amanate eterno

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Adaga Negra 02

A Dra. Delia Croce levantou o olhar dos registros médicos, das canetas, dos clipes de pasta e do telefone de seu mesa. - Falei com meus colegas assim como com outros dois especialistas. Repassamos os registros e os resultados de ontem… - Tenho certeza de que os tem. Agora me diga onde nos encontramos. A outra mulher tirou os óculos e respirou profundamente. - Acredito que deva colocar em ordem seus assuntos, Mary. Não há nada que possamos fazer por você. ***** Às quatro e trinta da madrugada, Rhage deixou o hospital em um estado absoluto de desconcerto. Nunca tinha esperado ir para casa sem Mary. Ficou para uma transfusão de sangue e porque claramente aquelas febres noturnas e o esgotamento eram os inícios de uma pancreatite. Se as coisas melhorassem lhe dariam alta na manhã seguinte, mas ninguém se comprometia. O câncer era forte: sua presença havia se multiplicado em um curto período de tempo desde que ela havia feito sua verificação trimestre há uma semana e a mostra sangüínea do dia anterior. E a Dra. Delia Croce e os especialistas tinham concordado que pelos tratamentos que Mary tinha recebido, não podiam lhe administrar mais quimioterapia. Seu fígado estava liquidado e não podia aceitar a carga química. Deus. Ele havia se preparado para uma luta infernal. E uma grande parte de sofrimento, em particular esta parte. Mas nunca a morte. E não tão rápida. Só tinham alguns meses. Até a primavera. Talvez até o verão. Rhage se materializou no pátio da casa principal e se dirigiu ao Pit. Não podia retornar para seu quarto e de Mary sozinho. Não ainda. Mas quando esteve de pé ante a porta de Butch e Vishous, não bateu. Em vez disso apoiou seu ombro sobre a fachada da casa principal e pensou em Mary alimentando os pássaros. A imaginou ali, sobre as escadas, com o encantador sorriso em seu rosto, a luz do sol sobre seu cabelo. Doce Jesus. O que ia fazer sem ela? Pensou na força e resolução em seus olhos depois que ele havia se alimentado de outra mulher diante dela. Da maneira que o amava ainda quando que tivesse visto a besta. De sua silenciosa, demolidora beleza e sua risada e seus olhos cinza metalizados. Sobre tudo pensou na noite que tinha saído da casa de Bella, correndo sobre o frio com os pés nus, para seus braços, lhe dizendo que não estava bem...finalmente indo para ele procurando ajuda. Sentiu algo sobre seu rosto. Ah, droga. Estava chorando? Sim. E não se preocupou de que fosse ser suave. Ele olhou para as pedras do caminho de acesso e se sentiu ferido pelo absurdo pensamento de que eram muito brancos como os refletores. E tal era a barreira de contenção estucada que corria ao redor do pátio. E a fonte no centro tinha sido drenada durante o inverno... Ele se congelou. Então abriu os olhos. Virou-se devagar para a mansão, levantando o olhar até a janela de seu quarto. Seu objetivo o incitou e o conduziu até o vestíbulo em uma corrida mortal. 237


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