Revista Jardim Zoológico | Novembro 2011

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MAGAZINE SEMESTRAL Nº 14 · NOVEMBRO 2011

hospital veterinário: saúde em dia sem espaço para a rotina criação: 70% taxa de sucesso conservar a fauna e flora de Madagáscar


© www.animaisfotos.com

Ficha técnica › Coordenação Serviço de Marketing › Colaboradores Sofia Filipe › Design Serviço de Marketing › Tiragem 3.500 exemplares Toda a edição foi feita ao abrigo do novo acordo ortográfico, com a exceção do Editorial.


{sumário} {5}

Editorial

feliz ano novo

{6} NASCIMENTOS a cegonha visitou o jardim {10} Curtas

jardim em festa escuteiros passam o dia no jardim zoológico podia ser uma avestruz educação no jardim zoológico Tânia Ribas de Oliveira lança livro piquenique caras parabéns a todos! hipopótamo-pigmeu e pantera com novos padrinhos jardim zoológico palco de reuniões e ações empresariais parceria cartão TAP Victoria

venha ao jardim zoológico de comboio

{14} Patrocínio Banif – em prol da biodiversidade {16} BASTIDORES taxa de sucesso 70% saúde em dia sem espaço

para a rotina

{24} internacional

conservar a fauna e flora de Madagáscar


Š www.animaisfotos.com


Jardim Zoológico

EDITORIAL

{ feliz ano novo}

No final de mais um ano, e na actual conjuntura mundial, congratulamo-nos por termos atingido os objectivos a que nos propusemos. Recebendo anualmente a visita de milhares de escolas, famílias, turistas, empresas, instituições, torna-se cada vez mais importante e urgente, transmitirmos a mensagem da Conservação da Natureza. Muitas espécies estão a desaparecer do Planeta, esta é uma realidade que enfrentamos diariamente. Com a acção do Homem, os habitats estão a ser destruídos a um ritmo avassalador, e se nada fôr feito, a Natureza não terá condições para assegurar a continuidade das espécies. Ao longo do tempo, o Jardim Zoológico tem vindo a crescer e a adaptar a sua filosofia e os seus valores, para combater esta tendência. Isto leva-nos a pensar na Missão do Jardim Zoológico que consiste, não só na conservação e reintrodução no habitat natural de espécies em vias de extinção, através da investigação científica, programas de enriquecimento ambiental e apoio a projectos de conservação “in-situ” mas, também, em garantir o bem-estar e reprodução dos seus animais. Para cumprir a sua Missão, é necessário um grande esforço e empenho de toda a equipa do Zoo, entre os quais se encontram os nossos médicos veterinários, que acompanham diariamente mais de 2.000 animais, e sobre os quais vai poder ler nesta edição. É este cuidado diário que leva a que a taxa de reprodução do Jardim Zoológico seja uma das mais altas da Europa, tendo-se registado ao longo deste ano vários nascimentos, inclusive de espécies ameaçadas de extinção. Mas o trabalho que aqui se faz vai além fronteiras. Nesta revista vai ficar a saber um pouco mais sobre o projecto de conservação da fauna e flora em Madagáscar, o qual o Zoo coordena desde 2007. Esta é a Missão de todos nós – não deixar morrer aquilo que nos dá Vida! O Jardim Zoológico despede-se deste ano com muito orgulho e recebe 2012 com expectativa. Mais uma vez quero agradecer a todos aqueles que têm contribuído para que a missão do Jardim Zoológico seja cumprida: funcionários, visitantes, parceiros, voluntários e amigos. A todos um Muito Obrigado! Francisco Naharro Pires Presidente

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Š Pedro Ramos


Jardim Zoológico

NASCIMENTOS

a cegonha visitou o jardim Durante os meses mais quentes do ano ocorreram vários nascimentos no Jardim Zoológico. Conheça melhor algumas das crias.

Lémure-de-cauda-anelada Se não conseguiu evitar cantarolar “I like to move it! Move it!” com o Rei Julien no filme Madagáscar, certamente não vai resistir ao benjamim da Ilha dos Lémures. Nascido em abril, encantou os visitantes com o seu ritual de adoração ao sol em agosto. Como é muito sociável, enquanto se deliciava com os raios solares, a cria encontrava-se sempre rodeada de outros Lémures. O seu nascimento foi motivo de celebração para toda a equipa do Jardim Zoológico, que está empenhada na preservação das várias espécies animais que lá habitam. Esta é uma espécie considerada vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza, devido à destruição da fauna e flora do seu habitat e à caça. Oriundo do sul e sudoeste de Madagáscar, o Lémure-de-caudaanelada é o mais popular entre os Lémures, sendo facilmente identificado pela cauda longa e espessa com riscas pretas e brancas.

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Jardim Zoológico

NASCIMENTOS

Suricatas Em julho, a família de Suricatas do Jardim Zoológico aumentou: nasceram duas crias com 30 grs e 7,5 cms de comprimento. Foram desde logo muito protegidas pelo grupo. Aliás, a união entre os indivíduos é tão forte que é frequente mais do que uma fêmea amamentar as crias. Algo perfeitamente natural, visto ser uma espécie habituada a viver em comunidade, por norma em grupos familiares de 10 a 15 Suricatas. No grupo, há um indivíduo que assume o papel de sentinela, em que fica posicionado num local elevado e erguido nas patas traseiras a farejar, de forma a alertar o grupo caso apareça um predador. Esta não é a única curiosidade desta espécie natural do sul de África. A título de exemplo, o ritual de acasalamento começa com “dentadinhas” amistosas no focinho e após a gestação de 77 dias nascem de duas a cinco crias.

Gibão-de-mãos-brancas A 20 de agosto a Ganja e o Tuppence foram presenteados com o nascimento de mais uma cria. Esta família de Gibões-demãos-brancas viu assim aumentar o número de membros para quatro. O casal já tinha um filhote nascido em 2008. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza, é uma espécie quase ameaçada, cujo habitat natural se situa no Myanmar, na Tailândia, na Malásia, em Sumatra e no Bornéu. Os Gibões-de-mãos-brancas vivem em grupos de 2 a 10 indivíduos (casal e crias) e são facilmente identificados devido aos duetos de vocalizações, altamente sonorizadas, com o intuito de marcar e defender o território. Caracterizam-se também pela ágil deslocação no topo das árvores, bem como pelo tronco longo, braços fortes e compridos com pulsos flexíveis e dedos esguios, pernas curtas e ausência de cauda.

Hidrossauros-das-filipinas Durante o verão nasceram cinco Hidrossauros-das-filipinas, sendo de sublinhar que foi a primeira vez que esta espécie se reproduziu no Jardim Zoológico. Os visitantes que se deslocaram ao Reptilário, no inicio de junho, tiveram a oportunidade de assistir à eclosão destas crias. Tal era possível através de um dispositivo nunca antes utilizado e que permitiu garantir a segurança das crias apesar da proximidade dos progenitores e dos visitantes. Natural do norte das Filipinas, é uma espécie que pertence à família do Dragão-de-komodo. Tem coloração verde amarelada e alimenta-se quase exclusivamente de frutos tropicais.


Estamos prontas para a festa ! E vocês?

De dia 3 a 31 de dezembro, visite a Casa Mágica de Nat Natal do Jardim Zoológico. www.zoo.pt


{10} CURTAS

Jardim Zoológico

{curtas... jardim em festa O Jardim Zoológico, anfitrião por excelência, assinala as datas importantes com comemorações pautadas pela originalidade e bastante animadas. Como não poderia deixar de ser, os mais novos jamais são esquecidos, sobretudo no dia a eles dedicado. No dia 1 de junho, o “Ruca” e o “Sapo” estiveram no Zoo a distribuir animação e muita alegria. Junto à Baía dos Golfinhos decorreram ateliers da “Ciência divertida” e no Bosque Encantado foi exibida a peça “Menino da Selva”. Neste dia, para além de muitos jogos e das habituais pinturas faciais, foram distribuídos sorrisos por empresas como a EDP, o Metro, a Olá e a Nestlé. As comemorações do Dia da Criança preencheram de alegria o dia 4, com

a visita da atriz Rita Pereira e da “Hello Kitty”, que em conjunto com a Terra dos Sonhos proporcionaram momentos especiais, sobretudo aos mais pequenos. E porque poucos dias separam o Dia Mundial do Ambiente (5 de junho) e o Dia dos Oceanos (8 de junho), foi organizada a Semana do Ambiente (4 a 8 de junho), subordinada à temática “Dias Verdes no Jardim Zoológico com a SIC K”. Para além da tenda da ERP, onde decorriam sessões de educação ambiental, os visitantes puderam tentar a sorte ao jogo na slot machine, composta por um ecoponto da Sociedade Ponto Verde. No Dia Mundial do Ambiente houve espaço para a realização de gincanas ambientais e o Dia dos Oceanos ficou marcado pela exposição itinerante

No dia 1 de junho o “Ruca” esteve no Zoo a distribuir animação.

... e no Bosque Encantado foi exibida a peça “Menino da Selva”.

Neste dia, também as mascotes da “Olá” , marcaram presença na festa!

Decorreram ateliers da “Ciência Divertida”...

do Museu da Água da EPAL com o tema da biodiversidade. Os momentos de festa continuaram. Com um papel de destaque em questões ambientais, o Dia da Conservação (28 de julho) também foi assinalado com várias atividades temáticas, sendo de destacar a Fábrica de Papel da CELPA onde os visitantes tiveram a oportunidade de aprender a reciclar. Por fim, mas não menos importante, a 4 de outubro celebrou-se o Dia do Animal com a última exibição da peça de teatro “O Menino da Selva”, diversos jogos e ateliers da “Ciência Divertida”. Dirigidos ao público infantil, os ateliers eram dedicados ao tema “Penas, pelos e escamas” e deram a conhecer curiosidades sobre aves, répteis e mamíferos.

As comemorações do Dia da Criança preencheram de alegria o dia 4, com a visita da atriz Rita Pereira...

A mascote da SIC K, animou a Semana do Ambiente.

... e da “Hello

Kitty”.

No dia da conservação, com a CELPA, os visitantes aprenderam a reciclar papel.


Jardim Zoológico

CURTAS

escuteiros passam o dia no jardim zoológico A zona franca do Jardim Zoológico foi palco de uma receção a 91 escuteiros, entre os 10 e os 14 anos. Para além de vários jogos, foi promovido um encontro com os treinadores do Bosque Encantado, durante o qual os escuteiros ficaram a saber mais sobre algumas espécies de aves. Tiveram, ainda, a oportunidade de descobrir aspetos relevantes acerca dos répteis e do papel do Jardim Zoológico na conservação das espécies. O evento decorreu no dia 29 de junho, na sequência do convite lançado pela Secretaria Pedagógica da Junta

Regional de Lisboa, para o Jardim Zoológico colaborar na atividade “Peregrinação a Santiago”.

educação no jardim zoológico

podia ser uma avestruz Tinha apenas 7 dias quando apareceu ao público pela primeira vez, no Bosque Encantado. Começou desde logo a mostrar alguns hábitos que deixavam adivinhar o comportamento em idade adulta. Chama-se “Joca” e é uma cria de Nandu, rejeitada pelos progenitores. Durante a apresentação das aves em voo livre e no âmbito da campanha

publicitária “Venha ver os novos miúdos do JZ antes que eles cresçam – em pequenos são sempre mais giros”, os treinadores explicavam à assistência as particularidades desta espécie de ave, que tem semelhanças com a avestruz. Não voa, chega a atingir os 60 quilómetros/hora de velocidade numa corrida e em idade adulta, pesa 25 kg e chega a medir 1,5 m.

O Dia Mundial do Professor foi, mais uma vez, assinalado no Jardim Zoológico com a apresentação do programa educativo para escolas para o ano letivo de 2011-2012, que tem como objetivo contextualizar as aprendizagens desenvolvidas em sala de aula. Nesta iniciativa, que decorreu no dia 5 de outubro, estiveram reunidos educadores e professores da educação pré-escolar e do ensino básico e secundário. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o papel do Jardim Zoológico na conservação das espécies, através de várias atividades exclusivas, explorando temáticas curriculares em contexto zoológico.

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{12} CURTAS

Jardim Zoológico

© revista vip

parabéns a todos! Este verão, recebemos mais uma vez, a visita de centenas de crianças, para aqui festejarem o seu aniversário. “Pinguim” foi o programa predileto dos pais. Muito aplaudido pelas crianças, inclui um beijinho a um golfinho. Os aniversariantes acabam o dia em cheio, sem dúvida!

Tânia Ribas de Oliveira lança livro infantil

Aproximação aos golfinhos no Programa de aniversário Pinguim

Hipopótamo-pigmeu e Pantera com novos padrinhos

“Sara, a menina que gostava de chuva” é o título do livro infantil de Tânia Ribas de Oliveira, cuja cerimónia de lançamento decorreu na Estufa de Pedra do Roseiral. Os convidados, que vieram assistir de perto à estreia da apresentadora de televisão como escritora, foram recebidos num espaço decorado e equipado para o efeito, pelos serviços do Jardim Zoológico.

© revista caras

piquenique caras O músico Olavo Bilac foi uma das figuras públicas a marcar presença no piquenique Caras, um evento de cariz social que já no ano passado se realizou no Jardim Zoológico. Alguns vips e suas famílias tiveram, assim, a oportunidade de passar uma tarde diferente, na Estufa de Vidro, repleta de diversão, jogos, prémios, guloseimas e muito convívio.

A luta pela conservação das espécies anda de mãos dadas com o interesse de várias empresas pela área. Os Hóteis Novotel apadrinharam o Hipopótamopigmeu, contribuindo desta forma para o trabalho de conservação das espécies que o Jardim Zoológico tem vindo a desenvolver. Oriunda da África Ocidental, é uma espécie mais adaptada ao ambiente terrestre que o Hipopótamo-comum. Está considerada em perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN. A Volvo Portugal também demonstrou preocupação com o meio animal e ambiente, ao apadrinhar a Pantera. A marca dá grande atenção ao conforto e bem-estar de quem viaja nos seus automóveis, inclusive os animais de

estimação. A parceria nasceu, assim, com base neste posicionamento, aproveitando o lançamento da nova carrinha Volvo V60, cuja protagonista do spot de televisão é uma Pantera. Para assinalar o apadrinhamento, que terá a duração de um ano, a marca já lançou um desafio aos fãs da Fan Page Volvo Portugal: escolherem o nome para a Pantera. A marca vai continuar a dinamizar a sua página, promovendo a visita ao Jardim Zoológico, através de passatempos com oferta de bilhetes. “Estamos muito felizes com esta iniciativa e, mais uma vez, a Volvo destaca-se demonstrando uma preocupação com o meio animal e ambiente”, disse em declaração, a marca, a propósito do apadrinhamento da Pantera.


Jardim Zoológico

CURTAS

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jardim zoológico palco de reuniões e ações empresariais

Torneio Beyblade

parceria cartão TAP Victoria

© Sonae Sierra

Torneio Beyblade

De 1 a 15 de dezembro 2011 decorre uma campanha fruto de mais uma parceria, desta feita entre o Jardim Zoológico e o Programa TAP Victoria. Na aquisição de um apadrinhamento, tem a possibilidade de receber 500 milhas no seu cartão TAP Victoria. Para mais informações vá a www.tapvictoria.com.

Formação Sonae Sierra © Sical

As empresas têm escolhido o Zoo para organizar reuniões ou ações específicas. Não é de admirar, afinal são acontecimentos marcados pelo sucesso. O responsável pelo Departamento de Eventos, salientou que o Torneio Beyblade, da Hasbro, foi um sucesso. Todo o apoio dado, o espaço e o ambiente envolvente marcam a diferença e contribuem para o sucesso destes eventos. A Sonae Sierra encontra-se entre essas empresas. Recentemente optou por realizar as sessões do programa “Click 2 – Formação para a Inovação” no Jardim Zoológico. Também a Sical optou pelo Zoo: “No passado dia 14 de outubro, realizámos a nossa reunião de vendas Cafés Torrados, desta vez no Jardim Zoológico”, disse a Sical, referindo-se ao Zoo como “um local que conhecemos bem, fruto das parcerias que mantemos há alguns anos com esta entidade, com um auditório com capacidade para receber dignamente os 100 participantes que estiveram presentes e com uma localização privilegiada no centro de Lisboa”. A marca de café aproveitou o local para misturar trabalho com lazer, desfrutando de um espaço muito simpático para almoçar e de uma visita guiada que os “transportou para o mundo da bicharada”. O ponto alto foi sem dúvida a visita à afilhada da Sical, a Girafa Maria Café. Neste dia, com uma envolvente muito verde, foi apresentado às equipas de vendas um novo projeto da Sical em parceria com a EGEAC, na área da sustentabilidade: um carro elétrico para a venda ambulante de café e divulgação de informações turísticas, que vai estar presente na cidade de Lisboa.

venha ao jardim zoológico de comboio

Reunião de Vendas Sical

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A CP, em associação com o Jardim Zoológico, criou um produto que conjuga o bilhete de comboio e a entrada no Zoo. As condições são vantajosas e amigas do ambiente. Saiba tudo em www.cp.pt. Vá de comboio, o Ambiente agradece!


{14} bastidores

Jardim Zool贸gico

As crian莽as fizeram a festa no evento do Banif.


Jardim Zoológico

PATROCÍNIO

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em prol da biodiversidade O Banif juntou-se à luta pela preservação de uma das espécies mais ameaçadas. Apadrinhou o Rinoceronte-branco e partilha com o Jardim Zoológico, esta “força de acreditar”.

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Durante o evento as crianças receberam um presente. © www.animaisfotos.com

minimização da produção de resíduos e promoção da reutilização e da reciclagem, bem como a contribuição para o atenuar do problema das alterações climáticas e da perda de biodiversidade são as estratégias da Política Ambiental do Banif – Grupo Financeiro. Em prática desde 2009, é uma iniciativa que nasceu da sensibilidade do Grupo em relação ao contributo que os mercados financeiros podem ter enquanto promotores do bem-estar social e ambiental. Para o Banif é importante compatibilizar o desenvolvimento económico e financeiro com ações que salvaguardam os recursos naturais do planeta. Foi, pois, neste âmbito que apadrinhou o Rinoceronte-branco. Além do mais, aliou-se à força de sobrevivência desta espécie, porque considera o Jardim Zoológico um exemplo vivo de diversidade e conservação da natureza. Em janeiro de 2011, nasceu no Jardim Zoológico, uma cria de Rinoceronte-branco com cerca de 50 quilos; em adulto pode atingir 4 toneladas, sendo o segundo maior mamífero terrestre. Ao mesmo tempo que reforça o seu compromisso com a preservação da biodiversidade, a instituição financeira partilha a sua “força de acreditar” com uma das espécies mais ameaçadas no mundo animal, oriunda das savanas africanas. A União Internacional para a Conservação da Natureza considera o Rinoceronte-branco ameaçado pela caça, comércio e destruição do seu habitat.

O Banif irá escolher escolher o nome do pai Rinoceronte.


© Carlos Moita Pedroso

Cria nº 1 com 46 dias.

O tráfico ilegal de espécies pode levar à sua extinção. Em maio, o Jardim Zoológico recebeu 30 ovos de Papagaio-de-cauda-curta, dos quais 21 eclodiram e 14 sobreviveram. Conheça esta delicada operação.

O

tráfico ilegal ocupa a segunda posição na lista de ameaças às espécies de animais. Antecedida pela destruição do habitat natural, é uma prática equiparada ao tráfico de droga e de armas, no que respeita a movimentação de dinheiro. Em maio de 2011, o Jardim Zoológico recebeu 30 ovos apreendidos no Aeroporto de Lisboa. Não foi a primeira vez que tal aconteceu, não fosse Portugal um país identificado como porta de entrada ou de saída no tráfico de animais. O Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade – ICNB – é a entidade com a responsabilidade de pôr em prática a convenção da CITES (convenção assinada por vários países sobre o comércio ilegal de espécies) e, por isso compareceu no Aeroporto, quando um indivíduo, vindo do Brasil, foi apanhado com os ovos presos à cintura (para manter a temperatura). Como não tinha o equipamento necessário para incubação dos ovos, o ICNB pediu ajuda ao Jardim Zoológico. As redes estão muito bem organizadas e as espécies envolvidas no tráfico variam consoante a época e as tendências em voga. A curadora de répteis e aves do Jardim Zoológico

explicou que os traficantes nunca confessam a espécie que estão a transportar. Tentam fugir à responsabilidade, alegando não saber que é ilegal, pois a raridade das espécies é que determina a pena de prisão e/ou multa. Desta vez não houve exceção que fugisse à regra, obrigando a equipa do Jardim Zoológico a “trabalhar no escuro”. Por exemplo, a temperatura e o nível de humidade da incubadora definem-se consoante a espécie e, neste caso, arriscou-se porque não havia dados. Apenas foi possível verificar a medida e o peso dos ovos. Dos 30, eclodiram 21, entre 28 de maio e 14 de junho. A taxa de sucesso foi de 70%, considerada muito boa, pois costuma rondar os 40%. A espécie só foi descoberta quando as penas começaram a surgir. Eram Papagaios-de-cauda-curta. No caso dos psitacídeos – Papagaios, Catatuas e Araras – as pessoas continuam a adquiri-los, sendo por isso um mercado negro altamente especializado. “Existem pessoas envolvidas na rede de tráfico que conhecem o estado dos ovos. Não são traficados ovos em más condições e só entram no circuito no final da incubação, por não ser tão grave se houver variações de temperatura ou rodagem do ovo”, explica a curadora.


© Carlos Moita Pedroso

Jardim Zoológico

bastidores

Um dos papagaios atualmente.

pecialistas com quem trocámos informações e partilhámos experiências falaram-nos acerca da dificuldade da criação artificial. Ficaram agradavelmente admirados e felicitaram-nos quando souberam do sucesso da operação e do número de sobreviventes”, comenta a curadora de répteis e aves. O próximo passo será determinar o sexo dos animais. Depois, será feita a realização de testes genéticos, de modo a apurar graus de parentesco, para se evitar consanguinidades e outros problemas. “Como é uma espécie rara em zoos, provavelmente temos que pensar com outras instituições o que fazer em concreto”, indica Telma Araújo, adiantando que existe a hipótese de avançar com um projeto de conservação fora do habitat natural como salvaguarda para a população no Brasil.

© Pedro Ramos

Telma Araújo é a curadora de aves e répteis do Jardim Zoológico.

Depois da identificação da espécie, no dia 27 de julho, somou-se uma outra dificuldade: a da criação artificial, por sinal muito rara com esta espécie. Estiveram envolvidos no processo cinco tratadores do setor das aves e vários outros tratadores de outras áreas, para além dos profissionais do serviço de nutrição e dos veterinários. “Quando nascem têm de ser alimentados de 2 em 2 horas, o que implicou um compromisso muito grande por parte dos elementos que integraram o grupo de trabalho. Houve um enorme esforço por parte de todos”, sublinha Telma Araújo. O Jardim Zoológico contou também com o apoio do Loroparque, em Tenerife, e alguns especialistas estrangeiros, entre eles o norte-americano Rick Jordan, autor de um livro consagrado na área da criação de Papagaios. Três meses depois os psitacídeos tornaram-se independentes. Procuram a comida, interagem uns com os outros e até têm quezílias, sobretudo por causa da beterraba cozida. É o alimento favorito, mas também gostam de sementes e de frutos secos. Sobreviveram 14 e vivem numa instalação com alguma proteção. “Os es-

Cria 7 com 36 dias, a surgirem os canudos das penas.

uma curiosidade Tal como os humanos também os animais têm a sua própria personalidade. Dos 14 Papagaios-de-caudacurta houve um que se destacou pela vivacidade, rapidez e por não fazer “birras” para comer. O seu ovo estava numerado como “1” e curiosamente foi dos primeiros a eclodir. Os tratadores começaram a comentar entre si que era um animal especial. Foi, por isso, batizado de “Special One”, mas depressa o nome mudou para “Mourinho”. Porém, não é criada nenhuma relação forte, uma vez que o objetivo do Jardim Zoológico não é o de humanizar os animais.

© Carlos Moita Pedroso

da eclosão à independência

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{18} bastidores

© Augusto Brázio

Jardim Zoológico

Durante uma ovariectomia por cirurgia laparoscópica. (Dr. Rui Bernardino e Dr. Francisco Sanchez Margallo, director científico do CCMI – Centro de Cirurgia de Mínima Invasão, Cáceres)


Jardim Zoológico

bastidores

saúde em dia sem espaço para a rotina Marcado pela imprevisibilidade, o quotidiano dos médicos veterinários de animais selvagens é um tanto ou quanto diferente do dia a dia de um veterinário de animais de companhia. Saiba como é ser veterinário no Jardim Zoológico.

I

mprevisível é a palavra que melhor define o quotidiano horário em que o Jardim Zoológico está aberto ao público. dos veterinários do Jardim Zoológico. Com frequência “Os procedimentos são concentrados nas alturas em que surge uma situação que não estava os animais não estão expostos aos prevista nem programada. É fácil visitantes. Utilizamos as enfermaperceber, afinal cuidam da saúde rias ou a zona interior das instalaO hospital veterinário do de mais de 2 mil animais. E a vações dos animais”, acrescenta Rui Jardim Zoológico é conriabilidade da fauna – mais de 300 Bernardino, que também é médico siderado o melhor da espécies – vai ao encontro da atriveterinário. Europa. bulada atividade da equipa clínica Quanto ao hospital veterinário, foi do hospital veterinário composta considerado o melhor da Europa por quatro médicos veterinários, pelo Comité Veterinário da Assoum enfermeiro e três auxiliares. ciação Europeia de Zoos e Aquários – EAZA. Situado na Imprevistos à parte, a equipa inicia o dia de trabalho, periferia do Jardim Zoológico, desde 2006, está munido de manhã cedo, com os procedimentos agendados, quer de enfermarias, salas de isolamento, duas salas de cinas instalações dos animais, quer no hospital. Pode ser rurgia, uma sala de imagiologia e uma sala de necropsia, vacinação, tratamentos, administração de fármacos ou bem como farmácia, uma sala de reuniões e diversos gaapenas monitorização. Exceto os casos urgentes, evita-se o binetes.

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© Augusto Brázio

Colocação numa mesa para preparação para a cirurgia.

Já no bloco operatório procede-se à entubação endotraqueal.

© Augusto Brázio

segurança acima de tudo

Tricotomia, limpeza e desinfecção da zona abdominal, pré operatória.

realizar uma cirurgia a um animal selvagem exige grande preparação e coordenação entre vários serviços do Jardim Zoológico.

As tarefas dos veterinários do Jardim Zoológico incluem o contacto com espécies perigosas. Como se lida com esses animais? Com muito cuidado, afirmam os dois veterinários, querendo com isto dizer que respeitam determinadas regras de segurança e antevêem eventuais problemas. Existem formas de administrar fármacos à distância, nomeadamente com espingarda, zarabatana, pistola ou bastão. A título de exemplo, recentemente, os herbívoros foram vacinados à distância, com espingarda. A medicação também pode ser administrada com os alimentos. No caso concreto dos felinos e dos primatas, Rui Bernardino chama a atenção para a existência de troncos de contenção, onde é possível efetuar procedimentos e administrar fármacos manualmente, pois o animal está contido num espaço restrito, à semelhança do que acontece com os gatos nas clínicas veterinárias de animais de companhia. Todavia, é necessário sedar ou anestesiar o animal antes de iniciar procedimentos mais invasivos, como tirar sangue ou uma intervenção cirúrgica. Teresa Lobo Fernandes refere o importante papel dos tratadores, com quem os veterinários trabalham em conjunto em muitas situações. “Têm bastante prática e, por vezes, são eles que detetam os problemas, porque estão restritos a uma deter-

© Augusto Brázio

© Augusto Brázio

O animal é imobilizado através de contenção química e levado para o Hospital Veterinário.


bastidores

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© Augusto Brázio

Jardim Zoológico

Cateterização da bexiga.

Dr. Rui Bernardino apresenta material cirúrgico a participantes do workshop de “Cirurgia por laparoscopia”.

minada espécie e conhecem bem os animais”, diz a veterinária. E por esta razão diz que “são os olhos dos veterinários”. Os tratadores são sempre informados sobre questões de segurança. “Identificamos as alturas em que poderá haver algum perigo, de forma a organizar tudo corretamente. Convém antecipar os problemas e nunca facilitar, para não haver riscos”, menciona Rui Bernardino, sublinhando que todos os procedimentos são feitos com prática e mediante protocolos corretos.

As doenças específicas dos animais de zoo são tema de discussão entre veterinários e em reuniões, como a Conferência Internacional sobre Doenças de Animais Selvagens e de Zoo 2011, que decorreu em junho último, em Portugal (Ver caixa na página 23). Falar de medicina veterinária em animais de zoo é muito vasto e subjetivo. As especificidades são inúmeras e variáveis. A título de exemplo, existem vírus específicos em diferentes espécies, bem como algumas neoplasias. O Diabo-da-tasmânia é muito afetado por um tumor transmissível pelo contacto e os Koalas são atingidos por vezes por um vírus, que se manifesta como um tumor e que parece ter surgido do cruzamento entre espécies. “É uma área ainda em desenvolvimento e crescimento. São muitas espécies e poucos animais por cada coleção. Todos os dias nos deparamos com situações novas”, indica Rui Bernardino.

© Augusto Brázio

doenças características dos animais selvagens devido à pouca documentação existente sobre um tão elevado número de espécies, as cirurgias são também excelentes oportunidades de aprendizagem.


{22} bastidores

Jardim Zoológico

Um Flamingo é anestesiado com uma máscara adaptada, a partir de uma garrafa de água.

Captura e contenção física.

As intervenções acontecem também frequentemente nas próprias instalações dos animais.

Algumas espécies apresentam características especiais. O Okapi é um animal bastante sensível, nervoso e com a agravante de ter a tendência de lamber todo o corpo, pelo que se for aplicada uma pomada, pode haver o risco de lamber essa zona corporal e com isso fazer com que o tratamento se prolongue. É preciso não esquecer que alguns problemas dos animais são provocados pelos humanos. Os dois veterinários comentam que alguns visitantes atiram vários objetos para dentro das instalações e os animais engolem-nos, tendo por isso problemas inflamatórios do aparelho gastrointestinal. Estas situações acontecem com mais frequência nas espécies de macacos, nas girafas e nos crocodilos e já foram detetadas em autópsias. Também acontece darem demasiados amendoins aos animais, causando-lhes diarreia.

Entubação endotraqueal de Dragão-de-komodo.

dia do veterinário no zoo A 18 de setembro, o Jardim Zoológico recebeu cerca de 600 médicos veterinários e suas famílias. A iniciativa resultou de uma parceria entre o Zoo e a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), no âmbito das celebrações do Ano Mundial da Medicina Veterinária em Portugal. Neste dia foram organizadas visitas guiadas a áreas restritas ao público em geral, nomeadamente ao hospital veterinário, à área de tratamento de águas e à zona de maneio e preparação de alimentos do delfinário. Para além do almoço, os convidados assistiram a uma apresentação exclusiva na Baía dos Golfinhos, na qual também participaram animais do Bosque Encantado.


bastidores

quais as diferenças com os veterinários de animais de companhia? Na formação em Medicina Veterinária não há especialização como acontece em Medicina para humanos. O jovem veterinário que pretende aprofundar o seu conhecimento em determinada área, fá-lo em cursos, durante os estágios ou através de documentação. Os casos que diariamente são observados pelos veterinários do Jardim Zoológico têm a particularidade de raramente serem repetidos, devido ao elevado número de espécies. Algo que não acontece com os animais de companhia, uma vez que estão confinados a poucas espécies (Cães, Gatos e animais exóticos). Todavia, existem outros fatores que distinguem a atividade dos veterinários de animais de companhia da dos veterinários de animais de zoo. Rui Bernardiano refere duas diferenças, que se interligam. Uma prende-se com o tipo de medicina, outra com a documentação existente. Nos animais de companhia é feita medicina de repetição, em que, por norma, o médico conhece determinada patologia, sabe como pode proceder em relação aos diversos tipos de tratamento

conferência internacional sobre doenças de animais selvagens e de zoo Cirurgia, oftalmologia, conservação dos primatas, dermatologia e doenças infecciosas foram alguns dos temas debatidos durante a Conferência Internacional sobre Doenças de Animais Selvagens e de Zoo 2011, que decorreu entre 1 a 4 de junho, em Portugal, no âmbito das celebrações do Ano Mundial da Medicina Veterinária. Organizada pelo Jardim Zoológico, teve lugar no Auditório Cardeal Medeiros da Universidade Católica e contou com a participação de 250 especialistas, entre eles Murray Fowler (Escola de Medicina Veterinária, Universidade da Califórnia), Carmen Colitz (Universidade de Ohio), Jam Ramer (Projeto Veterinário do Gorila-da-montanha, Ruanda) e Linda Vogelnest (Universidade de Sidney). Para além da discussão de temas pertinentes e de interesse para o setor, decorreram workshops sobre anestesia, ultrassonografia, cirurgia laparoscópica, medicina aplicada aos Koalas e interpretação de radiologia. Como não poderia deixar de ser, foi ainda abordado o papel dos parques zoológicos e de aclimação na evolução dos tratamentos animais.

que existem e tem uma ideia da resposta. “Nós praticamos medicina de adaptação. Temos conhecimento do que existe nas diferentes áreas mas, nem sempre da forma como tratar dos casos. Não há descrição nem bibliografia ou informação, pelo que acabamos por fazer um pouco medicina de adaptação. Sobre os animais de companhia existe informação sobre uma grande percentagem dos casos”, explica o veterinário. O facto de não existir informação científica e de alguma estar dispersa, implica o intercâmbio com médicos de outros zoos. “Tentamos ir a conferências internacionais, específicas de veterinários de animais de zoo e estabelecemos contacto (presencial ou não) com outros profissionais da mesma área com o intuito de trocar experiências e partilhar conhecimentos”, esclarece Teresa Lobo Fernandes.

Prof. Murray Fowler, o ícone da Medicina Veterinária de Animais Selvagens. Jan Ramer, apresentou palestra sobre o Mountain Gorilla Veterinary Project (MGVP) e falou sobre a atual situação dos Gorilas-da-montanha no Ruanda.

Workshop sobre ultrasonografia em animais marinhos.

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© Jan Vermeer

Jardim Zoológico


© Zoo de Doué

© Lucie Derussé

© Lucie Derussé

Baía de Antongil no Parque Natural de Farankaraina.

Augustin Sarovy com a equipa da Antongil Conservation.


Jardim Zoológico

INTERNACIONAL

O Jardim Zoológico é parceiro de uma organização bastante ativa na conservação de uma importante floresta com milhares de espécies.

conservar a fauna e a flora de Madagáscar

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{26} INTERNACIONAL Jardim Zoológico

Visita à floresta de Farankaraina – da esquerda para a direita: Thorel Alexis, Lucie Derussé, Pierre Gay, David Gil e José Dias Ferreira do Jardim Zoológico.

É feita através de um programa de rádio semanal, permitindo uma difusão vasta sobre temas relacionados com a conservação. As ameaças ao ambiente e suas consequências são alguns dos assuntos discutidos nestes programas, onde também não falta a abordagem aos benefícios da proteção ambiental e às necessárias soluções a desenvolver, assim como as ações implementadas pela Antongil Conservation. A juntar às emissões de rádio, há uma equipa de animação que visita mensalmente as aldeias locais, de modo a sensibilizar os seus habitantes sobre os perigos que ameaçam a floresta de Farankaraina. Os Clubes da Natureza são constituídos por estudantes interessados em participar em ações de conservação, dentro ou fora da escola, e também assumem especial destaque na educação ambiental. A Festa dos Lémures é um evento realizado há 8 anos com o intuito de alertar para a relação de interdependência entre os seres humanos e o ecossistema, de forma a despertar consciências e ações em favor da proteção ambiental. Realiza-se todos os anos sempre numa aldeia diferente. A edição de 2010 decorreu entre 26 e 28 de novembro, em Ambanizana. A Festa dos Lémures é o acontecimento do ano.

© Lucie Derussé

P

roteger a floresta de Farankaraina é um objetivo da Antongil Conservation – uma ONG criada em 1999 por Augustin Sarovy, um guia de ecoturismo desta floresta situada na Baia d’Antongil, no nordeste da Ilha de Madagáscar. Como a floresta é um recurso natural valioso e a sua destruição pode trazer consequências nefastas para a biodiversidade, a ONG dedica-se também à valorização do ecoturismo local, a transferir a gestão de parcelas aos habitantes e a suportar o desenvolvimento local. A organização, assegurada localmente por uma equipa de 14 pessoas, é igualmente responsável pela promoção de ações de sensibilização e educação ambiental, pelo acompanhamento científico da fauna e flora e pelo apoio na investigação técnica e conservação. Para concretizar todos estes objetivos, são essenciais as parcerias que tem vindo a estabelecer. O Bioparc Doué la Fontaine (França) é membro permanente desde a criação da Antongil Conservation. Em 2005, juntou-se o South Lakes Wild Animal Park (Reino Unido) e, em 2007, o Jardim Zoológico. Além deste três sócios permanentes, a Antongil Conservation criou parcerias com diversas entidades.

educação ambiental

A educação ambiental é um ponto chave para a conservação deste ecossistema único.

© Lucie Derussé

© Lucie Derussé

A cultura do arroz é um dos recursos importantes desta zona.


Jardim Zoológico

O projecto ecoturístico permite a sustentabilidade do parque, além do seu papel de consciencialização.

Camaleão-pantera

© Lucie Derussé

ações de conservação e de desenvolvimento A ONG é bastante ativa e, a par com a educação ambiental, organiza outras atividades, muitas das quais relacionadas com a conservação propriamente dita, através de ações de vigia e de monitorização, em conjunto com agentes do Ministério do Meio Ambiente e Floresta e as polícias locais. Foi ainda realizado um inventário da flora e fauna, para melhor se perceber as alterações na floresta, e verificou-se que os Lémures estão em maior número na zona ecoturística. Encontra-se em curso a ação “Lémure-vermelho Antongil Conservation”, que nasceu de uma proposta feita em 2009 e que possibilita o retorno à natureza de uma espécie em extinção. Durante todo o ano de 2011, prosseguiram ações de desenvolvimento do projeto ecoturístico da região, como sejam, a expansão da sinalização, a construção de dois novos trilhos para caminhadas pedestres, uma nova cozinha e casas-de-banho. A juntar a todas estas atividades são promovidas várias iniciativas locais, nacionais e internacionais, as quais vão ao encontro do papel atual dos zoos na conservação da natureza.

Ilha de Madagáscar Situado ao largo da costa de Moçambique, é um dos países com a maior diversidade de fauna e flora em todo o mundo, sendo por isso prioridade em matéria de conservação. Tem mais de 12 mil espécies de plantas, algumas com milhões de anos de existência evolutiva. Entre milhares de espécies, o Lémure é endémico e constitui um ícone de Madagáscar. Contudo, a população humana desta ilha enfrenta uma situação socioeconómica bastante difícil e complexa, a qual tem contribuído para a devastação de grandes extensões de floresta original e para uma das mais elevadas taxas de erosão do solo registadas a nível mundial. O clima é variado. Húmido a nordeste e seco a sudeste. As áreas florestais estão cada vez mais reduzidas, devido à desflorestação, sendo que o uso insustentável dos recursos naturais ameaça a floresta de Farankaraina, assim como os seus habitantes.

© Nick Garbutt

© Zoo de Doué

INTERNACIONAL

De acordo com a especialista em Lémures-vermelhos, Nathalie Vasey, este é um local favorável à reintrodução desta espécie.

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Estrada de Benfica, 158/160 1549-004 LISBOA Tel: +351 217 232 900 Fax: +351 217 232 901 info@zoolisboa.pt www.zoo.pt


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