Cidadde

Page 220

com o seu tostão bem agarrado, nos seguia ainda, como no sulco da nossa magnificência, o Silvério teve de o espantar, como a um pássaro, batendo as mãos, e de lhe gritar:

–Já para casa! E leve esse dinheiro à mãe. Roda, roda!...

–E nós vamos almoçar, lembrei eu olhando o relógio. O dia ainda vai estar lindo.

Sobre o rio, com efeito, reluzia um pedaço de azul lavado e lustroso; e a grossa camada de nuvens já se ia enrolando sob a lenta varredela do vento, que as levava, despejadas e rotas, para um canto escuso do céu.

Então recolhemos lentamente para casa, por uma vereda íngreme, que ensinara o Silvério, e onde um leve enxurro vinha ainda, saltando e chalrando. De cada ramo tocado, rechovia uma chuva leve. Toda a verdura, que bebera largamente, reluzia consolada.

Bruscamente, ao sairmos da vereda para um caminho mais largo, entre um socalco e um renque de vinha, Jacinto parou, tirando lentamente a cigarreira:

–Pois, Silvério, eu não quero mais estas horríveis misérias na quinta.

O Procurador deu um jeito aos ombros, com um vago eh! eh! –Antes de tudo, continuava Jacinto, mande já hoje chamar esse Dr. Avelino para aquela pobre mulher... E os remédios que os vão buscar logo a Guiães. E recomendação ao médico para voltar amanhã, e em cada dia; até que ela

- 220 -


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.