Jornal Informe - Caçador - Edição 2.346

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Paula Zardo

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caçador (sc) quArtA-feirA, 13 de março de 2013 MulheresXhoMens: nos cargos de gestão, com salários acima de r$ 8 mil, um total de 72% dos candidatos contratados em 2012 foram homens, mostra pesquisa feita no Brasil pela consultoria de recrutamento especializado Michael Paula Zardo Stachelski, Psicóloga Clinica e Organizacional (CRP 12/05028). Rua HerculaPage. no Coelho de Souza, 656 - Em frente à Reunidas. Fone: 3563-0119 / 9955-3609

PsiCologiA

Conheça o transtorno de personalidade borderline Um transtorno bastante complexo que é explicado pela Psicóloga Paula Zardo

divulgAção/JornAl inforMe

T

odos nós apresentamos momentos de explosões de raiva, tristeza, impulsividade, teimosia, instabilidade de humor, ciúmes intensos, apego afetivo, desespero, descontrole emocional, medo de rejeição, insatisfação pessoal. E, quase sempre, isso gera transtornos e prejuízos para nós mesmos e também para as pessoas ao nosso redor. Porém, quando esses comportamentos se apresentam de forma frequente, intensa e persistente, eles acabam por produzir um padrão existencial marcado por dificuldades de adaptação do indivíduo ao seu ambiente social. O border, como dizemos, é aquela pessoa que, literalmente, fica cega de raiva. Todo mundo que já viveu uma paixão alucinada sabe como é ser border: esse é o jeito border de ser. O estado da paixão, de acordo com a ciência, dura de dois meses a dois anos justamente porque, se durar mais, ninguém aguenta. Mas o border vive assim. Quando isso ocorre, podemos estar diante do transtorno da personalidade borderline. Os borders

apresentam hiperatividade emocional, ou seja, é muito sentimento e muita emoção sempre. E costumam lidar muito mal com qualquer tipo de adversidade, especialmente as que envolvem rejeição, desaprovação e/ou abandono. Quando se deparam com uma situação dessas, desencadeiam uma reação de estresse muito mais intensa e abrangente do que o esperado. E chama-se borderline por isso, porque vivem no limite das emoções. A personalidade borderline é marcada pela dificuldade nas relações interpessoais, pela baixa autoestima, instabilidade reativa do humor e impulsividade. Quando essas características se apresentam de forma muito disfuncional, nós a chamamos de transtorno. A pessoa tem uma dificuldade muito grande nos relacionamentos. Ela tem a autoestima destruída. Se vê muito pior do que é, de maneira depreciativa, e acha que a solução está no outro; é na dependência afetiva do outro que ela busca segurança e legitimidade. E é muito impulsiva. Mas essa impulsividade se manifesta de uma forma muito específica: ela

Borderlines sentem bastante angústia e dificuldade em administrar emoções está relacionada a explosões de raiva e ira. O transtorno surge pela primeira vez na adolescência que é, em geral, quando ocorre o primeiro rompimento ou afeto não correspondido. Essa rejeição desencadeia o curto-circuito.

tratamento O que buscamos no tratamento é transformar o transtorno em traço: ou seja, a pessoa vai continuar a ser sensível, emotiva, vai canalizar para coisas produtivas. É possível diminuir a hipe-

ratividade do sistema límbico com medicações específicas em doses específicas — muitas vezes mínimas. Com isso, você reduz muito os ataques de fúria, os atos destrutivos, as agressões. Mas, paralelamente,

é preciso terapia, uma terapia muito específica, mais direcionada para o presente do que para o passado, que vai treinar a pessoa a viver com menos intensidade, a sangrar menos. A não morrer de hemorragia.

tativas de suicídio; Problemas de auto-estima (Borderlines se sentem desvalorizadas, incompreendidas, vazias. Não tem uma visão muito objetiva de si mesmos); Muito impulsivas; Desenvolvem admiração e de-

sencanto por alguém muito rapidamente; Alta sensibilidade a qualquer sensação de rejeição; Menos freqüente episódios psicóticos (se sentirem observadas, perseguidas, assediadas, comentadas).

sintomas Alguns sintomas são evidentes neste transtorno. São eles: Medo de abandono; Dificuldade de administrar emoções; Impulsividade; Instabilidade de humor; Comportamento auto-destrutivo; Ten-

A adolescência é a época das paixões, da impulsividade, da sexualidade, do comportamento de risco. Tudo isso faz parte, o adolescente tem que arriscar para aprender. É uma erupção emocional. No border, no entanto, é uma hemorragia.

A automutilação é um comportamento recorrente. E se você perguntar por que ele fez aquilo, vai dizer que é para aliviar a angústia, o vazio. E alivia mesmo, pois ele se sente muito melhor porque deixa de sentir angústia. Quando há uma

ameaça física ao corpo, o sistema de defesa e estresse é acionado. A substância liberada para tamponar a agressão é a endorfina, que é um anestésico. Por isso, um tratamento ótimo é a atividade física intensa, que libera endorfina.


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