Edição 13: Novembro de 2010

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Jornal FNA • Ano VI • N°13 • Novembro de 2010


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Jornal FNA • Ano VI • N°13 • Novembro de 2010

Editorial A Diretoria Colegiada da FNA 2008-2010 chega ao fim do seu mandato. Uma nova chapa foi eleita em novembro de 2010 e com ela, as esperanças se renovam com avanços. A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas é hoje uma das mais importantes entidades nacionais no seu campo de luta da reforma urbana e das conquistas sociais para os profissionais da arquitetura e urbanismo. Todo esse trabalho que desempanhamos, desde 2005, somente foi conseguido porque a categoria esteve unida em torno de ideias democráticas que conseguiram ser implantadas e que contribuem para a melhoria das condições de trabalho de milhares de profissionais.

Ângelo Arruda Presidente da FNA

Lembramos aqui do Plano Diretor Participativo de 2005 e da Lei da Assistência Técnica de 2008, pilares da ação da nossa entidade. O CAU, que deve ser aprovado em 2010, será o terceiro dessa construção de todos. Me orgulho de ter sido o Presidente dessa Diretoria durante dois mandatos. Agora, passo a direção para o colega Jefferson Salazar.

Ângelo Marcos Arruda Presidente

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w w w. f n a . o r g . b r

Expediente Presidente: Ângelo Marcos Vieira de Arruda • 1º Vice-presidente: Eduardo Bimbi • 2º Vice-presidente: Valeska Peres Pinto • 3º vice-presidente: Raimundo Nonato da Silva Souza • 4º Vice-presidente: Jandira Maria de Fátima França • Secretária: Elza Kunze Bastos • Secretária Suplente: Berthelina Alves Costa • Tesoureiro: Luís Eduardo Costa • Tesoureiro Suplente: Sammya Cury • Assessor para Assuntos Estudantis: Diogo Paixão • Assessor para Assuntos Habitacionais: Nabil Bonduki • Assessor para Assuntos de Planejamento Urbano: Benny Schasberg • Assessor para Assuntos de Planejamento Regional: Kelson Senra • Assessoria Internacional: Ermínia Maricato • Diretor Estadual: Marcos Farias Asevedo - RJ • Marco Antônio Afonso Ferreira - PE • Cláudio Santos de Miranda - MT • Ana Carmen de Oliveira - PR • Eder Roberto da Silva - SP • Dalva Borges de Resende - GO • Maria do Socorro C. de Miranda dos Santos -PR • Eleonora Lisboa Mascia - BA • Vânia Paiva Martins - PB • Jurema Marteleto Rugani - MG • Germana Pires Coriolano - GO • Luiz Henrique Boabaid dos Reis - SC • André Huyer - RS • Hermes da Fonseca Neto - MA • Marcus Vinicius de Abreu - AM • Werton Augusto B. Junior - MS • Josenita Dantas - RN • Ary Demostenes - TO • Antônio Menezes Júnior - DF • Diretor suplente: Waldecy Pinto - PE • Osvaldo Pontalti - DF • Maria Welbanise Luna Machado - CE • Hamilton Moreira Ferreira - MG • Ernane de Melo Freitas - PI • Aracy Mayumi Yochida - MS • Robson Freitas Correa - TO • Regina Cardoso Morandi - ES • Diogo Paixão - GO • Afonso Celso Bueno Monteiro - SP • Cláudio José Menna Barreto Gomes - PR • Eduardo Chiletto - MT • Conselho fiscal - Inacio Ribeiro; Maria Lurdes Guimarães; Vicente Ziliani e José Alberto Ventura Couto • Produção: Contexto Mídia Assessoria de Comunicação • www.contextomidia.com.br • Jornalista Responsável: Luciane Mamoré - DRT/MS:082


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Eleições

ELEIÇÕES NA FNA DECIDEM NOVAS ESTRATÉGIAS PARA O TRIÊNIO A chapa encabeça pelo arquiteto Jefferson Salazar promete reafirma a FNA no movimento sindical Diretoria Executiva Presidência: Jeferson Roselo Mota Salazar/RJ 1o Vice-Presidência: Daniel Alberto Catelli Amor = 2o Vice-Presidência: Ângelo Marcos Vieira de Arruda

Votação da FNA, deste ano, escolhe a nova diretoria para o triênio 2010/2013

Assim como o Brasil, 2010 é ano de período eleitoral também para a Federação Nacional dos Arquitetos Urbanistas. Desta vez o pleito teve chapa única a do arquiteto Jefferson Salazar que protocolou, no prazo estipulado – até 05 de setembro, sua chapa para a disputa das eleições. Disposto a trabalhar firme no triênio que está por vir (2010-2013), a chapa de Salazar leva o nome: CRESCER, POLITIZAR E REAFIRMAR A FNA NA CUT, título que também é dado ao documento com as teses a serem apresentadas nessa nova etapa. Mantendo lutas históricas da FNA, como o projeto do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, a nova diretoria procura entre as suas principais diretrizes o fortalecimento junto à CUT, ou seja, reafirmar a concepção de um sindicalismo combativo, democrático, participativo e livre, pois acredita-se que a força transformadora da sociedade está na composição de um bloco social e político da classe trabalhadora, por isso a FNA centrará seu empenho no avanço da formação política para a defesa dos interesses dos trabalhadores. Nesta perspectiva a estratégia de ação para os próximos anos está pautada no valor trabalho. Conforme as teses defendidas por Salazar, os 22,5% dos profissionais que tem vínculo empregatício, a FNA articulará uma ação salarial e de valorização profissional que resga-

te a auto-estima do arquiteto e urbanista em função de baixos salários pagos em diversos setores, principalmente o setor público municipal, estadual e federal. Aos 49% que trabalham como autônomos, as ações estarão focadas na capacitação profissional, nas modalidades presencias e à distância, com o fim de prestar serviços de informação com novos processos para o exercício profissional além de ações de defesa e proteção dos serviços com assessoramento geral, principalmente o jurídico. Para os jovens (55% dos profissionais tem até 39 anos), a tácita se firma na proteção dos empregos e serviços profissionais, com campanhas de valorização específica que traduzam as necessidades profissionais. Já aos profissionais que se dedicam ao trabalho em urbanismo (21%), mais informações novas, oriundas dos diversos Ministérios que atuam no urbano, compilando material e com a divulgação de um Manual para os Serviços de Urbanismo no Brasil.

Sem a pressão dos trabalhadores a recuperação financeira do capital especulativo com recursos públicos irá socializar a crise

Movimento sindical e crise Na avaliação de Salazar, o movimento sindical, sobretudo a FNA, deve nortear suas ações considerando a política da mundial e a condição macroeconômica do momento pós-crise. Esse aspecto é fundamental, segundo o arquiteto, uma

vez que as conjunturas internacional e nacional são temas obrigatórios para os debates dos trabalhadores e suas organizações. Dessa forma, o diálogo contextualizado serve de meio para a construção de instrumentos de luta política e sindical hábeis para os embates do futuro próximo. De modo geral, segundo Salazar, o cenário da crise configurou um processo de precarização do trabalho, apesar da investida bem-sucedida da classe trabalhadora contra as políticas neoliberais de órgãos como FMI e ALCA. Mas o grande vilão, na verdade, foi o abalo estrutural do mercado financeiro que expôs as limitações do sistema capitalista. Contudo, ressalta o arquiteto, que o ponto culminante para classe trabalhadora é a retomada do mercado. “Sem a pressão dos trabalhadores a recuperação financeira do capital especulativo com recursos públicos irá socializar a crise e contribuir para conseqüências nefastas”, afirma. O foco neste momento é a mobilização da sociedade contra o financiamento público da crise pelos Estados nacionais. A partir dessa visão, Salazar institui como palavra de ordem na questão da participação das organizações de classe, como a FNA e a CUT, na vigilância do sistema dentro da realidade nacional. De acordo com ele as lutas devem ser ampliadas para consolidar as políticas de inclusão social e geração de emprego e renda para suprir a demanda espontânea gerada pelo ingresso de milhões de jovens no mercado de trabalho anualmente. As relações de trabalho e o reconhecimento do valor social do trabalho são algumas das principais tônicas que a nova diretoria da FNA pretende intensificar durante o triênio.

Secretaria Geral: Antônio Menezes Júnior Secretaria de Finanças: Cristina Maria Nogueira da Silva Villaverde Secretaria de Políticas Públicas e Relações Institucionais: Valeska Peres Pinto Secretaria de Relações do Trabalho: André Fernando Müller Secretaria de Organização e Formação Sindical: Eduardo Bimbi Secretaria de Educação, Cultura e Comunicação Sindical: André Luiz Nascimento de Souza. Diretoria Regional: Eduardo Fajardo Soares Cecy de Oliveira Olmo Borges Xavier Rosiris Lopes Rodrigues Mendes Jandira Maria de Fátima França Vânia Lúcia Torres Suplente da Diretoria Executiva: Paulo Oscar Saad Diogo Antonio da Paixão Ernane Melo Freitas Conselho Fiscal: Telma Beatriz de Figueiredo Soares Germana Pires Coriolano Sammya Cury Dias Regiani Suplente do Conselho Fiscal: Ilka Beatriz Albuquerque Fernandes. Elza Kunze Bastos Luis Eduardo Costa


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Memória

ARQUITETO, SINDICALISTA E AMIGO: ALFREDO PAESANI A trajetória de um dos mais célebres arquitetos brasileiros, uma história de luta e glória pela classe.

“Ele foi desde sua formação um profissional do projeto”, disse o presidente do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de São Paulo, Daniel Amor, ao relembrar o amigo, Alfredo Paesani, que faleceu aos 79 anos, no dia 14 de setembro de 2010, após uma parada cardíaca devido a problemas pulmonares. Arquiteto, sindicalista, companheiro, projetista e mestre, Paesani deixou saudades, muita saudades. Porém sua passagem deixa, principalmente, a marca do pioneirismo, da luta e do amor pela arquitetura em todas as suas formas: desde as nuances concretas do projeto até a humanização da profissão e seu legado é palpável.

O profissional Paulistano, nasceu em 1931, logo após sair da adolescência já havia abraçado a arquitetura como profissão e causa. Formado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie em 1954, onde mais tarde, na década de 1960 lecionou a disciplina, “Pequenas e Grandes Composições no Ensino de Arquitetura” por alguns anos; sendo em 1964, presidente do Órgão Coordenador do Ensino de Arquitetura e Coordenador do Censo Brasileiro e Arquitetos. Ainda no final da década de 50 e início dos anos 60 seus primeiros projetos ganharam destaque. Como projetista trabalhou com os arquitetos Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha no Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães. E mais tarde em parceria com o arquiteto Fábio Penteado fez o Centro de Convivência de Campinas. Em 1957, ao lado dos colegas Paulo Mendes da Rocha e Pedro Paulo de Melo Saraiva, venceu o concurso para o prédio da Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Paesani era um apaixonado pela arquitetura. Daniel Amor recorda do conceito inovador de seus projetos. Segundo o presidente do SASP, foi na época, nos anos 70, quando Alfredo presidiu a Comissão Coordenadora de Planos Habitacionais do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo e coordenou o Planejamento Geral da Companhia Estadual de Casas Populares Estadual de Casas Populares, CECAP-cia, que ele encabeçou a construção do Parque CECAP em Guarulhos, conjunto habitacional que se destaca até hoje pela inovação.

sindicalismo brasileiro. Desde a década de 50, Paesani dividiu sua vida profissional com a luta de classe, participou das questões de classe, seja na Diretoria do Instituto de Arquitetos do Brasil, seção São Paulo – IAB-SP, ou como conselheiro efetivo do CREA-SP. No final da década de 70, em plena ditadura militar, Paesani aproxima-se ainda mais do sindicalismo. Tornando-se presidente da Associação Profissional dos Arquitetos no Estado de São Paulo e, após presidente do SASP. Em 1980, às portas da redemocratização do País, Paesani firmou seu compromisso com a sociedade brasileira, e fundou ao lado de milhares de profissionais a Central Única de Trabalhadores. De acordo com Amor, maior desafio enFabio Penteado,Pedro Paulo de Melo Saraiva, Meitrejan,Paulo Mendes da Rocha e Alfredo Paesani. Ano de 1962 Congresso da Paz Moscou.

O sindicalista Para a vice-presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas, Valeska Pinto, Alfredo Paesani sempre foi um referencial na profissão, sobretudo para ela. “Ele sempre acreditou no valor social da nossa profissão e a sua vida é testemunha desta crença. Ele acenava que os arquitetos e urbanistas, a exemplo de outros profissionais, acabariam entendendo a necessidade de se organizarem em sindicatos”, conta Valeska. A ideia de Paesani sobre a organização da classe refletiu anos mais tarde na fisionomia do movimento sindical dos arquitetos. Quase como um desbravador, ele lutou pelo fortalecimento do Alfredo Paesani na época de sindicalista


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Capa frentado pelos arquitetos na época era traduzido pelo período político de transição que o Brasil vivia. “Alfredo lutou pela consolidação da FNA e sua contribuição na articulação das categorias chamadas “liberais” e para a fundação da CUT Central Única dos Trabalhadores. Ele foi representante da FNA na Fundação da CUT e depois Secretário da CNPL - Confederação Nacional das Profissões Liberais, em 1982”, completa. O arquiteto Alfredo Paesani foi o primeiro presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas e a trabalhar pela unificação das decisões da classe. Junto com a arquiteta Rita Vaz Artigas como secretária e o arquiteto Jorge Osvaldo Caron como Tesoureiro em uma Diretoria Provisória por 130 dias a partir da eleição, ele promoveu em 26 de maio de 1979 a primeira Diretoria Executiva, em caráter provisório; ato que se sucedeu após a fundação da entidade. Um ano depois, em 1980, foi eleita a primeira Diretoria definitiva, cabendo ao Arquiteto Paesani assumir a Presidência. O grupo ainda foi composto pelo 1º Vice-presidente o Arquiteto Osvaldo Caron,

2º Vice-presidente o Arquiteto Clovis Ilgenfritz, e como 3º Vice-presidente o Arquiteto José Maria Conde Drummond. A Gestão foi entre os anos de 1980 a 1983.

“Foi uma pessoa que combinava idealismo, força de vontade e senso prático”.

Valeska Peres Pinto Vice-presidente da FNA

O reconhecimento O mérito por tantos anos de trabalho em prol do coletivo da profissão e do profissional de arquitetura e urbanismo e da população foi reconhecido em vida. Foram mais de 50 anos de carreira, trilhados com muito afinco e dedicação a profissão, a cidade e Estado de São Paulo, e a sociedade brasileira, na luta por um espaço urbano mais humano, Afredo Paesani, recebeu, em agosto de 2009, a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da cidade de São Paulo. Honrarias que comprovam a conquista da admiração e respeito da população paulistana por suas ações e postura, atributos que o levaram a ser homenageado. A trajetória de Paesani e sua contribuição para a arquitetura foram lembradas por colegas presentes na solenidade e ele pode receber todas as honras. De

Valeska Pinto na cerimônia de entrega da medalha Anchieta dada ao arquiteto Alfredo Paesani

acordo com Daniel Amor, Paesani reunia o caráter de um profissional comprometido com a construção de uma cidade de qualidade e com a organização de suas entidades. Na oportunidade destacou: “É

um profissional militante sempre atuando para alargar os horizontes da profissão. Esta homenagem é o reconhecimento do seu trabalho, da sua dedicação, da sua militância política, cultural e sindical”.

Principais Projetos Elaborados 1956 – da Estação de Tratamento de Água em Campinas (em equipe) 1957 – Assembléia Legislativa de Santa Catarina (em equipe) 1961 – Grupo Escolar de Ibiúna 1961 – Grupo Escolar de Araçatuba; 1961 – Setor Esportivo da Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira -Universidade de São Paulo (em equipe) 1962 – Grupo Escolar D.Barreto em Campinas Alfredo Paesani ao lado de todos os presidentes da FNA

O legado Alfredo Paesani é um importante agente dos avanços vivenciados hoje. A busca destemida por um sindicalismo forte foi a semente que fecundou nas atuais conquistas dos arquitetos e da população brasileira. Graças ao projeto iniciado por ele, e outros companheiros, o direito à Moradia foi incluído na Constituição Federal. A aprovação do Estatuto das Cidades, a criação do Ministério das Cidades, a

Conferências das Cidades e o Conselho Nacional das Cidades são processos que se efetivaram a partir da luta iniciada pela FNA ainda na década de 80. Assim como a defesa de ideias de Reforma Urbana como a Campanha Nacional dos Planos Diretores Participativos e a discussão da Assistência Técnica do Arquiteto à população de baixa renda, o que acabou transformando-se na Lei 11.888/08, também originaram-se desse ideário compartilhado por Paesani e tantos outros arquitetos.

1962 – Fórum do Município de Mogi das Cruzes; 1965 – Estação de Tratamento de Água da Escola de Aeronáutica de Pirassununga (em equipe) 1968 – Estação de Tratamento de Água de Goiânia (em equipe) 1968 – Estação de tratamento de Água de Campinas (em equipe) 1968 – Parque Cecap em Itatiba.


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Organização

SEMINÁRIOS NACIONAIS SÃO BASE DE IMPLANTAÇÃO CAU Promovidos em todo o país, os encontros discutiram as diretrizes e normas de ação do Conselho De formato intinerante, os Seminários Nacionais do CAU atravessaram de ponta a ponta o País para discutir o formato de implantação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Dessa vez, diferentemente de outros debates, os seminários colheram experiência para a transição e implantação do conselho após a recente conquista da provação do PL 4413/2008, que cria e regulamenta o Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU. Na prática, a criação do CAU não representa a instituição de uma nova autarquia. Pelo contrário, a entidade dos arquitetos e urbanistas é regulamentada a partir do desmembramento da parcela de arquitetos vinculada ao sistema do Confea/Crea, que o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia ao lados dos Conselhos Regionais de Engenharia e Agraonomia. Com a desarticulação do sistema, surgi então a necessidade de elaborar os meios para a construção da nova realidade. Os meios encontrados foram os Seminários Nacionais, cuja realização ficou nas mãos do Colégio Brasileiro de Arquitetos. Por trás dos encontros o objetivo maior era avaliar e criar proposições para a efetivação e organização do CAU. Ao todo foram seis encontros presenciais para discussão e criação de grupos de trabalhos que culminou em uma teleconferência nacional, via web, onde apresentou-se a todos os arquitetos e urbanistas brasileiros as conclusões desse trabalho. Segundo o Presidente do Instituto de Arquitetura do Brasil (IAB), Gilson Paranhos a efetivação desse projeto firmou o compromisso democrático dos arquitetos com a criação do seu conselho. Paranhos ainda afirma „ que os seminários serviram de base para que erguessemos o CAU como sonhávamos“. Os Seminários Nacionais contaram com presença de entidades filiadas como as Câmaras de Arquitetura e Urbanismo dos CREA’s, as Associações de Arquitetos e outras profissões, além da Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FENEA).

Profissionais Em dezembro de 2009, segundo dados do SIC/CONFEA, o universo de arquitetos e urbanistas era de mais de 80 mil profissionais, número esse que cresce a cada ano. De acordo com essa realidade, haverá um total de 260 conselheiros regionais nos CAUs estaduais, mais um plená-

rio de CAU federal com 28 conselheiros. A arrecadação anual total estimada para o CAU no Brasil é de aproximadamente R$ 46 milhões, decorrentes do pagamento das anuidades profissionais no valor de R$ 350,00 e, mais a arrecadação das taxas e das ART’s. Sobre a sustentabilidade dessa estrutura em todos os Estados, uma análise preliminar permite prever a existência de 11 CAUs estaduais com receita menor que R$ 50 mil por mês, que registrarão e fiscalizarão um universo de 3.419 arquitetos e urbanistas. A distribuição geográfica dos arquitetos se dá, majoritariamente, na região sudeste com um total de 57,22% dos profissionais. Somadas as regiões sudeste e sul, totalizam-se 80% dos arquitetos e urbanistas a serem registrados nos CAUs.

Seminários De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas, Ângelo Arruda, nos seminários foram conquistados pontos em comuns que serviram de base para a elaboração de um documento a respeito do futuro do CAU. Nele, os arquitetos enumeraram 12 diretrizes fundamentais que o conselho deverá cumprir ao longo de sua atividade. Os seis seminários presenciais tiveram a elaboração de um relatório, ao final de cada, e um documento conclusivo geral após a Teleconferência Nacional do CAU. O primeiro foi em Recife/PE paralelamente ao XIX Congresso Brasileiro de Arquitetos. Na ocasião abriu-se a discussão e preparação das diretrizes da estrutura administrativa para o CAU. Nos mês de julho foram realizados dois seminários: um em Brasília no dia 16, que abordou o relacionamento institucional do CAU com sociedade, governos e outras instâncias, e, os convênios possíveis para estabelecer e apoiar o registro e a fiscalização e outro em São Paulo, no dia 31, que tratou do registro e fiscalização do conselho.O quarto seminário foi em Belo Horizonte, com a preparaçao das diretrizes da estrutura necessária para o CAU. Em seguida, respeitando o calendário de atividade o 5º Seminário: o CAU, registro de atribuições e Instituições de Ensino, em Cuiabá, 6º Seminário: o Cau e seus documentos principais, em São Luis, Mato Grosso do Sul; e por último, o 7º Seminário: o CAU, qualidade e eficiência, em Porto Alegre.

Seminário do CAU realizado no Rio de Janeiro, em setembro deste ano.

Pontos conquistados pelos Seminários Por Angelo Arruda

1. O controle social deve ser implantado no CAU para que a sociedade vigie as atividades do CAU; 2. Realizar convênios com órgãos públicos e entidades para exercer uma fiscalização mais próxima das atividades; 3. Aceitar denúncias da sociedade; 4. Realizar ações no antes, durante e depois das atividades; 5. Fiscalização antecede uma valorização profissional real; 6. Todo arquiteto pode e deve ser um fiscal do CAU. Atribuir esse juízo aos mais de 80 mil profissionais; 7. Articular sempre os Procons; 8. Uma politica de fiscalização que olhe as dimensões do país, as realidades locais e regionais e seja para cada ramo da atividade do arquiteto e urbanista; 9. Celebrar parcerias com o movimento social visando a valorização profissional; 10. Fazer um sistema de fiscalização e implantar um CAU que seja bom para o arquiteto e para a sociedade; 11. Estabelecer metas concretas de fiscalização; 12. Dar um salto de qualidade buscando a eficiência no licenciamento municipal local do exercício profissional.


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Organização O Mapa do CAU no Brasil A partir dos dados disponíveis e provisórios sobre o número de arquitetos e urbanistas existentes em cada estado atualmente, é possível prever a seguinte configuração para cada CAU estadual no que diz respeito ao número de conselheiros e a receita oriunda das anuidades e de RRTs.

CAU BR

80 mil arquitetos 28 conselheiros (27 federais dos Estados, mais um do Ensino) Receita R$ 9,2 milhões* (Transferências dos CAUs estaduais)

CAU PB CAU AP

CAU RR

102 arquitetos 5 conselheiros Receita: R$ 72 mil

15 arquitetos 5 conselheiros Receita: R$11 mil

741 arquitetos 7 conselheiros Receita: R$ 520 mil

CAU PI

269 arquitetos 5 conselheiros Receita: R$ 190 mil

CAU MA

2.097 arquitetos 9 conselheiros Receita: R$ 1,4 milhão

417 arquitetos 5 conselheiros Receita: R$ 292 mil

CAU AM

495 arquitetos 5 conselheiros Receita: R$ 344 mil

CAU MT

CAU SE

369 arquitetos 5 conselheiros Receita: R$ 260 mil

CAU BA

213 arquitetos 5 conselheiro Receita: R$ 150 mil

2.428 arquitetos 9 conselheiros Receita: R$ 1,7 milhão

707 arquitetos 7 conselheiros Receita: R$ 496 mil

58 arquitetos 5 conselheiros Receita: R$ 40 mil

CAU MG

5.823 arquitetos 12 conselheiros Receita: R$ 4 milhões

CAU GO

2.028 arquitetos 9 conselheiros Receita: R$ 1,4 milhão

CAU MS

1.087 arquitetos 9 conselheiros Receita: R$ 760 mil

1.527 arquitetos 9 conselheiros Receita: R$ 1 milhão

CAU ES

1.012 arquitetos 9 conselheiros Receita: R$ 7 milhões

CAU RJ

13.360 arquitetos 20 conselheiro Receita: R$ 9,3 milhões

CAU SC:

3.069 arquitetos 10 conselheiros Receita: R$ 2 milhões

CAU RS

8.592 arquitetos 15 conselheiros Receita: R$ 6 milhões

880 arquitetos 7 conselheiros Receita: R$ 620 mil

874 arquitetos 7 conselheiros Receita: R$ 612 mil

CAU TO

CAU RO

CAU AL

1.467 arquitetos 9 conselheiros Receita: R$ 1 milhão

33 arquitetos 5 conselheiros Receita: R$ 24 mil

1.202 arquitetos 9 conselheiros Receita: R$ 840 mil

CAU CE

CAU PA

CAU AC

CAU DF

CAU RN

CAU PE

CAU SP

25.061 arquitetos 32 conselheiros Receita: R$ 17,5 milhões

CAU PR:

5.167 arquitetos 12 conselheiros Receita: R$ 3,6 milhões


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Jornal FNA • Ano VI • N°13 • Novembro de 2010

Fórum Social de Arquitetura

FNA confirma presença no Fórum Social de Arquitetura O evento reuniu arquitetos e urbanistas, movimentos sociais, dispostos a discutir as Mega Cidades Onde houver ideias e propostas sobre arquitetura e desenvolvimento urbano, certamente ali estará a Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas, seja num dos cinco mil municípios brasileiros, ou em qualquer lugar do mundo. Em outubro, entre os dias 21 e 23, a FNA participou do Fórum Social de Arquitetura 2010, realizado na cidade de Ankara, na Turquia. A comissão brasileira, foi composta pelo presidente do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de São Paulo, Daniel Amor, representando a FNA, ao lado da secretária da FNA, Arq. Berthelina Alves Costa, juntamente com arquiteto João Carlos Correia representante da Associação Brasileira de Escolas de Arquitetura e Urbanismo -ABEA, e o conselheiro Federadal, Anderson Fioreti. Além da assessora Internacinal da FNA, professra Emília Maricato, palestrante no Fórum. O evento reuniu não apenas arquitetos e urbanistas, mas os movimentos sociais, dispostos a discutir os rumos das Mega Cidades, que vivem a problemática da superpopulação e crescimento desordenado, como Nova York, Londres, Nova Delhi, Seul, Mumbai, São Paulo, Rio de Janeiro, Cidade do México, Istambul e Pequim. Ao todo serão cerca de 20 temas, abordando as maiores crises globais em arquitetura, entre eles a segregação social do espaço, habitação para todos como um direito humano, conservação e patrimônio, educação da arquitetura social, com o objetivo de buscar soluções a fim de reverter essa inércia cosmopolita. A proposta dos organizadores do evento é sensibilizar a categoria a se recusar a produzir projetos de transformação urbana que servem a expansão das já existentes relações de poder político e econômico. Pelo contrário, os arquitetos deveriam ter a vantagem da atual crise do

Delegação Brasileira que esteve presente no FSA-FÓRUM SOCIAL DE ARQUITETURA, na Túrquia, em outubro de 2010.

neoliberalismo e utilizá-lo para a emancipação do espaço urbano a partir da dominação do capital. Devem apoiar os movimentos sociais que vivem em ambientes habitáveis emergentes em várias partes do globo. “Temos de compreender e praticar a arquitetura como um instrumento eficaz de mudança social democrática. O Poder Ankara da Câmara de Arquitetos da Turquia exige a organização de um Fórum

Social de Arquitetura, que reuniu as associações profissionais, organizações sociais e populares iniciativas de combate à exclusão espacial e a desigualdade social”, declara a Câmara de Arquitetos da Turquia. O presidente da FNA, Ângelo Arruda esteve no lançamento, feito no Brasil, do Fórum Social de Arquitetura. O membro da Câmara de Arquitetos de Ankara, Turquia, Bulent Batuman, apresentou o de-

senho do evento, durante o 10° Fórum Social Mundial em Porto Alegre. Na ocasião, a Federação se dispôs a coordenar as ações brasileiras, juntamente com as demais entidades nacionais de arquitetos e urbanistas, como o IAB e a ABEA, uma série de atividades visando preparar uma enorme delegação para participar do FSA em outubro de 2010.


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