MEIDA AL
IÇÃO D CE
RAQUEL E:
RA: CON PA
Querida Conceição,
Obrigada pelo chamado, espero por ele há tempos. Talvez eu mesma tenha colocado um muro invisível
e muito me alegra que seja rompido. Assim, podemos
nos unir e nos ouvir com mais frequência. O tempo é somente busca...
Eu sou parte dele e da sombra que paira nessa
ponte que nos religou. Entre um buraco histórico e outro, eu me refugiei nas letras e em busca de referências me envolvi na correnteza de belas vozes pulsantes que me provocaram e provocam até hoje. Fui do passeio à moradia e moro até então no aconchego das páginas negras que construímos. Elas me ajudam a sobreviver mais lúcida e dentro deste oásis me sinto blindada contra a loucura do mundo. Mesmo sem encontros de corpo presente, as palavras voaram até mim: presa fácil de uma estatística comum criada sob medida para mulheres como nós. Embora pareçam estáticas,
as
“palavrAsas”
voaram
até
mim,
se
movimentam e refazem seus percursos inimagináveis, chegando faceiras como um chamado ancestral.
Sou um grāo, desses que se espalharam no sopro
dado por Esperança Garcia, Maria Firmina dos Reis, Carolina Maria de Jesus... No entanto, só tive acesso a elas a partir de você, Conceição, junto de Miriam Alves, Esmeralda Ribeiro, Geni Guimarães e outras que me firmaram nesse solo fértil. Eu sou ainda semente fecundando nessa terra e, como o