A saga halo livro 1 halo

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Alexandra Adoretto - Halo disfarçadas de que queria aparecer por lá, então finalmente cedi e a convidei. Não demorou para Molly se sentir à vontade. Desabou no sofá macio, apoiando os pés na mesinha de centro. — Este lugar é o máximo – comentou. – Você podia dar uma festa e tanto aqui. — Acho difícil isso acontecer – discordei. Ignorando a minha falta de entusiasmo, Molly levantou-se de um salto para examinar mais de perto uma obra de arte pendurada sobre a lareira. Era um quadro abstrato, retratando uma imensidão branca com um símbolo circular no meio. Círculos azuis concêntricos ampliavam-se à volta, esmaecendo à medida que se aproximavam das extremidades da tela. — O que é isso? – indagou Molly, em dúvida. Olhei para os círculos azuis contra o fundo branco, e uma série de ideias sobre o significado daquele quadro me veio à cabeça. Tive a impressão de que a imagem expressava uma realidade maior, que retratava o papel do Nosso Criador no Universo, a fonte e o núcleo de todas as coisas. Dele partia a teia da vida, mas tudo se ligava de forma absoluta a Ele. Os círculos podiam representar a extensão da Sua soberania, e o branco podia ser uma alegoria do tempo e do espaço. Seu poder, Seu próprio, ser ampliado até as extremidades da tela, num indício de que ia além, preenchendo todos os espaços. Não apenas o mundo Lhe pertencia, mas também o Universo. Tratava-se da representação do infinito e do que ficava além dele. A única verdadeira realidade impossível de negar era Ele. Claro que eu não tentaria explicar nada disso a Molly. Não que eu me sentisse superior e achasse que a compreensão humana não seria capaz de captar tal explicação, mas a verdade é que os humanos temiam a vida fora do seu próprio mundo e, embora alguns questionassem o que existia fora dele, jamais chegavam sequer perto de entender esse conceito. A vida humana acabaria, e um dia a própria Terra chegaria ao fim. A existência, porém, continuaria. Molly perdeu o interesse pelo quarto e então pegou o violão, que estava encostado numa cadeira, segurando-o com cuidado. — É do Gabriel? — É, e ele adora esse negócio – esclareci, na esperança de que ela o largasse. Olhei furtivamente à volta, para me assegurar de que Gabriel e Ivy não estivessem à espreita, mas ambos tinham sido delicados o suficiente para nos dar um pouco de privacidade. Molly passou os dedos, cautelosamente, pelas

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