Portal 93 – Boletim informativo do Instituto Politécnico de Portalegre

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editorial Raul Cordeiro Gestor do grupo de melhoria contínua “Oferta formativa” Presidente do Conselho Técnico-Científico da Escola Superior de Saúde

Porque é que as zebras não têm úlceras?*

funcionária No Portal N.º 79/2008 tivemos a honra de escrever o Editorial do Portal antes do início do ciclo eleitoral que então se iniciava. Chamámos a esse Editorial “Manual de estratégia de política institucional”. Recomendamos que o recuperemos olhando e avaliando os seus princípios com os olhos de hoje. Porque tivemos durante este período responsabilidades acrescidas na gestão da oferta formativa do Instituto e na sua melhoria contínua gerindo o respetivo processo no Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) do IPP, centraremos a nossa reflexão na evolução deste processo e nesta questão tão importante. Volvidos quatro anos é, no mínimo difícil, adivinhar situação mais constrangedora e mais stressante para as instituições de ensino superior, principalmente as do interior, de cariz e implantação local e regional, como aquela que hoje vivemos. Cortes sucessivos de vária índole ameaçam tolher a capacidade de criatividade e ponderação na oferta formativa que enumerámos no início deste ciclo, incluindo, no limite, a sobrevivência da atual oferta formativa. Parece até contraditório que ao mesmo tempo que se solicita inovação, criatividade e espírito empreendedor para vencer as dificuldades se limitem as capacidades das instituições de ensino superior de dar essa mesma resposta. E em vez de simplificarmos, procuramos leões em cada esquina. Diria até que os procuramos fora da savana. Mas, chega de reflexões metafóricas! O que é verdade é que apesar das dificuldades o IPP tem hoje um SGQ plenamente implementado e que faz já parte da sua carga genética e que o ajuda a ultrapassar adversidades e stresses variados. É hoje impossível desligar os processos de atividade do IPP do SGQ e isso é um facto bastante positivo para a nossa vida institucional. Diríamos que é um fator preventivo de problemas maiores. O que é verdade é que toda a oferta formativa do IPP segue os procedimentos do SGQ desde a sua conceção ao seu desenvolvimento e avaliação. É igualmente verdade que o âmbito do SGQ foi alargado à oferta formativa não conferente de grau (cursos de pós-graduação, CET´s, por ex.). É também um facto que foram dados passos gigantes no sentido da criação de um sistema interno de gestão e garantia da qualidade da oferta formativa, seguindo a Agência de Acreditação e Avaliação do Ensino Superior (A3ES) quer nos princípios quer nos processos. Está igualmente implementado um sistema de autoavaliação dos ciclos de estudos em funcionamento. Podemos dizer que estaremos em breve (nos próximos quatro anos isso terá de ser obrigatoriamente um objetivo maior) em condições de submeter os nossos procedimentos internos de garantia da qualidade da oferta formativa à avaliação da A3ES permitindo-nos assim poder ser nós

(IPP) a acreditar nos nossos próprios ciclos de estudos. Esse será um passo de gigante. Confiamos na nossa capacidade de, simplificando processos, alcançar esse desiderato. Neste ciclo foi incrementada a oferta formativa do IPP (principalmente em 2º ciclo) e foram também avaliados com sucesso (pela A3ES) vários ciclos de estudos em funcionamento. Porém, pensamos que estamos todos conscientes na necessidade de reequacionar constantemente a oferta formativa do IPP já que tal procedimento é essencial à nossa sobrevivência e adequação regional. Neste momento estão em curso várias reflexões a vários níveis e em vários órgãos das escolas e do IPP. Realçamos os princípios norteadores do trabalho de reflexão sobre o “Projeto educativo, científico, cultural e desportivo do IPP” que está a ser desenvolvido no seio do Conselho Geral e que nos parece determinante para o futuro. Porém não há dúvida que existe necessidade de reorganizar a oferta formativa do IPP (principalmente a de 1º ciclo) em função dos índices de procura nacionais, regionais e locais numa lógica de especialização e diferenciação face à concorrência. Não há igualmente dúvidas de que áreas “core” da oferta formativa do IPP vivem momentos difíceis (caso das Engenharias, por ex.) e necessitam de uma profunda revisão. Também parece ser claro que há áreas de oferta que terão claramente mais sucesso na sua acreditação e essas serão as que resultam de: esforços e partilhas de recursos conjuntos de mais que uma escola do IPP, cariz regional da sua oferta. Já temos casos de sucesso que cumprem estes critérios. Esta parece ser uma excelente estratégia para ofertas de 2º ciclo. Parece também verdade que o IPP não vive isolado. Vive institucionalmente integrado em associações de cariz como o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) ou Politécnica (Associação de Politécnicos do Centro) e também partilha nesses contextos as suas preocupações e articula as suas ofertas. * Do livro de Robert Saposlky – Why zebras don´t get ulcers? Quando é que a zebra fica em stress? Quando vê o leão surgir na savana. A partir desse momento, ela concentra todas as suas energias e capacidades para fugir do predador que se aproxima. Uma vez que consegue escapar, a zebra volta à mesma vida despreocupada de antes. O problema dos seres humanos é conseguir alcançar esse tipo de comportamento mesmo na ausência do leão. O premiado biólogo e neurologista Robert Sapolsky apresenta cientificamente uma das mais consistentes teorias para lidar com o stress: já que ele não tem cura (pois estamos programados para nos estressarmos diante das preocupações), só nos resta, como as zebras, simplificar a vida. Os seres humanos são programados para se preocupar com os problemas antes que eles aconteçam, e continuam a sofrer seus efeitos mesmo depois de terem acabado. Todo esse stress gera úlceras, insónia, depressão, diminuição da líbido e inúmeros outros problemas dos quais animais como a zebra, apesar de toda a tensão que sofrem ao ver o leão, não sofrem.

Nome Elsa Margarida Alves de Sousa Mourato Data de Nascimento 09.12.1955 Naturalidade Portalegre

É assistente operacional e trabalha nos Serviços Centrais do IPP, desde maio de 1998. Primeiro esteve ligada à seção dos Recursos Humanos; há sete anos, transitou para o Arquivo. O sorriso fácil e a conversa solta são uma imagem de marca. Não se lembra de acordar um dia mal disposta! Faz por isso, diz. Trabalha desde os 18 anos. Na cidade, passou por várias empresas, entretanto extintas: a Auto Portalegre; “o Arranhado” (supermercado e firma grossista do sogro) e a Ramirez & Raul (vendas por catálogo). Maioritariamente assumiu funções relacionadas com serviços comerciais e administrativos. Durante um curto período de tempo deu apoio a crianças, no ATL dos Assentos e, no ano de 1997, trabalhou na Delegação de Viação de Portalegre, como auxiliar administrativa. Foi uma das obreiras que “arrumaram” o Arquivo. No dia-a-dia passam pelas suas mãos os processos individuais de alunos, de docentes e de não docentes. Entre outras obrigações, faz o controlo de tudo o que entra no Arquivo e o registo do que é eliminado. A conjuntura económica do país e a preocupação de dar apoio em casa levaram-na a pedir a aposentação, que aguarda (sem muito entusiasmo, confessa, porque não se imagina sem as tarefas que desempenha!).

É docente na Escola Superior de Saúde, desde o início das atividades letivas do curso de Higiene Oral, em setembro de 2010. Licenciado em Higiene Oral pela University of Washington (Seattle, EUA) e mestre em Nutrição e Dietética pela Universidad de Léon (Espanha), encontra-se a desenvolver o trabalho de Doutoramento em Ciências e Tecnologias da Saúde, ramo de Higiene Oral, na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Para além de lecionar em Portalegre, é docente na licenciatura em Higiene Oral, na Universidade de Lisboa, e é higienista oral clínico, em consultórios de Medicina Dentária. Com detalhe, explica em que consiste esta formação: “O curso de licenciatura em Higiene Oral da Escola Superior de Saúde de Portalegre tem a duração de três anos, organizados de forma a permitir ao aluno a aquisição de conhecimentos e competências em duas áreas fundamentais para um higienista oral, a clínica e a comunidade. O plano de estudos encontra-se organizado de uma forma equilibrada entre estas duas grandes áreas, abrangendo o estudo da Saúde Oral e da prevenção das doenças do indivíduo e de grupos populacionais. Os alunos participam em atividades teóricas e práticas de educação para a saúde e promoção de saúde oral trabalhando no Laboratório de Higiene Oral da Escola e em locais no exterior da Escola, nomeadamente Jardins de Infância, Escolas, Hospital, entre outras instituições. O objetivo desta licenciatura é o de formar higienistas orais com conhecimentos, atitudes e capacidades para prestar cuidados de Higiene Oral e avaliar as necessidades dos pacientes de todas as idades, incluindo aqueles com necessidades especiais ou medicamente comprometidos. Além destas funções deve ser capaz de trabalhar integrado numa equipa de saúde para o planeamento, implementação e avaliação de programas de saúde oral com especial ênfase na educação para a saúde e na prevenção das doenças orais. Este curso proporciona ao aluno uma formação dinâmica, científica e profissional num ambiente interativo, centrado no aluno e que encoraja à autoaprendizagem pelo estudo de casos práticos e o bom relacionamento entre alunos e professores”.

aluna Nome Vera Lúcia Damasceno Ramos Data de Nascimento 22.07.1986 Naturalidade Portalegre

docente Nome Victor Abreu Assunção Data de Nascimento 04.04.1979 Naturalidade Iserlohn, Alemanha

É aluna de “Educação Artística”, na Escola Superior de Educação. “O que me atraiu no curso foi o facto de ser muito geral e de ter muitas saídas a nível profissional”, explica. “Para mim defino-o como o melhor curso do mundo, é o meu… Mas penso que a melhor forma de chegar às pessoas seria fazendo workshops das mais variadíssimas disciplinas que temos, iria atrair as pessoas”, crê, e como prova disso tem participado em várias produções de teatro de âmbito extracurricular (como intérprete, diretora de cena ou sonoplasta). Com uma componente prática acentuada, o seu curso proporciona a constituição de equipas de trabalho e é propício à camaradagem. “Para mim tem sido óptimo, é excelente poder partilhar o espaço e o tempo com pessoas que estão lá exatamente para o mesmo, sentir e ser. Tem sido uma grande aprendizagem e uma mais-valia”, reconhece. Pertence à Tunapapasmisto, há dois anos, desde que ingressou no IPP; para além de cantar, toca cavaquinho. “O que me levou a entrar foi o espírito que a tuna tem e o facto de adorar música”. Estudou na Escola Profissional de Teatro de Cascais, durante um ano. Assumindo “uma enorme paixão por teatro”, Vera gostava que o seu futuro profissional passasse por aí.


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