Edição 646

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FARROUPILHA

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ANO XIII

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EDIÇÃO 646

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R$ 3,00

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Fotos: Ramon Cardoso

Farroupilhenses as “Campeãs de Inovação”

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Grendene e Soprano figuram em seleta lista na pesquisa encomendada e divulgada pela Revista Amanhã nesta semana e que destacou as 50 empresas mais inovadoras do Sul Matéria Especial, páginas 2 e 3, e Editorial

CIDADE

POLÍTICA

Apesar dos números altos, cidade fez a aposta correta focada na alta testagem Página 14

Semana de restrições teve impacto na economia da Serra, que se vê sufocada Página 16, Boca de Urna e Editorial

Quatro meses de pandemia

Torcida pela bandeira laranja

ESPORTE

Na pré-temporada, parte II

Gurias rubro-verdes suam a camiseta para readquirir o ritmo de competição Página 19


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PENSANDO À FRENTE

Grendene e Soprano entre as “Campeãs de Inovação” da Região Sul Gigantes farroupilhenses foram destacadas em pesquisa da Revista Amanhã, que listou as 50 empresas sulistas mais inovadoras

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novar, sem dúvida, é sempre preciso. Em períodos como o atual, inédito, de vivência de uma pandemia, essa é uma necessidade premente e que ganha relevância ainda maior. A Revista Amanhã apresentou, nesta semana, o resultado da 16ª edição da pesquisa “Campeãs de Inovação”, e relacionou as 50 empresas mais inovadoras do Sul. Entre as selecionadas, duas farroupilhenses: a Grendene, que ocupa o 11º lugar, e a Soprano, listada entre a 26ª e 50ª posição (veja relação ao lado). Para chegar a esse resultado, foram aplicados questionários na pesquisa, material processado na Central do IXL-Center, de Cambridge, nos Estados Unidos, a partir da ferramenta de metodologia do Global Innovation Management Institute (GIMI), que é uma organização global sem fins lucrativos criada por um time de executivos, acadêmicos e consultores especializados em inovação. O grupo auxilia pessoas, empresas e regiões a desenvolver competências em gestão da inovação de nível mundial através de padrões, métricas, protocolos de teste e certificações globais. Além de Farroupilha, a Serra aparece na análise com outras três empresas, todas caxienses. A Randon, em 4º lugar, a Fras-le, em 6º, e a Valeo Climatização do Brasil, entre a 26ª e a 50ª posição. Entre as 50 mais inova-

Divisão por Estados Rio Grande do Sul 28 empresas Santa Catarina 12 empresas Paraná 10 empresas

Divisão por municípios 9 empresas Porto Alegre 5 empresas Joinville 4 empresas São Leopoldo 3 empresas Caxias do Sul e Curitiba 2 empresas Farroupilha, Erechim, Igrejinha, Medianeira e São José

doras da região, o Rio Grande do Sul lidera de forma disparada, contando com 28 classificadas no seleto grupo, seguido por Santa Catarina, que tem 12 empresas no levantamento, e o Paraná, que apresenta 10 listadas. A líder é a catarinense Nidec Global Appliance, conglomerado japonês do ramo Eletromecânico que está sediado em Joinville.


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Divulgação

As 50 empresas mais inovadoras do Sul do Brasil

Posição / Empresa 1ª Nidec Global Appliance 2ª Whirlpool 3ª Usaflex 4ª Randon 5ª Dell Computadores 6ª Fras-le 7ª Lojas Renner 8ª Grupo Epavi 9ª Stara 10ª Prati, Donaduzzi 11ª Grendene 12ª AGCO do Brasil 13ª Intelbras 14ª Librelato 15ª Apetit Alimentação 16ª Cavaletti 17ª Coopercarga 18ª Primesa 19ª Florestal Alimentos 20ª Neodent 21ª Agibank 22ª Clinipam 23ª Docol 24ª Irani Papel e Embalagens 25ª Piccadilly Company

Em evidência Grendene e Soprano foram classificadas no restrito grupo de empresas que têm a inovação como norte de trabalho: dupla enaltece potencial empreendedor de Farroupilha em nova publicação da Revista Amanhã

Âncora Produções

Município (UF) Joinville (SC) Joinville (SC) Igrejinha (RS) Caxias do Sul (RS) Eldorado do Sul (RS) Caxias do Sul (RS) Porto Alegre (RS) Porto Alegre (RS) Não-Me-Toque (RS) Toledo (PR) Farroupilha (RS) Canoas (RS) São José (SC) Orleans (SC) Londrina (PR) Erechim (RS) Concórdia (SC) Medianeira (PR) Lajeado (RS) Curitiba (PR) Porto Alegre (RS) Curitiba (PR) Joinville (SC) Porto Alegre (RS) Igrejinha (RS)

Setor Eletromecânico Eletromecânico Couro e Calçado Automotivo Informática e Automação Peças e Acessórios Comércio Prestação de Serviços Máquinas Agrícolas Química Couro e Calçado Máquinas Agrícolas Eletroeletrônicos Máquinas e Equipamentos Refeições Coletivas Móveis Transporte e Logística Cooperativa de Produção Alimentos e Bebidas Saúde Serviços Financeiros Saúde Metais Sanitários Papel e Celulose Couro e Calçado

Do 26º ao 50º lugar não ocorreu distinção da posição Empresa Soprano BRF BRS Suprimentos CEABS Serviços Ciser Cocamar Agroindustrial Coopavel DBServer HT Micron Semicondutores ITS Group Killing Tintas e Adesivos Lar Agroindustrial Liderança Melnick Even Pasquini Confecções Peccin Perkons RGE Rôgga Empreendimentos Saque e Pague Softplan Taurus Armas Unicred RS Valeo Climatização Vibra

Município (UF) Farroupilha (RS) Itajaí (SC) São Leopoldo (RS) Curitiba (PR) Joinville (SC) Maringá (PR) Cascavel (PR) Porto Alegre (RS) São Leopoldo (RS) Porto Alegre (RS) Novo Hamburgo (RS) Medianeira (PR) São José (SC) Porto Alegre (RS) Blumenau (SC) Erechim (RS) Pinhais (PR) São Leopoldo (RS) Joinville (SC) Porto Alegre (RS) Florianópolis (SC) São Leopoldo (RS) Porto Alegre (RS) Caxias do Sul (RS) Montenegro (RS)

Setor Fechaduras e Ferragens Alimentos e Bebidas Tecnologia Informática e Automação Metalurgia Cooperativa de Produção Cooperativa de Produção Informática e Automação Informática e Automação Tecnologia Química Cooperativa de Produção Higiene e Limpeza Construção e Imobiliário Têxteis e Confecções Alimentos e Bebidas Informática e Automação Energia Construção e Imobiliário Comércio Tecnologia Metalurgia Serviços Financeiros Eletromecânico Tecnologia


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Revisão de benefícios na Previdência Social Alexandre S. Triches *

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uitas pessoas acreditam que somente é possível revisar um benefício da Previdência Social mediante propositura de uma ação judicial. Isso não é verdade. É possível propor revisões administrativas junto ao INSS. Para realizar o pedido, se faz necessário acessar o Meu INSS ou realizar um agendamento pelo telefone 135, justificar as razões do pedido e aguardar uma posição do órgão previdenciário. A resposta costuma demorar em torno de 7 a 10 meses, período necessário para que a Previdência decida sobre o requerimento de revisão. Os pedidos de revisão administrativa podem versar sobre os mais diferentes tipos de situações: averbar sentença de reclamatória trabalhista, reconhecimento de período rural, tempo de trabalho insalubre, período como aluno aprendiz ou serviço militar obrigatório e, até mesmo, tempo de atividade de trabalho não reconhecida pelo INSS. Em suma, toda a situação que não for considerada pelo INSS no processo de aposentadoria pode ser invocada no pedido de revisão, que nada mais é do que a possibilidade de uma reanálise do pedido pela autarquia. Claro que tal qual acontece corriqueiramente nos requerimentos administrativos junto ao INSS, nem sempre é possível obter parecer favorável do INSS, pois o órgão exige comprovantes específicos de cada atividade e um critério de legalidade estritamente vinculado aos regulamentos adminis-

trativos, os quais nem sempre estão atrelados à lei e à jurisprudência dos tribunais. A margem de flexibilidade do processo decisório no INSS, infelizmente, é muito pequena. De qualquer forma, se o requerimento de revisão for indeferido, é possível propor recurso da decisão, a qual será analisado pelo Conselho de Recursos da Previdência Social, órgão jurisdicional que tem como incumbência controlar as decisões do INSS. O órgão tem independência com relação ao INSS e pode ser um caminho viável para o reconhecimento do direito da revisão. A revisão administrativa pode ser proposta contra decisão de indeferimento do benefício. Ou seja, não apenas nas hipóteses em que o INSS deferiu a aposentadoria, por exemplo, será possível propor a revisão. Caso o benefício tenha sido indeferido e se constate que o órgão deixou de analisar fato ou documento fundamental para que tivesse se dado o deferimento, este pode ser apresentado por meio da propositura da revisão administrativa. Após análise do pedido de revisão, o INSS comunicará o resultado oficialmente ao interessado. Nos casos em que ficar comprovado o erro do INSS, será possível receber os valores retroativos. Um cuidado apenas se faz necessário: o prazo para postular a revisão administrativa é de 10 anos, contados do deferimento ou indeferimento do benefício. Após o transcurso desse período, não será mais possível promover qualquer tipo de contestação quanto ao requerimento administrativo. * Advogado e professor universitário


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É o fim do Simples Nacional ou há luz no fim do túnel? Imagem: Reprodução

André Felix Ricotta *

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om a criação do regime simplificado de apuração conhecido como Simples, foi dada a oportunidade às microempresas e empresas de pequeno porte optarem em recolher, mensalmente, e de forma unificada, os seguintes impostos e contribuições: IRPJ, CSLL, Cofins, PIS/Pasep, IPI e a contribuição previdenciária referente ao empregador, incidentes sobre o faturamento mensal e, ainda, através de convênios estaduais e municipais, pelo regime simplificado recolherem o ICMS e o ISS. A ideia inicial do Simples Federal, instituído em 1996, era criar um regime simplificado de tributação para facilitar as micro e pequenas empresas no exercício das atividades praticadas por esse seguimento de pessoas jurídicas, sendo estas as empresas que mais geram empregos no País. O objetivo foi suavizar o ônus provocado pela incidência de vários tributos, inclusive reduzindo o custo de conformidade e auxiliando a manutenção das mesmas no concorrido mercado. Vale lembrar que o tratamento diferenciado concedido para essas entidades por meio do Simples, instituído pela Lei nº 9.317/96, visava atender ao disposto nos artigos 170 e 179 da Constituição Federal, para que assim ocorresse a valorização à livre iniciativa e o incentivo à formação de pequenos empreendedores por meio de tratamento jurídico diferenciado, mais benéfico e com menor pressão fiscal. Posteriormente, veio a Lei Complementar nº 123/06, unificando todos os tributos, inclusive o ICMS e o ISS, ao regime do simples e tornando-se efetivamente um Simples Nacional. No entanto, as micro e pequenas empresas que realizavam operações mercantis sujeitas ao ICMS e tinham suas mercadorias no regime da substituição tributária deste imposto não teriam benefício ou redução alguma, pois na opção pelo Simples Nacional não há a exclusão do ICMS

devido na substituição tributária. Com isso, as empresas optantes do Simples suportavam e suportam a incidência total do ICMS, sem nenhum tratamento diferenciado. O mesmo acontece com as micro e pequenas empresas prestadoras de serviços em relação ao ISS, quando este estiver sujeito à retenção na fonte ou substituição tributária. A opção pelo Simples Nacional não exclui a incidência e o recolhimento do imposto sobre prestação de serviços nestas modalidades de tributação. Para piorar a situação tributária e fiscal das empresas optantes do Simples Nacional, aquelas que trabalham com a comercialização do pescado estão sendo cobradas do ICMS diferido na aquisição do produto, mesmo já tendo recolhido o ICMS através do regime simplificado. Tal exigência, na maioria das vezes, é indevida, pois as cobranças são realizadas com base no Regulamento do ICMS, desconsiderando a sistemática do diferimento e os dispositivos legais. Se vingar a injusta tese do pescado em favor das Fazendas Estaduais, poderá ser exigido o ICMS diferido de outros produtos do agronegócio, adquiridos para comercialização por empresas optantes do Simples Nacional. Ocorria que as micro e pequenas empresas optantes pelo Simples ainda tinham problemas, antes

da Emenda Constitucional 87/95, quando adquiriam mercadorias para revenda, matérias primas ou insumos advindos de outras unidades da Federação, a exigência do diferencial entre a alíquota interna com a interestadual, o famoso Difal. Esse assunto foi reconhecido como repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal e o julgamento iniciado pelo Pleno do STF. O relator do Recurso Extraordinário, ministro Edson Fachin, votou pela constitucionalidade da exigência, proferiram votos pela inconstitucionalidade da exigência do Difal do ICMS os ministros Alexandre de Moraes, Roberto Barroso, Carmen Lúcia e Ricardo Lewandowski. O julgamento foi interrompido devido ao pedido de vista dos autos do ministro Gilmar Mendes. Retornando o julgamento do processo e a tese do contribuinte sendo vencedora, fará coisa julgada que as micro e pequenas empresas devem ter tratamento tributário favorecido, segundo a Constituição Federal entre outras razões de decidir. Por isso, há luz no fim do túnel para que o Simples Nacional seja salvo e as micro e pequenas empresas optantes do regime não sofram exigências tributárias que desvirtuam o regime simplificado de apuração. * Advogado, professor de Direito Tributário, doutor e mestre em Direito Tributário pela PUC/SP


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Um discurso falacioso que vai de encontro à realidade A nova e interminável live do governador Eduardo Leite, que foi realizada na última segunda, onde apresentou as justificativas dos recursos apresentados para a troca de bandeiras no distanciamento controlado (confira matéria na Editoria de Política, página 16), teve sua parte inicial destinada à economia. O gestor estadual usou números para mostrar que o governo se preocupa com a questão e que a realidade não é assim tão trágica. Pois bem, embora em alguns dados demonstrados a situação realmente não esteja tão ruim quanto o Estado vizinho, Santa Catarina, que foi usado como parâmetro, ainda assim faltam motivos para comemoração. Leite quis demonstrar que sua preocupação com a saúde não está dissociada da economia, mas em dado momento da live ele soterrou toda a argumentação meticulosamente construída, e que acabou deixando bem claro seu viés ideológico. Trecho reproduzido abaixo. “Mas nós continuamos apostando nesse caminho (...) analisando os indicadores e os dados a gente consegue preservar as vidas, evitar um colapso do nosso sistema de saúde e, de outro lado, evitar um prejuízo ainda maior para a nossa economia, que não vai pesar no bolso do empre-

sário, mas no bolso das famílias de baixa renda, que perdem o emprego, a renda, perdem o pouco que tem”, comentou o governador. Do comentário é fácil depreender que, na visão do gestor, os empregos são gerados por um passe de mágica, os trabalhadores é que, apenas com sua força laboral, movem a economia, como se o empresário fosse o inescrupuloso que explora o funcionário e ganha fortunas às custas dos mais necessitados. Não foi um deslize, foi algo que Leite realmente acredita, pois sua conduta é alinhada à esquerda. Não foi um descuido porque, na prática, é isso mesmo que o governador tem feito. São vários os exemplos de empresas que acabaram, literalmente, expulsas do Estado, seja pela carga tributária escorchante, a falta de incentivos para empreender e a ausência completa de diálogo, que impede a chegada de novos investimentos, como no caso do Mercado Livre, que negociou durante um ano com o Palácio Piratini até que cansou e acabou levando o empreendimento para Santa Catarina, onde irá gerar cerca de 2 mil empregos. Inexiste problema em adotar determinada linha de discurso. O problema é quando ele se choca frontalmente

Índice Editorial

Matéria Especial .................................... Páginas 2 e 3 Editorial ...................................................Página 6 Opinião ......................................................Página 7 Saúde .........................................................Páginas 9 a 11 Economia ..................................................Página 12 Cidade ........................................................Páginas 13 e 14 Política .....................................................Páginas 15 a 17 Esporte .....................................................Página 19

Inside

Especial..................................................... Capa Crônicas da Redação ............................. Página 2 Primeiro Parágrafo............................... Páginas 2 e 3 Rita Rosa Baretta................................... Página 3 Social ........................................................ Páginas 4 e 5 Fabrício Oliboni ..................................... Página 6 Sétima Arte .............................................. Páginas 6 e 7 Paulo Roque Gasparetto ..................... Página 7 Horóscopo ............................................... Contracapa Classificados .......................................... 4 páginas

com a realidade. O problema é quando esta mesma realidade, por si só, desmascara, no campo prático, o que é alardeado no teórico. Falta humildade ao governador para reconhecer que seu modelo de distanciamento controlado não deu certo. Aliás, falhou miseravelmente. A política adotada sucumbiu nos dois campos a que se propôs atuar: na saúde não achatou curva alguma, empurrando o pico da pandemia para o auge do inverno, tampouco equipou a rede hospitalar (tendo em vista que a esmagadora maioria dos investimentos vieram da União) e, na economia, provocou uma falência em profusão de empresas, demissões em massa e a certeza, dos empreendedores (e isso é muito grave), de que não é recomendável investir no Estado. Essa é uma tragédia que trará muitos reflexos a já cambaleante economia estadual. Nesta semana, a Revista Amanhã publicou uma pesquisa em que listou as 50 empresas mais inovadoras da Região Sul, um dado importante e extremamente relevante, à medida que passamos por um período excepcional e, justamente por isso, a inovação é um porto seguro e uma marca que esses empreendimentos carregam que, se não os tornam imu-

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nes a crises, certamente mostram que estão preparados para enfrentá-las. Das 50 selecionadas, mais da metade estão no Rio Grande do Sul. São 28, ou seja, 56% das campeãs de inovação encontram-se em solo gaúcho e duas delas em Farroupilha, com a Grendene e a Soprano integrando a seleta relação (veja mais na Matéria Especial, páginas 2 e 3). O que mostra que há capital empreendedor e mão de obra qualificada no Estado, algo que deveria ser valorizado, mas não é. Na fala da última segunda, Leite mostrou, com todas as letras, o profundo desprezo e ojeriza que sente por quem empreende, por quem trabalha, por quem gera emprego e renda. Absurdamente, o governador parece não conseguir enxergar que essa expulsão de empresas do solo gaúcho também gera desemprego, fome, violência, caos social. Há muitos anos o Rio Grande do Sul deixou de ser uma região atraente para quem pretende apostar e investir. E a sequência de desastradas e reiteradas ações na área estão colocando, no Estado, um carimbo, uma marca, uma tatuagem de que investimentos não são bem-vindos e isso é algo que, infelizmente, não se reverte do dia para a noite.

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O perigo do EAD na infância Leonardo Torres * Diante da pandemia do coronavírus, não demorou muito para as universidades do Brasil adotarem um sistema 100% de educação a distância (EAD). Parece até que tudo já estava planejado. Já os colégios demoraram um pouco mais para se adaptar, mas sabendo que o nível de inadimplência das mensalidades aumentaria, também migraram para o EAD. Essa preocupação com o ônus da instituição, muitas vezes camuflada pela própria instituição como uma “preocupação com a educação da criança”, fez com que os colégios não pensassem em um modelo educacional adequado para crianças e jovens, duplicando os já existentes nas universidades. Isso é um problema: não se pode equivaler o que se aprende na infância (creche e escola) ao que se aprende na vida adulta (faculdade).

A infância é de suma importância para o desenvolvimento. Nela, o indivíduo aprende muito mais do que em uma faculdade, cujo conhecimento apreendido é mais específico. Neste momento inicial da vida, o indivíduo será apresentado à complexidade do mundo, da sociedade, da cultura, e por meio destas irá tecer a sua própria complexidade. Cada experiência que um indivíduo sofre nesta época o transforma de alguma forma: das boas aos traumas, dos sons aos gostos, do calor ao frio, etc... Reduzir as experiências da vida de uma criança pode ser crucial para o seu desenvolvimento. Parece que, se ela está segura diante dos aparelhos eletrônicos assistindo a uma aula online, ela não sofrerá com as adversidades da vida e isso será bom. Na realidade, assim como diz o ditado, “bons mares não fazem bons marinheiros”. Quanto mais experiências boas e ruins, mais um

indivíduo estará preparado para a vida. Experiências como ralar o joelho, não ganhar um jogo, brigar com um colega e ter que pedir desculpas podem trazer muito mais aprendizado do que qualquer outro meio de educação. Lembrando que experiências somente boas ou somente ruins unilateralizam o indivíduo e sua complexidade também é reduzida. Nesta crise pandêmica e em meio ao importante isolamento social, é quase impossível uma instituição promover atividades que demandem um relativo grau de complexidade das crianças, visto que a única solução atual de contato entre indivíduos tem sido o ambiente audiovisual, as redes sociais, a internet, etc... Ambiente este que reduz a experiência humana aos sentidos da audição e da visão. Colocar uma criança por horas diante de uma tela que promove conteúdos supérfluos e estimula a audição e a visão é viciar a

criança nos aparelhos eletrônicos; é transformá-las em usuários e não indivíduos. Nesta época tão importante do desenvolvimento infantil, é necessário que a criança fuja das telas e seja apresentada ao que é dor e alegria; ao azedo, amargo e doce; aos cheiros diversos; às texturas; à profundidade tanto do espírito (sujeito) quanto dos objetos. Os aparelhos eletrônicos poderiam, sim, ser uma ferramenta para os pais estarem em contato com os professores e combinarem direções e atividades para cuidar e ensinar as crianças, e até para as crianças matarem a saudade dos amigos e dos professores. Falta ainda pensar e repensar esse sistema educacional infantil com a real preocupação no aprendizado da criança.

Instituições trabalham colaborativamente, procurando entender como o covid-19 atua na célula, ensaiando e produzindo fármacos para combatê-lo. Editoras científicas disponibilizam seus acervos e agilizam a publicação de estudos. Ou seja, a ciência nunca se moveu tão rapidamente. Em termos globais, há 136 distintas vacinas contra o novo coronavírus em desenvolvimento. O Instituto Butantan e a Unifesp, em parceria com laboratórios internacionais, iniciam, em breve, ensaios clínicos de duas delas. Dentre os medicamentos, há mais de 1,5 mil em andamento no mundo. Desde o início da pandemia, os institutos, universidades, empresas, mídia e grupos de pesquisa brasileiros mobilizaram-se num esforço de integração transdisciplinar e interinstitucional, dentro e fora do País. Redefiniram-se planos de estudos e agências como a Fapesp destinaram fundos para projetos emergenciais. Isso permitiu diálogo científico de alto nível e participação do País em esforços internacionais. Simultaneamente, porém, revela-

ram-se nossas deficiências na estrutura hospitalar, na notificação epidemiológica e nos recursos disponíveis. Isso deixou ainda mais claro o importantíssimo papel da ciência e de nossas instituições de pesquisa, que reagiram com agilidade ao desafio, mostrando por que é essencial manter um sistema sólido e internacionalizado na área, o que exige políticas de longo prazo e continuidade de financiamento público. A ciência é hoje grande protagonista: pauta o debate, propõe formatos para fomento de P&D e deve balizar políticas públicas. É essencial compartilhar o conhecimento que gera com a sociedade para que, informada, ela não fique refém de afirmações distorcidas e fake news e não permita a politização da saúde e do medicamento, como demonstra o seguinte exemplo: a ausência de pesquisas que evidenciem efeitos preventivos da cloroquina e a desinformada solicitação dela lembram a situação de quando a USP foi obrigada, por decisão judicial, a produzir e distribuir fosfoetanolamina para tratamento do câncer, o que – já

se sabia – era ineficaz. A decisão foi revogada, mas custou caro. O covid-19 deixará marcas e impactará o futuro. Ainda não sabemos como. Porém, temos consciência de que, diante de problemas cada vez mais globais, como pandemias, questões ambientais e de segurança, será crescente a importância da interdisciplinaridade, da internacionalização e da colaboração mundial. Ao lado disso, o diálogo com a sociedade será a contraparte de políticas públicas solidamente apoiadas na melhor ciência. Talvez, então, se possa acreditar que as transformações que o novo coronavírus está exigindo quanto ao modo de fazer ciência e de divulgá-la representem um bem-vindo anúncio do futuro que veio para ficar.

* Professor e palestrante, doutorando em Comunicação e pós-graduando em Psicologia Junguiana

Covid-19, ciência, sociedade e políticas públicas Franco M. Lajolo * A emergência relativa ao covid-19 reforça a importância da pesquisa científica, uma das mais poderosas formas de gerar conhecimento, cada vez mais essencial para entendermos o mundo e vivermos melhor. Exemplos disso são as vacinas, as respostas à necessidade de produzir alimentos para os mais de 7 bilhões de habitantes da Terra, a redução das doenças e o bem-vindo aumento da longevidade. É importante que a sociedade esteja consciente desse papel, o que requer, dos cientistas, esforço grande de comunicação, visando elaborar informação séria e compreensível para além do restrito círculo dos seus pares. A construção de um sistema de ciência e de tecnologia leva tempo e requer recursos de maneira sustentável, o que – infelizmente – não tem sido uma constante no Brasil. Em épocas de crise, como agora, fica cada vez mais visível a importância da pesquisa e do conhecimento. Cientistas estão se mobilizando como nunca.

* Graduado em Farmácia Bioquímica, doutor em Ciência dos Alimentos e pós-doutor pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Professor emérito da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP)



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Fonoaudiologia no desenvolvimento infantil Divulgação

Daniela P. Panegaz *

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linguagem é considerada a primeira forma de socialização da criança. É através dela que a criança tem acesso à língua nativa, desde os primeiros meses já diferencia de línguas estrangeiras, mesmo antes de aprender a falar. À medida que a criança se desenvolve, seu sistema sensorial incluindo a visão e audição tornam-se mais refinados e ela alcança um nível de fala que é o canal que viabiliza a expressão da linguagem, corresponde à realização motora da linguagem, ou seja, a maneira de articular os sons das palavras (incluindo a voz e a fluência). Durante o primeiro ano de vida, muitos fatores podem influenciar no bom desenvolvimento da fala de uma criança, como: amamentação no peito, a interação e um bom vínculo dos pais, a estimulação do desenvolvimento físico, emocional e cognitivo do seu filho através de brincadeiras, ouvir músicas, contar histórias entre outras. Todos estes fatores favorecem o processo de aquisição da fala, pois é ouvindo e interagindo com o ambiente ao seu redor que o bebê aprende a simbolizar e dar significado às coisas. Os primeiros anos de vida da criança constituem uma etapa do desenvolvimento caracterizada por aquisição de novas funções, habilida-

Todo o potencial Daniela com o paciente Vicente Andrade Portolan, que encontra-se sem a máscara para a execução de exercícios miofuncionais

des e pela plasticidade cerebral. Nessa fase ocorrem grandes avanços nas áreas: motora, cognitiva e social, assim como a aquisição e domínio da linguagem, que são essenciais para o desenvolvimento global e a aprendizagem da criança. No desenvolvimento da linguagem, duas fases distintas podem ser reconhecidas: a pré-linguística, que inicia ao nascimento e segue até os 12 meses, aonde nos primeiros três meses de vida a comunicação com as pessoas

ao seu redor é basicamente através de variações do choro e dos sons emitidos, a criança reage à fala humana com sorrisos, olhares, vocalizações, aonde apresenta atenção ao som. A partir do quarto mês de vida, a criança passa a emitir mais sons, mexendo a boca e variando a voz, como se ela estivesse preparando-se para as primeiras palavras que em breve iniciarão. No sétimo e próximos meses, passam a ser mais frequentes as produções de consoantes e vogais em sílabas em junções ainda

sem significado, como “mamamama”. O balbucio é uma parte importante para a preparação da linguagem falada. Nesta fase também começam a usar gestos (apontar) para o que desejam (combinação de sons e gestos). Logo a seguir, quando a criança começa a falar palavras isoladas com compreensão, (“papá”, “mamã”, “da”), por volta do primeiro ano de vida, temos a fase linguística, aonde demonstra atenção para as situações de comunicação e intenção comunicativa. Entre 12 e 18 meses, há um aumento rápido da compreensão e da fala, após os 18 meses começam as combinações de duas palavras (“mã au-au”: como se dissesse “mamãe olha o cachorro”) e entendem ordens simples do dia a dia. Aos 2 anos aparecem as primeiras frases com 2 a 3 palavras, as quais já identificam as partes do corpo e nomeia figuras. Com 2 anos e meio produz frases com 3 a 4 palavras, como por exemplo: “esse meu bola” ou “eu comeu tudo bolo”. Já no final do segundo ano, ocorre a explosão do vocabulário, ou seja, a aquisição de novas palavras. Ao completar 3 anos, a criança consegue repetir partes de uma história que lhe foi contada, produz frases com 4 a 5 palavras. Inicia, mantém uma conversação, mas não por muitos turnos, canta canções/músicas infantis. Já aos 4 anos é capaz de elaborar frases com 5 a 6 palavras, faz perguntas “quem?, por que?”, narra uma história conhecida sem ajuda do outro, reconhe-

ce cores, formas geométricas. Nos seus 5 anos define objetos, conta histórias, usa corretamente os principais tempos verbais (passado, presente e futuro), pede informações, já tem um conhecimento de mais de 6 mil palavras. Chegando à idade dos 6 anos, já começa a produzir corretamente a maioria dos sons da fala, relatando os fatos e mantendo uma “conversa” com o adulto, inventa histórias com coerência e consegue produzir cerca de 10 mil palavras. Após essa fase, a criança seguirá evoluindo na complexidade da expressão da fala. Se você tem dúvidas se o desenvolvimento da fala e da linguagem do seu filho está adequado ou não, não hesite em procurar um profissional especializado para uma avaliação. Uma criança com dificuldade no desenvolvimento da fala pode e deve receber ajuda! E com ajuda, elas podem, sim, ter ganhos ou atingir o melhor potencial possível. Fiquem atentos e procurem orientação especializada.

Saiba mais

Na clínica Neurocrescer você encontrará as informações técnicas com especialistas em diversas áreas. Poderá ainda tirar suas dúvidas, com a fonoaudióloga Daniela P. Panegaz através dos nossos contatos: telefone (WhatsApp 54 996.593.109) ou e-mail: neurocrescerfisioterapia@gmail.com * Fonoaudióloga


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Doenças sexualment idosos Juliana Hoeckele *

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onsidera-se o envelhecimento como um fenômeno relativo ao processo da vida, assim como as demais etapas do desenvolvimento humano, como a infância, a adolescência e a maturidade, sendo o envelhecimento marcado por mudanças biopsicossociais específicas, associadas à passagem do tempo. Porém, verifica-se que este fenômeno varia de pessoa para pessoa, podendo ser determinado geneticamente ou ser influenciado pelo estilo de vida, pelas características do meio ambiente e pela situação. Com o estabelecimento da Constituição Federal de 1988, os direitos relacionados à saúde já puderam ser instaurados e preconizados pela lei: “Art. 6º: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. Diversos são os direitos especificamente dos idosos, como previsto pela Lei Nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, o conhecido Estatuto do Idoso. Esta lei foi criada com o intuito de regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. O Brasil tem, atualmente, mais de 28 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, número que representa 13% da população do País. E esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada em 2018

pelo IBGE. Os dados também apontam aumento com relação aos números de 2010, onde o Censo apontou que havia 20,6 milhões de idosos no País. O aumento da população idosa é uma conquista da humanidade, porém, esta realidade traz consigo uma situação extremamente preocupante, pois, na mesma proporção, ocorre um aumento significativo da incidência de doenças crônicas e incapacitantes, que exigem cuidados constantes, pioram com o tempo e não têm cura (ainda).


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te transmissíveis em Imagem: Reprodução

17,8/100.000 habitantes em 2018, configurando um decréscimo de 16,8%; essa redução na taxa de detecção tem sido mais acentuada desde a recomendação do ‘tratamento para todos’, implementada em dezembro de 2013”. Para a população acima dos 60 anos de idade, no Brasil, “o número de casos de Aids cresceu vertiginosamente nos últimos anos, sendo que entre 1980/2001 o número de pessoas com mais de 60 anos com diagnóstico de Aids foi de 5.410 e entre 2002/2014 foi de 17.861. Esses dados apontam que no período de 21 anos houve uma variação média de 257,61 casos por ano, enquanto no período subsequente de 12 anos essa variação subiu para 1.488,41 casos por ano, o que corresponde a uma variação de 577,77%”. Observa-se, portanto, uma necessidade cada vez maior de ampliar-se a abrangência de campanhas de prevenção para o HIV/Aids e todas as demais doenças sexualmente transmissíveis entre a população idosa. Amor e sexo não têm idade para acontecer! E as DSTs também não! Previna-se! Use camisinha! Os preservativos masculinos e femininos são distribuídos gratuitamente em qualquer serviço público de saúde. Caso você não saiba onde retiráNa população em geral, os dados do -los, ligue para o Disque Saúde 136. Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde, de 2019, apontam Saiba mais que “no Brasil, em 2018, foram diagEntre em contato e obtenha mais infornosticados 43.941 novos casos de HIV e mações. Que você e seus familiares pos37.161 casos de Aids, com uma taxa de sam ter um envelhecimento saudável! detecção de 17,8/100.000 habitantes (2018), totalizando, no período de 1980 * Psicóloga (CRP 07/28763), a junho de 2019, 966.058 casos de Aids pós-graduanda em Saúde do Idoso detectados no País. Desde o ano de 2012, e Gerontologia e Concierge de Idosos observa-se uma diminuição na taxa de de- WhatsApp: (54) 99988.6642 tecção de Aids no Brasil, que passou de E-mail: juli_hoeckele@hotmail.com 21,4/100.000 habitantes (2012) para Redes Sociais: @psicologajulianahoeckele


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EXPANSÃO

Planeta Água inaugura seu novo Centro Administrativo Atuando há 18 anos no mercado farroupilhense, indústria de filtros e purificadores de água amplia capacidade produtiva

Projeção da empresa é de alcançar todos os objetivos propostos para o ano A estimativa é que a Planeta Água encerre 2020 com todas as metas alcançadas, tendo em vista que nos primeiros seis meses do ano o resultado já foi positivo. No segundo trimestre, a empresa teve um amento de 9% no faturamento em relação

De olho no futuro Planos de expansão foram mantidos, apesar da pandemia

ao mesmo período do ano passado. Ainda foram conquistados 110 novos clientes, mesmo com parte do setor produtivo nacional praticamente fechado por conta da crise sanitária. O compromisso social também entrou na conta. “Quando a pandemia começou tivemos que optar pela continuação da obra ou não, mas o que determinou a sequência foi a coragem, a fé, a es-

perança. O que impactou na tomada de decisão também foi a questão de consciência social mesmo. Tínhamos profissionais já contatados para os serviços e, se parássemos a obra, essas pessoas sairiam perdendo em um momento que é muito delicado. Claro que muitos ajustes necessitaram ser feitos em todas as áreas, mas nossas estratégias estão funcionando”, finalizou Pergher.

Marketing Planeta Água

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pandemia do coronavírus trouxe muitas dificuldades para a grande maioria das empresas, mas não para todas. Alguns empreendimentos tiveram condição de adotar medidas anticíclicas e, com isso, sedimentaram ainda mais seu lugar no mercado. A Planeta Água é um exemplo e está ampliando sua atuação. Com uma cadeia produtiva prestes a bater a marca de 120 funcionários, a empresa farroupilhense, localizada no bairro São Roque, precisou ampliar o espaço de produtividade, pois o dinamismo dos negócios cresceu. Desta forma, dois novos pavilhões deram vida ao novo Centro Administrativo, a filial da Planeta Água. São praticamente 600 m² distribuídos em recepção, salas de reunião, showroom, além de contar com ambientes amplos que acomodam os setores de marketing, RH, comercial, financeiro, fiscal, tecnologia da informação, compras e diretoria. “É na crise que vemos quais empresas fizeram o tema de casa, se planejaram, arriscaram e garantiram uma base sólida”, frisa o diretor Leandro Pergher, destacando que a medida de expansão foi necessária e gerou mais de 15 contratações para atender a nova demanda. A meta da Planeta Água é buscar novas oportunidades e se consolidar ainda mais. O investimento no espaço e a busca constante por novas tecnologias, neste contexto, são fundamentais.


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SOLIDARIEDADE

Sesc em ação social Cine Drive-In foi um sucesso e contabilizou 350 quilos de alimentos doados em campanha de arrecadação do programa Mesa Brasil, que segue até o fim do mês Juniko Bondan

Nostalgia solidária Participantes do Cine Sesc Drive-In colaboraram com 350 quilos de alimentos que serão utilizados para a montagem de cestas básicas para famílias carentes

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1ª edição do Cine Sesc Drive-In, que ocorreu na última sexta, no Largo Carlos Fetter, superou a expectativa dos organizadores. Foram cerca de 560 pessoas distribuídas em 140 veículos e uma arrecadação de alimentos não perecíveis que chegou a 350 quilos, que serão repassados a famílias em situação de vulnerabilidade social. O evento teve a Prefeitura como parceiro e contou com o apoio do Sindilojas e Senac. Os donativos apenas reforçam a campanha Programa Mesa Brasil Sesc, de doação de alimentos organizada pelo Sesc Farroupilha e que vai até o fim deste mês. Estão sendo arrecadados mantimentos como arroz, feijão, óleo de soja, macarrão, espaguete, molho de tomate pronto, farinha de milho, massa para bolo, farinha de trigo, açúcar e café para a montagem de 115 cestas básicas para auxiliar famílias que estão passando por dificuldades por conta da

pandemia. Quem tiver interesse em colaborar com o Mesa Brasil Sesc pode levar os alimentos até o Sesc Farroupilha (Cel. Pena de Moraes, 320), das 8h às 20h. Para grandes contribuições a equipe pode fazer a coleta dos alimentos mediante agendamento pelo fone (54) 3261-6526.

Medida Sesc A Unidade Farroupilhense também está com o “Medida Sesc”, um programa online para cuidar da saúde e qualidade de vida. Os participantes farão parte de um grupo exclusivo com treinos diários e dicas nutricionais, com conferência dos resultados, a partir da avaliação no início e final do programa. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 e os valores ficam bem em conta, em R$ 40,00 para comércio, serviços e empresários, e R$ 60,00 para o público em geral. Na contratação do segundo mês, há ainda desconto de 20%. Mais informações pelo fone 3261-6526.

Obituário 9 de julho * Claudio de Lima, 68 anos. Sepultamento no Cemitério Público Municipal (CPM). 10 de julho * Jaqueline Lumbieri, 42 anos. Sepultamento no Cemitério de Nova Vicenza (CNV). 11 de julho * Juvedino Panassol, 86 anos. Sepultamento na Capela Mortuária de São Marcos (1º Distrito). 12 de julho * Zeferino Pozzer, 68 anos. Sepultamento no CNV; * Waine Breitenback, 84 anos. Memorial Crematório São José, em Caxias do Sul. 13 de julho * Marlene V. S. de Souza, 85 anos. Sepultamento no CPM. 14 de julho * Atilio Dalzochio, 79 anos. Sepultamento no cemitério da comunidade de Monte Bérico (3º Distrito). 15 de julho * Josefina Spinelli, 85 anos. Sepultamento no cemitério da comunidade de Nova Milano (4º Distrito).

Alguém quer me adotar? Divulgação

A figura ao lado é o Biscoito. Um cãozinho macho, de 3 anos, brincalhão, dócil e que procura por um lar. Ele está em Farroupilha e a família que desejar adotá-lo pode manter contato pelo fone (54) 991.390.594, com Ju.


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QUATRO MESES DE PANDEMIA

Farroupilha contabiliza oitavo óbito e recuperados se aproximam dos 90% Município registra mais dois falecimentos por covid-19 na semana, em compensação casos ativos têm redução expressiva

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semana não foi das melhores no município no que diz respeito ao coronavírus. A cidade registrou mais dois falecimentos por covid-19, elevando o número de óbitos para oito, o mais recente ocorrido na madrugada de quarta, de uma mulher de 85 anos que estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Beneficente São Carlos (HBSC) desde o dia 22 de junho. Em compensação, o número de farroupilhenses recuperados da doença avança a passos largos e se aproxima dos 90%. São 499 livres do vírus (87,54%). Com isso, os ativos baixaram para 63 (11,05%), que totalizam os 100% com os oito óbitos (1,4%). Dos que ainda estão com o coronavírus, 63, a grande maioria está cumprindo isolamento domiciliar: são 61, com apenas duas

Os números de Farroupilha

Casos confirmados: 570 Casos recuperados: 499 (87,54%) Casos ativos: 63 (11,05%) Em isolamento domiciliar: 61 Hospitalizados: 2 em leito clínico Óbitos: 8 (1,4%) Casos descartados: 1.437 Casos monitorados: 177

hospitalizações e ambas em leitos clínicos, sem mais nenhum farroupilhense internado em UTI, algo que há muito tempo não se via. A Secretaria da Saúde segue adotando a política de busca ativa, o que justifica o número ele-

vado de casos, que passam de 2 mil, chegando à marca de 2.007 farroupilhenses, o que corresponde a cerca de 2,8% da população. A maior parte, 71,6% testou negativo para o covid. Dos testes aplicados, via Laboratório Central (Lacen) do Estado e rápidos, 28,4% testaram positivo. Os casos monitorados apresentam, nos últimos dias, pouca variação e estão em 177 no momento. Neste sábado completam-se quatro meses do primeiro caso de coronavírus registrado no município, ocorrência verificada na Vila Jansen. Desde então, Farroupilha tem se notabilizado pela alta testagem na tentativa de controle da pandemia, obtendo relativo sucesso na prática. Confira números pormenorizados da cidade ao lado, dados que devem ser atualizados no Boletim Epidemiológico que será divulgado pela prefeitura nesta sexta pela manhã.


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ALIANÇA SUPRAPARTIDÁRIA

Movimento parlamentar serrano une forças no combate ao covid-19 Campanha “Serra Gaúcha, unida contra o vírus” foi lançada na terça à noite, na página do Facebook dos deputados da região maior sobre o coronavírus. Além da saúde, ponto que norteia a ação, há uma preocupação dos deputados também com a economia da região e uma das frentes do trabalho é incentivar o consumo local, buscar apoio dos bancos estaduais e da Bancada Gaúcha em Brasília, em ações conjuntas para acesso a linhas de crédito e financiamento, estimulando, desta forma, o desenvolvimento da economia serrana. A campanha também foi abraçada por outras lideranças e entidades regionais como a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICS Serra), Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc), Associação dos Municípios de Turismo da Serra (Amserra) e Associação dos Municípios dos Campos de Cima da Serra (Amucser).

Anderson Barros

U

ma live realizada na terça à noite, na página do Facebook dos deputados serranos, deflagrou o início da campanha “Serra Gaúcha, unida contra o vírus”. Além do trabalho regular do mandato, Fran Somensi (Republicanos), Carlos Búrigo (MDB), Elton Weber (PSB), Neri Carteiro (Solidariedade) e Pepe Vargas (PT) estarão mobilizados em ações que buscam auxiliar no combate à pandemia. A iniciativa contará com vídeos motivacionais, cards e conteúdos disponibilizados nas redes sociais dos parlamentares serranos e das entidades que estarão engajadas com a causa, reforçando as orientações de cuidado, higiene e prevenção e demonstrando que é possível achatar a curva de casos na Serra com atitudes simples, que permitam um controle

Pela Serra Pepe, Weber, Fran, o governador Eduardo Leite, Neri e Búrigo, em foto feita no ano passado, no Palácio Piratini: mobilização regional busca estratégias para debelar de vez a pandemia


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SITUAÇÃO DELICADA

Uma semana de bandeira vermelha çã du ro ep :R em

de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Serra, que estariam sendo habilitados pelo Ministério da Saúde. Seriam 18 ao todo: cinco em Bento Gonçalves, cinco em Caxias do Sul e oito em Vacaria. Até o encerramento desta Edição, contudo, eles ainda não estavam contabilizados no levantamento estadual. A expectativa da região é que, com a inclusão desses novos leitos de UTI, a capacidade de resposta serrana à pandemia melhore e, com isso, haja a possibilidade de retorno à bandeira laranja nesta sexta, quando acontece uma nova rodada de classificação. Ao longo dos últimos dias, os números permaneceram estáveis, o que reforça a importância ainda maior do incremento dos leitos para a nova análise.

ag

gelo tiveram situação revisada e, com isso, permaneceram na bandeira laranja. Além da Serra, Cachoeira do Sul, Passo Fundo e Taquara ficaram na vermelha. Não houve alteração nas outras regiões. Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Palmeira das Missões e Pelotas, que estavam com a classificação mais restritiva, permaneceram na bandeira vermelha, ao passo que Bagé, Ijuí, Lajeado, Santa Maria e Uruguaiana ficaram na laranja, que é considerada de médio risco para o coronavírus (confira o mapa que vigorou de terça a sexta desta semana ao lado). Na live em que avaliou os pedidos de reconsideração (foram 63 ao todo), o governador falou sobre o aumento

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esta vez, o recurso elaborado pelo Observatório Regional de Saúde, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), não foi aceito pelo governador Eduardo Leite, fato que fez com que a Serra ingressasse, a partir da 0h da última terça, na bandeira vermelha, que impõe sérias restrições à economia, especialmente com o fechamento do comércio classificado como não essencial. Se no levantamento prévio, da última sexta, 15 regiões do Estado se encontravam nesta condição, no pedido de reconsideração esse número baixou para 10, já que as regiões de Cruz Alta, Erechim, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa e Santo Ân-

o

Com indeferimento do recurso da Amesne por parte do Estado, Serra teve que lidar com sérias restrições ao setor produtivo desde a última terça

UTIs do Hospital Beneficente São Carlos

No começo da próxima semana o governo do Estado fará uma nova licitação em busca de equipar os 10 leitos de UTI para o HBSC a partir de recursos recebidos do Ministério Público (MP), que destinou R$ 1,7 milhão à instituição hospitalar farroupilhense. Com os dois leitos habilitados pelo Ministério da Saúde na última semana, o São Carlos dobrou sua capacidade de atendimento desde o início da pandemia, saltando de 10 para 20 leitos. No fechamento desta Edição, 13 (65%) estavam ocupados.


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Basta de ‘passar pano’

Imagem: Reprodução

Enquanto o governador Eduardo Leite não ouvir um questionamento à sua política batizada de “distanciamento controlado”, é bem provável que ele seguirá colorindo o mapa do Rio Grande do Sul até o Natal. A extrema imprensa está cooptada por gordas verbas publicitárias, a Assembleia está inerte e os chefes do Executivo de grandes cidades, que poderiam fazer pressão, estão ou ao lado de Leite ou não tem o menor entendimento do tamanho e da representatividade do cargo que ocupam. Nelson Marchezan Júnior, prefeito de Porto Alegre, é tucano como o governador e está alinhado ao seu estudo bizarro. Flávio Cassina, o prefeito de Caxias do Sul, não tem boca pra nada. Paula Mascarenhas, a prefeita de Pelotas, que sucedeu Leite, diz amém para tudo que o governador faz.

O que se espera é que o discurso conciliatório de Pedrozo seja apenas para a torcida e que, nos bastidores, o governo do Estado seja cobrado pela destinação dos leitos a que o São Carlos tem direito. A falta de uma oposição faz o governador ter a certeza de que sua gestão é perfeita, impedindo que enxergue a realidade da maioria dos gaúchos, que não vive de dinheiro público e nem mora em Palácios. O povo, que não é ouvido e tem sua manifestação sufocada pela extrema imprensa, é o único que se levanta contra a destruição econômica e a supressão de liberdades individuais a que tem sido submetido, numa clara afronta aos princípios mais elementares e básicos que são consagrados na Constituição Federal. Infelizmente, a sociedade gaúcha está lutando sozinha neste combate e segue ignorada pelo Legislativo estadual (que foi eleito por ela para defender seus interesses) e pela imprensa militante.

Basta de ‘passar pano’ II

Caberia aos prefeitos dos municípios médios se insurgir contra essa política catastrófica de bandeiras que está arruinando por completo a economia do Rio Grande do Sul, mas ninguém tem peito suficiente para, não afrontar o governador, mas sequer cobrar dele pelo menos uma revisão de sua conduta. Em lives, o prefeito Pedro Pedrozo tem destacado que Leite tem feito tudo que está a seu alcance e que o governo municipal não irá entrar em confronto com o Estado. Em primeiro lugar, não é verdade que o governador está fazendo o que está a seu alcance, fez é muito pouco durante quatro meses. Em segundo lugar, não é confrontar o governo estadual exigir que ele equipe os 10 leitos de UTI a que o Hospital Beneficente São Carlos (HBSC) tem direito, a partir de recursos destinados pelo Ministério Público (MP) à instituição hospitalar farroupilhense, que totalizam R$ 1,7 milhão, valor que está parado no cofre do Estado há 110 dias e que foi Capa da Edição passada do Jornal Informante, reproduzida ao lado.

Basta de ‘passar pano’ III

Travando o bom combate

A pauta nº 1 do movimento: que tal?

Os cinco parlamentares da região lançaram, nesta semana, a campanha “Serra Gaúcha, unida contra o vírus”. O que se espera é que não seja um movimento para pedir que o pessoal utilize álcool gel, lave as mãos e use máscara, mas que atue de forma a cobrar do governador a tão propalada estrutura do sistema de saúde, já que pouco foi feito pelo Estado para melhorar a situação. A primeira bandeira a ser defendida podia ser a da aquisição dos 10 leitos de UTI para o hospital farroupilhense, já que o MP destinou R$ 1,7 milhão para isso, um valor que hiberna nos cofres estaduais há 110 dias.

Pelo menos a Câmara de Vereadores tem se posicionado de forma contrária à conduta de Leite. Uma Moção de Apoio ao Movimento Popular de munícipes de Santa Clara do Sul, que considera as medidas adotadas pelo gestor estadual como insensatas e radicais, foi aprovada nesta semana no Legislativo, apresentada pelo PDT e apoiada por todas as bancadas. Entre outros pontos, o documento critica o distanciamento social destacando que os quatro meses de restrições não foram suficientes para um planejamento eficaz e que todo trabalho que provê o sustento familiar é essencial, além de citar que a política adotada afronta a Constituição. “Conclui-se que é urgente e imprescindível a adoção pelo Poder Executivo de medidas plausíveis que atendam a sociedade gaúcha como um todo, reativando a economia sem descuidar da saúde”, finaliza o documento.



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Retomando o ritmo

Técnico Luciano Almeida e, principalmente o preparador físico Rafael Dos Santos, têm tido muito trabalho nesta pré-temporada fora de época das gurias rubro-verdes

Ramon Cardoso

BRASIL FEMININO

Afinados Luciano e Brasa fazem um trabalho coordenado na retomada das atividades das gurias rubro-verdes: muitas variáveis em um cenário que ainda é incerto e nebuloso

Brasil Feminino

A

s duas semanas de volta aos treinos permitiu que as gurias rubro-verdes começassem a tirar a pandemia do corpo depois de 110 dias de paralisação das atividades. Como uma pré-temporada regular, os trabalhos estão mais voltados à parte física, a cargo do preparador Rafael Dos Santos, o Brasa, contratado nesta retomada, mas muitas ações são feitas com

bola, o que permite ao técnico Luciano Almeida estar com as atletas mais ambientadas assim que os trabalhos puderem ser intensificados. “O grupo estava em um nível comparado ao retorno de férias. Mas em poucos treinos conseguimos melhorar visivelmente o nível aeróbico. Retornamos com bola antes do previsto. Isso é bom porque demonstra uma evolução muito rápida. Agora o trabalho vai aumentar em intensidade, se não tivermos que parar”, salientou o preparador físico. Mesmo que o município permaneça na bandeira vermelha nesta sexta, os trabalhos individuais devem continuar, até porque o Gauchão retorna na próxima quarta e as equipes estão treinando normalmente. “Algumas atletas terão um acompanhamento individualizado para aprimorar mais a questão física, aí em

parceria com nossa nutricionista (Fernanda Werberich) e nossa psicóloga (Luana Menosso). Nesse momento, o extracampo tem muita relevância para a sequência do trabalho”, comentou Brasa. Havendo a troca de bandeira nesta sexta, com o retorno à laranja, a tendência é que a evolução seja acelerada, se encaminhando para uma carga cada vez menor de físico e passando a aumentar os trabalhos de ordem tática e técnica. A CBF sinalizou a intenção de regressar com o Brasileirão Série A2 no final de setembro. “Espero que logo possamos ter a autorização para retomar os trabalhos coletivos. Será o próximo passo. Com esta evolução física, se não liberarem os treinos com contato nas próximas semanas, ficaremos estagnados e teremos que frear um pouco a evolução individual das atletas para que elas

continuem nos trabalhos integrados”, ressaltou o preparador físico, demonstrando preocupação com um possível recrudescimento das restrições, algo que dificilmente deve acontecer. Os treinamentos, por ora, ficaram acima das expectativas iniciais. “As atividades têm sido ótimas, muito proveitosas. Nossa retomada está sendo gradual conforme as bandeiras. Era esperado que a parte física delas estivesse abaixo, algo natural. Estamos trabalhando basicamente a questão física, mas ao mesmo tempo estamos intercalando treinos físicos e técnicos, com bola, até para a gente poder ganhar tempo. Quanto à parte de coletivos precisamos ter uma data de retorno para realizarmos os treinos táticos visando as partidas, mas acredito que não deve demorar muito”, aposta o técnico Luciano.


Marketing Planeta Água

INSIDE

Rafael, Bruno, Renan e Vinícius abrem o fim de semana com apresentação a partir das 20h com direito a novas músicas autorais, as clássicas da banda e alguns covers Capa

CIDADE

Sesc Farroupilha aberto à solidariedade

Campanhas recolhem alimentos à população necessitada Página 13 SÉTIMA ARTE

Chileno estreia drama que dilacera a alma

Premiado no Festival de Tribeca, diretor Gaspar Antillo mostra Pandemia fez Planeta Água rever alguns processos, mas um belo cartão de visita em “Ninguém Sabe que Estou Aqui” não impediu plano de expansão da empresa, que acaba de inaugurar novo e moderno Centro Administrativo Página 12 Inside, páginas 6 e 7

Nic Fonseca Photography

Sexta roqueira ao Atuando na contramão da crise som da Red Vinyl ECONOMIA


Primeiro Parágrafo

O americano Daniel Polansky e uma distopia que encontra ressonância na realidade: no curso de adaptação à telona Páginas 2 e 3

Inside

Social

As ações beneficentes que rolaram na cidade ao longo da semana são destaque na Coluna de Valéria Vettorazzi Páginas 4 e 5

MÚSICA

Rock para abrir o fim de semana Farroupilhense The Red Vinyl Strings apresenta live com novidades, clássicas da banda e alguns covers

C

Nic Fonseca Photography

om o isolamento social e a falta de contato presencial entre banda e artista, as lives tomaram conta e se tornaram um símbolo da quarentena. A banda farroupilhense The Red Vinyl Strings e o estúdio K’Sound entraram na onda e farão uma transmissão nesta sexta, às 20h, no YouTube (Studio K’Sound). Para animar a noite, a banda apresenta no repertório novas músicas autorais, como “Good Guys” e “Over You my Boy”, além das já conhecidas pelo público que acompanha a Red Vinyl, como “Stay by the Door”, “Honey” e “One or Two”. No setlist, também vão rolar alguns covers do universo indie e garage rock. A banda surgiu em setembro do ano passado e é formada por Bruno de Souza no baixo e vocal, Rafael Gasperin e Renan Bassotto na guitarra, e Vinícius Rapkiewicz na bateria. Mais sobre o grupo pode ser conferido no endereço eletrônico https://www.instagram.com/redvinylstrings/.

Programe-se O que: live da The Red Vinyl Strings, no canal do YouTube da K’Sound Studio Quando: nesta sexta, às 20h Onde: transmissão pelo www.youtube.com/StudioKsound

Red Vinyl Bruno, Rafael, Renan e Vinícius: prontos para fazer barulho nesta sexta à noite, quando apresentarão novidades ao público


Inside

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Crônicas da Redação Ramon Cardoso

ramon@jornalinformante.com.br

Quem defende o governo do Estado despreza a história do município

Primeiro Parágrafo

Conspiradores na Em “A Cilada”, americano Daniel Polansky descreve uma época em que os valores humanos são destruídos e as metrópoles gigantescas são infernos multirraciais, repletas de corrupção. Alguma semelhança com a atualidade? Sirlei Cardoso Masiero Especial para o Jornal Informante

Imagem: Reprodução

A live do governador Eduardo Leite da última segunda teve um pouco de tudo. Desde aquela emoção forçada, mais falsa que o ajuste do fluxo de caixa, até uma série de bobagens inadmissíveis para quem ocupa um cargo público, quem dirá para quem está no comando do Palácio Piratini. Não bastasse a enrolação e a tentativa de justificar o injustificável, a live ainda teve a nobre participação da secretária de Saúde Arita Bergmann, o que a tornou ainda mais interminável, já que a titular da pasta leva cerca de um minuto apenas para dizer “boa tarde, governador”. Em dado momento, achei que a live beneficiaria as regiões prejudicadas pela bandeira vermelha, porque não tinha fé que ela terminasse antes da meia-noite, quando passava a valer a troca. Voltando à secretária, se ela trabalha com a mesma velocidade que fala, não me surpreende nem um pouco o fato do governo do Estado estar há mais de 100 dias com dinheiro em caixa para equipar 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital Beneficente São Carlos (HBSC), valores conferidos à instituição hospitalar farroupilhense pelo Ministério Público (MP) e, até agora, não tenha comprado uma cama sequer. Porém, eu acho que o Estado conseguirá adquirir esses 10 leitos até agosto... do ano que vem. Se esse governo ainda estiver de pé até lá, né, e eu espero que, pelo bem do Rio Grande do Sul, não esteja. Se vê que, com uma Assembleia Legislativa hibernando e uma extrema imprensa militante, que passa pano para todas as ações do governador, é difícil nos vermos livres desse catastrófico comando antes de 2022. O amadorismo, a inércia e a letargia dessa gestão estadual é algo que extrapola, e muito, todos os limites. Leite voltou a estufar o peito sobre o aumento de UTI e respiradores, só esqueceu de dizer que eles foram obtidos com recursos federais. É sempre o “nós fizemos”, “nós aumentados”, “nós adquirimos”. É o legítimo governo comunista, que traz para si as glórias obtidas com o esforço dos outros. Em dado momento da live, o governador falou uma insanidade que reproduzo abaixo. Confesso que assisti o trecho umas três vezes porque não é de acreditar. Mas podem procurar. Desgraçadamente é verdade. “Mas nós continuamos apostando nesse caminho (...) analisando os indicadores e os dados a gente consegue preservar as vidas, evitar um colapso do nosso sistema de saúde e, de outro lado, evitar um prejuízo ainda maior para a nossa economia, que não vai pesar no bolso do empresário, mas no bolso das famílias de baixa renda, que perdem o emprego, a renda, perdem o pouco que tem”, disse o iluminado governador. Eu falo ou vocês falam para o governador quem gera emprego? Acho que ele não sabe. Também pudera, ele nunca gerou um sequer, nem teve registro de carteira assinada. Fico angustiado com essa situação especialmente porque a Serra tem o trabalho não apenas como uma cultura, mas como uma religião. Quem defende essa gestão pisa na história empreendedora que notabiliza Farroupilha e a região. Que essa barbárie tenha fim pra ontem.

FARROUPILHA, 17 DE JULHO DE 2020

O

livro “A Cilada” é de autoria do escritor Daniel Polansky, nascido em Baltimore, terra em que viveu uma das maiores glórias da Literatura Norte-Americana, Edgar Allan Poe. A acolhida da crítica estadunidense foi bastante favorável e o autor está analisando propostas para a adaptação cinematográfica da obra. A história do livro é uma distopia, mostrando um futuro estranho, mas com algumas trocas de terminologia, por exemplo Casa Negra, centro do poder, relacionado à Casa Branca. A narrativa está na primeira pessoa, sob o ponto de vista do Guardião, personagem principal, um anti-herói desencantado, vagando pelas ruas de um mundo totalmente diferente, em meio a uma “fauna” corrupta. É um tipo solitário e desiludido que sobreviveu, como combatente, a uma grande guerra. Agora é traficante e viciado, ex-agente secreto, ex-policial da Casa Negra. Para sua redenção, precisa encontrar uma jovem de classe alta que se escondeu no meio do povo na Cidade Baixa, essa muito perigosa, cheia de gangues, traficantes e corruptos. É um cenário assim que se situa a cidade de Rigus, gigantesca e rica, onde a Cidade Baixa é a parte sombria e escura e é nela que circula o nosso personagem Guardião. Começa a aventura de A Cilada quando o Guardião é chamado pelo general Montgomery, que, tal como ele esteve numa guerra inglória em que muitos morreram à toa a serviço de uma monarquia

A Cilada Autor: Daniel Polansky Gênero: Distopia, Fantasia Literatura Americana Ano de publicação: 2014 Editora: Geração Nº de páginas: 416 Preço médio: R$ 29,00


Inside

FARROUPILHA, 17 DE JULHO DE 2020

Primeiro Parágrafo

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Rita Rosa Baretta ritarosabaretta@gmail.com

Divulgação

Casa Negra

Respeito, espaço social, caráter, ética Rumo à telona? Jovem escritor americano tem conquistado destaque no cenário literário mundial e vínculo de suas obras com a Sétima Arte parece inevitável

indiferente aos destino dos cidadãos das Treze Terras, o Guardião terá a missão de reaver, para o herói de guerra, a filha. Rhaiane, a filha do general, uma moça da classe alta, parte para a Cidade Baixa e se embrenha no meio do povo em busca de vingança pela morte de seu irmão Roland, que foi um grande herói durante a guerra, admirado por muitos, inclusive pelo próprio Guardião. Após a guerra, Roland fundou uma associação para lutar pelos direitos dos combatentes feridos e das famílias dos mortos. Tempos depois, acabou aparecendo morto em frente a um prostíbulo e a irmã tenta achar mais informações sobre as circunstâncias do crime. Entre conspirações e armações, o Guardião en-

contra a morte em cada esquina e descobre que ninguém é confiável. Outros personagens secundários aparecem, entre eles Adolphus, amigo e companheiro de batalha do Guardião. Dono do bar onde ele reside, revela-se na trama ingênuo, acreditando em tudo o que lhe diziam. Garrincha é o adolescente que tem o talento da Arte e é protegido do Guardião. Mazzie, a bruxa, que irá desenvolver em Garrincha o poder da Arte. Nesse contexto, O Guardião armará uma cilada para aqueles que fizeram de sua vida um inferno. A estratégia adotada será colocar todos contra todos. Com isso ele busca vingança e redenção de seus pecados. Mas nem tudo sairá como ele planeja, porque irá provocar uma nova guerra.

Neste momento temos falado de um “novo normal”, ao certo também tem sido um novo momento de nos relacionarmos e do viver em sociedade. Observa-se que, diante da pandemia, expomos as nossas desigualdades a nível material, estrutural, filosófico, social, psíquico e pessoal. Estamos expondo nosso jeito de ser, nossa educação. Cada um de nós está sendo de algum modo observado em sua conduta, em seu modo de se portar diante da vida e enfrentar as circunstâncias socias. À medida que permanecemos em isolamento social imposto pela lei governamental, ficamos incomodados com quem a nossa volta descumpre as regras. Ficamos incomodados com quem parece não se importar com as restrições, como se o evitar agrupamentos não fosse de fato necessário diante deste momento de pandemia. Alguns se sentem agredidos com os que em dias ensolarados preconizam a diversão a beira mar, ou o passeio nos parques, o que violenta a quem vem respeitando o isolamento e as demais regras básicas. Vamos nos sentindo incomodados quando o distanciamento físico das filas passa despercebido a uns, enquanto outros respeitam de forma criteriosa o espaço mínimo de cada regramento. No nosso dia a dia encontramos pessoas muitos diferentes, os discursos de cada um são diversos, em cada fala evidenciamos educações muito distantes umas das outras. Tem aquele que está preocupado com o café da tarde do shopping, com o encontro de amigos, com o happy hour, e outros, mais altruístas, estão pensando em uma forma de ajudar as pessoas que perderam seus empregos, que precisam de alimento, de roupas, estão ajudando pessoas em vulnerabilidade social, estão fazendo projetos socias. Nos percebemos diante de inúmeras diferenças humanas. Diferenças de valores, diferenças de sentimentos, diferenças de enfrentar a vida. Cada uma destas atitudes nos impacta de alguma maneira e cada uma delas deixa sua marca. Assim sendo, esse “novo normal” tem criado novas regras básicas de educação e respeito diante do relacionamento social. Precisamos, sim, estar ligados cientes de que conduta, respeito, educação, cordialidade, generosidade, solidariedade são fundamentais e passaram a ser ainda mais importantes e observadas neste novo momento de nossas vidas. Importante evidenciar que estas questões sempre fizeram parte dos bons modos ensinados às crianças, mas se faziam inexistentes seguidos anos da vida adulta. Ao certo em momentos onde a saúde é o principal motivo para se estabelecer regras de conduta social, necessitamos nos conscientizar que postura beira solidariedade, educação, caráter, ética. Respeitar o outro neste momento significa respeitar seu espaço, seu modo de perceber e de interpretar esse momento. E se, para o outro, as regras forem seguir à risca as condutas de espaço físico, distanciamento social e uso de máscara, você deverá respeitar. Respeito e solidariedade ainda são as palavras de ordem! Faça valer seu Direito! * Psicanalista


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Tatian

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Sucesso

em mesmo o mau tempo e a pandemia foram capazes de frear o espírito solidário dos farroupilhenses. O Brechó da Amafa, que foi realizado no último sábado, no salão comunitário do bairro Industrial, arrecadou R$ 9.282,35, um montante celebrado pela coordenadora, Aline Isabel Daros da Rosa, e que superou o valor da última edição.

Mãos Amigas

A Live do Bem “Uma Noite no Museu”, em celebração ao Dia Mundial do Rock, foi vista por mais de 100 mil pessoas entre as redes sociais do empresário Fabiano Feltrin (que encarnou novamente Elvis Presley), da Bitcom TV e do Iguatemi Caxias, parceiros da iniciativa que reverteu recursos para o projeto Mão Amiga, do frei Jaime Bettega. Foram R$ 15 mil arrecadados, sendo que 30% deste valor ficará em Farroupilha e o restante em Caxias do Sul, onde o projeto atua em diversas frentes.

Solidariedade

O Serviço Social do Comércio (Sesc) de Farroupilha arrecada neste mês doações de alimentos não perecíveis para a montagem de cestas básicas que serão destinadas a famílias carentes da região, por meio do programa Mesa Brasil Sesc. As doações devem ser entregues na Cel. Pena de Moraes, 320, das 8h às 20h. Para grandes contribuições, a equipe pode fazer a coleta dos alimentos mediante agendamento pelo fone (54) 3261-6526.

A fotógrafa Tatiane De Moraes foi responsável pelo cliques da espera dos pais Rosa Helena Lovatel e Die pela filha Elisa, prevista para nascer no próximo

Os irmãos e músicos Maria Carolina Grazziotin Brites e Mateus Brites lançaram na semana passada seu novo projeto, a banda Quintal Supernova. A dupla tem se dedicado a novas composições, que estão sendo publicadas nas redes sociais (@quintal_supernova). Confere lá

#EmCasa Walter Finimundi

Em Tempo

Segue até o dia 27 o período de submissão de trabalhos para apresentação no XXVIII Encontro de Jovens Pesquisadores e na X Mostra Acadêmica de Inovação e Tecnologia. Promovidos pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade de Caxias do Sul (UCS), esta edição ocorre nos dias 7 e 8 de outubro, no Campus Sede, e tem como tema “Pesquisa Movimenta Inovação. Inovação Movimenta o Futuro”. Informações sobre o Encontro e a Mostra podem ser obtidas pelo site jovenspesquisadores.com.br.

Karen Colombo Barbieri celebrou 15 anos no domingo, com uma festa surpresa e intimista, reservada apenas à família, no Giovana Stein Restaurante, na Linha Ely. A celebração e a decoração foram organizadas pela dinda Denise Balbinot Colombo

Rafaela Helen celebrou mais u no final do m


ne De Moraes Fotografia

os lindos ego Strada o mês

na Gervasoni um ano de vida mês passado

#MinhaÚltimaViagem Luiza Zeni e Rafael Dai Prá, em sua última viagem, conheceram Machu Picchu, no Peru, em setembro do ano passado

Fotos: Arquivo Pessoal

Os pais Letícia Rombaldi e Fabiano Francischini ladeando o filho Vicente, durante a comemoração do seu aniversário de 8 anos, realizado na semana passada, em casa


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Fabrício Oliboni fabrioliboni@gmail.com

O tal do cancelamento Racismo, bullying, machismo, homofobia, feminismo, xenofobia... felizmente, todos esses temas estão sendo debatidos e tendo diversos avanços. A diferença de uns 10 anos para agora já é muito visível e, ainda que longe do ideal, acredito que vale a celebração. Mesmo que diante de muitos problemas, em meio a uma pandemia e vários outros problemas de cunho social, político e econômico, estamos em uma situação bem melhor do que a que os nossos pais viveram, e ainda mais que os nossos avós e por aí vai. Bom, achei válido contextualizar um pouco, porque essa chamada “cultura do cancelamento” tem tudo a ver com isso. Ela tem ocorrido principalmente nas redes sociais, e vai em uma linha de “justiceiros sociais”, onde qualquer coisa no seu presente ou passado pode ser contestada. Se você foi cancelado, quer dizer que foi falado algo de “errado”, algo que não tem mais espaço hoje, que você deve rever isso e se desculpar publicamente. Se quem faz tal acusação segue isso ou não, parece que não vem ao caso, sendo o objetivo principal apontar e cobrar perfeição. Ah, por vezes, na minha opinião, o ato do cancelamento me dá a impressão de que visa o constrangimento mesmo. Um exemplo de cancelamento, e que foi muito comentado na época ocorreu com a influenciadora digital Gabriela Pugliesi, que organizou uma festa na sua casa, convidou uma galera e tornou isso público. Isso foi feito durante a pandemia, em um momento onde o que mais se fazia girava em torno da conscientização do pessoal ficar em casa, evitar aglomerações... o que todos sabemos e temos vivido nos últimos meses. Ela foi muita criticada e, de fato, teve uma atitude irresponsável, ainda mais sendo uma figura pública. Isso resultou em fim de parcerias com algumas marcas, fins de contratos profissionais e um certo arranhão na sua imagem. Colocando em outros termos, em algumas situações o termo cancelamento parece mais com um “linchamento virtual”. Mesmo tendo vindo de um canal humorístico, recentemente vi um youtuber carioca realmente constrangendo um gaúcho que tinha um canal na qual falava de churrasco, pois ele falava salsichão, e segundo o “cancelador”, o termo correto seria linguiça, e pedia aos seus seguidores para irem comentar xingando o cara no canal dele sobre isso. Até onde eu acompanhei, o tiro saiu pela culatra, pois uma galera viu isso e foi pra cima do cara, dispostos a defender o tal gaúcho, dando visibilidade para o canal dele e dando uma lição de moral para o fulano que começou com isso. Nesses dois casos, vemos exemplos distintos de cancelamento. Um que, ao meu ver, foi de certa forma justa a crítica, e outro que não tinha nenhuma finalidade construtiva, carregando consigo uma bandeira de “eu que sei, e quem discorda tá errado”. Pensando a respeito, vejo algumas situações que são temerárias, principalmente envolvendo pessoas mais velhas. Não acho justo cobrar toda essa desconstrução atual dos idosos, por exemplo. São mundos diferentes, cabe um contexto histórico aí. Seguindo com essa tendência, o que estamos falando publicamente em redes sociais hoje, pode ser algo a ser “cancelado” por alguém em 5 anos. Se houver uma crítica construtiva a fazer, faça-a, mas cancelar por cancelar... bom, o nome já diz muito e não me parece ter qualquer evolução em perseguir e censurar alguém. Ainda sigo com a ideia de que a educação e conscientização seriam os caminhos. * Agente de intercâmbio e bacharel em Relações Internacionais

FARROUPILHA, 17 DE JULHO DE 2020

Sétima Arte

Aquele maldito buraco O chileno “Ninguém Sabe que Estou Aqui” é um drama reflexivo dos mais impactantes e mostra o devastador efeito que cobram escolhas sabidamente equivocadas Ramon Cardoso ramon@jornalinformante.com.br

A

vida de Guillermo Garrido, o Memo (Lukas Vergara) é cantar. Com uma voz incrível, o jovem tem tudo para se tornar uma estrela da música quando é descoberto por uma gravadora. Só há um problema: Memo nem de perto se enquadra no estereótipo que é desejado, ou seja, o galã mirim por quem as gurias vão se apaixonar perdidamente colando pôsteres na parede do quarto. É neste momento que a gravadora faz uma proposta a seu pai, Jacinto (Alejandro Goic), pra lá de indecente, mas que acaba aceita. Ela utilizará a voz de Memo e o corpo de Angelo Casas (Vicente Álvarez), que cantará em playback. Jacinto topa e o aceite trará consequências trágicas para os envolvidos a partir de um incidente que marcará definitivamente a vida de todos. Essa história, no entanto, é revelada em camadas, o que a deixa ainda mais chocante e violenta. O pesado drama começa na atualidade, não em 1985, quando os fatos que mol-

dam o presente foram desencadeados. Memo (Jorge Garcia) está na meia idade e vive recluso numa fazenda de criação de ovelhas do tio Braulio (Luis Gnecco), em Llanquihue, no sul do Chile, um lugar belíssimo, de natureza exuberante e ideal para quem deseja, como Memo, se afastar do mundo. Ele é um farrapo humano. A dor de uma vida que lhe foi tirada à força, sem que pudesse manifestar sua vontade, está no seu triste olhar e no silêncio quase permanente. Apenas com seu tio ele se comunica e falando estritamente o necessário. Como a região serve também de veraneio para ricaços, volta e meia Memo acaba adentrando nas mansões que permeiam o lago Llanquihue, certamente imaginando a vida que poderia ter tido não fosse a ganância e a insensibilidade de quem o manipulou. Justamente nestes momentos, em que está sozinho, ele se permite sonhar e adentrar num universo de fantasia que lhe afasta da triste realidade, que é dura demais para ser suportada sem um mínimo de ilusão. Em dado momento da trama, quando seu tio não está em casa, ele sente ainda mais liberdade para

dar vazão a seus sonhos, que tinham tudo para serem reais e estarem, de fato, acontecendo. Memo tem insights do passado a todo instante, da vida que não viveu, e é assombrado de maneira permanente pela sua tragédia pessoal, ficando preso a ela, amarrado, sem ter condição de se mover e recomeçar, como se essa ilusão fosse suficiente para lhe satisfazer. Remoer essas misérias é uma dor indescritível para Memo, mas ele não consegue deixar isso de lado, tanto que até busca a biografia de Casas (Gaston Pauls), que pagou seu preço também, mas obteve a fama e sucesso que não lhe pertencia, mas que estava reservada ao talentoso jovem. No entanto, quando Marta Navarro (Millaray Lobos) passa a realizar um trabalho para seu tio, levando peles de ovelha para beneficiamento na fazenda dos Garrido, ela busca se apro-


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FARROUPILHA, 17 DE JULHO DE 2020

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Paulo Roque Gasparetto

Sétima Arte Divulgação

na alma

Vida de amargura Memo (Jorge Garcia) desiste de tudo a partir de uma série de pesados fardos que teve de carregar desde a infância: convenhamos, ninguém pode recriminá-lo

ximar de Memo, quebrando as pesadas barreiras de resistência e, aos poucos, estabelecendo com ele um diálogo sobre seus dramas, misérias e amarguras. Meio que por acaso, ela acaba descobrindo que ele era a voz do sucesso atribuído a Angelo Casas. Neste momento, a trama ganha uma reviravolta. O pai de Memo reaparece na história e o anonimato do filho, que ele impôs de maneira perversa na infância, agora não pode, na sua opinião, ser preservado. Isso na visão de Jacinto. Na de Memo, o processo é justamente o contrário. O ostracismo da juventude, que lhe foi determinado de maneira compulsória e lhe tirou a chan-

ce de uma vida feliz, agora é algo que ele mais preza. A fama e a revelação da verdade, para Memo, é uma ferida que ainda não cicatrizou e, por isso mesmo, não deve ser tocada. Porém, ele tem dúvidas sobre que caminho seguir. Marta o estimula a deixar a vida reclusa e buscar um mínimo de integração em sociedade. Será que a partir disso não seria a hora de realmente confrontar e esclarecer de vez esse drama do passado? Será que não seria a hora, por mais doído que fosse, de encarar esses fantasmas, exorcizar os demônios que afligem sua alma? Não é uma escolha fácil, certamente que não, mas essa é uma escolha que está ao alcance de Memo. “Ninguém Sabe que Estou Aqui” é um filme belíssimo, reflexivo e profundamente triste, que mostra como escolhas equivocadas podem ter um impacto nefasto na vida das pessoas. O primeiro longa-metragem de Gaspar Antillo na direção (ele também assina o roteiro ao lado de Enrique Videla e Josefina Fernández) é impactante e foi premiado no Festival de Tribeca, em Nova Iorque, como a melhor direção de estreia. Antillo faz uso da beleza natural das locações no inóspito vilarejo e, sobretudo, do silêncio para mostrar o tamanho da dor do protagonista. Definitivamente, não é algo fácil. O cineasta chileno assina um belo cartão em sua primeira aparição na Sétima Arte. Se seguir assim, certamente ouviremos falar ainda muito de seu trabalho.

prgasparetto@terra.com.br Imagem: Reprodução

Título original Nadie Sabe que Estoy Aqui Título traduzido Ninguém Sabe que Estou Aqui Direção Gaspar Antillo Roteiro Gaspar Antillo Enrique Videla Josefina Fernández Gênero Drama Duração 92 minutos País Chile Ano de produção 2019 Estúdio Fabula Distribuição Netflix

Com os olhos abertos Uma das grandes dificuldades que as pessoas enfrentam, em nossa sociedade, é a perda da dimensão de profundidade. As pessoas não sabem mais de onde veem e para onde vão. Não sabem interrogar-se sobre o que eles fazem e devem fazer de si mesmo, nesse breve caminho, entre seu nascimento e sua morte. O sociólogo Bauman nos diz que o mal-estar da humanidade está justamente no excesso e não na falta de escolha. Ele faz uma comparação com um grande lago gelado, em que as pessoas precisam correr sempre, porque se parar o gelo quebra e as pessoas afundam, mas não temos um farol que indique qual a direção que devemos percorrer. Essa direção já não encontra mais nenhuma resposta no mundo de hoje. Aliás, as gerações atuais já não têm a coragem de formular essas questões com a serenidade com que fizeram as gerações passadas e preferem continuar caminhando sem qualquer direção. Precisamos despertar e abrir bem os olhos. Viver sabendo qual o caminho que devemos percorrer, a fim de olhar para além dos nossos pequenos interesses. A esperança do cristão não é uma atitude cega. A espiritualidade cristã não consiste apenas num olhar para o interior, mas sim num compromisso permanente com a vida e na construção de uma nova sociedade. Em tempo: no dia 25 de julho, as comunidades celebram a festa de São Cristóvão, o padroeiro dos motoristas e, por extensão, dos viajantes. O nome “Cristóvão” significa “aquele que carrega Cristo”. No mesmo dia, o povo celebra todos os agricultores e agricultoras que “teimosamente”, persistem na busca de alternativas para uma agricultura sustentável e cada vez mais orgânica sem o uso de agrotóxicos. Neste sentido, na comunidade São Cristóvão do bairro Pio X, acontece a bênção dos caminhões e carros, a partir das 15h30min, na frente da Igreja, sobre o cuidado com a vida tanto no trânsito, onde tantas pessoas ainda perdem a vida, como também com o meio ambiente. Em seguida, às 17h, missa com algumas pessoas na igreja e transmitida pela TV Serra e mídias sociais. Já o Dia dos Avós é comemorado no dia 26 de julho, dia de São Joaquim e Santa Ana, os avós de Jesus. É um dia de homenagear e agradecer toda a consideração e carinho dos avós com seus netos. Nesse ano de pandemia o melhor presente que podemos oferecer aos nossos avós é o cuidado com eles. Parabéns a todos os motoristas, agricultores e avós, e o nosso muito obrigado. * Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus e doutor em Comunicação


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Horóscopo Áries - 21/03 a 20/04

As decisões começam a tomar forma e lhe permitem se posicionar para firmar acordos e harmonizar as relações próximas. É por meio das decisões que podemos fazer a diferença. Você está com as rédeas em suas mãos.

Touro - 21/04 a 20/05

Uma reflexão é necessária para que você tome as decisões certas, principalmente no setor financeiro e profissional. Uma forma de fazer o certo é se sentir em paz para trilhar um recomeço. É importante confiar em você.

Gêmeos - 21/05 a 20/06

O automerecimento é uma postura importante para fazer escolhas que estejam alinhadas aos seus projetos. Às vezes precisamos ter coragem para tomar a decisão certa. As oportunidades lhe ensinam a se valorizar mais.

Câncer - 21/06 a 20/07

Existem situações sérias a serem definidas neste período. O céu pede um olhar profundo e silencioso a respeito de suas necessidades mais íntimas sobre merecimento e afetos. As decisões estão em suas mãos e exigem coragem para ser feliz.

Leão - 21/07 a 22/08

Os medos podem travar o seu progresso, principalmente para desenvolver projetos que impulsionam os estudos e novos valores em sua vida. O céu, porém, lhe traz oportunidades e uma visão mais ampla de merecimento. Seja corajoso!

Vírgem - 23/08 a 22/09

É preciso enxergar quem é você e, se for necessário, desconstruir uma imagem ou posturas que não se adequam mais. As oportunidades profissionais são visíveis e lhe dão a possibilidade de tomar decisões ousadas e profundas.

Libra - 23/09 a 22/10

Uma pessoa amplia o seu campo de visão sobre as possibilidades de ampliar o seu conhecimento e oportunidades em outras cidades. O céu o ajuda a tomar decisões ousadas, seja no casamento ou em relação a parceiros. É preciso escolher corajosamente.

Escorpião - 23/10 a 21/11

As decisões no trabalho são necessárias para conduzir os investimentos com estrutura e mais aproveitamento. As escolhas são necessárias e importantes para promover uma rotina produtiva. Esteja aberto a convites e a soluções.

Sagitário - 22/11 a 21/12

Os assuntos do coração estão em destaque. É um excelente semana para expressar o que sente para uma pessoa especial. A coragem e a iniciativa para falar sobre o amor e sobre o que sente são essenciais para mudar o cenário atual.

Capricórnio - 22/12 a 20/01

As decisões em família colaboram para o seu desenvolvimento no trabalho, bem como para promover uma rotina mais harmônica e satisfatória. É preciso identificar o seu valor para receber o melhor da vida.

Aquário - 21/01 a 19/02

Ótim semana para namorar e compartilhar as suas ideias com pessoas do seu ambiente próximo. Você vai sentir a necessidade de falar o que sente e de realizar atividades que lhe proporcionem mais prazer e alegria. Boas notícias podem vir.

Peixes - 20/02 a 20/03

O céu colabora com decisões financeiras destinadas à casa ou ao bem-estar da família. Você está conseguindo perceber melhor o seu valor e a sua capacidade de prover pessoas queridas. Ótima semana para promover investimentos.

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