OJB Edição 38 - Ano 2015

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o jornal batista – domingo, 20/09/15

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Carta Missionária - Pastor Caleb & Rebeca Mubarak

O Drama dos Refugiados! “(…) Eram pobres, perseguidos e maltratados. Andaram como refugiados… (…) O mundo não era digno deles!” (Hb 11.37b-38 - NTLH). Norte da África, setembro de 2015.

(Paz seja convosco!) Há alguns meses, um diplomata de uma nação europeia declarou: “Essa gente é uma ameaça a toda Europa em termos de terrorismo e outros crimes mais, além de colaborar para a crise econômica que devasta nosso continente”. Ao utilizar o termo “essa gente”, o dito diplomata se referia aos imigrantes ilegais que estão arriscando suas vidas em travessias desumanas no mar Mediterrâneo, na tentativa de chegar à Europa. Lembrando que entre eles está um público bem vulnerável: crianças, mulheres e anciãos.

Um tratamento desumano “Essa gente”, completamente indefesa, é tratada como se não fossem seres humanos. E para as três maiores religiões (abraâmicas) do mundo, o racismo é algo intolerável, assim como a Declaração Universal dos Direitos Humanos deixa bem claro a necessidade do exercício do princípio contra a intolerância. E isso tem acontecido justo na Europa, continente que se destaca mundialmente na luta pelos direitos universais. Mas, ao que parece, não interessa se esses “desprivilegiados”, os mesmos que estão fugindo de seus países miseráveis ou dos regimes ditatoriais e radicais que tanto os assolam, desejam ter a mesma oportunidade de uma vida digna como a de seus homólogos europeus. Sendo vistos como aqueles que só trazem problemas aos países que os poderiam receber, poucos enxergam nessas pessoas indivíduos com uma alma, uma vida, com sonhos e esperanças. A maioria possui família que pode ou não estar com eles nessa jornada tão perigosa e, sendo assim, o fato de estarem tentando uma vida melhor deveria ser, pelo menos, considerada e analisada.

Entre “essa gente”, muitos são cristãos Não é nenhuma novidade que entre esses milhares, que se arriscam diariamente em travessias extremamente perigosas, há minorias étnicas e religiosas que estão fugindo de suas nações devido à perseguição. É o caso das minorias que hoje fogem das atrocidades do ISIS no Oriente Médio e Norte da África, e também de alguns países africanos onde grupos terroristas com ligação com ISIS levam o terror sem deixar nenhuma opção de permanência. Estatisticamente, o número de cristãos entre “essa gente” (os refugiados) é extremamente significativo, os quais juntos com outras minorias, têm sofrido muito na tentativa de chegar ao Velho Continente. Há alguns meses, em uma embarcação lotada, muçulmanos identificaram cristãos no meio deles e os lançaram ao mar os deixando à deriva, e o saldo foi a morte de muitos.

Como seria se estivéssemos no lugar “dessa gente”? Nosso desafio com essa carta é que você tente se colocar no lugar desses refugiados: Será que você gostaria de ter o asilo negado enquanto foge de homens com armas em punho em perseguição a você e à sua família? Gostaria de ser insultado e até mesmo abusado, por tão somente querer sustentar sua família? Gostaria de ser deixado à deriva no Mar Mediterrâneo, porque governos de nações desenvolvidas desejam enviar uma mensagem a outros que queiram arriscar-se na mesma travessia? Como você se sentiria se você fosse insultado, maltratado e tivesse negado o direito a uma vida digna só porque você nasceu em um país menos privilegiado? Não podemos esquecer que somos sempre responsáveis por nossos atos individuais. Testemunhar alguns deixando de demonstrar o respeito necessário para a vida humana não significa que nós devemos apoiar ou nos omitir. Todo ser humano é valioso e merece o nosso respeito e se não conseguirmos fazer isso, nos lembremos que somos responsáveis por nossas próprias ações. Afinal, a mensagem que nos impulsiona a seguirmos em frente é e deve ser aquela impulsionada pelo perdão, pela reconciliação, pela aceitação, pela inclusão e pelo amor, como diz João 3.16. Outra coisa que queremos destacar é que entre “essa gente” estão verdadeiros heróis da fé, igualmente como aqueles descritos na galeria do livro aos Hebreus, verdadeiros servos do Eterno Deus. Já ouvimos relatos de que alguns deles, mesmo sendo pobres, perseguidos, maltratados e andando como refugiados, não têm perdido a oportunidade de serem autênticas testemunhas durante essa árdua peregrinação. O que nos leva à conclusão que de fato, o mundo não é digno deles! Que belo testemunho!


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