Eva Magazine - ed03

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E por Bernardo Antônio - BH

nquanto o presidente dos Estados Unidos recebe um Secretário de Defesa sul-coreano, um avião invade o território americano, nas proximidades de Washington, e instala o terror antes de ser abatido. Durante a confusão generalizada, terroristas norte-coreanos disfarçados de turistas invadem a Casa Branca pegando de surpresa os seguranças e policiais do local. Mike (Gerard Butler), ex-chefe de segurança presidencial, relocado após um incidente e desconfortável em seu novo trabalho, encontra uma brecha e se infiltra na Casa Branca, sendo a última esperança de resgate do presidente. Várias incoerências narrativas se estabelecem desde o princípio do longa. Este parece ter sido feito aos americanos ufanistas e certos gamers, exaltando sempre a impecável intenção bondosa dos americanos contra maligna força destruidora dos estrangeiros. Antoine Fuqua faria um bom filme de ação (quase em primeira pessoa), se retirássemos o roteiro e algumas sequências desastrosas. Gerard Butler e Morgan Freeman não conseguem projetar mais o que o roteiro aborda, ficando em um limbo de correria e tiros.

Invasão à Casa Branca

Sinopse

2013

50

EVAMagazine

M

anuel (Geraldo Del Rey) é um sertanejo que sofre junto com a esposa (Yoná Magalhães) a seca e a consequente miséria da terra onde vivem. Após ser enganado pelo Coronel da região, Manuel o mata e foge com a mulher, juntando-se a um grupo religioso liderado pelo “Santo” Sebastião (Lidio Silva), que lutava contra a miséria e os latifundiários. Ao mesmo tempo, os Coronéis contratam Antônio das Mortes (Maurício do Valle) para exterminar o grupo. O protagonista ainda encontra Corisco (Othon Bastos), um cangaceiro enlouquecido pela morte de seu chefe Lampião. A fome é o grande tema do filme: a necessidade desestabiliza e pode levar o homem à loucura. Político e poético, o roteiro tem raízes na realidade brasileira, ciente da existência do terceiro mundo e da seca nordestina. Suas alegorias e alusões não deixam desaparecer a realidade, apesar de transmitir as mais belas poesias desse recorte histórico. Glauber Rocha inaugura o Cinema Novo com um filme magistral, digno de sua genialidade.

Deus e o Diabo na Terra do Sol 1964

F

red (Manuel Alexandre) é um viúvo que acaba se mudar para o apartamento ao lado de Elsa (China Zorrila). Após se conhecerem casualmente, os dois idosos começam a nutrir sentimentos um pelo outro, ambos enxergando uma nova possibilidade de realizarem antigos sonhos. Despachada e comunicadora, Elsa insiste no relacionamento e esconde do namorado sua doença terminal, ao ponto que Fred, sempre organizado e quieto, descobre novas possibilidades de se poder viver a vida. O tema traz à tona diversos paradigmas sobre a terceira idade, como a sexualidade e o comportamento diante de seus sonhos, frustações e desejos. O diretor Marcos Carnevale transforma um filme televisivo em uma premiada película que rodou festivais e cinemas no mundo inteiro. Manuel Alexandre e China Zorrila nos inserem ao drama, comédia e romance com facilidade e são perfeitos ao retratarem os conflitos dos idosos. Fazem-nos achá-los reais, sempre, mesmo diante das limitações do longa-metragem.

Elsa y Fred

2005

Junho2013


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