Políticas Culturais - Conjunturas e Territorialidades

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conjunturas e territorialidades

outros, momentos-chave como a publicação do relatório Nossa Diversidade Criadora (1996)10; a Conferência sobre Políticas Culturais para o Desenvolvimento (Estocolmo, 1998); a Agenda 21 da Cultura (2004), de cuja elaboração a SMC foi protagonista; a aprovação da Convenção da Unesco sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais (2005), com participação ativa do Brasil; a resolução da Assembleia Geral da ONU (2010) que reconheceu pela primeira vez “a importância da cultura para o desenvolvimento e sua contribuição para atingir as Metas de Desenvolvimento do Milênio”; e a aprovação, pela rede Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU), do documento A Cultura É o Quarto Pilar do Desenvolvimento Sustentável, no mesmo ano.

Instalação do Observatório e principais produtos Esboçados o contexto e os argumentos em defesa da existência do Observatório, retomaremos a narrativa da sua implantação. Em abril de 2010, dois anos após a apresentação do projeto, o então secretário de Cultura Sergius Gonzaga destinou um espaço físico para sediar o Observatório, no interior do Mercado Público de Porto Alegre. Com equipe reduzida e sem orçamento próprio, centramos esforços na captação de recursos, inscrevendo, ainda naquele ano, um projeto no edital do programa Barcelona Solidária, destinado a cidades integrantes da rede CGLU, signatárias da Agenda 21 da Cultura. Dia 18 de novembro de 2010 foi apresentado oficialmente ao público o Observatório, dias após o anúncio da aprovação do projeto, que viabilizou três iniciativas, mediante um aporte de 80 mil euros: um curso de extensão universitária em gestão e política cultural, modalidade à distância, para gestores culturais dos setores público e privado de Porto Alegre e Região Metropolitana; o Seminário Internacional Cultura e Desenvolvimento Local11; e o Sistema de Informação Cultural (SiC-PoA), base de dados georreferenciada e colaborativa dos recursos culturais no município, segundo parâmetros do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), então em desenvolvimento pelo MinC12.

OPÇÕES

SIM, AO MENOS UMA VEZ NOS ÚLTIMOS 30 DIAS

SIM, AO MENOS UMA VEZ NOS ÚLTIMOS 12 MESES

SIM, ALGUMA VEZ NA VIDA, NUNCA HÁ MAIS DE 12 MESES

NS/NR

TOTAL

Assistiu a um filme em um cinema

39,8%

14,4%

42,8%

2,9%

0,1%

100%

Assistiu a um filme em casa ou noutro local que não o cinema

64,6%

9,1%

22,9%

3,4%

-

100%

Foi a um show de música

36,3%

20,4%

36,6%

6,7%

-

100%

Foi a um concerto de música clássica ou à opera

3,4%

2,1%

27,4%

67,1%

-

100%

Assistiu a uma apresentação de dança ou balé

6,6%

6,4%

28,3%

58,7%

-

100%

15,7%

35,5%

9,5%

-

100%

Frequentou algum local de dança, como uma casa noturna/baile/ 39,3% samba/CTG

10 Da Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento das Nações Unidas, de que fez parte nosso primeiro ministro da Cultura, Celso Furtado, que abordou o tema em obras como Criatividade e Dependência na Civilização Industrial (1978) e Cultura e Desenvolvimento em Época de Crise (1984). 11 A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) disponibilizou todos os conteúdos em vídeo, além de uma seleção de textos, em: http:// www.seminarioculturaedesenvolvimento.ufrgs.br/videos.php. 12 O SNIIC (http://sniic.cultura.gov.br) viria a ser instituído juntamente com o Plano Nacional de Cultura, pela Lei nº 12.343/2010. Já o SiC-PoA foi descontinuado em 2015 por dificuldades de ordem técnica e falta de recursos para manutenção, e também por causa da adoção pelo MinC do software livre Mapas Culturais como padrão para o SNIIC – já em uso por alguns estados e municípios, em caráter experimental. Ver https:// institutotim.org.br/project/mapas-culturais.

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