Arinos edição 965

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05 AGRO & ECONOMIA

13 A 19 DE JUNHO DE 2013

Agricultores de Mato Grosso se preparam para Vazio Sanitário O Vazio Sanitário vai reduzir o impacto negativo causado pela doença. O produtor terá menos gastos com defensivos agrícolas e mais chance de total aproveitamento da safra Poliana Chaves Durante os próximos 90 dias, os produtores rurais de Mato Grosso estão proibidos de plantar soja e precisam eliminar a soja guaxa (ou tiguera), que nasce voluntariamente no campo ou nas margens das rodovias. No próximo sábado (15) inicia o Vazio Sanitário, que vai até o dia 15 de setembro. O período de ausência total de plantas vivas de soja foi adotado pelos estados como uma medida preventiva contra a ferrugem asiática – doença causada pelo fungo Phakopsora Pachyrhizi Sydow - que provocou um prejuízo de 2 bilhões de

dólares à sojicultura brasileira na safra 2005/2006. Na safra 2011/12, a ferrugem asiática também reduziu a produtividade nas lavouras mato-grossenses. Se for constatada a presença de plan-

tas vivas de soja em lavouras, carreadores, às margens de ferrovias e estradas municipais, estaduais ou federais, os responsáveis poderão ser autuados e multados. Segundo o vice-presidente

da Aprosoja/MT na região norte, Naildo Lopes, além da multa, o produtor que desobedecer terá também prejuízos posteriores com produtos químicos para controlar o fungo.

“O Vazio Sanitário traz benefícios para o agricultor. A ferrugem asiática é um grave problema no cultivo da soja. Por isso, o agricultor deve ficar atento também se o seu vizinho está cumprin-

Custos aumentam na safra 2013/14

do com as normas”, alerta o vice-presidente. Ainda segundo Naildo a Aprosoja está realizando nesta quinta-feira (13), uma coletiva de imprensa para falar sobre o assunto. “Na ocasião será apresentado o balanço da ferrugem asiática da safra passada e também serão passadas importantes orientações pra evitar a doença na safra 2013/14”, detalha Naildo. Além de Mato Grosso, outros onze estados também aderiram ao Vazio Sanitário, Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Paraná, Bahia, Rondônia, Maranhão e Pará.

Segundo o Imea, o custo médio total de produção em MT subiu 21% neste ano Poliana Chaves com Aprosoja A escalada nos custos de produção e o risco de desvalorização da soja na safra 2013/14 estão tirando o sono dos agricultores de Mato Grosso, que já consideram como certa uma nova queda na rentabilidade no atual ciclo. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo médio total de produção no Estado subiu 21% neste ano, para R$ 2.315,47 por hectare. Segundo gestor do Imea, Daniel Latorraca, só o custo com sementes subiu quase 53%. "O aumento é considerável, uma vez que a cotação da soja só vem caindo”, explica.

Para agravar o cenário, a tendência é de queda para os preços da soja. Desde novembro, a cotação da oleaginosa em Rondonópolis recuou cerca de 18%, de R$ 70,26 para R$ 57,50 por saca. A tensão cresce em meio à perspecti-

va de uma supersafra nos EUA e de mais um aumento de área em Mato Grosso, que poderia levar a produção a superar a barreira das 25 milhões de toneladas. "Todos esses números nos dão a projeção de preços menores", concluiu

Latorraca. De acordo com a Agroconsult, a rentabilidade média sobre os custos diretos em Mato Grosso pode cair mais de 30%, para R$ 620 por hectare, se as projeções em relação ao tamanho da produção se confirmarem.

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O presidente da Associação dos Produtores de Soja no Brasil (Aprosoja), Glauber Silveira, afirmou, estar "apreensivo" com o cenário que se desenha, segundo ele, a logística deve pressionar ainda mais as margens do setor.

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"Se a safra americana se consolidar, podemos ter problemas", avalia o presidente. A alta dos defensivos também preocupa. De acordo com Silveira, o insumo já subiu 20% em dólar. “Os agricultores de Mato Grosso devem gastar até nove sacas de soja na compra de agrotóxicos na próxima safra, ante sete na última”, analisa. Diante das incertezas, a comercialização da nova safra está mais lenta. Analistas estimam que apenas 25% da produção esperada já tenha sido vendida, ante mais de 50% há um ano. Com isso, as operações de barter (troca de insumos por sacas de soja) também estão travadas.

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