Maconaria [manual do aprendiz franco macom]

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próprio mundo objetivo, e não contentar-nos com seu estudo ou exame puramente exterior. Então, retificando constantemente nossa visão e os esforços de nossa inteligência (como demonstra a cuidadosa retidão dos três passos da marcha do aprendiz) atingiremos o uso do compasso em união com o esquadro, ou seja, o conhecimento da Verdade que nos liberta da ilusão.

AS LINHAS PARALELAS Assim como o ponto com seu movimento direto engendra uma linha reta, assim também os dois pontos, movendo-se numa mesma direção retilínea, produzem as duas paralelas, símbolo característico da dualidade, ou seja, dos dois princípios cuja atividade ocorre paralela e complementarmente, à imagem dos pares de rodas que suportam um veículo e dos trilhos sobre os quais se apoiam. Voltaremos a ver novamente este símbolo da paralelas, e outros aos quais aqui temos feito referência sumária, no grau de Mestre, limitando-nos por ora a dizer mais alguma coisa sobre o que eles podem significar para o aprendiz. Duas paralelas são efetivamente os dois Caminhos do Norte e do Sul, que são percorridos nas viagens de ida e volta entre o Ocidente e o Oriente, e correspondem às duas colunas nas quais se assentam respectivamente os Aprendizes e os Companheiros. O quadrilongo que constitui o Templo Maçônico, está compreendido entre essas duas paralelas, delimitadas respectivamente por seus extremos oriental e ocidental. Cada viagem de ida, ou progresso, do Ocidente, ao Oriente, corresponde pois a uma idêntica viagem de volta ou regresso, desde o Oriente ao Ocidente, paralelo este ao primeiro, mas dirigido em sentido inverso. Os dois caminhos paralelos dos quais acabamos de falar não existem tão só simbolicamente dentro do quadrilongo da Loja, senão que também podem-se observar de muitas maneiras sobre o nosso próprio planeta. Por exemplo, como correntes magnéticas que vão respectivamente do Oriente para o Ocidente e reciprocamente, produzidas pelo movimento da terra dentro do campo magnético determinado pela radiação solar, às quais se devem os desvios da bússola. Assim agem todas as; forças do Universo, segundo a Lei da Dualidade, paralelamente, mas em sentido inverso uma em relação à outra, prevalecendo por um lado o movimento centrífugo ou de extensão do interior ao exterior, e pelo outro, o movimento centrípeto de construção, do exterior ao interior. Este origina a gravidade, aquele a gravitação, duas formas diferentes da Força ou Princípio de Atração. Aquilo que é ativo interiormente é passivo exteriormente, e vice-versa. Assim deve-se entender o valor das duas colunas, geralmente confundido e mal interpretado pela falta de compreensão desta Lei de Compensação, em conseqüência da qual ambos princípios (ativo e passivo) se acham presentes em cada um dos dois aspectos, mas agindo em sentido inverso, um em relação ao outro.

O BINÁRIO A atividade em duas correntes ou sentidos inversos dos dois Princípios, comparável ao fluxo e refluxo das marés, origina os pares de opostos que se observam onde quer que seja no mundo fenomênico ou exterior,


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