Edicao 272

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02 OPINIÃO

»» DOMINGO, 04/03/2012

www.AQUIES.com.br

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM E REGIÃO SUL

CONEXÃO BRASÍLIA »» Sergio Garschagen - sergio.betim@gmail.com

Arrependimento Há alguns anos foi realizada uma pesquisa mundial sobre o trabalho e o resultado surpreendeu negativamente: apenas 8% da população economicamente ativa estavam felizes com as suas atividades. Ou seja, em cada grupo de 100 trabalhadores de diversas categorias, apenas oito eram felizes com o que faziam. Se o resultado dessa pesquisa se aplicar aos brasileiros entenderemos a razão pela qual milhares de pessoas quase entram em depressão quando ouvem a voz do Faustão nos domingos à tarde. Além da tonalidade desagradável, a voz lembra que o dia seguinte será uma segunda-feira, quando o tormento laboral recomeçará. Além disso, a carga horária diária aumentou significativamente nos últimos anos. Acabou os tempos românticos em que se trabalhava em velocidade de cágado das 8 às 12h e das 14 às 18h. A velocidade de hoje é de coelho perseguido e nas grandes cidades o horário de almoço há muito foi sacrificado. Em alguns setores da economia tirar férias é perigoso: a empresas pode perceber que você não faz tanta falta assim. Um velho amigo, que começou a trabalhar muito jovem em 1958, lembrou-me dia desse que os contatos com clientes e fornecedores eram feitos via postal. Os telefones existiam, mas simplesmente demoravam horas para dar linha: - Eu escrevia cartas manuscritas, passava para a secretária datilografar, relia o texto, consertava alguns erros. Ela datilografava mais uma vez o documento e todo esse processo tomava a manhã inteira praticamente. As respostas demoravam pelo menos 10 dias para chegar. O ritmo de trabalho era calmo. E completou: “Hoje, em uma única manhã respondo e escrevo pelo menos 30 emails envolvendo 50 assuntos diferentes e atendo diversos telefonemas, em um ritmo impensável nos anos 50 e 60”. Nesse ritmo frenético dos dias atuais não é à toa que uma enfermeira norte-americana, especializada em atender doentes terminais, acaba de lançar um livro em que relata os cinco maiores arrependimentos dos seus pacientes nos dias que antecedem a hora da morte. É simplesmente um libelo contra esse ritmo frenético da vida moderna. Segundo ela anotou e comentou, as confissões mais comuns são: 1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu quisesse, não a vida que os ou-

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DIRETOR GERAL: Elias Carvalho EDITOR CHEFE: Ilauro Oliveira EDITOR DE CRIAÇÃO E ARTE: Luan Ola Repórteres: Alissandra Mendes, Gustavo Ribeiro, Filipe Rodrigues, Leandro Moreira e Marcos Freire

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As fichas nossas de cada dia tros esperavam que eu vivesse - “Esse foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que a vida delas está quase no fim e olham para trás, é fácil ver quantos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não realizou nem metade dos seus sonhos e têm de morrer sabendo que isso aconteceu por causa de decisões que tomaram, ou não tomaram. A saúde traz uma liberdade que poucos conseguem perceber, até que eles não a têm mais.” 2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto - “Eu ouvi isso de todo paciente masculino que eu trabalhei. Eles sentiam falta de ter vivido mais a juventude dos filhos e a companhia de seus parceiros. As mulheres também falaram desse arrependimento, mas como a maioria era de uma geração mais antiga, muitas não tiveram uma carreira. Todos os homens com quem eu conversei se arrependeram de passar tanto tempo de suas vidas no ambiente de trabalho.” 3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos -”Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para ficar em paz com os outros. Como resultado, ele se acomodaram em uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eles realmente eram capazes de ser. Muitos desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ressentimento que eles carregavam.” 4. Eu gostaria de ter ficado em contato com os meus amigos - “Frequentemente eles não percebiam as vantagens de ter velhos amigos até eles chegarem em suas últimas semanas de vida e não era sempre possível rastrear essas pessoas. Muitos ficaram tão envolvidos em suas próprias vidas que eles deixaram amizades de ouro se perderem ao longo dos anos. Tiveram muito arrependimentos profundos sobre não ter dedicado tempo e esforço às amizades. Todo mundo sente falta dos amigos quando está morrendo.” 5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz -”Esse é um arrependimento surpreendentemente comum. Muitos só percebem isso no fim da vida que a felicidade é uma escolha. As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões. O famoso ‘conforto’ com as coisas que são familiares O medo da mudança fez com que ele fingissem para os outros e para si mesmos que eles estavam contentes quando, no fundo, eles ansiavam por rir de verdade e aproveitar as coisas bobas em suas vidas de novo.” Repensemos a vida profissional.

DiagramadorA: Suheley Garcia Suhett DEPARTAMENTO COMERCIAL: Joana Campos (28) 3521 7726 Colaboradores: Sérgio Oliveira, Wellington Santiago, José Montoni, Sérgio Garschagen, Luiz Trevisan, Adilson Conti, Antônio Fernando de Souza, Maurílio Carvalho, Gilvan Rodolpho, Sérgio Neves, Wagner Medeiros Junior, Daniel Diirr, Edison Zardini Dpto. Jurídico: MIGNONE ADVOGADOS DR RICARDO MIGNONE - OAB/ES 12.699

Do mais pé sujo até o salão mais requintado, o assunto mais discutido da semana encerrada ontem, foi à questão de o sujeito ter ficha suja ou ficha limpa; tendo como pano de fundo as eleições de outubro. E tome as mais diversas teorias sobre o caso. A gente já nasce fichado – no momento em que a mãe da gente dá entrada no hospital para o parto, uma ficha é preenchida, depois de nascido, o pai vai até o cartório e faz outra ficha – a certidão de nascimento – quando o pai declara para a sociedade que o filho é seu, aficha limpa, mas quando na lacuna da ficha do cartório no lugar do nome do pai aparece o tal de desconhecido – é inauguradaa ficha suja, nesta nossa jornada. O tempo passa e já estamos indo para a escola e mais uma ficha é aberta – a do histórico escolar e a cada ano que passamos sentados nas carteiras escolares é registrado o nosso desempenho, com as notas azuis ou vermelhas. Já adultos, prosseguimos nesta sina e quando começamos a trabalhar, temos de fazer várias fichas – carteira de trabalho, RG, CNH, e o famigerado CPF – que vai nos acompanhar a vida inteira e mostra como vai a nossa ficha financeira. E ainda temos a ficha do INSS, do FGTS e ainda lutamos para manter mais ou menos limpa a ficha no SPC, que suja um ano, fica limpa em outro e por aí vai. Já perto dos 50 anos neste frio chão, passei e ainda passo por tudo isso. No nascimento, tenho a ficha limpa, com direito a até pedigree. Nos tempos de escola, era

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ficha azul – depois, cansei de ser Ruy Barbosa e me tornei um simples estudante latino americano – apesar de nunca ser chegado ao Che Guevara – gostava do Brizola. Já era a ditadura militar e por causa do envolvimento no movimento estudantil, ganhei uma fichaonde era considerado um militante da esquerda não festiva, com tendências socialistas; em resumo a ficha ficou vermelha. Depois, na carreira profissional, por conta de um processo que levei nas costas, onde provei que um “homem de deus” não era tão santo assim, com a ajuda do Dr. Romulo Louzada; tive que prestar um depoimento na PF e lá, descobri que também era fichado como “escritor” e “jornalista”. Hoje, só me preocupo em limpar a minha ficha com o homem lá de cima, pois não quero chegar láe deparar com ela suja e ter de penar um tempo até limpá-la. Esta história de ficha suja ou ficha limpa é apenas para os chamados representantes do povo e cada um sabe o que fez para sujá-la ou não e o povo tem o livre arbítrio, com o voto para condenar ou absolver. Tenho saudades de outras fichas, como as ficha da cerveja nas domingueiras do Ita, as fichas do fliperama, as fichas de metal dos antigos orelhões e a melhor de todas: as fichas do Jukebox da Tia Lúcia, onde a gente colocava a mesma só para ouvir Barros de Alencar, cantando “Eu tenho apenas 3 minutos”. Os tempos são outros e as fichas são outras, pois assim caminha a humanidade.

Monteiro, Marataízes, Mimoso do Sul, Muniz Freire, Muqui, Piúma, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul, São José do Calçado, Vargem Alta, Venda Nova do Imigrante.

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