Palop News

Page 11

PaLOP News.com | Jornal de Notícias dos Países de Língua Oficial Portuguesa no Reino Unido

30 milhões de óleo e fama Palop News

Londres

Foi leiloado um quadro de Pablo Picasso pela leiloeira Sothbody's em Londres, que rendeu 30 milhões de euros. La Lecture", pintado em 1932, revela a amante secreta do artista, Marie-Therese Walter, que tinha 17 anos quando Picasso, então com 45, se apresentou quando a viu sair de um comboio numa estação de Paris. A relação entre ambos foi mantida secreta durante muitos anos devido à idade que os separava e porque Picasso era casado. Marie-Therese Walter disse mais tarde que nunca tinha ouvido antes falar do pintor quando ele se aproximou dela, pela primeira vez, dizendo: "Eu chamo-me Picasso

- nós vamos fazer coisas grandiosas juntos". Até "La Lecture", Marie-Therese só tinha aparecido na obra de Picasso através de uma espécie de código, com os traços do rosto frequentemente disfarçados no cenário dos quadros. Só quando o retrato foi exibido numa retrospetiva de Picasso, a mulher, Olga Khokhlova, percebeu que existia uma outra mulher na vida do marido e o casamento terminou. Marie-Therese Walter teve mais tarde uma filha, Maya, de Picasso. A jovem inspirou outros quadros como "La Reve" e "Nude, Green Leaves and Bust", ambos pintados em 1932. No leilão de arte moderna e impressionista que a Sotheby´s levou à praça a 08 de fevereiro, estão também incluídas obras de Claude Monet e Lucian Freud.

Comunicar com S.Tomé e Príncipe Hélio Bandeira S. Tomé e Príncipe

Turistas tugas em Londres Palop News

Londres assim.

Um português em Londres festejou os seus 35 anos e os amigos em Portugal, juntaramse e vieram festejar. O PaLOP News encontrou-os trémulos de frio à porta da Estação de Stockwell num ritmo de espera lento quase parado. Nos dois dedos de conversa, o tempo para o boneco e a troca de algumas opiniões. - O que é que mais os atrai em Londres? - A arquitectura - responde a enfermeira que prefere pensar em fazer carreira em Portugal e já pensou em imigrar para o Reino Unido mas desistiu da ideia. A maioria dos elementos é licenciada em gestão de empresas e analisa a situação em Portugal em jeito de herança. - Portugal está assim, fizeramno assim e vamos herda-lo assim. Não sabemos se o vão deixar

Quisemos saber onde se integram. Se na geração "Rasca" se na geração "Nem-Nem". Na geração "Desenrasca" responde um dos turistas que não esconde os argumentos de que no estado em que o País está, a solução não deixa alternativas. Se vão votar? Claro que sim. O voo para o Porto deixa-lhes uma escassa margem de manobra para o voto e quanto a imigrar, tudo depende. Estão abertos a sugestões e oportunidades e qualquer coisa melhor do que Portugal é bem vindo. - Trabalho numa empresa de comunicações e as nossas vendas tiveram uma quebra de 20% e somos das maiores - confessa. "Prevemos que um quarto dos nossos agentes possa fechar as portas até 2012. Está difícil diz ao PaLOP News. Divirtam-se em Londres e que o frio vos seja quente, atiramos à despedida.

O alto custo da Tecnologia de Informação para quebrar a muralha entre os diasporianos sãotomenses no Reino Unido e a terra natal. Desde os tempos remotos, a informação era a chave do progresso e o sucesso, pois que, quem detinha a informação ganhava as grandes batalhas, detinha o poder e estava sempre na linha de frente. Esse conceito foi-se se generalizando e tornando cada vez mais óbvio de tal modo que foram imperativos os avanços tecnológicos de modo que a informação e a comunicação fosse mais rápida, segura e eficiente. O homem deixou de usar pombos, navios e cavaleiros mensageiros, passando pelos correios, chegando às ondas hertizianas, satélites e fibra ópticas para estabelecerem os contactos entre vários pontos do mundo. Estamos sem dúvida na era da comunicação e informação digital. A questão que se nos coloca no entanto, é o custo e a sustentabilidade dessas novas formas de comunicação? E qual é a posição das grandes indústrias de comunicação, perante a origem e o destino das comunicaçães? Alguns modelos de comunicação rudimentar ainda continuam a ser perpetrados por questões de conveniências pois que a “escrita viva” (caneta e o papel) ainda se revela ser a forma de informação e de comunicação, até então mais autênti-

ca e parece criar menos cepticismo que qualquer outra! Mas quando a questão se trata de transmitir um recado; ouvir a voz de um parente ou amigo; alertar sobre um assunto urgente, etc, parece que a distância entre o Reino Unido e São Tomé e Príncipe se enlarga em relaçao mesmo à ao Brasil, Jamaica, Índia e outros pontos do mundo. Além de alguns testemunhos recolhidos, a própria AMISTP já experimentou grandes dificuldades de comunicaçao com São Tomé e Príncipe pela via telefónica, para tratar de várias questões protocolares e institucionais. Por vezes, quando essa comunicação é estabelecida, o custo por minuto das chamadas é exorbitante! A questão tem constituido uma das nossas preocupações porquanto que o meio alternativo é a internet, através dos “live chat”, skype e outras ferramentas disponíveis, que pese embora a sua utilidade, não se afigura ser a forma de comunicação mais elegante no contacto entre as entidades e mesmo sob o ponto de vista pessoal, é limitado o número de pessoas com essa acessibilidade por diversos factores. Do que se tem observado, mesmo pelas grandes operadoras de comunicação móvel britânica, muitas vezes não se consegue estabelecer o contacto com os números em São Tomé e Príncipe, e quando é feito, as chamadas são taxadas a um preço completamente disparatado se formos a comparar com o preço standard das comunicaçoes internacionais. Alguns são-tomenses, ou não, que tenham tentado ligar para São Tomé e Príncipe a partir do Reino Unido afirmam terem conseguido estabelecer o contacto com mais facilidade através das novas operadoras/agentes de comunicação emergentes no mercado, com ajuda dos operadores dos call center’s, mas ainda persiste o eterno problema de comunicação com estes quando se pretende inquirir previamente sobre o custo das chamadas e a dificuldade dos mesmos em estabelecerem os contactos pois que Sao Tomé e Príncipe se enquadra na categoria de “outros destinos”, para não dizer desconhecido. Se o assunto for de carácter urgente, acredito que acaba por prescrever pelo tempo que se leva para explicar ao operador do call center aonde é que fica São Tomé e Príncipe. Não se sabe se a tecnologia usada pelas operadoras se difere conforme o destino das chamadas, ou se será meramente uma questão de estratégia comercial dessas operadoras que estarão a tirar o proveito das nossas vulnerabilidades. Pairam algumas dúvidas sobre o critérios pelos quais se baseiam para taxarem os valores das

11

chamadas, e a grande curiosidade é que, vendo São Tomé e Príncipe na perspectiva de um país de terceiro mundo, ainda assim, o contacto recíproco já é estabelecido com mais facilidade e parece existir um tarifário fíxo. Acreditamos que a operadora são-tomense, deva ter um papel mais interventivo, ou senão, ao menos a explicação para o facto de ás vezes a ligação para os números atribuídos e em funcionamento normal em São Tomé e Príncipe não poderem ser estabelecidas pelo facto de, (segundo a operadora britânica) os números não se encontrarem atribuídos, e consequentemente as chamadas serem reencaminhadas automáticamente parar num terminal desconhecido ou para o centro de operações com operadores a falarem idiomas desconhecidos. E o mais bizzaro.., o saldo é deduzido nessas chamadas e não se sabe a favor de quem!? É certo que as telecomunicaçoes são suportadas por algorítimos complexos e métodos de codificação superavançados, mas esse não parece o motivo que sustente o elevado custo pois que estamos na era da programação digital, e mais ainda, a situação não é extensível à todos os destinos das chamadas! Pelo sim ou pelo não, esses são os emaranhos até que se consiga estabelecer o contacto telefónico directo para São Tomé e Príncipe, e nós pagamos o preço altíssimo por isso. Essa situação transceende-nos e deixa a diáspora são-tomense no Reino Unido numa posição mais desfavorável, tendo essa que aceitar o título de “Ingrata” que lhe é injustamente atribuída pelos filhos da terra por falta de novidades frequentes. Apesar de irónico, não me foi indiferente esse pequeno extracto da conversa tida com um dos nossos entrevistados. -“Não acredito na telepatia, e como não estou em condiçoes de gastar £3 por minuto para falar apenas 45 segundos de conversa útil, por isso, se o vizinho desligar o moden só me restam duas alternativas: Ou acendo a fogueira, abano lenço, aceno a mão e grito, sei lá.., ou então, voltamos a era pitográfica e esculpo o meu recado no muro da London Bridge e um familiar há-de vir a Londres e ler... Eu até me esqueço que sou são-tomense”. O tempo não nos tem favorecido, mas virá o tempo em que São Tomé e Príncipe se afigurará, imponente, em todos os mapas mundo, e as suas gentes em qualquer parte do mundo não precisarão mais de se esconder por detrás da segunda cidadania. Tudo passa! Membro da Direção da AMISTP – SãoTomé and Príncipe Friends Association*


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.