Feita de fumaca e osso vol 1 laini taylor

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O que aquilo significava? — O que eu faço, criança, dia após dia, a não ser lutar contra a maré? Onda após onda na praia, cada onda mais próxima da areia. Não vamos vencer, Madrigal. Não podemos derrotar os serafins. — O quê? Mas... — Não podemos vencer essa guerra. Eu sempre soube disso. Eles são fortes demais. A única razão para termos conseguido detê-los por tanto tempo é porque incendiamos a biblioteca. — A biblioteca? — De Astrae. Era o arquivo dos magos serafins. Os tolos guardavam todos os textos no mesmo lugar. Tinham tanto ciúme do poder deles que não permitiam cópias. Não queriam que nenhum rebelde os desafiasse, então acumularam seu conhecimento, e só aceitavam aprendizes que podiam controlar, e mantinham-nos bem perto. Este foi o primeiro erro deles: concentrar todo seu poder em um só lugar. Madrigal ouvia, arrebatada. Brimstone contando-lhe coisas. História. Segredos. Quase com medo de quebrar o encanto, ela perguntou: — Qual foi o próximo erro deles? — Esquecerem-se de nos temer. — Ele ficou em silêncio por um tempo. Kishmish saltava para frente e para trás, de um de seus chifres para o outro. — Eles precisavam acreditar que éramos animais, para justificar a forma como nos usavam. — Escravos — sussurrou ela, ouvindo a voz de Issa em sua mente. — Nós éramos servos da dor. Nós éramos a fonte do poder deles.


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