferirá o SENHOR ao Egito, ferirá e o curará; e converter-se-ão ao SENHOR, e mover-se-á às suas orações, e os curará;” (Is 19.22).
Se não nos arrependermos dos nossos pecados contra Jeová, as consequências de tamanha loucura produzirão a morte. A revelação bíblica é bem explícita: “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor” (Rm 6.23).
controlando todas as coisas, a fim de ser glorificado no final. Talvez sua história seja semelhante à de José. Talvez as circunstâncias da vida tenham moldado quem você é, e com esta devocional, você tenha entendido que não deveria ser assim. Abra mão do ódio, da amargura e da decepção. Perdoe, mesmo aqueles que não merecem! Perdoe, pois esse é
A proposta que a Bíblia nos faz é definitiva: “Decidam, hoje, a quem vão servir... Eu e a minha família serviremos a Deus, o Senhor” (Js 24.15). O Salmo 95 nos ensina, através do convite bem aberto: “Venham, fiquemos de joelhos e adoremos o Senhor. Vamos nos ajoelhar diante do nosso Criador. Ele é o nosso Deus: nós somos o povo que Ele guia: somos o rebanho do qual Ele cuida. Escutem hoje o que Ele diz - Não sejam teimosos, como seus antepassados foram, em Meribá” (Sl 95.7-8).
o ensinamento que Jesus deixou para nós, seus seguidores. Por mais difícil que seja, permita que o Espírito Santo molde seu caráter por meio do perdão. Assim como na vida de José, sua história não é obra do acaso. Deus tem o controle de tudo e, no final, irá convergir cada acontecimento que você viveu para a glória dele. Mas, para isso, perdoe! n
Famílias edificadas na rocha possuem membros obedientes ao Senhor
Sávio Arruda
diácono
Extraído do Devocional “Edificando Sua Casa Sobre a Rocha”, da Junta de Missões Nacionais
“Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor”; “Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela.” “Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo”; “Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor” (Ef 5:22,25; 6:1,4 - NVI).
Imagine um campeonato, uma competição entre famílias. Imagine que você e sua família participarão de uma
corrida de bastão. Nesta corrida, cada membro da equipe corre o máximo que consegue até determinada parte do percurso e passa o bastão para que o próximo membro corra a parte que lhe pertence no percurso, passando para o próximo membro e assim por diante. A família em que cada membro se esforçou mais, correu mais, teve mais união, mesmo objetivo e que “cada um fez bem a sua parte”, certamente vencerá. Deus deixou registrado na Bíblia, que é a Palavra de Deus (II Timóteo 3.16-17), o DEVER de cada membro da família. Nesta “corrida de bastão” da vida, se um membro da equipe (família) não fizer bem a sua parte, o resultado não será alcançado, não só por ele, mas por toda a família. Da mesma forma, para se ter uma família inabalável, é
preciso que cada membro seja OBEDIENTE ao que o Senhor ordenou. Às esposas Ele ordena: Sujeitem-se aos seus maridos, aos maridos Ele ordena: Amem suas esposas com Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela, aos filhos Ele ordena: Obedeçam a seus pais e ao casal, aos pais, Ele ordena: Não irritem seus filhos, antes criem-nos segundo a instrução e ao conselho do Senhor.
Percebe que Deus, por Sua soberania, deu uma responsabilidade importante, para cada membro da família? É impossível ter uma família inabalável, se cada membro não fizer sua parte, nesta “corrida de bastão da vida”, se cada membro não se submeter a vontade soberana do Senhor Deus. Saiba que ter uma família inabalável
em Cristo é a vontade de Deus para nossas vidas.
Muitas famílias estão sendo abaladas pelo inimigo, por causa de brechas abertas pela desobediência de maridos, esposas, filhos e dos pais, na criação dos seus filhos.
Não se engane, todos os dias o diabo investe para que maridos, esposas e filhos façam o que seu próprio coração deseja, mas o Senhor nos alerta sobre fazer o que deseja o nosso coração, quando diz em Jeremias 17.9: “O coração humano é mais enganoso que qualquer coisa e é extremamente perverso; quem sabe, de fato, o quanto é mau?” Para se ter uma família inabalável e edificada na Rocha, devemos VIVER de acordo com a VONTADE DE DEUS E NÃO A NOSSA. n
Olavo Fe ijó
Edificando sobre a rocha
Iacyr Sandra diaconisa
Extraído do Devocional “Edificando
Sua Casa Sobre a Rocha”, da Junta de Missões Nacionais
“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (I Co 3.11 - ARA).
Edificar a casa sobre a rocha significa ser um discípulo que ouve e coloca em prática o que aprendeu, que não age com imprudência e superficialidade. A obediência é o sólido fundamento para que possamos resistir as tempestades da vida e a família é um dos campos onde se travam várias lutas.
O fato de não estarmos isentos de problemas familiares é perfeitamente comprovado quando corremos os olhos pelas páginas da escritura.
Se observarmos as histórias de alguns dos muitos homens de Deus usados poderosamente, veremos como eles enfrentaram graves problemas na área familiar.
Hoje em dia não é diferente, existem muitos casais casados que enfrentam, por exemplo, problemas psicológicos trazendo feridas na alma, traumas, problemas na criação de filhos e no relacionamento conjugal.
Tudo isso são feridas que precisam ser tratadas e cuidadas com muita paciência. Tem gente que se casa e
não perde a dependência nos pais, gerando conflitos dentro do seu lar com o cônjuge. Na vida sexual o cônjuge deve entender o direito do outro. Os cônjuges tem a responsabilidade de cuidar um do outro. Sendo assim, marido e esposa não devem recusar-se um ao outro sexualmente e sim suprir as necessidades e os desejos mútuos (I Coríntios 7.3-4).
Em uma cultura repleta de depravação moral e pressão que induzem ao pecado, as tentações sobrevêm a todos, então não pense que com você é diferente. Mas tenha certeza de que Deus sempre mostrará uma saída. Deus o ajudará a resistir à tentação e a fugir de qualquer coisa
que seja prejudicial ao seio familiar. Orar pedindo ajuda a Deus para lhe afastar de uma situação tentadora é o primeiro passo a caminho da vitória (II Timóteo 2.22).
Ademais, a importância de se conhecer cada um o seu papel é fundamental. O marido deve ser o sacerdote do lar, a esposa deve ser prudente. A mulher tem que ter sabedoria para edificar a sua casa e sua família. Entre marido e mulher o ideal é a medida certa de autonomia e dependência. Somente pelo conhecimento mútuo, com respeito e amor é que a medida justa desse equilíbrio será alcançada. Devemos sempre entregar tudo nas mãos de Deus. n
Me casei, mas não me sinto bem
Ester Gonçalves
Extraído do Devocional “Edificando Sua Casa Sobre a Rocha”, da Junta de Missões Nacionais
“Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo” (Ef 5.21 NVI).
Algo chocante a alguns casados (talvez aos leitores, atualmente noivos): vocês não se casaram para se sentirem bem. Na visão secular a respeito do casamento, pode-se dizer que a frase anterior é absurda. Alguns podem concordar parcialmente, dizendo: “sim, me casei para fazer meu cônjuge
feliz e não para me fazer feliz”. Mas, no íntimo, se o cônjuge não fizer a parte dele como fica nossa relação?
Recentemente, lendo o livro “O significado do casamento”, de Timothy Keller, foi no mínimo intrigante conhecer esse conceito sobre relacionamento conjugal, que diz que cristãos se casam para se santificar, não para - apenas - se deleitarem em prazer e alegria eterna. Uma das insatisfações no casamento pode surgir quando paramos de nos sentir bem com o cônjuge. Pode acontecer dele ter mudado o jeito de falar ou ela não ter feito algo que ele pediu. Talvez ele não seja o
provedor que a esposa imaginou ou o romance tenha acabado depois que os filhos nasceram.
Pense em seu casamento. Há motivos de queixa, certo?
O que quer que tenha acontecido, somos chamados ao casamento para nos tornarmos santos e não para sermos felizes. Reflita em Efésios 5.21-33.
Entretanto, há uma boa notícia e podemos nos aquietar. Ao nos rendermos à santificação, vamos experimentar da alegria que vem do Senhor.
Veja Salmos 128 (NVI): 1 “Como é feliz quem teme ao Senhor, quem anda em seus caminhos!”;
2 “Você comerá do fruto do seu trabalho, e será feliz e próspero”; 3 “Sua mulher será como videira frutífera em sua casa; seus filhos serão como brotos de oliveira ao redor da sua mesa.”
Ao decidir firmar nossa casa na Rocha Eterna, nos rendendo ao seu doce trabalhar, podemos descansar Ele. Podemos encontrar nossa verdadeira felicidade. Medite na Palavra do Senhor e pense sobre qual é a motivação correta para estar ou se manter casado. Escolha buscar a alegria que vem do Senhor e não aquela proveniente que seu cônjuge é ou faz. n
Marília Manhães
Igreja Batista em Libras no Andaraí - RJ celebra 11 anos!
missionária, coordenadora Nacional de Missões com Surdos
Adaptação: Redação de Missões Nacionais
A população surda da cidade do Rio de Janeiro é composta por aproximadamente 455 mil surdos com várias categorias de surdez (IBGE, 2010). Por meio da Igreja Batista em Libras no Andaraí, no bairro do Andaraí, no Rio de Janeiro, temos alcançado surdos também dos bairros adjacentes e de alguns municípios do Rio de Janeiro. Os desafios sociais de um surdo são muitos. A comunidade surda é marcada pelo abandono escolar, devido à falta de acessibilidade nas instituições e ambientes sociais que atendam às suas necessidades, em seu idioma, LIBRAS. Os surdos apresentam grande dificuldade com a Língua Portuguesa, o que gera segregação na sociedade que os cerca, inclusive, a maioria perde vínculos familiares devido à falta de comunicação. A proposta da Igreja Batista em Libras no Andaraí, no Rio de Janeiro, é evangelizar e discipular por meio
da implantação do trabalho bilíngue, possibilitando o acolhimento familiar, social, educacional e espiritual da população de surda na comunidade. Queremos ser uma Igreja que adore
ao Deus vivo, obedecendo as Sagradas Escrituras, de modo que alcance os surdos, familiares e comunidade surda com a mensagem do Evangelho, a fim de torná-los discípulos de Jesus.
Estamos comemorando 11 anos de trabalho da Igreja em libras, que iniciamos em 2014 dividindo o espaço com a Igreja Batista da Zona Norte. Deus nos abençoou de modo que as duas Igrejas formam crescendo e houve a necessidade de irmos para um espaço maior. Fomos, então, para a PIB no Andaraí. Hoje, sob liderança do casal de missionários Patrícia Xavier e o Flávio Alan, e seu filho Pedro, temos louvado a Deus através dos cultos bilíngues e da evangelização discipuladora. Estamos ali para cumprir a Grande Comissão deixada em Mateus 28.18-20. Ainda há muitos surdos para serem alcançados pela mensagem transformadora de Jesus. Por isso, ore, contribua e participe você também! n
Pr. Raphael Abdalla ministra em Londres e conhece Igreja que foi pastoreada por Spurgeon
Abdalla visitou o Metropolitan Tabernacle Baptist Church.
Estevão Júlio
jornalista na Convenção Batista Brasileira
O pastor Raphael Abdalla, da Primeira Igreja Batista em Guarapari (ES) e presidente da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo (CBEES), esteve em Londres (Reino Unido) para uma série de ministrações, nos dias 26 e 27 de abril, na Cathedral International
Durante sua passagem pela capital inglesa, o pastor visitou o Metropolitan Tabernacle Baptist Church, onde o pregador Charles Spurgeon anunciou o Evangelho em diversas ocasiões e liderou a Congregação durante muitos anos.
“... tive a honra de estar no Tabernáculo Batista Metropolitano, em Londres — o histórico local onde Charles Spurgeon, conhecido como ‘o Príncipe dos Pregadores’, proclamou o Evangelho com ousadia e paixão no século XIX. Inaugurado em 1861, este lugar foi, por décadas, um dos maiores centros de avivamento e ensino bíblico do mundo. Estar aqui é mais do que uma visita: é uma inspiração para continuar anunciando a mesma mensagem de esperança que ecoou deste púlpito para milhares de vidas”, compartilhou em suas redes sociais.
pertencente à viúva Colfe.
Sob a liderança de seu primeiro pastor, William Rider, a congregação cresceu rapidamente. Acredita-se que ele tenha falecido durante a grande peste de 1665.
Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira
Com informações de Afanasio Cavalcanti, pastor da Primeira Igreja Batista de Dormentes - PE Foi aprovado por unanimidade, na manhã de 25 de abril, na Câmara Municipal de Dormentes - PE, o projeto de lei que altera o nome da Travessa José Coelho de Macedo para Rua Pr. Zachary Clay Taylor. A via é a lateral onde está localizada a entrada principal do templo da Primeira Igreja Batista em Dormentes.
A iniciativa homenageia Zachary Clay Taylor (1851–1919), missionário Batista norte-americano enviado ao Brasil pela Junta de Richmond (EUA), reconhecido por sua atuação evangelística e social no final do século XIX
Casado com Ana Paula e pai de José, é formado em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Teologia pelo Centro de Educação Teológica Batista do Espírito Santo (CETEBES) e em Mecânica, nível técnico, pelo Instituto Federal do Espírito Santo (IFES). Possui MBA em Liderança e Gestão pela PUC-RS.
Atuou como membro da Diretoria da Convenção Batista Brasileira (CBB) no triênio 2022–2024 e atualmente preside a Convenção Batista do Estado do Espírito Santo (CBEES). É professor colaborador no Seminário Teológico Batista Mineiro e na Lifeshape Brasil, em Brasília - DF. Já presidiu a Subseção Guarapari da Ordem dos Pasto-
res Batistas do Brasil – Seção Espírito Santo, e é integrante da Ordem dos Advogados do Brasil.
Idealizou o projeto REDES de Voluntários, voltado à promoção da dignidade social em comunidades locais.
Metropolitan Tabernacle Baptist Church
A congregação do Tabernáculo teve sua origem por volta de 1650, trinta anos após a partida dos *Pilgrim Fathers* (Pais Peregrinos) da Inglaterra. Em um período em que o Parlamento Inglês havia proibido as reuniões batistas, as raízes do Tabernáculo estão ligadas a uma congregação que enfrentava perseguições constantes e se reunia em uma casa em Kennington,
O Tabernáculo original da época de Spurgeon foi destruído por um incêndio em 1898, restando apenas o pórtico frontal e o subsolo. O edifício foi reconstruído seguindo um padrão semelhante. No entanto, em maio de 1941, durante o mais longo ataque aéreo da Segunda Guerra Mundial, o Tabernáculo foi atingido por uma bomba incendiária e sofreu um novo incêndio. Mais uma vez, o pórtico e o subsolo foram preservados, e, em 1957, a estrutura foi reconstruída respeitando o perímetro original, mas com um novo projeto arquitetônico.
Charles Haddon Spurgeon pastoreou a igreja por 38 anos. Durante seu ministério, fundou um colégio para pastores, um orfanato, uma sociedade de literatura cristã e a revista *The Sword and the Trowel*. Mais de 200 novas igrejas foram plantadas em regiões próximas a Londres, sendo lideradas por seus alunos. Seus sermões, ainda publicados até hoje, compõem 62 volumes. Durante sua liderança, dezenas de milhares de pessoas foram convertidas a Deus por meio da pregação fiel da Palavra. n
e início do século XX.
Entre suas principais contribuições estão:
• Expansão Batista: teve papel relevante na articulação da fundação da Convenção Batista Brasileira em 1907;
• Atuação Regional: foi pioneiro na pregação protestante no Vale do São Francisco e fundou a Primeira Igreja Batista de Petrolina (1905), que organizou a Primeira Igreja Batista em Dormentes.
A homenagem reconhece a influência histórica de Taylor na propagação do Evangelho e no desenvolvimento social da região. O projeto foi apresentado pelo vereador Ernandio de Macedo Coelho e aprovado com apoio unânime dos parlamentares da Casa Senador Nilo Coelho.
• Educação e Literatura: colaborou com a criação de escolas e a tradução de obras cristãs, promovendo a alfabetização e o ensino teológico no país;
• Plantação de Igrejas: participou da organização de algumas das primeiras Igrejas Batistas no Nordeste e Sudeste, com destaque para o sertão de Pernambuco, Piauí e =Bahia;
“Nossa gratidão aos vereadores por esse justo reconhecimento”, destacou o pastor Afanasio Cavalcanti, da Primeira Igreja Batista de Dormentes - PE. n
Pr. Raphael Abdalla
Pr. Raphael Abdalla durante ministração no Metropolitan Tabernacle Baptist Church, em Londres, e na Cathedral International (UK)
Fachada da Primeira Igreja Batista em Dormentes, sertão de Pernambuco
Reunião realizada na Câmara Municipal de Dormentes (PE)
Jamile Darlen
jornalista em Missões Mundiais
A crise humanitária na Venezuela tem se agravado nos últimos anos, afetando drasticamente o bem-estar das crianças. Um relatório da ONU sobre o panorama da segurança alimentar na América Latina e Caribe de 2022 apontou a Venezuela como o país da América do Sul com maior número de pessoas passando fome. Dados mais recentes são difíceis de obter devido à falta de colaboração do governo venezuelano em fornecê-los. Contudo, isso não mascara a dura realidade da desnutrição sofrida pelo povo, principalmente as crianças.
Quando em 2020, Missões Mundiais criou o “Programa Há Fome no Mundo”, a Venezuela já estava no quadro de países prioritários que precisavam de ajuda. Mais de cinco anos depois, o país latino ainda enfrenta problemas com a fome, em especial as crianças. Diante disso, a equipe de profissionais de saúde de Missões Mundiais se uniu para elaborar um plano de ação definitivo. Assim, surgiu a Farinha Enriquecida (carinhosamente chamada de FÉ).
Criada especialmente para combater a desnutrição infantil na Venezuela, a FÉ é um suplemento alimentar à base de farelo de milho, gergelim e folhas verdes (como espinafre ou moringa, dependendo da disponibilidade local). Esses ingredientes simples formam uma combinação poderosa de energia, ferro, vitaminas, minerais e proteínas — elementos essenciais para o bom desenvolvimento e funcionamento do organismo em casos de desnutrição, como explica a nutricionista Gabriela Mendes.
“Toda criança nasce com uma capacidade imensa de aprender, de descobrir. As crianças são curiosas, gostam de brincar, de aprender coisas novas... Mas uma criança desnutrida não, porque ela não tem energia para isso. Ela não tem ânimo, não consegue desenvolver bem as atividades e tem dificuldade no ensino. Muitas vezes as sequelas em crianças que entram em uma desnutrição um pouco mais grave, acabam ficando para a vida toda; e vão se tornando cada vez mais difíceis de serem revertidas”.
Em 2022, o pastor João Marcos B. Soares, diretor de Missões Mundiais, e sua esposa visitaram a unidade do PEPE Venezuela e puderam ver de perto o processo de produção da farinha. Ele é feito com muito cuidado: os ingredientes são selecionados, limpos, secos, torrados e moídos para garantir a preservação de seus
Nutrição e Esperança para Crianças na Venezuela
nutrientes. Depois, são misturados conforme orientações nutricionais e embalados em pacotes de 600g — quantidade suficiente para alimentar uma criança por um mês. Como a receita pode ser adaptada conforme os ingredientes disponíveis localmente, o projeto permite produção regional, reduzindo custos e vencendo barrei -
ras logísticas. Atualmente, a FÉ é distribuída a quase 2 mil crianças atendidas pelo PEPE Venezuela , sendo incorporada tanto nas refeições escolares quanto nas refeições feitas em casa. É comum vê-la misturada em pratos do dia a dia, como arepas, sopas, arroz, carnes e pães — o que facilita
a aceitação e o consumo contínuo pelas crianças e suas famílias. Sim, famílias, pois em alguns casos a FÉ é também distribuída aos parentes das crianças.
Durante visitas às casas, os missionários e voluntários do PEPE identificam famílias em extrema vulnerabilidade e oferecem pacotes extras da Farinha, permitindo que também os responsáveis tenham acesso a uma fonte essencial de nutrientes. Isso faz com que o impacto do projeto vá além da criança individual e alcance toda a comunidade.
Graças a Deus, os resultados do consumo contínuo da Farinha Enriquecida são visíveis para todos. As crianças melhoram no estado nutricional, têm maior resistência a infecções, menos episódios de diarreia e um sistema imunológico mais forte. Outro benefício importante é sua durabilidade: não precisa de refrigeração e pode ser armazenada por até dois meses em locais frescos e secos, o que facilita seu uso em áreas com infraestrutura limitada.
O projeto começou com poucos recursos, enfrentando muitos obstáculos. Mas, graças ao empenho e à fé de missionários e voluntários, hoje ele representa não só uma ação de combate à fome, mas também uma forma concreta de levar dignidade, cuidado e esperança para milhares de crianças e famílias venezuelanas. Contudo, precisamos continuar e alcançar ainda mais crianças e suas famílias. Para isso precisamos do seu envolvimento em orações e ofertas.
Ore pela equipe de voluntários do PEPE e todos os que trabalham para a produção da FÉ. Interceda pela saúde das crianças e famílias venezuelanas. Ore por mais doadores e mantenedores financeiros do trabalho realizado na Venezuela. Doe e ajude crianças da Venezuela através do QR Code ou faça um PIX para a Junta de Missões Mundiais através da chave CNPJ 34.111.088/0001-30
O comprovante de depósito deve ser enviado para o e-mail : ofertas@ jmm.org.br ou pelo WhatsApp da Central de Atendimento: (21) 980551818 , com sua identificação e o destino da oferta. n
Elzi Maciel, esposa do Pr. João Marcos, visita o PEPE Venezuela 2022
Pr.João Marcos B. Soares visita o PEPE Venezuela 2022
Pr. João Marcos visita a área de produção da Farinha Enriquecida
Juventude Batista Sergipana promove dia de aprendizado, celebração e diversão em Aracaju
Programação reuniu cerca de 50 adolescentes.
Registro oficial com todos os adolescentes e líderes de adolescentes que participaram do evento
Diretoria da Juventude Batista Sergipana
No dia 26 de abril, um sábado, Aracaju - SE sediou o TEEN DAY 2005, promovido pela Juventude Batista Sergipana (JUBASE), reunindo cerca de 50 adolescentes e mais de 10 líderes na Igreja Batista em Orlando Dantas (IBODANTAS). Com o tema
Momento final de descontração, com os adolescentes se molhando com a mangueira de um caminhão-pipa
REDES - Relacionamento Discipulador nas Escolas, inspirado em Lucas 5, o evento desafiou os participantes a fortalecerem o compromisso com o discipulado e evangelismo nas escolas.
A programação começou com louvor, dinâmica e palavra de despertamento, seguidos por treinamentos para líderes e oficinas dinâmicas para os
Adolescentes que aceitaram o desafio de evangelizar nas escolas
adolescentes, abordando vida cristã, identidade e evangelização nas escolas. Após as oficinas, o pastor Marcos Gomes trouxe uma mensagem impactante sobre os desafios enfrentados pelos adolescentes desta geração, incentivando-os a serem agentes de esperança em seus ambientes escolares e suas redes sociais.
O dia terminou em clima de festa,
com uma gincana, canhão de espuma e banho de carro-pipa, promovendo diversão e comunhão. Para a presidente da JUBASE, Ester Seixas Bullé Rêgo, o evento foi uma grande bênção, marcando profundamente a vida dos participantes e consolidando o TEEN DAY como um encontro essencial para a juventude. Que venha o TEEN DAY 2026! n
Juventude do Agreste de Pernambuco realiza 47º congresso em Caruaru
Encontro desafiou os participantes a refletirem sobre o serviço cristão.
Júlia de Albuquerque
vice-Presidente da Juventude Batista do Agreste
Este ano, a cidade de Caruaru - PE foi a sede do 47º Congresso da Juventude Batista do Agreste, realizado nos dias 17 a 20 de abril. A programação teve como tema “Chamados Para Servir”, abrindo espaço para reflexão sobre o serviço cristão fundamentado no exemplo do próprio Cristo. Promovido pela juventude da Associação Batista do Agreste, o congresso foi realizado na Chácara Senhor dos Exércitos e reuniu cerca de 112 inscritos. O evento recebeu os seguintes preletores: Lázaro Layson, pastor da Igreja Batista da Graça em Campina Grande - PB; Gildo Freitas, pastor e coordenador da Cristolândia Pernambuco; e Irailson Ferreira, pastor da Primeira Igreja Batista em Toritama. O louvor ficou por conta do Ministério de Louvor da PIB em Toritama e contou com participações de integrantes dos ministérios de louvor da Primeira Igreja Batista do Centenário, em São Bento do Una, da Primeira Igreja Batista em São Caetano e da Igre -
Foto oficial dos participantes do 47º Congresso da Juventude Batista do Agreste, realizado em Caruaru (PE)
ja Batista Amizade, em Belo Jardim que, juntos, abrilhantaram o evento conduzindo os congressistas à adoração ao Senhor também por meio dos louvores. Durante a programação, o congresso contou com a visita do presidente da Convenção Batista de Pernambuco (CBPE), o pastor Paulo Eudes, que dedicou palavras de encorajamento aos presentes, destacando a importância
de momentos como esse para a vida cristã no conhecimento da Palavra e fortalecimento da juventude. Tendo como base o texto de Atos 20.35, observa-se que, como filhos e filhas adotados por causa do sacrifício de Jesus, os cristãos têm uma missão muito clara ao observar o exemplo do nosso Senhor. Devem servir a Deus, entregando tudo que são e têm somente a Ele, vivendo para
sua glória e louvor servindo ao Senhor e àqueles que mais necessitam, ofertando amor, perdão, o pão e as mãos estendidas.
De acordo com esse olhar, o irmão Celso Ricardo, membro da Igreja Batista Emanuel em Caruaru, avaliou o congresso de forma positiva. “Pude ver de perto a organização do congresso e é bonito de ver o zelo da liderança em sonhar com cada detalhe e a alegria dos jovens ao participar dessa oportunidade de crescimento espiritual e comunhão”, declarou.
A boa repercussão do congresso gerou um sentimento de satisfação na liderança da Juventude Batista do Agreste, os quais expressaram gratidão e expectativa para continuar servindo cada vez com mais excelência às necessidades da juventude. Assim, a JUBAGRE, na pessoa da presidente Jamylle Barros, agradece ao Senhor e aos apoiadores por mais um congresso e já se prepara para as próximas programações com disposição, pois, reiterando as palavras do pastor conselheiro da JUBAGRE, Irailson Ferreira, “aquele que não serve, não serve para ser discípulo de Jesus”. n
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
A palavra mordomia é vista no Brasil como alguma coisa negativa, pois fala de pessoas desonestas que utilizam recursos alheios para o seu benefício e entretenimento. É viver de forma regalada, como alguém que tem muito dinheiro. Lembramos dos marajás da época do Collor, que possuíam altíssimos salários no poder público em detrimento dos mais pobres. No sentido etimológico, mordomar (de mordomia) e mordomo é “gestão, direção, gerência, comando, condução, feitoria, superintendência, domínio, diretor, chefia, administração, manutenência, manutenção, rédea, governo, guia, compasso” (Azevedo, 319). Então, exercer a mordomia ou ser mordomo é administrar, na perspectiva de Cristo, os dons, bens, recursos, tempo, oportunidades, enfim, todas as dádivas que nos foram concedidas somente por causa de Cristo Jesus, nosso Senhor. Ele é o nosso BEM maior. O nosso tesouro incalculável e insubstituível. Ser mordomo é servir a Cristo com tudo o que somos e temos por graça e com alegria. Fomos salmos pela graça e devemos viver por esta mesma graça (Efésios 2.8-10). Mordomia para nós, crentes, é exercer a bênção da liberalidade em Cristo. A bênção de contribuir com a vida e com os bens para abençoar pessoas. Ser mordomo é ser um investidor da eternidade, pois ele não está preso ao tempo. Os seus investimentos são uma semeadura que ultrapassa este tempo. Certamente ele é um excelente administrador do tempo dado
Mordomia, a bênção da liberalidade em Cristo
pelo Senhor. No exercício da mordomia contribuímos para o sustento da obra de Deus; para nos desapegarmos das coisas materiais, das riquezas; e, acima de tudo, GLORIFICARMOS A DEUS. A Glória do meu Pai é a razão maior de tudo o que sou, tenho e faço (I Coríntios 10.31). Há tantas pessoas apegadas às coisas materiais, incapazes por si mesmas de contribuir com liberalidade, com gratidão e com louvor. O dinheiro é um excelente servo, mas um péssimo senhor. Deixar-se dominar pelas coisas desta vida é revelar uma alma mesquinha, medíocre e infeliz. Vejamos o que Paulo diz no contexto da morte e da ressurreição do cristão: “Se a nossa esperança em Cristo é apenas para esta vida, somos os mais dignos de compaixão entre todos os homens” (1 Coríntios 15.19). Jesus nos alertou quanto ao perigo de colocarmos o coração nas riquezas. Ele orientou o jovem rico a vender tudo o que tinha e distribuir aos pobres, mas ele ficou muito triste porque possuía muitos bens (Lucas 18.22,23). O mesmo Senhor disse sabiamente: “Como é difícil para os que têm riquezas entrar no Reino de Deus! Pois é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Lucas 18.24,25). Jesus o chamou para ser um mordomo cristão, mas ele preferiu ser um mordomo de si mesmo.
A nossa Declaração de Fé Batista diz que “mordomia é a doutrina bíblica que reconhece Deus como Criador, Senhor e Dono de todas as coisas (Genesis 1.1; Sl 24.1; I Coríntios 10.26). To-
das as bênçãos temporais e espirituais procedem de Deus e por isso devem os homens a Ele o que são e o que possuem e, também, o sustento (Genesis 14.20; Deuteronômio 8.18; 2 Co 8.5). O crente pertence a Deus porque Deus o criou e o remiu em Jesus Cristo (Genesis 1.27; 1 Coríntios 6.19,20; I Pedro 1.18-21). Pertencente a Deus, o crente é mordomo ou administrador da vida, das aptidões, do tempo, dos bens, da influência, das oportunidades, da personalidade, dos recursos naturais (meio ambiente tão propagado em nossos dias) e de tudo o que Deus lhe confia em Seu infinito amor, providência e sabedoria (Mateus 25.14-30; 3146). Cabe ao crente o dever de viver e comunicar ao mundo o evangelho que recebeu de Deus (Romanos 1.14; I Coríntios 9.16). As Escrituras Sagradas ensinam que o plano específico de Deus para o sustento financeiro de Sua causa consiste na entrega pelos crentes de dízimos e ofertas alçadas (Genesis 14.20; Provérbios 3.9,10; Malaquias 3.7-12; Mateus 23.26). Devem eles trazer à Igreja sua contribuição sistemática e proporcional com alegria e liberalidade, para o sustento do ministério, das obras de evangelização, beneficência e outras (Atos 11.27-30; I Coríntios 16.1-3; II Coríntios 8.1-15; Filipenses 4.10-18)”.
Damos graças ao Pai pelos mordomos, servos, administradores da vida e dos bens na perspectiva de Cristo Jesus! Por aqueles que dão o melhor de si e do que têm para o sustento da obra de Deus em todo o mundo. Por aqueles que, tendo recebido a missão do Pai
de anunciar o evangelho, o fazem com alegria. Pelos que glorificam a Deus e se desapegam dia após dia das coisas materiais. Que um dia venderam tudo o que possuíam para adquirirem um tesouro muito maior. Eles se desfizeram do apego às coisas materiais para se apegarem a Cristo. Deixaram de confiar em si mesmos e nas coisas que possuíam para confiarem em Cristo Jesus, o Senhor. Estes são os mordomos verdadeiros. São servos que servem com alegria e singeleza de coração. Que lançaram a mão no arado sem olhar para trás, mas para Jesus, o Autor e o Consumador da fé (Hebreus 12.1,2). Mordomos que fazem de Jesus o referencial de tudo o que ganham e de tudo o que gastam ou investem. Como Barnabé, eles são liberais, amorosos, misericordiosos, dispostos a servirem com os bens dados por Deus. Por causa destes, usados pelo Senhor, a Igreja avança sustentando pastores, ministros de música, ministros de educação cristã, missionários, ajudando órfãos e viúvas; auxiliando e amparando os pobres, os enfermos, os que têm necessidades especiais; os usuários de drogas e injustiçados; e outros. O trabalho cresce porque o Senhor pode contar com os Seus filhos que investem no Reino com profundo amor. Reconheçamos que toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do Pai das luzes em quem não há mudança e nem sombra de variação (Tiago 1.17). Sejamos mordomos, exercendo a liberalidade em tudo o que somos e temos da parte de Deus para a Sua própria Glória. n
Crente de final de semana? O que é isso?
Lourenço Stelio Rega
Me lembro daquela antiga canção “Domingueiro nunca queira ser!”. O refrão era bem interessante:
Domingueiro nunca queira ser
No domingo ele é santarrão
Na segunda, terça, quarta, quinta e sexta, sábado
Não é santo não!
Considerando o chamado de Jesus em Lucas 9.23 é possível notar um importante detalhe na expressão “a cada dia”, veja: “Se alguém quiser após mim, a cada dia negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me […]”. Isso é o mesmo que dizer diariamente.
Outro destaque nesse texto é a expressão “negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. Sobre isso é possível ouvir comentários informando que devemos levar nosso “eu” e crucificá-lo, como Jesus mesmo foi crucificado. Mas falta a esse ensino algo importante, pois, depois de sua crucificação e morte, Jesus foi sepultado e ressuscitou nos dando nova vida. E o apóstolo Paulo nos ensina que “fomos sepultados com ele na morte […] a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos […] também nós andemos em novidade de vida”. Em outras palavras, tomar a nossa cruz e seguir a Jesus em seu chamado significa ir mais longe do que apenas a “mortificação do nosso eu”.
Com tudo isso em mente é possível deduzir que, quando decidimos seguir a Jesus por meio de nossa conversão, a trajetória de nossa vida segue o desafio da construção de uma nova vida. E isso vai mais além do que apenas esperar que Jesus um dia venha para que alcancemos a “Nova Jerusalém”.
O missiólogo Christopher Wright, no livro “A missão de Deus”, nos mostra que o Evangelho vai mais longe, pois “nossa tendência de reduzir o evangelho a uma solução para o problema do nosso pecado individual e a um cartão magnético para abrir a porta do céu, de modo que substituiremos essa impressão reducionista por uma mensagem que tem a ver com o reino cósmico de Deus, em Cristo, que, no final, erradicará o mal do universo de Deus e resolverá nosso problema de pecado individual, obviamente”. Mas além disso, podemos também estar alimentando um tipo de vida segmentada entre o secular e o sagrado, entre o público e o privado, quando vi-
vemos um evangelho de final de semana, considerando apenas as atividades envolvidas na vida da Igreja.
E tem mais, em geral dizemos “vamos à igreja!”, mas Jesus morreu por algum prédio, móveis, equipamentos? Ou morreu e ressuscitou por nós, pessoas decaídas e necessitadas de restauração? Quando dizemos que vamos à igreja, em vez de pensar, dizer e agir como igreja onde estivermos, poderemos estar reforçando essa ideia de “crente de final de semana”. É claro que quando estamos reunidos como igreja, seja onde for, em um templo, em um acampamento, ou, em países com perseguição religiosa, no campo, estaremos reunidos como povo de Deus para adorá-lo, para estimular nossa comunhão. Mas quando cada um de nós estiver espalhado, seja no trabalho, seja na escola, no trânsito etc. estaremos como igreja.
Jesus fez um “upgrade” na concepção de habitação de Deus quando dialogava com a mulher samaritana afirmando que, a partir daquele momento, Deus estaria procurando verdadeiros adoradores (Jo 4). Então, em vez de ir à igreja para nos encontrarmos com Deus em um dia da semana, todos os dias ele estará em nós e conosco como igreja onde estivermos, juntos em adoração e serviço mútuo como igreja ou como igreja espalhada onde estivermos, influenciando o meio ambiente em que vivemos, sendo sal, luz, embaixadores.
Essa visão neotestamentária nos coloca na vida em um desafio 24/7/365, isto é, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, e todos os dias do ano, em vez de sermos crentes apenas um dia por semana.
Já escrevi diversos artigos aqui nesta coluna demonstrando a igreja como nova humanidade. E isto aponta para o fato de que a salvação nos posiciona em outra dimensão da vida e reposiciona nosso projeto de vida pessoal, profissional, familiar, social e tudo o mais em que nela estamos envolvidos. Em I Coríntios 15 temos o ensino de que temos Adão como o primeiro homem (no texto grego anthropos, humanidade, raça humana), isto é, a primeira humanidade, primeira raça de seres criados. Mas Paulo nos ensina que Jesus é o segundo homem (novamente no texto grego anthropos), isto é, a segunda humanidade, a raça dos seres recriados, recuperados.
Paulo prossegue nos ensinando que Adão também é o primeiro Adão (a primeira raça adâmica), enquanto Jesus não é o segundo Adão, mas o último Adão, isto é, aquele que encerra a raça adâmica, dando, portanto, início à nova humanidade. Por isso é que ele também ensina que se alguém está em Cristo é nova criação (II Coríntios 5.17) e, assim, a igreja é uma nova humanidade
E, como nova humanidade nosso desafio é viver como ressuscitados em novidade de vida, não apenas como salvos portadores de um “cartão magnético” que nos garantirá o acesso à porta da Nova Jerusalém.
Isso implica em ser cristão no domingo, mas também nos outros seis dias . E por “ser cristão” aqui estou querendo dizer que é mais do que ter a doutrina certa, é mais do que ter um cargo nas atividades da igreja, é mais do que estar presente nas atividades da igreja, é mais do que contribuir periodicamente para a manutenção da obra do Senhor, é mais do que contribuir para missões ou mesmo para a construção de edifícios, ou ainda para a obra assistencial; é mais do que chegar na hora nas atividades dominicais, é mais do que levar nossos filhos para a escola bíblica ou “cultinho”. Se pensarmos apenas nisso, seremos apenas crentes de um dia da semana.
Após a minha conversão o desafio envolve tudo isso e nos leva muito, mas muito mais longe. O desafio é muito mais “desafiador”, pois vou FAZER tudo isso e o desafio me levará a SER muito mais.
Em outros artigos tenho trazido uma palavra do missiólogo Ed Stetzer quando nos desafiou dizendo “Eu (e outros) usamos o termo missional para descrever uma vida moldada pela missão. Missional é o uso adjetival da palavra missão. Em outras palavras, se vivo uma vida missional, vivo uma vida moldada pela missão de Deus.”
Assim, posso concluir que, em outras palavras, se vivo uma vida missional, vivo uma vida moldada pela missão de Deus (missĭo Dei). Então, a partir de minha conversão, o meu projeto de vida é agora o projeto da missĭo Dei e eu me entrego como ferramenta de Deus para que ele em sua missão de restaurar toda criação, inclusive o indivíduo, me tenha como seu instrumento.
Para ilustrar, vamos pensar em um tripé, em que se uma perna for retirada tudo desmorona. Vamos chamar de tripé da missĭo Dei: anunciar verbalmente + viver concreta e responsivamente + ser realmente cristão 24/7/365. Normalmente, quando uma pessoa se converte, logo a ensinamos a ser um bom membro da igreja, frequentador dominical dos cultos, contribuinte, ler a Bíblia, orar etc. Mas o “seguir a cada dia”, o “ser nova humanidade” a coloca no padrão 24/7/365 como cristão onde ela estiver.
Ilustrando na prática. Um médico aceita as Boas Novas, a partir desse momento o seu projeto de vida será “reinicializado” (como fazemos com o celular quando não está funcionando direito) com as novas “variáveis de funcionamento” (novos rumos, valores éticos, nova cosmovisão etc.) à luz da missão de Deus em resgatar toda criação e criatura (Efésios 1). Tecnicamente ele continuará atendendo seus pacientes, fazendo cirurgias dentro das mais elevadas técnicas, e dará um toque mais do que especial no atendimento aos seus pacientes, no aperfeiçoamento de suas habilidades, no seu relacionamento profissional com o sistema hospitalar e médico à luz dos valores éticos cristãos, mesmo diante do sistema mercantilizado da Medicina, sendo sal, luz, embaixador do reino em seu ambiente de atuação, para que como viam o Pai quando viam a Jesus, possam ver Jesus quando ele estiver atuando em sua profissão, mas também em sua vida pessoal (João 14.8-10), por isso quem nos vê deverá também, por meio do que somos e fazemos, ver aquele que nos enviou (João 12.45). A ilustração foi para um médico que se converte, e se aplica para uma dentista, um motorista, um pedreiro, não importa quem seja.
Em Atos 1.8 temos o desafio que nosso Mestre nos deu antes de partir: “Sereis minhas testemunhas” e só é possível ser dele testemunha se vivermos intensamente as Boas Novas, ser por elas transformado de modo a podermos discipular outros por meio e uma vida transformada e, assim, o discipulado vai ser muito mais do que transmissão de informações e ensino, vai ser como que uma “transfusão de vida” E, então, vamos superar o “ser crente de final de semana” para sermos nova humanidade no padrão 7/24/365? n