mesmo.
Pode
continuar.”
Eu já tinha me esquecido completamente do que estava falando. ”E os professores?”, o chofer de Grandmère perguntou, tentando soar como um aspirante a Ashton Kutcher de jeans largão. “O que que você vai fazer com eles, hein?” “Ah, sim”, respondi. “Os professores. Por acaso não é o trabalho deles nos incentivar a reaJizar os nossos sonhos? Mas eu reparei que alguns professores parecem achar que, entre as suas funções, está acabar com a gente e... e... podar nossos impulsos criativos! Só porque, sabe como é, eles podem ser mais
divertidos do que educacionais. É esse tipo de gente que queremos moldando nossas
jovens
“Não”,
gritou
É?”
mentes? uma
camareira.
“Tem toda a razão, caramba”, berrou o chofer de Grandmère. “Ah”, disse eu, sentindo-me mais segura devido à resposta positiva. “E também as, hmm, câmeras de vigilância na frente da escola. Posso compreender como são valiosas no sentido de representarem uma medida
de
“Amelia!”,
segurança. berrou
Mas
Grandmère.
se
estão
“Tire
os
sendo cotovelos
usadas do
para...” púlpito!”
Tirei os cotovelos do púlpito. “Como ferramenta para monitorar o comportamento dos alunos, preciso perguntar: será que a diretoria tem mesmo o direito de nos espionar?” Eu estava meio que gostando desse negócio de debate. “O que acontece com as fitas das câmeras de vídeo depois que estão cheias? São rebobinadas e regravadas, ou são guardadas de alguma maneira, para que seu conteúdo possa ser usado contra nós em algum momento no futuro? Por exemplo, se um de nós for indicado para a Suprema Corte, será que uma fita mostrando essa pessoa jogando serpentina em spray no Leão Joe será disponibilizada para os
repórteres,
e
usada
para
nos
denegrir?”
“Pés no chão, Amelia!”, Grandmère soltou um berro estridente, só porque eu tinha apoiado um pé na prateleirinha do púlpito, onde a gente deve guardar a bolsa ou algo assim.