Feita de fumaca e osso vol 1 laini taylor

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— Karou? — Sou eu... — Oh, meu Deus! Você está bem? Vi você no noticiário. Eu o vi. Eu o vi... Minha nossa, Karou, você percebe que estavam voando? — Eu sei. Não é incrível? — Não é incrível! É des-incrível! Achei que estivesse morta em algum lugar. Ela estava à beira de um ataque histérico, e Karou levou alguns minutos para conseguir acalmá-la, todo o tempo atenta ao olhar de Akiva sobre ela, e tentando manter-se indiferente como um felino. — Você está mesmo bem? — perguntou Zuzana. — Ele não está, tipo, com uma faca no seu pescoço, obrigando-a a dizer isso? — Ele nem fala tcheco — assegurou Karou, então fez um rápido resumo para ela dos acontecimentos da noite anterior, contando que ele não tinha tentado machucá-la, que tinha chegado ao extremo da passividade para não machucá-la, e terminou com: — Nós, hum, vimos o nascer do sol do alto da catedral. — Mas que diabos? Isso foi um encontro? — Não, não foi um encontro. Para ser sincera, não sei o que foi. O que é. Não sei o que ele está fazendo aqui... Sua voz falhou quando olhou para ele. Não era só o sorriso, ou as marcas nas mãos dele. Ela sabia, de alguma maneira, que o ombro direito dele era um aglomerado de cicatrizes. Ele o protegia; ela vira aquilo. Devia ser por isso que sabia. Por que, então, sabia como eram as cicatrizes?


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